Fanfics Brasil - capitulo 75 A Noiva Enganada Finalizada

Fanfic: A Noiva Enganada Finalizada | Tema: AyA


Capítulo: capitulo 75

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Ele se sentia sonolento e detestava o som de sua própria voz, alterada pela medicação. Mas, durante a viagem, lhe falou sobre a conversa que tivera com o Dr. Holyoak. Ao terminar, Anahi parecia tão chocada quanto ele.
— Seu pai nunca lhe contou que sua mãe era doente?
— Acho que ele nunca pensava que eu soubesse. Ela estava sempre deprimida, mas isso nunca foi encarado como uma doença. — Ele fez uma pausa. — Minha mãe vivia ameaçando se suicidar.
Olhando fixamente para a estrada, Anahi tentou esconder seu horror. Aquilo era horrível.
— Ela fazia isso, Poncho? Ameaçava... Se matar?
— Sim.
— E ainda... Ameaça?
— Não.
Anahi se lembrou dos pesadelos de Poncho. Pessoas que amava se suicidando.
Virou-se para ele, depois voltou o olhar para a estrada à sua frente.
— Você deve ter sofrido muito com tudo isso. Ele abaixou a cabeça.
— Um dia, eu a encontrei em seu quarto. Desacordada. Ela tinha tomado um vidro inteiro de calmantes. Mas, na hora em que a vi, pensei que estivesse morta.
Anahi engoliu em seco.
— Quantos anos você tinha na época?
— Doze.
Ela mal consegue respirar.
— Por que nunca me falou nada a esse respeito?
— Por uma razão muito simples, Anahi. Eu tinha me esquecido. Tinha banido o fato da minha mente. Foi conversando com o Dr. Holyoak que me lembrei.
Anahi não sabia o que dizer. Crescera em meio a uma família adorável, onde todos eram felizes e saudável Claro que havia sido muito duro perder sua mãe, anos depois, seu pai, mas a vida sempre lhe fora tranqüila e satisfatória. Passara uma infância alegre, onde nunca houvera traumas, nem grandes problemas. Por isso, mal conseguia acreditar nas coisas horríveis que Poncho lhe contava agora. Ele vinha de uma família tão importante...
"Meu amor, como você deve ter sofrido..."
Seu coração chorava por ele.
— E por tudo isso que o Dr. Holyoak sugeriu um psicoterapia — continuou ele.
— Parece que uma análise seria muito útil no meu caso.
— E você, Poncho? Estaria disposto a fazer isso?
— Não. Acho que preferia ter de arrancar um dente sem anestesia. Mas, já que não há outro jeito...
Anahi caiu na risada. Pelo visto, o senso de humor d Poncho estava voltando. Não deixava de ser um bom sinal
— O Dr. Holyoak realmente acha que a terapia lhe faria bem?
— Pelo menos foi o que ele disse. O cara deve acha que eu estou maluquinho, isso sim.
Novamente, Poncho ouviu o som de sua voz. Parecia se outra pessoa falando. A sensação era muito desagradável
Ele estava maluquinho de verdade. Um maluco real,mas um maluco de qualquer jeito. E ele precisava contar-lhe o resto. Não era justo esconder.
— O Dr. Holyoak me disse que o problema pode se genético.
— Uma predisposição. Sim, eu já sabia.
— Isso é péssimo, porque você quer ter filhos. Ele também queria.
— O médico disse que eu não devo ficar grávida?
— Não. Ele não disse nada.
O resto do percurso foi feito no mais completo silêncio. Quando finalmente chegaram à rua de casa, Poncho teve uma sensação estranha, como se estivesse perdido no tempo e no espaço. Somente duas semanas haviam se passado desde que saíra de lá, mas a paisagem estava mudada, flores que até então não passavam de pequenos botões agora desabrochavam em todo seu esplendor. O calor era forte, anunciando o tórrido verão que vinha chegando.
A casa, entretanto, estava realmente igual. Ao ver o terraço e a cerca que ele próprio consertara, percebeu que estava de volta ao lar.
No momento em que Anahi estacionou o carro ali em frente, ele ouviu um latido muito familiar. Boris. Morrendo de vontade de vê-lo, Poncho desceu do Austin-Healey e abriu o portão.
— Boris! Cheguei!
O cachorro correu ao seu encontro, o corpo agitado de tanta alegria, o rabo balançando freneticamente.
Poncho estava mesmo de volta. E a sensação era muito boa.
— Como você cresceu meu amigão! Estava com muita saudade! Você é o cachorro mais bonito do mundo!
Boris agradeceu o elogio dando-lhe uma grande lambida no rosto.
Pouco depois, Poncho e Anahi levavam as malas para dentro, o cachorro corria atrás deles. Estavam entrando no quarto, quando ele perguntou:
— Você vai voltar ao trabalho agora? Anahi deu um sorriso.
— Trabalho? Mas que trabalho? Poncho não estava entendendo nada.
— Ora, Anahi, e sua empresa? Já se esqueceu dela?
— Rapid Riggers já não é mais minha, Poncho. Vendi minha parte para Nick.
— Mas...
— É isso mesmo. E com o dinheiro que recebi, comprei a metade dessa casa que pertencia a Diana. Agora tudo isso aqui é meu, Poncho.
— ela fez uma pausa.
— Nosso.
Ele piscou os olhos. Tudo estava acontecendo depressa demais.
— Bem, Poncho — continuou ela, vou preparar o jantar. O que você gostaria de comer?
"Eu gostaria de ter a minha vida de volta. Eu gostaria de ser normal. Eu gostaria que esse episódio horrível nunca mais acontecesse."
Ele esqueceu de responder.
Anahi compreendeu. Deixando-o a sós com seus próprios pensamentos, ela desceu até a cozinha para ver o que havia na geladeira. Estava quase vazia. Precisava dar um pulo no supermercado a fim de fazer algumas compras, mas Poncho...
No hospital, até os cordões de seus sapatos tinham sido retirados. Ninguém dissera que ele poderia tentar o suicídio, mas Anahi não queria deixá-lo sozinho em casa. Não depois do que ele dissera a respeito de sua mãe. Não depois de tudo que acontecera.
Teria de dar um jeito de preparar um jantar com alguns vegetais murchos e duas coxas de frango.
Resolveu fazer uma canja. Podia não ser o jantar com o qual havia sonhado, mas pelo menos era melhor que nada.
Quando a sopa ficou pronta, Anahi subiu até o quarto para chamar Poncho. Era provável que ele estivesse desarrumando as malas.
— Poncho, você quer jantar agora? Ninguém respondeu. O quarto estava vazio. Tentando manter a calma, Anahi procurou-o pela casa toda. Não o encontrou.
— Poncho? Onde está você?
Acabou achando-o no jardim, brincando com Boris. Ela se aproximou deles, a preocupação estampada em seu rosto.
— Oi, meu querido. Que bom que está aí.
Poncho percebeu que ela tinha medo de deixá-lo a sós durante muito tempo. Louco da vida com a sua própria doença, observou-a caminhar em sua direção. Ela usava um vestido curto e a visão de seu corpo bonito fez com que tivesse um arrepio de prazer. Ainda bem que não estava impotente, apesar daqueles malditos remédios. Mas mesmo assim, havia um enorme abismo entre ele e Anahi.
O abismo da dúvida. Que talvez nunca fosse superado.
Era provável que ela não voltasse mais a confiar nele. Ele próprio não confiava.
— O jantar já está quase pronto — ela avisou.
— Obrigado.
Achando que ele quisesse ficar um pouco sozinho, Grace virou as costas e voltou para casa. Poncho observou-a se afastar, sentindo que uma enorme tristeza invadia-lhe a alma. Ele a amava com desespero, mas não sabia o que seria de sua própria vida.
E se não ficasse completamente bom.
Como poderia obrigar Anahi a ficar ao lado de um louco, até o fim de sua vida? Seria justo?
Claro que não.
Jantaram em silêncio. Depois, Poncho ajudou Anahi a tirar a mesa e a colocar os pratos na máquina de lavar louça. Ela notou que ele estava trêmulo e percebeu que o próprio Poncho também tinha notado. Finalmente, ele pediu licença e deixou a cozinha.
Anahi terminou a arrumação e foi para o quarto. Novamente, Poncho não estava lá.
Encontrou-o no jardim mais uma vez.
Ele estava de pé, junto ao velho carvalho e ela o abraçou com força. Ah, como queria que as coisas voltassem a ser como antes... Mas sabia que aquilo era impossível. Tudo tinha mudado. A realidade precisava ser encarada.
Poncho era doente.
Mas não importava. Ela pretendia ficar a seu lado para sempre. Até que a morte os separasse. Não fora aquilo que prometera no dia de seu casamento?
— Poncho, meu amor...
Ela queria mais do que aquele simples abraço. "Vamos, Poncho, me beije como um amante apaixonado. Mostre-me que voltou para mim de verdade."
Ele deve ter lido seus pensamentos, porque no momento seguinte, suas bocas se tocaram, os lábios se abriam e ambos se beijavam com fúria, com desespero, como se fosse a última noite de suas vidas.
— Anahi, minha Anahi querida...
— Poncho, meu amor, não me deixe nunca... Abraçaram-se com mais ímpeto ainda, mãos tocando,
acariciando, sentindo. Entraram rapidamente em casa e subiram para o quarto.
Enquanto as roupas eram jogadas no chão, Anahi sussurrou, a voz cheia de emoção.
— Eu te amo, Poncho. Você não imagina como senti sua falta...
Ele a abraçou.
— Eu também te amo, Anahi. Sem você minha vida não faz sentido.
Caíram juntos na cama e Poncho não reconheceu o som que saiu de sua garganta, nem o tremor feroz que tomou conta de seu corpo. Aquilo era muito mais do que simples desejo. Era um amor tão forte que chegava a doer.
Anahi estava dizendo:
— Poncho, eu não sei o que faria sem você. Nunca amei alguém assim. E uma coisa tão forte que chega a assustar.
Ele compreendia porque sentia exatamente a mesma coisa.


 



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Autor(a): Mika

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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 29



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  • queren_fortunato Postado em 16/12/2015 - 15:09:02

    Que lindooooo

  • hadassa04 Postado em 02/10/2015 - 00:35:35

    Sem palavras texto muito bem escrito, enredo envolvente, fiquei totalmente apaixonada.

  • hadassa04 Postado em 01/10/2015 - 17:59:39

    Ai gente tadinho do Poncho surtou de vez.

  • hadassa04 Postado em 01/10/2015 - 15:44:53

    Tadinho do Poncho... ele surtou por amor....

  • hadassa04 Postado em 01/10/2015 - 15:25:38

    Pq agora eu sei que aconteceu alguma coisa. Então vou parar de comentar e ler um pouco mais.

  • hadassa04 Postado em 01/10/2015 - 15:24:45

    Vontade de dar umas porradas na Annie por ter deixado as coisas como estavam

  • hadassa04 Postado em 01/10/2015 - 15:23:59

    Vontade de matar o Poncho por não ter dado sinal de vida por 14 meses

  • hadassa04 Postado em 01/10/2015 - 15:23:19

    Mikaella essa fic é bárbara, estou lendo sem conseguir parar

  • hadassa04 Postado em 01/10/2015 - 14:08:23

    Mikaella sei que ja finalizou mas agora que estou começando... Então vou comentando de acordo com a leitura.

  • franmarmentini♥ Postado em 02/08/2015 - 00:34:03

    Foi intensa essa fic*


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