Fanfic: A Noiva Enganada Finalizada | Tema: AyA

Eles podiam ficar em seu flat em Santa Mônica, até encontrarem um apartamento maior. De preferência que tivesse um grande terraço com um deque e uma banheira de hidromassagem.
Mas... e a casa de Anahi? Será que ela a venderia? Era um lugar tão bonito... O lugar perfeito para se viver com a família.
Pensou nos filhos que gostaria de ter um dia. Eles brincariam com o husky siberiano enquanto Anahi, em sua amada cozinha, prepararia seus pratos maravilhosos para a delícia de todos...
"Não. Eu sou um ator. Sempre serei. Quanto a nossos filhos... Teremos de conversar sobre o assunto."
Ao voltar para casa, Anahi preparava o café da manhã. Como ela não quisesse ajuda, ele sentou-se ao piano e começou a tocar. Precisava mandar afiná-lo. Não gostava de pianos desafinados e...
"Não preciso mandar afinar piano algum. Afinal, não vamos morar nessa casa."
Seus dedos tocaram as teclas e ele se perdeu numa das polonaises de Chopin, depois num noturno lento e solene. De qualquer modo, havia uma coisa que não conseguia esquecer. Filhos,
Pensou em sua mãe e sentiu o estômago se contrair. O som de gemidos atrás da porta. Vozes. Pelo menos não herdara os problemas de sua mãe. Mas, então, o que havia de errado com ele?
"Nada."
Nada?
Parou de tocar, fechou o piano e levantou-se, o cachorro, levantando-se também para segui-lo. Precisava comer alguma coisa. Os problemas ficariam para depois.
Anahi chegou ao escritório às oito da manhã. Sentou-se à sua mesa cheia de papéis e começou a estudar um complicado relatório financeiro que Nick Colter fizera no dia anterior. Os negócios não iam muito bem.
Levantou a cabeça e tentou imaginar o que seria de sua vida dali em diante. Havia prometido ficar ao lado de Poncho até o fim de sua vida. E aquilo tinha um significado muito claro. Iria deixar Moab e a empresa que seu pai tanto amara.
Será que Diana conseguiria tocar Rapid Riggers sozinha? Não sabia dizer.
Voltou a estudar o relatório e ainda estava tentando decifrá-lo, quando a irmã chegou. Usava um vestido florido, sandálias de salto alto e trazia um cigarro numa mão e uma revista na outra.
— Oi, Anahi.
— Oi, Diana.
— Acabei de passar pela banca para comprar cigarros e dei de cara com isto aqui. Quer dar uma olhada?
Anahi olhou para a revista que a irmã colocara em cima da mesa.
— O que há de interessante aí dentro?
— Acho que você mesma devia descobrir. Abra na página quarenta e cinco.
Ela deixou o relatório de lado, apanhou a revista e abriu na página indicada.
Alfonso Herrera sorria para a câmera, numa das mais belas fotos que já haviam sido feitas de seu rosto. Ele era todo perfeito. Olhos, nariz, boca e dentes. Parecia uma escultura grega. Embaixo, lia-se a manchete: "Zachary Herrera, o inglês que veio tirar o sono das americanas".
Anahi leu o artigo rapidamente. Usando uma linguagem que misturava malícia e ironia, a jornalista apontava Poncho como o símbolo sexual do momento, o galã cheio de músculos que falava o inglês da rainha e que fazia milhares de fãs sonharem em tê-lo em suas camas.
Ela fechou a revista e recostou-se na cadeira, mais nervosa e trêmula do que queria admitir. Antes que pudesse dizer alguma coisa, Diana apontou para sua mão esquerda.
— Ei! Você voltou a usar sua aliança!
Anahi fez que sim com a cabeça. Havia tirado a aliança do fundo de uma gaveta e pedido e Poncho que a colocasse novamente em seu dedo. Então ligara para seu advogado, o dr. Powers, e lhe pedira para retirar os papéis do divórcio. Estava tudo acabado.
Tudo estava apenas começando.
Diana não pôde deixar de perguntar:
— Você vai deixar Moab e mudar-se para a Califórnia? Anahi olhou para a revista.
— Vou.
— E o que vai ser de Rapid Riggers? Será que a empresa... vai sobreviver?
Anahi não tinha resposta para aquela pergunta. Nem para muitas outras que não paravam de martelar sua cabeça.
No final da tarde daquele mesmo dia, Anahi e Poncho foram dar um passeio às margens do rio Colorado. O nível da água tinha subido muito por causa das recentes chuvas e sua cor avermelhada fazia jus ao nome com que fora batizado.
Anahi fizera uma trança nos cabelos e usava um chapéu no estilo Indiana Jones, que havia pertencido a seu pai. Ela parecia fazer parte daquele local.
E ele ia tirá-la dali.
Fizeram amor num cantinho escondido do rio, onde a água que caía do desfiladeiro havia criado uma espécie de piscina aquecida cercada por pedras e areia. Aquele lugar parecia ser o paraíso na Terra. Depois, exausta e satisfeita, ela deitou a cabeça em seu colo e perguntou:
— Onde iremos morar na Califórnia?
Acariciando-lhe os cabelos, Poncho fechou os olhos e levantou a cabeça, a fim de que o sol do fim da tarde aquecesse seu rosto.
— Tenho um pequeno flat em Santa Mônica, mas gostaria de comprar um apartamento maior.
Ele queria um lugar só deles, um lugar permanente. Como a casa de campo de seus pais, no interior da Inglaterra. ` Como a casa de Anahi.
— Espero que você não fique triste por ter de deixar Moab, Anahi.
Ela levantou a cabeça.
— Eu irei para onde você for. Sua casa será minha casa, sua gente, minha gente, seu Deus, meu Deus.
Era uma promessa que ela iria cumprir.