Fanfic: A Noiva Enganada Finalizada | Tema: AyA

Ali, de pé no meio do quarto, Anahi começou a pensar em suas próprias dúvidas e inseguranças. E em sua escolha.
Divorciar-se de Poncho ou continuar casada.
Ela olhou para a cama arrumada e tomou sua decisão.
"Vou lhe contar esta noite."
Então, fariam amor e dormiriam abraçados, como nos velhos tempos, sentindo-se nervosa e excitada ao mesmo tempo, apanhou a roupa jogada no chão e deixou o quarto.
Conforme o combinado, Poncho chegou em casa às sete e meia. Beijou Anahi rapidamente e correu para o quarto. Tinha apenas quinze minutos para se arrumar.
A primeira coisa que notou foi que a roupa suja não estava mais onde ele a deixara. Isso significava uma coisa: Anahi estivera no seu quarto. Até aí tudo bem. Mas
Será que... Ela havia olhado sua estante? A estante onde colocara o livro Problemas da Mente que ele costumava ler todas as noites, na esperança de encontrar a explicação para o que lhe havia acontecido.
Detestaria se ela o tivesse visto. Iria pensar que ele estava maluco, que era um doente mental. E então... A perderia novamente.
Não, aquilo não poderia acontecer. Anahi era sua estabilidade. No mundo do cinema, tudo mudava a uma velocidade assustadora. Ninguém tinha certeza ou garantia de nada. O ator vivia num mundo de fantasia e às vezes se perdia nele.
O fato de voltar para casa à noite, acordar com as lambidas do cachorro pela manhã, comer as refeições preparadas por Anahi e fazer cooper a seu lado faziam com que se sentisse um homem muito mais forte, completamente diferente do que fora naquele último ano quando estivera sozinho, assombrado pelo que lhe acontecera em Nova York.
Ali, ele dormia sem ter pesadelos. E aquilo era uma bênção.
Eles chegaram ao Teatro Comunitário de Moab às cinco para as oito. Como tivessem comprado os ingressos com antecedência, ocuparam bons lugares na quinta fileira, onde também estavam Diana, Nick Colter e Loira Susan.
O musical foi uma maravilha e o prazer da platéia era mais do que evidente. Numa cidade pequena como Moab, a oportunidade de se assistir a uma peça daquela era rara e Poncho percebeu que a comunidade apreciava cada minuto do espetáculo. Ele também estava apreciando, mas não pôde deixar de se lembrar de outra época, quando era ela próprio quem ocupava um palco.
Um palco que um dia abandonara no meio da peça. Porque imaginara que havia agentes da polícia disfarçados na platéia, prontos para prendê-lo. Prontos para matá-lo.
As luzes se acenderam anunciando o intervalo e Poncho apertou a mão de Anahi, pensando em tudo que vivera durante aquela época.
"Aquilo aconteceu há muito tempo, Poncho Herrera. Não vai acontecer mais."
Ele bem que queria acreditar naquilo.
Ainda estava pensando nas coisas terríveis que lhe aconteceram quando Anahi tirou alguma coisa do bolso. Um pedaço de papel.
— Leia isto, Poncho.
Era um bilhete escrito a mão, que continha as palavras que Poncho aguardava com ansiedade:
"Quero continuar casada com você, Alfonso Herrera. Pelo resto da vida."
Foi como se um peso enorme tivesse sido tirado de seus ombros. Ele guardou o pedaço de papel dentro da carteira e a abraçou.