Fanfic: A Noiva Enganada Finalizada | Tema: AyA

Ela estudou seus olhos e seu rosto com cuidado. Ainda não parecia ser o Poncho de sempre, mas pelo menos não estava tão estranho quanto antes. E o fato de ter tomado banho e trocado de roupa não deixava de ser um bom sinal.
Deixou a tenda e voltou para a cozinha, a fim de preparar uma bandeja com o café da manhã de Poncho. Escolheu huevos rancheros que ele adorava, sonhos recheados, panquecas com mel e um bule de café com leite. Talvez ele melhorasse depois de comer. Passara o dia anterior quase que em completo jejum. Quem sabe ele até ficasse bom a ponto de dispensar o helicóptero e não mais precisar ir para o hospital.
Tinha aquele pensamento na cabeça ao entrar na tenda.
— Poncho! Olhe só o que eu lhe trouxe. Huevos rancheros. Sei que você adora e...
Anahi parou de falar no meio da frase. A tenda estava vazia.
— Poncho?
Ela jogou a bandeja no chão e saiu desesperada à sua procura.
— Ei, pessoal! Alguém viu Poncho por aí? Ninguém tinha visto.
Ele havia planejado tudo enquanto abria a sacola de Anahi, em busca de xampu e cremes para seu banho. E percebera que ali dentro estava exatamente o que ele queria. Duas garrafas de água. Roupas. Tênis confortáveis. Hidratante com filtro solar.
Fora muito fácil. Tomara seu banho, depois esperara até que Anahi saísse a fim de lhe preparar o café da manhã.
Sabia para onde as pessoas esperavam que ele fosse. Para a floresta. O mesmo local da noite passada. Ah, mas ele era esperto demais. Não iria voltar para o mesmo lugar.
Não. Só havia um jeito para fugir daquele inferno. Foi então que se lembrou...
Seu cachorro. Talvez pudessem pegá-lo através de Boris. Tinha de chegar a Moab e alcançá-lo antes que eles o fizessem.
Mas... E Anahi? Será que ela também fazia parte daquele esquema para seqüestrá-lo. Mas... e se não fizesse? Será que eles... Iriam machucá-la?
"Não se pode confiar em ninguém..."
"As pessoas são más..."
"Seus amigos não são amigos de verdade..."
"Eles querem vê-lo morto..."
Poncho parou um instante a fim de tirar as botas e calçar os tênis. Enquanto continuava a correr em direção a um barco parado bem ali adiante, tentou não pensar em mais nada. Eles podiam ter equipamentos que liam a mente. Por isso, não iriam pensar em absolutamente nada que fosse importante. Não iria pensar no cachorro...
Nem iria pensar... nela.
Anahi olhara em volta, desesperada. Poncho não se encontrava em canto algum. Era provável que tivesse voltado à floresta, em busca de refúgio.
Mas refúgio... por quê?
Nick Colter veio andando em sua direção.
— Oi, Anahi. Alguma novidade?
— Nada.
— Também conversei com uma porção de pessoas, mas ninguém o viu.