Fanfics Brasil - capitulo 74 A Noiva Enganada Finalizada

Fanfic: A Noiva Enganada Finalizada | Tema: AyA


Capítulo: capitulo 74

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— Você está com uma cara boa, meu amor. Dormiu bem à noite?
— Mais ou menos. Eu estava um pouco inquieto e tive de tomar um calmante.
— E agora? Como está se sentindo?
— Um pouco esquisito. E algo meio... Difícil de explicar.
Ela acariciou-lhe os cabelos. Estavam limpos e brilhantes. Alguém devia ter lhe dado um banho. Deitou a cabeça em seu ombro.
— Fique bom logo, meu amor. Minha vida não vale nada sem você.
Dez dias depois, o dr. Holyoak chamou Anahi ao hospital para lhe dar uma boa notícia. Poncho tivera alta. Agora, o médico conversava com ambos em seu consultório.
— Poncho, tudo leva a crer que você esteve em surto durante um breve período de tempo, um episódio desencadeado por um acontecimento estressante, no caso, o incidente no rio. Em Nova York, a mesma coisa ocorreu logo após a partida de Anahi. Outra situação traumática.
Poncho fez que sim com a cabeça e o médico prosseguiu:
— Entretanto, meu diagnóstico é provisório. Estou um pouco preocupado porque o fato aconteceu duas vezes e isso é um tanto raro. Precisamos ter certeza de que o problema não é algo mais sério. Pelo que fiquei sabendo, sua mãe é depressiva há muitos anos, não é?
— Sim.
O Dr. Holyoak ficou pensativo durante alguns instantes, como se estivesse tomando uma decisão. Então, virou-se para Anahi e pediu:
— Sra. Herrera, será que eu poderia conversar com seu marido a sós por um momento?
Curiosa, mas compreendendo a posição do médico, ela se levantou e saiu da sala.
O Dr. Holyoak esperou que a porta se fechasse atrás dela e olhou bem dentro dos olhos de Poncho.
— Eu gostaria que você começasse a fazer uma psicoterapia.


Há problemas mentais para os quais os medicamentos são a melhor solução, mas, devido a natureza do que lhe aconteceu e, sinceramente, por causa de seu problema familiar, acho que seria muito benéfico se pudesse conversar com alguém. Às vezes, coisas que nos acontecem quando somos muito jovens afetam nossa habilidade de lidar com situações similares quando nos tornamos adultos.


Poncho não gostou nada daquilo. Ter de tomar remédios que causavam efeitos colaterais desagradáveis já era uma grande amolação. Não sentia a mínima vontade de conversar com um estranho a respeito de sua infância. Que, aliás, não havia sido infeliz. Ao contrário.


— Eu não sofri abusos quando criança, Dr. Holyoak. Ao falar aquilo, Poncho ouviu e sentiu a diferença em sua
voz. Efeito colateral das drogas. Começou a ficar ansioso. O psiquiatra estava lhe dizendo alguma coisa.
— Talvez algo tenha ocorrido quando você era muito jovem, um fato do qual é provável que nem se lembre, mas que tenha tido um efeito muito grande sobre sua personalidade. Pode ser essa a razão de sua dificuldade em lidar com incidentes traumáticos. — Notando a resistência de Poncho, o médico continuou. — É possível que daqui a duas ou três semanas você esteja muito bem e isso tudo não passe de uma lembrança desagradável. Mas não se esqueça de que, por duas vezes, uma ameaça de perda desencadeou-lhe um surto psicótico. Acho que o fato pode se repetir de novo. Então, por que não fazer o que estiver ao nosso alcance para que isso não aconteça?
O psiquiatra tinha razão. Não dava para negar.
— Certo, doutor.
"Talvez algo tenha ocorrido quando você era muito jovem..."
Enchendo-se de coragem, Poncho perguntou:
— O senhor acha que tenho um trauma de infância que ainda não foi superado? Ou será que meu problema é puramente físico?
— Bem, acho que é mais seguro assumir que você tem uma predisposição física para esse tipo de episódio. Uma espécie de depressão, digamos assim.



Ela pode se manifestar de vários modos e, se o problema fosse só esse, a medicação poderia dar conta do recado. Porém, os fatores que desencadearam seu surto foram muito parecidos. Perda ou ameaça de perda. É aí que eu acho que o trauma de infância pode entrar. Então, respondendo sua pergunta, eu diria os dois. Você teve o trauma e tem a predisposição genética. O resultado foi o que já sabemos.
Poncho sentiu um aperto no coração.
— Então o senhor acha que o problema é genético, não é?
— Em parte. Ainda não sabemos direito como tudo isso acontece. De acordo com o que seu pai me contou pelo telefone, sua mãe já teve episódios muito sérios de depressão com características psicóticas.
Sua mãe também era psicótica? Mas por que seu pai nunca lhe contara?
— Entretanto — continuou o médico — podemos analisar os fatos por um outro aspecto. Você cresceu ao lado de uma mãe que tinha tendências ao suicídio. Essa é uma carga muito pesada para qualquer criança carregar.
Poncho estava surpreso. Ninguém de sua família costumava falar sobre aquilo com estranhos. Até mesmo entre eles o assunto era sempre evitado. E seu pai se abrira com o médico.
"Sua mãe não está bem, Poncho. Deixe-a dormir um pouco... Não faça barulho, ouviu?"
"Sua mãe não vai poder estar presente à sua festinha de aniversário, Poncho. Não fique triste. Ela lhe mandou um beijo bem grande e votos de muitas felicidades. Quem sabe no ano que vem...
Poncho abaixou a cabeça.
— Dr. Holyoak... Eu estou me lembrando agora de uma coisa... Um dia, de manhã, fui falar com minha mãe e a encontrei na cama, dormindo. Tentei acordá-la, irias não consegui. Chamei meu pai, e ele também não conseguiu acordá-la. Ela tinha tomado um vidro inteiro de remédio para dormir. Meu pai a levou para o hospital imediatamente. No final da história, ficamos sem saber se foi um acidente ou uma tentativa de suicídio. O psiquiatra recostou-se em sua poltrona.
— Talvez seus problemas com perdas tenham vindo daí, Poncho. Faz sentido, não faz?
Ele engoliu em seco.
— Mas eu não perdi minha mãe.
— Como também não perdeu sua mulher no rio. Mas imagino que, nos dois casos, tenha imaginado que tivesse.
Poncho sabia que ele estava coberto de razão. Mas era difícil de admitir.
— Compreendo.
— Olhe, Poncho, há excelentes psicoterapeutas em Moab. Vou lhe dar alguns nomes. O processo leva tempo, mas acho que vai valer a pena.
Ele precisava voltar ao trabalho. Deus do céu, o filme. Norton Stills iria matá-lo.
— Quanto tempo, doutor?
— Meses, talvez anos. O tratamento é realmente longo, mas necessário. Pense nisso.
Poncho mudou de assunto, fazendo uma pergunta que martelara em sua cabeça o dia inteiro.
— Será que o senhor poderia reduzir a medicação? Minha voz está muito esquisita. Como vou poder gravar as minhas falas desse jeito?
Poncho realmente tropeçava nas palavras. Qualquer um percebia o fato.
O psiquiatra deu um longo suspiro. Seu olhar era penetrante e Poncho sabia exatamente o que ele estava pensando, exatamente o que estava acontecendo.
"Não, doutor. Não me diga que não pode. Por favor. Não posso tomar tanto remédio assim."
Mas o psiquiatra limitou-se a dizer:
— Vamos esperar mais um pouco, Poncho. Se tudo não passou de um breve surto psicótico sem maiores conseqüências, você logo estará bem melhor.
"E se o negócio for mais grave", pensou Poncho. "O que vai ser de mim? E dos que estiverem a meu lado?"
Diana e Nick Colter levaram o Austin-Healey de Poncho para Grand Junction, de modo que ele e Anahi pudessem voltar para Moab.
Foi ela quem dirigiu o tempo todo. Poncho ainda não estava em condições de fazê-lo.


 



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Autor(a): Mika

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Ele se sentia sonolento e detestava o som de sua própria voz, alterada pela medicação. Mas, durante a viagem, lhe falou sobre a conversa que tivera com o Dr. Holyoak. Ao terminar, Anahi parecia tão chocada quanto ele.— Seu pai nunca lhe contou que sua mãe era doente?— Acho que ele nunca pensava que eu soubesse. Ela estava sempre ...


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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 29



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  • queren_fortunato Postado em 16/12/2015 - 15:09:02

    Que lindooooo

  • hadassa04 Postado em 02/10/2015 - 00:35:35

    Sem palavras texto muito bem escrito, enredo envolvente, fiquei totalmente apaixonada.

  • hadassa04 Postado em 01/10/2015 - 17:59:39

    Ai gente tadinho do Poncho surtou de vez.

  • hadassa04 Postado em 01/10/2015 - 15:44:53

    Tadinho do Poncho... ele surtou por amor....

  • hadassa04 Postado em 01/10/2015 - 15:25:38

    Pq agora eu sei que aconteceu alguma coisa. Então vou parar de comentar e ler um pouco mais.

  • hadassa04 Postado em 01/10/2015 - 15:24:45

    Vontade de dar umas porradas na Annie por ter deixado as coisas como estavam

  • hadassa04 Postado em 01/10/2015 - 15:23:59

    Vontade de matar o Poncho por não ter dado sinal de vida por 14 meses

  • hadassa04 Postado em 01/10/2015 - 15:23:19

    Mikaella essa fic é bárbara, estou lendo sem conseguir parar

  • hadassa04 Postado em 01/10/2015 - 14:08:23

    Mikaella sei que ja finalizou mas agora que estou começando... Então vou comentando de acordo com a leitura.

  • franmarmentini♥ Postado em 02/08/2015 - 00:34:03

    Foi intensa essa fic*


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