Fanfic: A Noiva Enganada Finalizada | Tema: AyA

Moab, Utah
Catorze meses mais tarde
Reunidos...
No dia em que o anúncio dos jeans Ben Rogan apareceu na imprensa escrita e falada, as autoridades de Salt Lake City, de Phoenix e de Raleigh, na Carolina do Norte, resolveram censurá-lo. Nas outras cidades, as revistas sumiram voando das bancas e as mulheres que olhavam para os cartazes nas ruas ficavam boquiabertas e perguntavam absolutamente encantadas:
— Que é esse homem maravilhoso?

A mulher que tinha a resposta para aquela pergunta não viu o anúncio em questão, embora tivesse ouvido falar a respeito da censura. Mas não se preocupou muito com aquilo. Estava ocupada demais dirigindo a empresa de turismo de seu finado pai... e tentando encontrar o marido que havia desaparecido completamente de sua vida após um estranho telefonema havia mais de um ano.
Às cinco horas da tarde do dia em que Alfonso reapareceu em sua vida, Anahi se encontrava na cozinha do escritório da Rapid Riggers, as mãos brilhando de graxa. Havia acabado de trocar o óleo de um dos jipes da firma e, ao olhar pela janela empoeirada, viu dois de seus guias turísticos muito entretidos numa divertida guerra de água. Um tentava acertar o outro com a mangueira aberta e ambos estavam encharcados. O jardim tinha se transformado num imenso lamaçal.
"Já chega!"
Apanhou um generoso pedaço de uma toalha de papel absorvente a fim de não sujar a maçaneta de graxa e, abrindo a porta, colocou a cabeça para fora.
— Ei, vocês dois! Parem com essa bagunça!
O ruído de passos atrás dela fez com que se virasse novamente. Era Diana que se aproximava. Usando um vestido florido e sandálias de salto alto, sua irmã parecia fresca e descansada como se tivesse acabado de acordar. Havia uma revista debaixo de seu braço.
— Ora, Anahi, pare de implicar com os rapazes. Eles só estão relaxando depois de um dia de trabalho.
Anahi usou a toalha de papel para remover a maior parte da graxa de suas mãos, depois terminou o serviço com a ajuda de um preparado especial.
— Pois eu acho que, em vez de ficarem perdendo tempo com esse tipo de brincadeira, eles poderiam fazer algo de mais útil. Como lavar essas janelas cheias de poeira, por exemplo.
Diana fez uma careta.
— Anahi, esse é um lugar alegre e divertido. Tem de ser. Estamos servindo o público e precisamos passar uma energia positiva a fim de fazer com que eles se sintam bem.
— Mas eu estou passando uma energia positiva
— respondeu Anahi, sentando-se numa cadeira.
— Tanto quanto é possível para uma pessoa que passou a tarde toda trocando óleo de dois jipes, pintando um barco e esperando que aquele folgado do Nick Colter, que, aliás, ganha um salário astronômico, dê o ar de sua graça por aqui. Você sabe onde ele se meteu? Diana deu um suspiro.
— Ele não está atrasado, Anahi. Na verdade, acabei de vê-lo no centro da cidade. Estava deixando dois passageiros no hotel e deve chegar daqui a pouco. Agora, quanto a seu salário, nós duas concordamos que valia a pena segurá-lo aqui. Nick é nosso melhor funcionário e, além disso, não precisa do emprego. Está conosco porque gosta do que faz. Tem bastante dinheiro no banco e, se não ficarmos de olho, qualquer dia desses ainda nos deixa sozinhas e monta uma empresa de turismo própria.
— Que faça bom proveito — murmurou Anahi. Só que ela não falava sério. Não podia se dar ao luxo de perder Nick, principalmente agora que a Rapid Riggers iria dar consultoria a uma equipe de Hollywood que chegaria na semana seguinte a fim de rodar um filme às margens do rio Colorado.
Diana sentou-se ao lado da irmã.
— Ninguém mais por aqui agüenta seu mau humor, Anahi.
A única coisa que você faz é reclamar de tudo o tempo todo. Estou começando a achar que tanta falta de alegria atende pelo nome de Poncho Herrera...
— Diana...
— Já que está tão infeliz, por que não vai atrás dele? Quem sabe vocês dois ainda possam se entender e...
— Eu estou tentando localizá-lo a fim de pedir o divórcio, Diana.
Diana Portilla abaixou a cabeça visivelmente constrangida.
— Eu sinto muito, Anahi. Pensei que ainda houvesse uma chance para vocês.
Anahi deu um sorriso desanimado.
— Chance nenhuma. Acabou mesmo. Eu nunca mais tive notícias dele desde aquele nefasto dia em que recebi seu telefonema, há mais de um ano.
Diana colocou a revista que segurava nas mãos em cima da mesa.
— Bem, ao que parece, eu consegui achá-lo. Aqui dentro.