Fanfic: A Noiva Enganada Finalizada | Tema: AyA

Ela caiu na risada e abraçou-o. Estava tudo acabado. A cena tão temida já fazia parte do passado.
Era muita felicidade.
Poncho olhou bem dentro de seus olhos e sentiu uma pureza dentro de si próprio que jamais desconfiara que existisse. Queria lhe dizer o quanto a amava como eram fortes os laços que os uniam, mas não encontrou palavras para fazê-lo. Então, apertou-a com força e cobriu-lhe os lábios com os seus.
Poncho teve outro pesadelo aquela noite. Anahi ouviu seu grito e, em meio ao próprio sonho que estava tendo pensou que se tratasse de uma criança chamando pela mãe. Ao abrir os olhos, viu Poncho com a cabeça apoiada nas mãos.
Era como se fosse um gesto de desculpas. Boris também acordou. Com as patas da frente em cima da cama, olhou para Poncho com os olhos cheios de preocupação.
Acariciando rapidamente a cabecinha do cachorro, Poncho olhou para Anahi, a luz do luar entrando pela janela aberta.
— Sinto muito, Anahi.
Lembrando-se daquele outro pesadelo no hotel de Nova York, ela respondeu:
— Não tem importância.
Aproximou-se dele e percebeu que, mais uma vez, sua pele estava molhada de suor. Anahi só acordara daquele modo em uma ocasião: quando, aos doze anos de idade, tivera sarampo. Perguntou, um tanto inquieta.
— Você está bem, Poncho?
— Claro. Estou bem, sim. Não precisa se preocupar.
O coração de Poncho batia com força.
— Foi... O mesmo sonho?
— Não.
Mas havia sido bem parecido.
Anahi observou-o, esperando que ele continuasse a falar.
Poncho deu um suspiro.
— Às vezes... Eu sonho... Que as pessoas que eu amo cometem suicídio.
— Que coisa horrível. — Ela fez uma pausa.
— Isso já aconteceu de verdade... Alguma vez?
— Não.
Anahi tentou adivinhar se aquilo era uma reação tardia ao que acontecera em Nova York, quando Poncho vira aquele mendigo na rua. Ele também tivera um pesadelo naquela noite. O coração de Anahi começou a bater tão forte quanto o dele.
"Não me deixe, Anahi."
Mas ela o deixara e Poncho ainda sofria as conseqüências: daquele ato impensado.
A cama tremeu.
Era o cachorro que pulava ali em cima e lambia as mãos do dono.
— Boris! Quer fazer o favor de dar o fora daqui? Anahi riu.
O husky siberiano era um animal instintivo e percebera que Poncho estava com problemas. Momentos depois, ela colocava-o no chão novamente e abraçava seu marido muito amado, aquecendo-lhe a pele molhada com o calor de seu amor.
Anahi passou o dia seguinte inteiro na cozinha da casa, preparando centenas de refeições que seriam congeladas e servidas na semana seguinte, quando começassem as gravações externas. Três ajudantes haviam sido contratadas para auxiliarem naquela complicada tarefa. O trabalho era exaustivo, mas o pagamento recebido era suficiente para tirar a empresa do vermelho.