Fanfics Brasil - XVI A Noiva Enganada Finalizada

Fanfic: A Noiva Enganada Finalizada | Tema: AyA


Capítulo: XVI

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Poncho passou a tarde inteira brincando com Boris, lutando contra a enorme tristeza que havia invadido seu coração.
Perda.
Aquilo quase o derrubara por duas vezes. Tinha de tentar se controlar agora. Tinha de dar um jeito de manter a sanidade mental. Por ele mesmo. E, principalmente, por Anahi.
Levou Boris para dar um passeio, depois, quando um vento fresco começou a soprar, levou-o para dentro de casa e começou a acariciar-lhe os pêlos sedosos. Boris, o esperto Boris, percebeu que alguma coisa de muito errada estava acontecendo e lambeu-lhe o nariz, como se quisesse saber o que se passava por ali.
E Poncho lhe contou.
Naquela noite, Anahi observou-o juntar os pertences de Boris. Brinquedos. Escovas. O cobertorzinho de cama. O cachorro percebeu. O rabo abaixou. Limitou-se a ficar deitado no chão, observando-os com olhos preocupados.
Anahi estava com muito medo.
O que Poncho iria fazer?
Ele parecia muito tenso. E estranho. Andava de um lado para o outro e respondia suas perguntas de um jeito mecânico, quase como se estivesse representando num palco.
Agora Anahi via-o com outros olhos. Seu rosto desprovido de emoções, o modo como ele andava de um lado para o outro fingindo que tudo estava bem, mesmo quando seu mundo desabava, não significava que ele não amasse que não fosse uma pessoa carinhosa. Poncho nunca aprendera a mostrar a sua dor, talvez até nem a senti-la, mas era um homem que amava tanto, que nem sabia o que fazer.
"Ele sempre a amara."
As seis da tarde eles ouviram o barulho de um carro parando lá fora. Na cozinha, Anahi olhou para Boris e, então, para Poncho.
Com o rosto ainda desprovido de emoções, ele disse:
— Vamos indo, amigo.
Poncho apanhou a caixa de papelão com os pertences do cachorro e Anahi abriu a porta. Os dois saíram, mas Poncho teve de chamar Boris três vezes antes que o animal os seguisse.
O sol se punha no horizonte, no momento em que Melissa Jackson retirou a coleira de Boris e entregou-a a Poncho.
Ele a apanhou, sem saber bem o que fazer com ela. Melissa olhou-o fixamente, por alguns instantes.
— Boris vai ser muito feliz. De verdade. Esses cachorros só se sentem bem quando estão correndo. Eles adoram competir. São competitivos por natureza.
Poncho sentiu vontade de lhe dar uma resposta adequada, mas achou melhor segurar a língua.
Daniel abriu o porta-malas do Wagoneer.
— Ei, Boris, aqui, garoto. Venha, venha.
O cachorro olhou para Poncho com ansiedade, o rabo entre as pernas. Não havia outra coisa a fazer. Segundos depois, o próprio Alfonso caminhava até o jipe a fim de convencê-lo a entrar, mas Melissa levantou a mão, a fim de detê-lo.
— Não, não faça isso. É melhor que ele se acostume com a minha voz.
A moça foi até o carro e chamou.
— Boris! Venha! Novamente, a hesitação.
Melissa Jackson repetiu o comando.
O husky siberiano olhou para Alfonso.
E Alfonso olhou para o chão, para as árvores, para qualquer outro lugar. Ouviu o chamado de Melissa novamente e ele virou-se em direção ao rio, em direção à água que não parava nunca.
Boris estava indo embora.
Ao virar-se novamente, o cachorro estava no carro. Melissa o elogiava e o acariciava.
Melissa estava levando seu melhor amigo embora.
As portas se fecharam e Poncho viu Boris olhando para ele através da janela. Ao ouvir o barulho do motor, Anahi o abraçou com força. O jipe se afastou desaparecendo em meio à poeira avermelhada de Moab.
Ficaram ali, durante algum tempo, então ele olhou para a mulher. Anahi, cujos olhos castanhos estavam tão assustados. Anahi, que deveria estar se perguntando se ele entraria em surto novamente.
Ela disse apenas.
— Vou preparar um chá. Cuidar dele. Como sempre.
— Obrigado.
Foram para a cozinha e ele sentou-se à mesa. Olhou para a coleira de Boris, ainda em sua mão. Estudou-a durante alguns segundos, então colocou-a de lado. Tudo ia ficar bem. Ele estava apenas um pouco tonto. Tentando pensar em outras coisas, levantou a cabeça e perguntou a Anahi:
— A cozinha terá de ser bem ampliada, se realmente quisermos ter um hotel de boa categoria. Estive até pensando em construir mais uma nos fundos, ao lado da churrasqueira. Que tal?
Anahi tentou responder de uma forma natural. Pensou no que seria de suas vidas dali em diante. Pensou no cachorro que tinha partido. E, antes que o chá ficasse pronto, Poncho levantou-se e saiu. Assim que a chaleira apitou, Anahi foi atrás dele.
Encontrou-o de joelhos, perto do rio, as mãos cobrindo-lhe o rosto. Ela se aproximou dele e ajoelhou-se a seu lado, sentindo a areia entrar em sua roupa.
— Anahi...
Ele a abraçou e ela penteou-lhe os cabelos com os dedos, acariciou seu rosto cuja barba começava a aparecer.
Poncho estava trêmulo e Anahi apertou-o com ainda mais força, os mosquitos zumbindo em seu ouvido. Ouvindo os soluços que brotavam da garganta dele, sentindo o rosto molhado contra o seu, ela disse a única coisa que poderia dizer naquele momento:
— Eu te amo, Poncho querido. Eu te amo tanto....
Poncho sentia seu perfume suave, a maciez de sua pele e de seus cabelos. Era algo reconfortante, mas que o fez sentir mais alguma coisa. Uma mulher quente em seus braços. Uma dor que não ia embora.
Segurando-o nos braços, Anahi sentiu a força de seus soluços e ouviu as palavras cheias de dor, palavras que machucariam qualquer alma sensível.
— Eu o quero de volta. Eu o quero de volta...
O verão foi se passando e Poncho não entrou em surto.
Sua família decidiu lhe fazer uma visita no final de julho, na época de seu aniversário. Os Herrera eram pessoas simpáticas e agradáveis. Lorde Herrera ficou tão encantado com a casa que iria ser transformada em hotel que ajudou Poncho a instalar os ventiladores de teto.
Lady Herrera fez compras com Anahi e Johnnie flertou com Diana.
Numa noite quente no início de agosto, Anahi preparou um grande jantar de despedida em homenagem à família que retornava à Inglaterra. Quase toda a cidade compareceu.
Os Herrera foram embora e a vida continuou em seu ritmo normal. Poncho passava o dia inteiro trabalhando na casa, tentando ocupar sua mente. Mas não conseguia esquecer o cachorro. Boris. Seu querido Boris, que devia estar participando de alguma corrida no Alasca. Correndo em direção à vitória.
Ou à morte.
Numa segunda-feira da terceira semana de agosto, ele e Anahi levantaram cedo, fizeram Cooper e então voltaram para casa a fim de trabalhar no jardim. Poncho estava pensando em comprar o terreno ao lado e plantar seus próprios legumes e verduras. Assim, a comida que Anahi preparava com tanto carinho ficaria ainda mais gostosa. Os futuros hóspedes iriam adorar.
As sete e meia da manhã, o dia ainda não estava muito quente e eles continuaram a plantar azaléias num canteiro. Anahi olhou disfarçadamente para Poncho, que remexia a terra com uma pequena pá. Desde a partida de Boris, o relacionamento de ambos ficara mais forte. Mais próximo. Ele entendia agora que tinha amado muito o animal, mas sabia também que havia uma parte de sua alma que temia mostrar a Anahi. Uma parte vulnerável .que só mostrava ao cachorro, que jamais iria rejeitá-lo.
Levantando-se, Anahi olhou em volta.
— Ei, Poncho, que tal plantarmos azaléias daquele lado? Acho que vai ficar lindo e...
— Você quer se casar comigo, Anahi? Ela olhou para ele, na maior confusão.
— O quê?
De qualquer modo, Anahi sabia que ele não estaca falando bobagens. Nunca mais havia tido um surto psicótico,
Aproximou-se dele e abraçou com força aquele homem musculoso de shorts e de camiseta velha. Um homem que precisava se barbear e cortar os cabelos...


 



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Autor(a): Mika

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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 29



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  • queren_fortunato Postado em 16/12/2015 - 15:09:02

    Que lindooooo

  • hadassa04 Postado em 02/10/2015 - 00:35:35

    Sem palavras texto muito bem escrito, enredo envolvente, fiquei totalmente apaixonada.

  • hadassa04 Postado em 01/10/2015 - 17:59:39

    Ai gente tadinho do Poncho surtou de vez.

  • hadassa04 Postado em 01/10/2015 - 15:44:53

    Tadinho do Poncho... ele surtou por amor....

  • hadassa04 Postado em 01/10/2015 - 15:25:38

    Pq agora eu sei que aconteceu alguma coisa. Então vou parar de comentar e ler um pouco mais.

  • hadassa04 Postado em 01/10/2015 - 15:24:45

    Vontade de dar umas porradas na Annie por ter deixado as coisas como estavam

  • hadassa04 Postado em 01/10/2015 - 15:23:59

    Vontade de matar o Poncho por não ter dado sinal de vida por 14 meses

  • hadassa04 Postado em 01/10/2015 - 15:23:19

    Mikaella essa fic é bárbara, estou lendo sem conseguir parar

  • hadassa04 Postado em 01/10/2015 - 14:08:23

    Mikaella sei que ja finalizou mas agora que estou começando... Então vou comentando de acordo com a leitura.

  • franmarmentini♥ Postado em 02/08/2015 - 00:34:03

    Foi intensa essa fic*


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