Fanfic: O Príncipe dos Canalhas - Adaptada | Tema: Christopher & Dulce
– Que gentil – murmurou ela.
– Quando se gira este botão – disse ele, fazendo a demonstração –, como pode ver, as saias dela se abrem e ali, entre as pernas, está um... – Ele fingiu observar o relógio mais atentamente. – Santo Deus, isso é indecoroso. Creio que há um homem ajoelhado ali – completou, levando o relógio para bem perto do rosto dela.
– Não sou míope, meu senhor – disse ela, tomando-lhe o relógio. – O senhor tem razão. É um homem. Deve ser o amante dela, pois parece estar lhe prestando os serviços de um amante.
Dulce abriu a bolsa, tirou uma pequena lente de aumento e examinou detalhadamente o relógio, consciente de que estava passando por uma análise similar.
– O esmalte da peruca do cavalheiro está um pouco descascado, e há um pequeno arranhão do lado esquerdo da saia da dama – disse ela. – Exceto por isso, eu diria que o relógio está em excelente condição, considerando sua idade, embora duvide muito que será capaz de marcar as horas com precisão. Não é um Breguet, afinal de contas. Ela guardou a lupa e ergueu o rosto para fitar o olhar encoberto pelas pálpebras pesadas de Ucker.
– Quanto acha que Champtois vai pedir por ele?
– Quer comprá-lo, Srta. Saviñon? – perguntou ele. – Duvido que seus pais aprovariam uma compra como essa. Ou as noções inglesas de pudor passaram por uma revolução enquanto estive fora?
– Ah, não é para mim – disse ela. – É para a minha avó. – Dulce teve que lhe dar crédito. Lorde Ucker não se deixou abalar, nem um fio de cabelo.
– Ah, sim – disse ele. – Nesse caso, é diferente.
– Para o aniversário dela – explicou Dulce. – Agora, se me der licença, é melhor eu tirar Chris de suas negociações. O tom de voz dele me diz que ele está tentando calcular e, como você comentou de maneira tão perspicaz, isso não é bom. Ele poderia erguê-la com uma das mãos, pensou Ucker enquanto a observava andar pela loja. A cabeça da mulher mal chegava à altura do seu peito e, mesmo com aquela touca pesada, ela não devia pesar mais do que 50 quilos.
Ucker estava acostumado a ser bem mais alto que as mulheres – e quase todo mundo – e aprendera a se sentir confortável com o tamanho avantajado do corpo. Os esportes, principalmente o boxe e a esgrima, lhe ensinaram a ter passos leves e rápidos.
Ao lado dela, ele se sentiu um paspalho. Um paspalho enorme, feio e estúpido. Ela sabia perfeitamente que tipo de relógio era aquela coisa amaldiçoada. A pergunta era: que tipo de coisa amaldiçoada era aquela mulher? A garota olhou diretamente no seu rosto de canalha e nem pestanejou. Ele havia se colocado bem próximo dela, e ela não fizera menção de se esquivar. Em seguida, ela pegou uma lente de aumento e observou aquele relógio lascivo com a mesma tranquilidade que examinaria uma edição rara do Livro dos mártires de Fox. Desejava agora ter prestado mais atenção ao que Saviñon dissera sobre a irmã. O problema era que, se um homem desse atenção demais a qualquer coisa que Christian Saviñon dizia, com certeza acabaria enlouquecendo. Lorde Uckermann mal havia completado aquele pensamento quando Christian gritou:
– Não! Absolutamente não! Você vai incentivá-la, Dul. Não vou admitir isso! Você não vai vender isso a ela, Champtois.
– Vai, sim, Champtois – disse a Srta. Saviñon em um francês bem competente. – Não dê atenção ao meu irmão mais novo. Ele não tem nenhuma autoridade sobre mim. – Ela traduziu as frases para Christian, deixando-o ruborizado.
– Não sou criança! Sou o chefe dessa maldita família. E eu...
– Vá brincar com o garoto do tambor, Chris – disse ela. – Ou, melhor, por que não leva seu amigo encantador para beber alguma coisa?
– Dul... – A voz de Christian estava tingida pelo desespero. – Você sabe que ela vai mostrar o relógio para as pessoas e... E eu ficarei desonrado.
– Ora, até parece que você virou um puritano depois que saiu da Inglaterra.
Os olhos de Christian ameaçavam saltar das órbitas.
– Virei um... O quê?
– Um puritano, meu querido. Um pudendo, um defensor da moral. Um mero metodista.
Christian proferiu vários sons inarticulados e olhou para Ucker, que, a essa altura, já tinha desistido de ir embora. Apoiava-se sobre o mostruário de joias observando a irmã de Christian Saviñon com uma fascinação taciturna.
– Você ouviu isso, Ucker? – exigiu Christian. – Ouviu o que essa maldita garota disse?
– Não pude deixar de ouvir – disse Ucker. – Escutei tudo com bastante atenção.
– Eu! – Bertie enfiou o polegar no peito. – Um puritano.
– De fato, é bem chocante. Serei obrigado a romper nossa amizade. Não posso me dar ao luxo de ser corrompido por companheiros virtuosos.
– Mas, Ucker, eu...
– Seu amigo tem razão, querido – disse a Srta. Saviñon. – Se as pessoas ficarem sabendo disso, ele não poderá se arriscar a ser visto com você. A reputação dele ficaria arruinada.
– Então conhece minha reputação? – inquiriu Ucker.
– Ah, sim. O senhor é o homem mais perverso que já existiu. E, pelas histórias que as babás contam, come criancinhas no café da manhã, se elas se comportarem mal.
– Mas a senhorita não parece nem um pouco alarmada.
– Não está na hora do café da manhã, e eu não sou nenhuma criança. Embora eu entenda que, devido à sua altura, o senhor pode me confundir com uma.
Lorde Uckermann a olhou da cabeça aos pés.
– Não, eu não cometeria um erro como esse.
– Eu duvido, depois de ouvi-la censurar e insultar um cavalheiro – disse Christian.
– Por outro lado, Srta. Saviñon... – prosseguiu Ucker como se Christian não existisse. Em um mundo perfeito, ele não existiria. – Se a senhorita se comportar mal, talvez eu me sinta tentado a...
– Qu’est-ce que c’est, Champtois? – perguntou a Srta. Saviñon. Ela andara ao longo do balcão e estava diante da bandeja de produtos que Ucker observava quando os irmãos entraram na loja.
– Rien, rien. – Champtois tampou a bandeja com as mãos. Ele olhou nervosamente para Ucker. – Pas intéressant.
Ela olhou na mesma direção.
– São suas compras, meu senhor?
– De maneira alguma – respondeu Ucker. – Por um momento fiquei curioso pelo tinteiro de prata, o qual, como pode ver, é o único item que merece ser examinado. Não foi o tinteiro que ela pegou e examinou com sua lente de aumento, mas a pequena gravura coberta de terra com uma moldura grossa e antiquada.
Autor(a): Demolidora| Fulaninha Qualquer
Esta é a unica Fanfic escrita por este autor(a).
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Coisas cutes da minha vida. Antes de postar, vim aqui para fazer duas divulgações. A Escolhida - Vondy. (De Anny Lemos). Ela foi comprada por ele. Ela e tão doce, tão criativa... Ainda é uma menininha. Ele, ele é frio, é maldoso... Ela precisa de alguém que a ame. Ele precisa de alguém, para p&oci ...
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 257
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stellabarcelos Postado em 23/05/2016 - 15:12:52
Volta a postar linda! Tô louca pra saber o final disso tudo
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Anny Lemos Postado em 05/01/2016 - 09:54:32
COLOQUE SEU BEBE PRA SER VONDY TBM -q
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Anny Lemos Postado em 05/01/2016 - 09:50:29
ISSO AÍ É VACILO! Abandonou? Poxa vida 11/2015 Mia?! :c
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stellabarcelos Postado em 13/11/2015 - 12:40:03
Oh continua! Uma pena você ficar tanto tempo sem postar mas eu vou estar aqui esperando!
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stellabarcelos Postado em 05/11/2015 - 02:49:54
Postaaaaaa
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DaízaVon Postado em 28/10/2015 - 01:41:12
Meu coração pulou quando vi que tinha um novo capítulo. Céus, eu me tornei tão dependente desta fanfic que alguns espinhos furaram minha alma todas as vezes que eu recarreguei a página kkkk não demore desta vez flor, estou anciosa para a vingança da Dul <3
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vondyfforever Postado em 23/10/2015 - 15:12:19
Você voltooooou uhuuuuul! Nao acredito que ele fes isso com a Dul! Postaaa maaaais *-*-**-*-*-*-*-
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stellabarcelos Postado em 22/10/2015 - 22:34:38
Demorou mas voltou . Por essa reação dele eu não esperava! Continuaaa
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stellabarcelos Postado em 10/10/2015 - 10:04:43
Voltaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa
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stellabarcelos Postado em 12/09/2015 - 10:33:44
Você precisa voltar a postar! Por favor! Já faz um mês! Estou muito curiosa pro resto da história!