Fanfic: A Noiva Enganada Finalizada | Tema: AyA

Inclinando-se para frente, ele cobriu o rosto com as mãos. Havia feito tudo aquilo. Não dava para negar. Procurou se acalmar um pouco e, quando o fez, falou com a voz trêmula de emoção:
— Eu fui um bom marido, Anahi.
Ela olhou bem dentro de seus olhos. Não. Ele não tinha sido um bom marido. Tinha sido um excelente marido.
— Mas se casou comigo por causa do visto de permanência. Ele se levantou e começou a andar de um lado para
o outro.
— Anahi, eu sei que você quer que eu diga que a teria pedido em casamento, mesmo se não precisasse do visto de permanência. Só que não posso dizer, porque não é verdade. Eu te amava muito. Acho que foi paixão à primeira vista. Mas não, não teria me casado tão rapidamente se as circunstâncias fossem outras.
Então, como se tivesse percebido o que havia acabado de admitir, voltou a sentar-se e cobriu novamente o rosto com as mãos.
Anahi sentiu-se confusa, ludibriada.
— Mas você... teria se casado comigo... Algum dia? Poncho levantou a cabeça.
— Eu te amava muito, Anahi. E prometi ficar a seu lado para sempre.
— Você não respondeu minha pergunta.
— Eu não sei. Mas não importa Anahi. Nós estávamos apaixonados!
— Você me enganou!
— Não foi essa a minha intenção.
Ficaram em silêncio" durante algum tempo, quebrado finalmente pelo próprio Poncho.
— Eu te amava muito. E ainda te amo. A vida a seu lado era maravilhosa. Venha viver de novo comigo, Anahi.
Ela sentiu o sangue fugir-lhe do rosto. Ele parecia tão sincero... Mas certamente estava mentindo.
— Vá embora daqui, Poncho.
— Jante comigo amanhã.
— De jeito nenhum.
— Eu...
— Vá embora, Poncho. Por favor.
Ele respirou fundo. Ainda tinha uma chance. Seu único trunfo. Se não funcionasse, estaria perdido. Colocou a mão no bolso com cuidado e retirou um pedaço de papel.
— Por favor, dê uma olhada nisso.
Anahi aceitou o bilhete que ele lhe estendia, reconhe-cendo-o imediatamente. Seus olhos se encheram de lágrimas. Que saudade daquelas mensagens de amor e carinho que vivia deixando pelos cantos do apartamento de Nova York... Havia sido a época mais feliz de sua vida. Abriu-o e leu em voz baixa.
Eu te amo. Faço o que você quiser. E só pedir.
Era o passado que voltava para assombrá-la. Anahi sentiu-se tonta, cenas incríveis voltando-lhe à mente. Poncho encontrando um daqueles bilhetes debaixo do travesseiro... Poncho dando-lhe um sorriso que parecia trazer em si a luz do sol... Poncho fazendo-lhe pedidos incríveis e excitantes que deveriam ser cumpridos ainda aquela noite...
Tentou endireitar o corpo. Não podia fraquejar.
— Ah, que maravilha, Poncho. Posso saber o que pretende com esse ridículo bilhete? Pedir para que eu desista do divórcio? Pedir para que eu volte para você?
Ele fez que não com a cabeça e aproximou-se dela. De súbito, Anahi sentiu aquele perfume masculino entrando em suas narinas e percebeu o quanto ainda o desejava. Não conseguia mais respirar.
— Eu gostaria que você me desse uma chance de conquistá-la de novo