Fanfics Brasil - XV A Noiva Enganada Finalizada

Fanfic: A Noiva Enganada Finalizada | Tema: AyA


Capítulo: XV

493 visualizações Denunciar


Quando Anahi chegou em casa, encontrou Poncho fazendo um último acerto no terraço lateral, Boris jazia a seus pés, roendo um osso.
Ele se levantou para recebê-la. E, com a voz arrastada que Anahi já se acostumara, comentou:
— Já que a casa agora é toda sua, que tal ampliarmos algumas dependências?
Ela o abraçou.
— Parece uma boa idéia. O que você gostaria de fazer?
— Aumentar a cozinha. Construir mais dois ou três quartos. Fazer uma piscina no jardim. O que você acha?
Anahi olhou para ele, sem entender bem o porquê daquela ampliação. Em primeiro lugar, nem iriam morar ali. A casa seria apenas um local para as férias. Em segundo, talvez nem fossem ter filhos... Então, por que fazer tudo aquilo?
Notando sua hesitação, Poncho perguntou:
— Você não gostou da idéia, Anahi? Ela lhe deu um beijo.
— E claro que gostei meu amor. Vamos fazer exatamente o que você quiser.
— Anahi?
— Sim?
— Eu queria lhe dizer obrigado. Obrigado por tudo.
— Mas eu não fiz nada...
— É claro que fez. Você salvou a minha vida. Ajudou-me no momento em que eu mais precisava. Qualquer outra mulher teria virado as costas, Anahi. Mas você não virou. Ficou firme, ao meu lado, o tempo todo. E eu lhe serei eternamente grato.
Como seu pai ficara ao lado de sua mãe. A linda e elegante lady Herrera, que, apesar da beleza, do dinheiro e da posição social, não saía da cama. Nem sequer para tomar banho. Como ela dera trabalho...
"Que Deus não permita que eu dê a Anahi o trabalho que minha mãe deu a meu pai."
Ele olhou para o terraço que estava acabando de consertar. Não quis lhe dizer que, havia quinze minutos, tentava pregar um prego num pedaço de madeira. Nem que sentara ao piano e não conseguira tocar nem uma simples balada.
Sentia-se cada vez mais trêmulo. Mas então, como se recusasse a falar de seus fracassos, disse apenas que a amava.
Anahi sorriu ao ouvir a declaração de amor.
— Eu também te amo, Poncho. Ter conhecido você foi a melhor coisa que me aconteceu na vida. Pode acreditar em mim.
Quinze minutos depois, ao terminar de guardar as compras no armário da cozinha, Anahi olhou para a janela e viu Poncho brincando com Boris. Eram dois amigos inseparáveis. Poncho não podia perdê-lo. Afastou-se dali, tentando não pensar na faixa nem no número de telefone do qual não conseguia esquecer.
Dois dias depois, eles foram para Grand Junction. Poncho tinha uma consulta marcada com o Dr. Holyoak. O médico o achou tão bem que reduziu a medicação e lhe disse para voltar ao trabalho assim que se sentisse em condições. Também recomendou para que ele não se esquecesse da psicoterapia e Poncho prometeu marcar uma hora assim que as filmagens estivessem encerradas. Até lá, não teria tempo para nada.
Embora os produtores tivessem cortado várias cenas nas quais ele deveria aparecer, ainda havia várias a serem filmadas. Poncho sentia-se aliviado que seu papel tivesse sido diminuído. Os efeitos colaterais dos remédios não estavam desaparecendo tão depressa quanto imaginara e ele se sentia um pouco inseguro em voltar a atuar em frente a uma câmera. A casa de Anahi se transformara no seu refúgio, numa espécie de paraíso perdido. Adorava ficar ali dentro, olhando para as paredes, sonhando, sonhando... Sonhando em ver o local repleto de turistas, enchendo a sala com risos e alegria.
O Dr. Holyoak o havia avisado para evitar o estresse e dormir bastante, mas Poncho sabia que sua carreira, a carreira que perseguira durante toda a sua vida, era estressante. E que o obrigara a fazer algumas escolhas erradas. O casamento com Anahi, por exemplo. Era evidente que a amava muito na época, mas o que o levara a lhe fazer o pedido fora o visto de permanência. Ela jamais o perdoara por aquilo. Ele próprio jamais se perdoaria.
Havia feito aquilo por sua carreira. E agora, pela primeira vez na vida, tentava adivinhar... Se ela realmente valia a pena.
Será que o ato de representar lhe era assim tão importante? Começava a achar que não.
Na manhã seguinte, um assistente de produção foi até a casa de Anahi levar um script a Poncho. Às oito da noite, ele deveria comparecer ao estúdio a fim de gravar unia cena ao lado de Martin Place. Não era uma cena longa, ele tinha apenas quatro ou cinco falas. E passou a tarde inteira ensaiando em frente ao espelho.
Às sete e meia, ele e Anahi entraram no Austin-Healey e dirigiram-se à cidade. Fizeram o percurso em silêncio e, quando Poncho avistou o alojamento que abrigava o estúdio, teve novamente uma sensação estranha, um nervosismo diferente, algo que não costumava sentir. Deus graças a Deus por Anahi estar a seu lado. Sem ela, sua vida não teria mais sentido. Anahi era o fogo que aquecia sua alma e coração. Se ele fosse apagado, Poncho acabaria morrendo de frio.
Desceram do carro e foram recebidos pelo pessoal da produção, todos querendo saber como ele estava e desejando-lhe boa sorte e saúde.
— Oi, Poncho, que susto você nos deu...
— Que bom que está melhor!
— Tem se sentido bem ultimamente?
As pessoas tentavam ser simpáticas e agradáveis, mas Poncho percebia que, no fundo, elas tinham um pouco de medo de se aproximar demais. Era como se a psicose fosse algo contagioso.
Fechou os olhos e lembrou-se de sua mãe, chorando atrás da porta do quarto. Seu pai tentando convencê-la a se levantar, a dar uma volta, a tomar um banho, a vestir roupas limpas...
"Por que você não pede o divórcio e começa uma vida nova, papai?" Perguntara, um dia, seu irmão John.
Poncho tinha oito anos na época, mas ainda se lembrava do susto que levara ao ouvir a sugestão do irmão mais velho... e do alívio que sentira ao ver a expressão de surpresa no rosto do pai. Então o conde dissera: "Eu amo a sua mãe, Johnnie. Ela precisa de mim. Conta comigo. Como posso sequer pensar em abandoná-la?"
Mas Poncho não queria que Anahi desperdiçasse sua vida, tomando conta dele.
Não era justo.
Ela merecia ser mais feliz.
Sêneca Howland tinha apenas de dizer algumas frases, todas elas muito curtas. Embora tivesse passado a tarde toda ensaiando, não conseguia dizê-las direito, sem tropeçar uma ou duas vezes. Na hora de filmar a cena, tudo se repetiu e Claude Marshall não pôde deixar de notar.
O diretor ordenou que a cena fosse filmada novamente. Ninguém se incomodou. Mais uma vez Poncho tropeçou nas palavras. Novo corte. Nova filmagem. Poncho começou a ficar ansioso. Novos fracassos. Então veio o medo. Na sexta tentativa, conseguiu falar sem tropeçar uma só vez. Mas não estava nem um pouco natural. Parecia um aprendiz de ator em seu primeiro teste diante das câmeras. A tensão no estúdio era quase que palpável.
O diretor mudou suas falas.
Cortou duas frases.
— Não se preocupe, Poncho — Claude Marshall lhe disse, tentando tranqüilizá-lo.
— Tudo vai dar certo, você vai ver.
Poncho, entretanto, não se sentia tranqüilo. Era como se estivesse aprisionado num corpo que começara a lhe pregar peças. Não sabia mais o que fazer.
Anahi observava-o de longe, o coração apertado, as mãos trêmulas, os olhos cheios de lágrimas. Por que Poncho se submetia àquele martírio todo? Por quê?
Só que ela sabia o motivo. Ele adorava representar. Precisava daquilo. As revelações dos últimos dias a faziam entender o quanto. Era provavelmente uma maneira de lidar com suas emoções, principalmente a dor.
Anahi duvidava que aquela fosse a forma correta de lidai com seus problemas. Se encontrasse uma maneira melhor, talvez seus surtos nunca mais voltassem a acontecer.
Alguém se aproximava dela. Levantou a cabeça e viu Norton Stills andando em sua direção. Ela não sabia que o produtor estava no estúdio naquela noite.
— Oi, Anahi.
— Oi, Norton.
Ele fez um gesto com a cabeça em direção a Poncho.
— Como está ele?


 



Compartilhe este capítulo:

Autor(a): Mika

Este autor(a) escreve mais 24 Fanfics, você gostaria de conhecê-las?

+ Fanfics do autor(a)
Prévia do próximo capítulo

Não querendo dizer nada que pudesse prejudicar a carreira de Poncho, ela limitou-se a responder:— Melhorando.Norton Stills fez que sim com a cabeça e permaneceu em silêncio durante algum tempo. Então, comentou, finalmente:— Olhe, Anahi, eu sei que você deve estar aborrecida em ver as dificuldades pelas quais Poncho está pas ...


  |  

Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 29



Para comentar, você deve estar logado no site.

  • queren_fortunato Postado em 16/12/2015 - 15:09:02

    Que lindooooo

  • hadassa04 Postado em 02/10/2015 - 00:35:35

    Sem palavras texto muito bem escrito, enredo envolvente, fiquei totalmente apaixonada.

  • hadassa04 Postado em 01/10/2015 - 17:59:39

    Ai gente tadinho do Poncho surtou de vez.

  • hadassa04 Postado em 01/10/2015 - 15:44:53

    Tadinho do Poncho... ele surtou por amor....

  • hadassa04 Postado em 01/10/2015 - 15:25:38

    Pq agora eu sei que aconteceu alguma coisa. Então vou parar de comentar e ler um pouco mais.

  • hadassa04 Postado em 01/10/2015 - 15:24:45

    Vontade de dar umas porradas na Annie por ter deixado as coisas como estavam

  • hadassa04 Postado em 01/10/2015 - 15:23:59

    Vontade de matar o Poncho por não ter dado sinal de vida por 14 meses

  • hadassa04 Postado em 01/10/2015 - 15:23:19

    Mikaella essa fic é bárbara, estou lendo sem conseguir parar

  • hadassa04 Postado em 01/10/2015 - 14:08:23

    Mikaella sei que ja finalizou mas agora que estou começando... Então vou comentando de acordo com a leitura.

  • franmarmentini♥ Postado em 02/08/2015 - 00:34:03

    Foi intensa essa fic*


ATENÇÃO

O ERRO DE NÃO ENVIAR EMAIL NA CONFIRMAÇÃO DO CADASTRO FOI SOLUCIONADO. QUEM NÃO RECEBEU O EMAIL, BASTA SOLICITAR NOVA SENHA NA ÁREA DE LOGIN.


- Links Patrocinados -

Nossas redes sociais