Fanfics Brasil - Capitulo Onze - Parte II Vingança & Liberdade

Fanfic: Vingança & Liberdade | Tema: Rebelde, Vondy.


Capítulo: Capitulo Onze - Parte II

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NA SEMANA seguinte, Dulce o viu destruir calmamente a campanha de seu pai. Acusações de improbidade levaram a uma investigação. Apesar da falta de provas para processar Benedicto, sua credibilidade sofreu um golpe mortal e as pesquisas mostraram que o número de votos despencara.


Na manhã de segunda-feira, depois que eles tinham voltado do passeio de iate, o celular de Dulce não parava de tocar. Seu pai e Pietro mandavam mensagens, exigindo saber o que estava acontecendo.



 



Christopher não precisou lhe dizer para não atender. Depois da conversa  que tinham tido, toda vez que ela via  o nome do pai no celular, sentia  o coração se retorcer de dor e  de desgosto.


Apesar de ela sempre ter suspeitado que os negócios de seu pai não fossem limpos, nunca imaginara que ele fosse capaz de concordar com a brutalidade que Christopher descrevera. Toda  vez  que Dulce via as cicatrizes – e via-as todas as noites, desde que ele a instalara em sua suíte –, sentia o coração se apertar diante de tanta  crueldade.


E aquela sensação reaparecia cada vez que Christopher gritava durante um pesadelo.




Na primeira noite depois que tinham voltado, ela ficara surpresa quando ele a abraçara, depois de fazerem sexo, e lhe dissera para dormir. Na segunda noite, ele fizera o mesmo, e ela perguntara por quê.


– Porque não quero ficar sozinho – dissera simplesmente. E, a cada vez que ele acordava, procurava por ela e enroscava o corpo trêmulo no seu, abraçando-a com força até esquecer o pesadelo e recuperar o fôlego.


Dulce começava a acreditar que sua presença amenizava o horror dos pesadelos de Christopher, ou os tornava mais toleráveis. Ou podia estar vivendo uma fantasia na qual não entendia a linguagem do outro, porque percebera que seu coração estava mais voltado para o bem-estar de Christopher do que deveria. Só de pensar que ele iria embora depois de destruir seu pai, a dor que sentia no coração era quase física.




Ela estava ficando louca...


– Aí está você. Teresa me disse que você estava dando aula.


Ela conversara com ele a respeito do trabalho voluntário, em um dos momentos que ele se mostrava “normal”, e não vingativo, e ficara entusiasmada quando ele  não  reagira de modo crítico nem  condescendente.



Dulce estava acrescentando os últimos detalhes num desenho quando ele entrou e se  aproximou.



– Tirei o dia de folga. Ainda estou pensando em... renunciar.


Christopher se agachou diante dela, admirado.


– Por quê?


– A confusão em torno do meu pai atraiu uma atenção indesejada para pessoas que já enfrentam dificuldades suficientes. Não acho que isso seja justo para as crianças.


Ela pensou ter visto uma sombra de tristeza passar pelos olhos dele,  mas logo desapareceu.



– Não, não é. Mas não vou permitir que você desista de algo que  adora fazer. As notícias sobre seu pai vão desaparecer. Eu cuido disso.



Dulce ficou extremamente  surpresa.


– Por que você está fazendo isso? Ele deu de ombros.


– Talvez eu esteja começando a perceber que estava errado a respeito de quanto dano colateral eu seria capaz de aceitar.


Dano colateral. Ela ainda estava digerindo a expressão  quando  ele voltou a falar.


– Tenho algo para você.


– Tenha cuidado com presentes de gregos: eu li isso em algum lugar – falou ela desconfiada. Ele deu um sorriso indiferente, mas, mesmo assim, ela sentiu o coração acelerar.




– Normalmente, eu diria para você seguir este conselho, mas o meu presente é inofensivo. – Ele tirou uma caixa do bolso e entregou-a a ela.


– O que é isso?


Abra e veja.


Ela abriu a caixa e engasgou ao ver uma gargantilha de platina com três fileiras de diamantes.


– Isso é algum tipo de demonstração machista?


Ele ficou confuso.


– Desculpe, anjo, não entendi.



– É uma coleira. Você quer mostrar a todos que é meu dono?



Ele franziu a testa.


– O que você está querendo dizer?


– Por que uma gargantilha? Por que não um simples pingente de diamante?


– Eu pedi ao joalheiro que me mandasse algumas peças. Gostei dessa. Sem segundas intenções. Pensei que você fosse gostar.


Dulce mordeu o lábio  e  se perguntou se estaria sendo sensível demais.


– É uma linda joia, mas, francamente, é  um  pouco  exagerada para o meu gosto. – Ela fechou a caixa e tentou devolvê-la a ele. – Além disso, como meu papel de isca para os paparazzi já acabou, não vejo por que deveria usar algo como isso.




Ele empurrou a mão dela, muito tenso.


– Eu ia tocar nesse assunto. Ari se casa na semana que vem. Quero que você vá comigo.


Dulce ficou boquiaberta.


– Você quer que eu deixe tudo e vá para a Grécia com você?


– Você pode combinar alguma coisa com o Centro. Eu ficaria feliz em fazer uma doação para compensar sua ausência.


– Eu...


– E não vamos para a Grécia. Ari e Perla vão se casar em um resort nas Bermudas.




– Continente diferente, mesma resposta.


Ele franziu a testa.


– Devo lembrá-la de que só se passaram três semanas desde que fizemos o acordo?


Dulce jogou o estojo com a joia em cima do sofá.


– Não, não precisa me lembrar. Pode me chamar de tola, mas pensei que nós estávamos superando isso.


– Eu estou tentando, Dulce.


– Então me peça com gentileza. Pelo que você sabe, posso estar ocupada na semana que vem, e precisaria refazer os meus planos para contentá-lo.



– Ocupada, fazendo o quê?



– Dividindo átomos, raspando as pernas, entrando para o circo. Qual é a diferença? Você não se deu o trabalho de me pedir: trouxe uma joia e mandou que eu me preparasse para ir para as Bermudas. – Ela tremia.


– Você está zangada.


– Como você é observador!


– Conte-me por quê.


Ela deu uma gargalhada estridente.


– De que adiantaria?


– Eu ouviria.


Ela tentou se levantar, mas ele a segurou no lugar. Dulce podia ver o brilho fascinante dos seus olhos e sentia vontade de neles mergulhar e se  afogar. Olhou para sua boca, para seu peito, e foi tomada de uma exaltação diferente.




– Aquele colar...


– É só um colar. Pensei em dá-lo a você agora, para que pudesse comprar um vestido que combinasse com ele, para o casamento.


– E a viagem?


– Eu preciso de um par. Preciso de você. Se quiser, você pode me odiar, mas não estou preparado para deixá-la aqui, ao alcance de Fernando.


– Eu posso me cuidar.


– Não duvido, mas você não  acha que ele pode ver sua recusa em atender seus telefonemas como uma traição?


Ela ficou assustada.



– Você acha que ele me machucaria?



Ele olhou significativamente para o braço dela e voltou a encará-la.


– Desculpe, anjo, mas não quero me arriscar.


Escuridão e luz.  Ternura  e impiedade. Quando se tratava dele, era isso que mantinha as emoções de Inez sobre o fio de uma lâmina.


– Você vai para as Bermudas comigo? Por favor?


– Vou, mas não vou usar aquele colar.


– Ótimo. Vamos arranjar outra coisa.


– Eu não quero nada... – Ela se calou ao vê-lo pegar o caderno de desenhos, e tentou tirá-lo da mão dele. – Christopher, me dê isso.




– Você deveria desenhar um barco para mim.


– Estou desenhando. Quando estiver pronto eu lhe mostro.


Ele olhou para ela com uma intensidade que a derreteu.  Entregou- lhe o caderno e levantou.


– Estou ansioso para vê-lo. Esta noite jantaremos em casa. Eu quero me deitar cedo.


Ele saiu da sala,  e Dulce reparou que se agarrara ao bloco. Relaxou e  passou as páginas, até encontrar aquela em que estivera trabalhando: uma das várias imagens de Christopher dormindo. Ela reparou na vulnerabilidade e na suavidade que havia em seu rosto, que ele conseguia esconder muito bem quando estava acordado. Quando dormia, ele era luz, não escuridão. E revelava uma jovialidade que ela quase nunca via durante o  dia.




Escuridão e luz. Fosse o que fosse, infelizmente, Christopher capturara de tal maneira suas emoções que  ela começava a temer que estivesse apaixonada por ele.


 


****


 


O pesadelo começou exatamente como os outros. Um raio de luz anunciava a chegada dos homens, seguida da escada de corda colocada no local e pela visão das pesadas botas dos enormes capangas. Toda vez ele lutava, dava socos, mas, por fim, era dominado. O mais alto e cruel, aquele que gostava de fumar cigarros fedorentos, sempre ria. Era sua gargalhada, e não o medo, que o levava a gritar. O som áspero e ininterrupto da risada lhe revirava as entranhas e fazia seu coração disparar incontrolavelmente.




Ele sentiu o grito lhe subir pela garganta e se preparou para o rugido de dor.


Foi despertado por mãos gentis, mas firmes, que o sacudiam.


– Christopher... Querido!



Ele a abraçou com força, sem abrir os olhos. As imagens foram se apagando. Christopher já percebera a ironia de precisar tanto da filha do homem que o reduzira a frangalhos noite após noite, durante os últimos 12 anos.



Enquanto se agarrava a ela, voltou a pensar em algo que o perseguia há dias. Não queria mais tentar se vingar. No dia anterior, ele se surpreendera ao pedir que a diretoria votasse contra algo que ele mesmo sugerira. Todos tinham ficado admirados. E, ele, ainda mais.


Christopher dissera a si mesmo que não havia motivo para desprezar um bom lucro, mas, no fundo, sabia que mudara de ideia por uma razão diferente.



Fernando estava praticamente acabado.



Mas acabar definitivamente com ele queria dizer que Inez estaria livre para ir embora. Só de pensar nisso, ele suava frio.


Ganhara mais algum tempo, convencendo-a a ir com ele ao casamento de Ari.


Depois disso...


Ele sentiu o coração se retorcer enquanto ficava deitado no escuro, sentindo as mãos macias que o acariciavam e acalmavam. E afastou pensamentos que não tinha coragem suficiente para analisar.



Querido, você está acordado? – sussurrou ela docemente.



Ele a abraçou com mais força.


– Estou, anjo.


– Eu não sou um anjo, Christopher.


– É sim.


– Se fosse um anjo, teria o poder de acabar com seus pesadelos – falou ela com tristeza.


Ele levou alguns segundos para perceber que ela sofria por ele. Afastou- se um pouco e olhou para ela.


– Quem fez isso comigo não foi você, Dulce.


– Eu sei, mas isso não quer dizer que eu não queira vê-lo curado.



– Não há cura para mim, querida – afirmou ele, apesar de estar começando a duvidar. Assim como começava a acreditar que a resposta estava bem ali, em seus braços. Se houvesse uma maneira...



– Tem certeza? Talvez uma terapia...


– Eu já tentei. Não funcionou. – Ele percebeu que falara abruptamente e, para se desculpar, acariciou as costas dela.


– O que aconteceu?


Ele abriu os olhos e ficou pensativo.


– Eles falaram sobre fatores desencadeantes, técnicas de respiração e sinais de ansiedade. Mencionaram eletrochoques e medicamentos tradicionais. Eu não voltei para a segunda sessão.




– Quer dizer que tudo isso foi na primeira sessão?


Ele sorriu e beijou-a.


– Eu achei que o que havia de errado comigo não podia ser consertado com terapia.


– Achou?


Ele percebeu o que dissera e conteve a respiração. Estaria se agarrando a um remédio que não funcionava?


– Estou começando a achar que não sou um caso perdido, anjo.


Ela empalideceu e concordou. Seu cabelo se espalhara pelo peito de Christopher quando ela olhou para ele.



– Espero que, um dia, você encontre a paz, Christopher.


Palavras simples, sinceras,  que vinham do coração, mas que o enregelavam por dentro como um sopro de vento vindo do ártico.


Ele duvidava que pudesse encontrar a paz sem ela.



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Autor(a): Thaaaay

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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 32



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  • stellabarcelos Postado em 21/09/2015 - 17:57:45

    Que fanfic linda! Amei muito! Parabéns

  • kelly Postado em 18/08/2015 - 16:07:06

    ai que ódio desse fernando!! e fiquei muito p da vida com a dul por ela ter ido embora! como pôde? Ainda bem que ee persistiu e foi atras dela!!!! amei essa história tanto qnt amei noite com o inimigo!

  • kelly Postado em 18/08/2015 - 15:07:02

    Thaaaay, minha amada! foi pura coincidência! Eu nem sabia que vc estava postando esse livro. Eu conheço essa história desde o inicio do ano passado. Tenho ele no meu pc. E uma leitora minha - Yasmim - me pediu pra postar quando eu terminasse de postar where i need to be-wanted-anything like me. Eu não entro lá no yoble desde que você encerrou 'noite com inimigo'! Eu já vinha adaptando desde que a yasmim me pediu, e já tenho a obra toda adaptada, apenas a formatação do capítulo é que faço quando vou postar. E só comecei a postar agora, pq eu só queria postar depois que encerrasse a outra. Então, só posso dizer que todas nós temos mentes brilhantes! por pensar nessa história e postá-la ao mesmo tempo. Seu banner ficou muito lindo! Parabéns! - sei fazer isso não! kkkkkkkkkkkkkkkkkk! beijos amada, sucesso!

  • kelly Postado em 06/08/2015 - 11:01:19

    AI MEU DEUSS!!! como ela diz que não h´futuro pra eles? ainda bem que ele não vai acatar a decisão dela! continua logo flor!!!!

  • kelly Postado em 24/07/2015 - 09:01:59

    Ai meu Deus!!!! Ai que ódio desse fernando! A vontade que to de dar umas facadas nesse pai monstro da dul!!!! Quando ele vai perceber que a ama meu Deus! Ele precisa dela, só se sente bem com ela, quer estar com ela!!!! E a Dul? Como vai ficar qnd essa história toda terminar? Ai ai ai.... continua logo thayyyyy

  • kelly Postado em 24/07/2015 - 08:56:35

    Ai minina eu terminei de ler!!!!!! Amei!!!!!! Muito lindaaaaaa - só não consegui comentar! Lesadinha eu..... o link da que eu posto aqui é: http://fanfics.com.br/fanfic/45380/where-i-need-to-be-wanted-anything-like-me-vo ndy

  • Thaaaay Postado em 22/07/2015 - 19:43:12

    Kelly: Eu acabei aquela lá já, comecei outra. Tu posta web né? me manda o link para poder ler. Se tu quiser tbm, cria um tópico lá na WNV e faz parte da familia também, se precisa de ajuda em algo as meninas são umas fofas elas te ajudam. Até fazer banner se você quiser. Vou postar mais tarde pra ti.

  • kelly Postado em 20/07/2015 - 16:41:17

    Ai meu Deus!!!!!!!!!!!!!!! eles ficaram juntos!!!!! agora eu quero ver como ela vai se sentir quando souber o q o pai dela fez a ele! eu to meio perdida lá na movimentação na outra. mas to lendo e amando! esse fds nem li, mas vou voltar a ler agora. bj

  • Thaaaay Postado em 17/07/2015 - 14:49:26

    kelly: kkkkkkkkkkkkkkkkkkkk bem assim mesmo, jamais desistira dele. Ta louca kkkkkkkkkkkkkkkk Kelly te pedir uma coisa, lá no yoble aquela comunidade é a dos perdidos, ai só posto lá os comentarios e no topico mesmo lá na vondy. Pode deixar que eu vou continuar postando aqui pra você, fico feliz que esteja gostando amo essa historia demais. Obrigadaaaa!!!

  • kelly Postado em 16/07/2015 - 22:45:21

    Ai meu Deus!!!!! Ele realmente acha que em meia hora ela vai desistir de ficar com ele? Só se for muito burra!!!!! Kkkkkkkkk continua flor!!!!


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