Fanfic: A Noiva Enganada Finalizada | Tema: AyA

A reação de Poncho foi imediata. Numa fração de segundos ele estava em Nova York, de volta no tempo. Fazendo cooper ao lado dela de manhãzinha, parando num café para tomar um cappuccino, fazendo amor debaixo do jato forte do chuveiro, suas mãos ensaboando-lhe o corpo todo...
Colocou o copo em cima da mesinha.
— Nós tínhamos um casamento de verdade, Anahi. Até o momento em que você foi embora.
. — Eu fui embora porque nosso casamento era uma farsa. Ele sentiu vontade de sacudi-la.
— Eu te amava.
— Foi por isso que você passou esse ano inteiro me telefonando e me escrevendo diariamente?
Poncho ficou tenso, o silêncio caindo sobre a sala como um pesado manto. O único som que podia ser ouvido era o tiquetaquear do velho relógio que pertencera ao avô de Anahi.
Ela esperou que ele falasse alguma coisa. "Por favor, Poncho, me conte o que aconteceu. Estou disposta a perdoá-lo se você tiver tido uma razão."
Quando percebeu que ele não tinha nenhuma resposta para dar, Anahi sentiu o coração se contrair de dor. Voltou a sentar-se.
— Catorze meses, Poncho. Você ficou todo esse tempo sem dar notícias. Quando nos falamos pelo telefone logo após a morte do meu pai, você me disse que talvez viesse me visitar. Eu... teria adorado. Estava precisando muito de companhia naquela época.
Poncho ouvia suas palavras, o medo invadindo-lhe a alma. O que Anahi descrevia era algo de que não conseguia se lembrar direito. E a velha pergunta voltou a martelar-lhe a cabeça.
O que acontecera depois que Anahi o deixara? Aquele período de sua vida se resumia a lembranças fragmentadas... Todas elas muito estranhas. Seus amigos diziam que ele havia feito coisas das quais não se lembrava, coisas que não fazia,normalmente. Porém, as poucas recordações que tinha também envolviam fatos igualmente surpreendentes.
Anahi continuou a falar:
— Como você não me procurava, resolvi ligar para Nova York. Mas a secretária eletrônica estava desligada e ninguém atendia. Cheguei até a telefonar para a casa de seus pais e... — ela parou de falar, como se estivesse embaraçada.
— E o quê?
— Um mordomo atendeu. Seu pai não estava em casa e sua mãe não quis falar comigo.
Poncho respirou fundo. Sabia o motivo pelo qual sua mãe não atendera o telefone e talvez devesse dar uma explicação. Mas como? Provavelmente Anahi jamais conhecera alguém deprimido demais para sair da cama. Ela não iria entender.
Anahi continuava, como uma promotora nos tribunais.
— Eu pensei muito, Alfonso. Um homem que ama sua mulher não some do jeito que você sumiu. Não ignora a morte do pai dela. E, principalmente, não se casa por causa de um maldito visto de permanência!