Fanfic: A Noiva Enganada Finalizada | Tema: AyA

Anahi observou a irmã deixar-se ficar nos braços de Nick durante no máximo dois segundos, então empurrou-o.
— Vá para o inferno, seu desertor. Preciso de um cigarro. Alguém viu meu maço?
Na segunda-feira seguinte, as sete horas da manhã, funcionários da Rapid Riggers, levando uma frota de barcos, jangadas e lanchas, chegavam às margens do rio Colorado, onde as cenas externas iriam ser gravadas. Os atores, técnicos e funcionários chegaram logo depois.
O dia estava claro, ideal para o início dos trabalhos.
Um agente do governo do Estado apareceu e começou a verificar o equipamento todo. Ele iria acompanhar as gravações certificando-se de que todas as regras de preservação do meio ambiente seriam respeitadas.
Antes que a primeira cena no rio fosse gravada, Anahi e Nick deram aos atores e funcionários da equipe uma longa palestra sobre a segurança e dicas úteis no caso de algum eventual acidente.
Poncho saiu do trailer de maquiagem às nove e meia e aproximou-se de Anahi. Vestido como Sêneca Howland, parecia um autêntico pioneiro do século dezenove. Anahi sentiu seu coração inundar-se de amor por ele.
Finalmente, as filmagens tiveram início. Poncho e Martin Place, o ator que fazia o papel de major Powell, entraram em um barco e começaram a remar. As câmeras A, B e C, colocadas estrategicamente numa das margens, registravam cada detalhe da cena.
Nick aproximou-se de Anahi.
— Seu marido rema bem. O velho Sam teria ficado contente por você ter se casado com um homem que sabe manejar um barco.
Nick Colter havia estado presente no enterro de seu pai. Poncho, não. Anahi ficava contente em ouvir aquilo, mas o elogio evocava sentimentos complicados. Resolveu mudar de assunto. Tinha de conversar uma coisa muito importante com Nick, algo que vinha adiando há alguns dias.
— Nick, eu lhe disse na semana passada que não ia vender a Rapid Riggers de jeito nenhum. Mas mudei de idéia e acho que vou ter de vender a minha parte. Você por acaso estaria interessado em comprá-la?
O rapaz olhou para Poncho no barco, então virou-se novamente para Anahi. Havia um sorriso em seus lábios?
— Quanto quer?
Anahi lhe disse a quantia. Nick Colten estendeu-lhe a mão.
— Negócio fechado.
Ao retribuir-lhe o cumprimento, Anahi sentiu como se tivesse vendido seu próprio filho. Mas havia dado sua palavra a Poncho.
"Eu vou para onde você for. Sua gente será minha gente e seu Deus, meu Deus."
As filmagens prosseguiram naquele mesmo ritmo durante uma semana. Então, atores, funcionários, trailers, máquinas e câmeras voltaram a Moab, onde o resto das cenas seriam filmadas. Havia gravações de dia e à noite. Poncho era solicitado a toda hora, mas sempre que podia dava uma passada em casa a fim de dar um beijo em Anahi e terminar seus consertos. O cachorro o seguia por toda parte. Era o animal mais fiel e doce que ela já conhecera. Era difícil imaginar que, um dia, pertencera a outra pessoa.
Anahi começou a preparar a papelada para a venda de sua parte da empresa. Com o dinheiro obtido compraria a parte de Diana da casa onde morava. A casa onde talvez seus filhos passassem as férias. A casa de que Poncho tanto gostava. A casa que nunca mais voltaria a ser seu lar.
Finalmente, chegou o dia das gravações das cenas finais, que deveriam acontecer no Cataract Canyon. Por causa da distância, o elenco e os funcionários decidiram acampar as margens do rio. Um helicóptero visitava a equipe diariamente trazendo todos os tipos de provisões, mudanças de última hora no script e ingredientes frescos para as refeições que Anahi e suas três ajudantes iriam preparar. O estoque dos congelados já havia acabado.
Alfonso e Anahi ficaram acampados numa tenda confortável. Assim que as filmagens recomeçassem, ambos não iam ter muito tempo para se ver e, portanto, pretendiam aproveitar aqueles últimos momentos juntos ao máximo.
Na noite anterior ao início dos trabalhos, Poncho acendeu uma fogueira no meio do acampamento e ficou ali, ao lado de Anahi, admirando a beleza e a exuberância daquele lugar.
Anahi, a cabeça deitada no ombro dele, havia acabado de abrir uma cerveja.
Ouvindo o crepitar do fogo, a música do rio e o zumbido dos insetos no ar, saboreou o aroma da madeira e tentou não pensar na partida que estava próxima. Nem naquele lugar mágico que iria deixar. Muito menos nos amigos que talvez nunca mais visse quando se mudasse para a Califórnia.
Acampado na tenda ao lado, Bronco Bob conversava com um amigo.
— Não houve uma morte por aqui em 1987?
— Que ano aquele cara. Um verdadeiro terror. O homem que morreu era...