Fanfic: Vingança & Liberdade | Tema: Rebelde, Vondy.

– Você já esteve em uma situação em que, por mais que tente, tudo o que faz dá errado?
– Algumas vezes. Christopher passou o braço pelas suas costas. Inez sentiu o calor envolvê-la e aspirou seu perfume sutil, masculino, estonteante, que lhe dava vontade de chegar mais perto e roçar a boca em seu pescoço. Deus!
– Você acha que agora está nessa situação?
– Eu não acho: eu sei.
– Você está preocupada porque seu pai e seu irmão estão aborrecidos com você?
– Esta noite, tudo deu certo, a não ser...
– Herrera. Você está preocupada porque, fingindo considerá-la um troféu valioso, seu pai a ofereceu em uma bandeja e, agora, vai querer sabe o que você fez de errado.
Ela olhou para ele, estranhamente magoada com o insulto.
– Como assim, fingindo considerar? O que você sabe sobre meu pai? Ou sobre mim?
Christopher evitou ficar tenso. Ou simplesmente teria deixado que o fato de o corpo dela se encaixar perfeitamente em seus braços o influenciasse?
– Bastante.
– Você sempre faz comentários sobre pessoas que mal conhece?
– Então, explique. Você é um troféu valioso?

– Isso não serviria para nada porque, depois desta noite, nunca mais nos veremos. – Ela tentou se afastar, mas
ele a segurou com a maior facilidade e engoliu a raiva e a amargura que lhe subiam pela garganta.
– Jamais diga nunca, meu anjo.
Os olhos dela chisparam.
– Pare! Não me chame desse jeito.
– Você não gosta?
– Você não tem o direito de dar um apelido carinhoso a alguém que acabou de conhecer.
– Acalme-se...
– Eu não quero me acalmar. Não sou um anjo, e muito menos sua.
– Dulce. – Foi um aviso sutil, mas eficaz.
O coração de Dulce falhou e recomeçou a bater loucamente.
– Não faça isso – sussurrou ela. Só que, desta vez, não sabia o que estava querendo. Ele se inclinou e colocou a boca a um centímetro do seu ouvido.
– Não chamá-la pelo nome? Ou é isso, ou anjo. Todas as outras palavras seriam mais apropriadas para o quarto.
Ela se incendiou enquanto imagens de lençóis amassados, corpos suados e de intenso prazer lhe passavam pela cabeça, e ouviu-o rir. Quando olhou para ele, Chhristopher a fitava com um olhar guloso. Ela sentiu os mamilos endurecerem, entreabriu os lábios e fixou os olhos em sua boca sensual.
– Agora é minha vez de dizer não faça isso. Não, se você não quiser que eu a jogue por cima do meu ombro e a
leve para a caverna mais próxima.
Apesar do que sentia, ela deu uma risada.
– Estamos no século XXI, senhor.
– O que eu sinto nada tem a ver com isso: é algo de mais primitivo e básico. –
Ele evitou esbarrar em outro par e aproveitou a oportunidade para abraçála com mais força. Dulce engoliu em seco ao sentir a evidência da sua excitação contra a barriga e ficou muito confusa. À sua maneira, Constantine era atraente e carismático, mas nunca fizera com que ela se sentisse daquele jeito. Nem mesmo antes que tudo desse desastrosamente errado. Recordar o homem que partira seu coração e a traíra tão cruelmente foi um banho de água fria. Fizera papel de tola e acreditara que Constantine fosse a resposta às suas preces. Mas agora era mais esperta e sabia que Christopher Uckermann não era a resposta a nenhuma prece, a não ser que fosse pedir por um desastre.
– Creio que cumpri o meu dever de dançar com você. Talvez você queira procurar uma mulher mais ingênua dar-lhe uma cacetada na cabeça e arrastá-la para sua caverna?
– Não é preciso. Eu já encontrei o que procurava.

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ANTES QUE ela recuperasse a pose, Christopher viu uma série de emoções passarem pelo seu rosto. Apesar de amaldiçoar a atração que sentia por ela, estava contente por Dulce ter percebido o que lhe provocava. Ela que pensasse possuir o poder de manipulá-lo... A reação que ela tivera com a partida de Herrera mostrara a importância que dava ao papel de chamariz que o pai lhe dera. Ou ela também estaria tentando agarrar um marido rico? Afinal, Dulce pertencia a uma família que perseguia implacavelmente a fortuna e o poder... Christopher repensou sua estratégia e chegou a uma conclusão surpreendente, mas facilmente manejável. Mataria mais coelhos com uma só cajadada. Com sorte e jogando direito, concluiria seus negócios no Rio mais cedo do que esperava. Dulce tentou se soltar novamente. Christopher voltou a sentir as emoções primitivas de que falara há alguns minutos. Quando ela o empurrou com mais força, ele a soltou e sentiu a mão dela deslizar pela sua, causando-lhe uma sensação que lhe aqueceu o sangue e fez sua virilha latejar. A ideia que lhe ocorrera se solidificou quando ele percebeu que ela tentava controlar a agitação e acalmar a respiração. Christopher escondeu um sorriso. Ou ela ficara ofendida com sua declaração, ou estava excitada. Como não o esbofeteara, deveria estar excitada. Ele desceu os olhos pelo seu corpo, viu seus mamilos despontarem sob o vestido, sua cintura e seus quadris tentadores, e perdeu o fôlego. Consciente de que sua reação física seria útil para conseguir o que queria, Christopher reconheceu que fazia muito tempo que não se sentia tão atraído por uma mulher. Ela tinha algo que despertava seus sentidos de uma maneira que só a perspectiva de vingança lhe despertara durante a última década. Vingança... Fazer com que a pessoa que destruíra sua vida fosse castigada... O som das risadas e das conversas animadas dos convidados o trouxe de volta à realidade. Precisava se concentrar em seu objetivo.
– Boa noite, sr. Uckermann. Espero que continue se divertindo – disse Dulce, afastando-se antes que ele recuperasse a fala.
Não que ele pretendesse responder.