Fanfics Brasil - Capítulo Três O Príncipe dos Canalhas - Adaptada

Fanfic: O Príncipe dos Canalhas - Adaptada | Tema: Christopher & Dulce


Capítulo: Capítulo Três

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Dulce ficaria mais calma se soubesse que causara pesadelos a lorde Uckermann.


 


Os sonhos dele começaram de forma bastante agradável, com atividades devassas e lascivas. Como sempre, sonhava com mulheres que na verdade nunca tocaria, o marquês não ficou alarmado quando a protagonista se mostrou ser a irritante irmã de Christian Saviñon. Ao contrário, Ucker desfrutou imensamente da possibilidade de colocar aquela intelectual arrogante em seu devido lugar – deitada, de joelhos ou em posições que ele duvidava serem anatomicamente possíveis.


O problema era que, sempre que estava prestes a inundar seu ventre virginal com a semente quente dos Uckermann, algo pavoroso acontecia. Ele acordava. Às vezes via-se afundando em areia movediça. Em outras estava acorrentado em uma cela escura e fétida, com criaturas que não conseguia ver lhe rasgando a carne. Às vezes ele se encontrava no necrotério durante uma autópsia. Como era um homem de considerável inteligência, Ucker não teve dificuldades para entender o simbolismo. Tudo de aterrorizante que surgia em seus pesadelos era, metaforicamente, o que acontecia com um homem quando uma mulher o fisgava. Ainda assim, ele não entendia por que, durante o sono, seu cérebro insistia em incomodá-lo sobre o que ele já sabia. Havia anos ele sonhava com mulheres com quem não tinha intenção de se envolver. Costumava imaginar que a prostituta com quem estava era uma dama que o atraíra. Pouco tempo antes fingira que uma voluptuosa rameira francesa era Leila


Beaumont e saíra do quarto muito satisfeito. Não, mais satisfeito, porque a prostituta havia demonstrado bastante entusiasmo, enquanto a verdadeira Leila Beaumont provavelmente arrebentaria os seus miolos com um porrete.


Em resumo, Ucker não tinha dificuldades em distinguir fantasia e realidade. Havia conhecido Dulce Saviñon e sentira um desejo perfeitamente normal. O mesmo que sentia por quase toda mulher atraente. Tinha um apetite sexual excessivo, herdado, sem dúvida, da mãe vadia, a italiana de sangue quente, e da família materna. Se sentisse desejo por alguma prostituta, pagava a ela e a possuía. Se sentisse desejo por uma mulher respeitável, encontrava uma prostituta para substituí-la, pagava a ela e a possuía. Foi o que ele fez em relação à irmã de Christian. Ou o que tentou fazer, já que ainda não tinha concluído o serviço. Não eram apenas os sonhos que o atormentavam. O incidente no Vingt-Huit não havia exatamente terminado com seu apetite sexual, mas deixou-lhe um gosto amargo na boca. Ucker não voltara ao quarto de Chloe para continuar de onde havia parado e não contratara nenhuma outra prostituta desde então. Disse a si mesmo que as tendências voyeurísticas de Beaumont dificilmente seriam motivo para que ele parasse de se envolver com meretrizes. Mesmo assim, Ucker se sentia relutante em entrar em qualquer quarto com qualquer fille de joie, o que criava um problema sério, já que era exigente demais para se sujeitar a possuir uma mulher em um beco fedorento de Paris. Consequentemente, entre os sonhos que o atormentavam e o gosto amargo na boca, ele não conseguia exorcizar seu desejo de possuir a Srta. Saviñon. Por isso, depois de uma semana, o humor de Ucker estava bastante violento. Então não havia pior hora para que Christian Saviñon lhe contasse que o quadro sujo e embolorado que a Srta. Saviñon comprara por 10 sous tinha se revelado um ícone russo extremamente valioso.


Alguns minutos depois do meio-dia, lorde Ucker tentava se esquivar do conteúdo de uma banheira que fora despejado de uma janela do segundo andar de uma casa na Rue de Provence. Ao tentar não se molhar, ele não percebeu quem vinha trotando em sua direção. Quando o marquês se deu conta, o imbecil já estava ao seu lado e começava a fazer suas revelações empolgantes. Ucker franziu o cenho quando o relato chegou ao fim – ou melhor, quando Christian parou para respirar.


— Um o quê? E é russo?


— Um cone. Não que seja uma forma geométrica, mas uma daquelas gravuras pagãs com muita tinta dourada e detalhes folheados a ouro.


— Acho que você quer dizer um ícone – disse Ucker. – Se for esse o caso, receio que sua irmã tenha sido enganada. Quem lhe disse tamanha besteira?


— Le Feuvre – disse Christian, pronunciando o nome como “Fúver”. Lorde Uckermann sentiu o estômago embrulhar. Le Feuvre era o avaliador mais respeitado de Paris. Até mesmo as casas de leilões o consultavam de vez em quando.


— Há inúmeros ícones no mundo – disse Ucker. – Se for um dos bons, ela fez uma ótima barganha com seus 10 sous.


— A moldura estava incrustada com muitas gemas pequenas. Pérolas, rubis e coisas do tipo.


— Falsas, eu presumo.


Christian exibiu uma careta, como fazia sempre que se esforçava para formular uma ideia.


— Bem, seria estranho, não? Colar um monte de pedrarias fajutas em uma bela moldura de ouro como aquela.


— A pintura que eu vi tinha uma moldura de madeira. – A cabeça de Dain estava começando a latejar.


— Mas isso foi o mais inteligente: a madeira era parte do estojo que usaram para enterrar a pintura. Por isso ela estava tão suja. Não é uma bela piada? Aquele pão-duro do Champtois não fazia a menor ideia. Ele vai arrancar os cabelos quando descobrir. Ucker estava pensando em arrancar a cabeça de Christian. Dez sous. E Dain descartara a pintura, não lhe dera mais do que uma rápida olhada, enquanto a irmã execrável observava a peça com sua maldita lente de aumento. Ela tem uma expressão interessante no rosto, dissera Dulce. E Dain, distraído por ela, não suspeitou de nada. Porque não havia nada do que suspeitar, disse ele a si mesmo. Christian não tinha a metade do cérebro de um pavão. Obviamente ele devia ter entendido tudo errado, como sempre. O “cone” era apenas uma daquelas imagens sagradas que todo fanático religioso na Rússia tinha no canto de algum cômodo, com um toque de tinta metálica e pedaços de vidro colorido colados nas molduras.


— Claro, não vou dizer nada a Champtois – continuou Christian, com a voz ligeiramente mais baixa.


— Eu não devia contar a ninguém, sobretudo a você, disse ela. Mas não sou um cachorrinho, como respondi a ela, então não vou deixar de fazer o que tenho vontade, não é? Por isso, saí de lá para procurá-lo. E o encontrei bem a tempo, porque ela quer ir ao banco assim que Genevieve fizer a sesta. Então a pintura vai ficar trancada no cofre e você nunca mais vai vê-la.


 


O marquês de Uckermann, Dulce sabia, estava furioso. Ele estava sentado em sua cadeira com os braços cruzados diante do peito e os olhos semicerrados, enquanto esquadrinhava lentamente o interior da cafeteria. Aquilo a fazia lembrar o olhar cáustico que imaginava que Lúcifer devia ter lançado ao redor logo depois da Queda. Ela ficou surpresa ao perceber que aquele olhar não deixara uma trilha de escombros por onde passava. Mas os clientes simplesmente desviavam os olhos – e voltaram a prestar atenção quando Dain concentrou seu desgosto sobre ela. Embora já houvesse decidido como lidaria com o problema, Dulce estava irritada por saber que seria mais fácil se Christian tivesse agido com um pouco mais de discrição. Desejou não ter levado o irmão à loja de Le Feuvre quando foi buscar a pintura. Mas como ela poderia saber que a peça era bem mais do que o simples trabalho de um artista talentoso? Até mesmo Le Feuvre ficou espantado quando começou a trabalhar na imagem e descobriu a moldura de ouro incrustada de joias sob a madeira apodrecida. E, naturalmente, como a peça ficou brilhante e reluzente depois que Le Feuvre terminou de restaurá-la, Christian pareceu muito empolgado. Empolgado demais para dar ouvidos à razão. Dulce tentou explicar que falar sobre o ícone a Ucker seria como agitar uma bandeira vermelha diante de um touro. Christian desdenhou dela com vários muxoxos e disse que Ucker não era mau perdedor – e mencionou que o marquês devia ter uma dúzia daquelas imagens e poderia comprar mais uma dúzia se quisesse. Fosse lá o que lorde Uckermann tivesse, Dulce estava certa de que não era nada como aquela rara madona. E, embora ele tivesse parecido entediado quando ela lhe mostrara o ícone e a parabenizado de maneira incrivelmente condescendente, além de haver insistido entre risos em acompanhá-la, junto com Christian, até o banco para assustar qualquer assaltante em potencial, Dulce sabia que ele queria matá-la. Depois que o ícone foi guardado e trancado no cofre do banco, Ucker sugeriu que parassem para tomar um café. Eles mal haviam se sentado quando Ucker mandou Bertie procurar um charuto que ela duvidava que existisse. O irmão provavelmente não voltaria antes da meia-noite, se é que voltaria. Ele correria até as Índias Ocidentais para encontrar o charuto imaginário – como se Ucker fosse Belzebu, e o irmão, um dos seus diabretes de estimação.  Com Christian fora do caminho, Ucker havia acabado de avisar silenciosamente os clientes da cafeteria para cuidarem das próprias vidas. Se ele a pegasse pelo pescoço e a estrangulasse até a morte, Dulce duvidava que qualquer pessoa ali fosse em seu socorro. Ela achava que ninguém emitiria nem uma única sílaba em protesto.


— Quanto Le Feuvre disse que aquela coisa valia? – Foram as primeiras palavras dele desde que fizera o pedido ao dono da cafeteria. Quando Ucker entrava num estabelecimento, era sempre o proprietário que corria para atendê-lo.


— Ele me aconselhou a não vendê-la imediatamente – disse ela, evasiva. – Le Feuvre quer contatar um cliente russo antes. Um primo ou sobrinho do czar que...


— Cinquenta libras – disse lorde Uckermann. – A menos que esse russo seja um dos inúmeros parentes loucos do czar, ele não vai lhe dar nem um centavo a mais.


— Então ele deve ser um dos loucos – disse Dulce. – Le Feuvre mencionou uma quantia bem acima disso. Ele a observou com um olhar duro. Encarando aquele rosto severo e sombrio, aqueles olhos negros implacáveis, não foi difícil para Dulce imaginá-lo sentado em um imenso trono de ébano na parte mais funda dos abismos de Hades. Se olhasse para baixo e descobrisse que a bota cara e lustrosa que ele calçava havia se transformado em um casco de bode, ela não se surpreenderia. Qualquer mulher com um mínimo de bom senso ergueria a barra das saias e fugiria. O problema era que Dulce não conseguia chegar àquele nível de sensatez. Uma corrente magnética percorria seus nervos. Contorcia-se e esgueirava-se pelo seu organismo, criando um calor estranho e entorpecente que derretia seu cérebro de maneira impiedosa.



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Autor(a): Demolidora| Fulaninha Qualquer

Esta é a unica Fanfic escrita por este autor(a).

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Olá!!!! Como vão? Bom, venho aqui pedir mil desculpas a todas vocês. Fiquei essa semana inteira atolada de trabalho e ainda pra piorar minha situação mamãe ficou doente. E eu tive que cuidar dela junto com meu pai. Perdão mesmo por deixar vocês sem nenhum capítulo. Mas hoje eu estou de volta e vou postar bastante, ...


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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 257



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  • stellabarcelos Postado em 23/05/2016 - 15:12:52

    Volta a postar linda! Tô louca pra saber o final disso tudo

  • Anny Lemos Postado em 05/01/2016 - 09:54:32

    COLOQUE SEU BEBE PRA SER VONDY TBM -q

  • Anny Lemos Postado em 05/01/2016 - 09:50:29

    ISSO AÍ É VACILO! Abandonou? Poxa vida 11/2015 Mia?! :c

  • stellabarcelos Postado em 13/11/2015 - 12:40:03

    Oh continua! Uma pena você ficar tanto tempo sem postar mas eu vou estar aqui esperando!

  • stellabarcelos Postado em 05/11/2015 - 02:49:54

    Postaaaaaa

  • DaízaVon Postado em 28/10/2015 - 01:41:12

    Meu coração pulou quando vi que tinha um novo capítulo. Céus, eu me tornei tão dependente desta fanfic que alguns espinhos furaram minha alma todas as vezes que eu recarreguei a página kkkk não demore desta vez flor, estou anciosa para a vingança da Dul <3

  • vondyfforever Postado em 23/10/2015 - 15:12:19

    Você voltooooou uhuuuuul! Nao acredito que ele fes isso com a Dul! Postaaa maaaais *-*-**-*-*-*-*-

  • stellabarcelos Postado em 22/10/2015 - 22:34:38

    Demorou mas voltou . Por essa reação dele eu não esperava! Continuaaa

  • stellabarcelos Postado em 10/10/2015 - 10:04:43

    Voltaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa

  • stellabarcelos Postado em 12/09/2015 - 10:33:44

    Você precisa voltar a postar! Por favor! Já faz um mês! Estou muito curiosa pro resto da história!


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