Fanfic: O Príncipe dos Canalhas - Adaptada | Tema: Christopher & Dulce
— Não me importo se o criado é o próprio Mefistófeles – disse ela. – Quero ver se ele se atreve a fazer o mesmo comigo. Pouco tempo depois, enquanto Flora, sua criada aterrorizada, encolhia-se numa charrete imunda, Dulce batia a aldraba na porta de Ucker com toda a sua força. Um lacaio inglês uniformizado a abriu. Tinha quase 1,80 metro de altura. Enquanto ele a media de cima a baixo, Dulce não teve dificuldade para deduzir o que se passava em sua cabeça. Qualquer criado com um mínimo de inteligência perceberia que ela era uma dama. Por outro lado, nenhuma dama se rebaixaria a ponto de bater à porta de um cavalheiro solteiro. O problema era que Ucker não era um cavalheiro. Ela não esperou o lacaio resolver o dilema.
— O nome é Christian – disse ela, bruscamente. – E não estou acostumada a ser deixada ao relento enquanto um paspalho que se passa por criado fica me olhando desse jeito. Você tem três segundos para sair da minha frente. Um, dois... – Ele se afastou e Jessica passou por ele, entrando no vestíbulo.
— Vá buscar o meu irmão – ordenou ela. O criado olhava para ela, embasbacado.
— Srta... Srta...
— Saviñon – completou ela. – A irmã de Sir Christian. Quero vê-lo. Agora. – Ela bateu a ponta da sombrinha no piso de mármore para enfatizar a ordem. Dulce adotara o tom de voz e os maneirismos que descobriu serem eficazes quando lidava com garotos rebeldes e com os empregados de seus tios e tias que faziam comentários abobalhados como “O senhor não iria gostar” ou “A senhora me proibiu de fazer isso”. O tom comunicava apenas duas alternativas: obediência ou morte. E funcionou tão bem agora quanto em quase todas as outras vezes. O lacaio olhou amedrontado para a escadaria do outro lado do corredor.
— Eu... eu não posso, senhorita – disse ele, um sussurro apavorado. – Ele... Ele vai me matar. Nada de interrupções. Nunca, senhorita. Nunca.
— Entendo – respondeu ela. – Você tem coragem de empurrar um porteiro com metade do seu tamanho, mas... – O barulho de um tiro ecoou.
— Chris! – Gritou ela. Soltando a sombrinha, Dulce correu em direção à escada.
Normalmente, o som do disparo de uma pistola, mesmo seguido de gritos femininos, não deixaria Jessica em pânico. O problema era que o irmão estava nas proximidades. Se Christian estivesse perto de uma vala, cairia nela. Se Christian estivesse próximo a uma janela aberta, certamente se debruçaria e cairia dela. Portanto, se Christian estava nas proximidades de um disparo, era possível que ele se encontrasse exatamente na trajetória da bala. Para Dulce, era tolice esperar que o irmão não tivesse sido atingido. Rezava apenas para que conseguisse estancar o sangramento. Ela subiu a longa escadaria, entrou em outro corredor e andou em direção aos gritos femininos e aos berros embriagados masculinos. Abriu a porta de supetão. A primeira coisa que viu foi Christian deitado sobre o carpete, com o rosto virado para cima. Por um instante, isso foi tudo. Correu até o corpo. Quando estava se ajoelhando para examiná-lo, o peito de Christian arfou com um movimento brusco e soltou um ronco ruidoso – um ronco espalhafatoso que fedia a vinho –, o que a fez se erguer no mesmo instante. Em seguida, ela percebeu que tudo no quarto estava tão silencioso e imóvel quanto uma tumba. Dulce olhou ao redor. Esparramados em poltronas e sofás e deitados nas mesas, havia, em vários estágios de seminudez, cerca de uma dúzia de homens. Alguns ela nunca vira antes. Outros, como Vawtry, Sellowby, Goodridge, ela reconheceu. Havia também muitas mulheres, todas elas praticantes da profissão mais antiga do mundo. Seu olhar se fixou em Ucker. Ele estava sentado numa enorme poltrona, com uma arma na mão e duas meretrizes rechonchudas – uma loira e uma negra – em seu colo. Elas olhavam para Dulce e, como todos os outros, pareciam ter paralisado quando ela irrompeu no cômodo. A negra aparentemente estava puxando a camisa de Ucker de dentro das calças, enquanto a outra auxiliava desabotoando a braguilha. Estar cercada por mulheres e homens bêbados e seminus prestes a começar uma orgia não perturbou Dulce, nem um pouco. Ela já tinha visto meninos correrem nus pela casa de propósito, a fim de que as mulheres gritassem escandalizadas, e já fora exposta mais de uma vez a um traseiro adolescente – a melhor ideia que um dos primos tivera para bancar o espertinho com ela. Não se sentiu nem um pouco desconcertada ou inquieta. Nem mesmo a arma nas mãos de Ucker a sobressaltou, pois já havia sido disparada e teria que ser recarregada. A única coisa que a perturbou foi um impulso totalmente irracional de arrancar os cabelos daquelas duas vagabundas e quebrar-lhes todos os dedos. Disse a si mesma que aquilo era uma tolice. Elas eram meras profissionais e faziam o que eram pagas para fazer. Disse a si mesma que sentia pena delas e que por isso estava triste. Dulce quase acreditou. De qualquer forma, acreditando ou não, era dona do próprio nariz e, portanto, de qualquer situação.
— Achei que ele tivesse morto – disse ela, indicando o irmão inconsciente com um meneio de cabeça. – Mas ele simplesmente bebeu até cair. Creio que me enganei. – Ela se dirigiu até a porta.
— Prossigam, monsieurs. E mademoiselles. – E retirou-se. Até certo ponto, decidiu lorde Ucker, tudo havia corrido às mil maravilhas. Finalmente encontrara uma solução para seu problema temporário com as prostitutas. Se não podia tolerar a ideia de possuí-las no bordel ou na rua, ele as teria em sua própria casa. Não seria a primeira vez. Nove anos antes, no funeral de seu pai, uma garota promíscua das redondezas chamada Belinda Peregrín demonstrara interesse por ele, e ele a possuíra, algumas horas mais tarde, na enorme cama ancestral. Ela fora uma companhia bastante agradável, mas não tanto quanto a ideia de que seu recém-falecido progenitor estaria se revirando na cripta de seus nobres ancestrais – e a maioria dos ancestrais se reviravam também. Um aborrecimento surgiu nove meses depois, mas foi fácil lidar com isso. O administrador de propriedades tratou do problema pagando 50 libras por ano. Desde então Ucker restringira-se a prostitutas que executavam seu trabalho de acordo com regras e sabiam que não deviam gerar – manipulando ou chantageando – bebês chorões. Denise e Marguerite entendiam as regras, e ele pretendia usufruir dos serviços delas. Assim que conseguisse lidar com a Srta. Saviñon. Embora Ucker tivesse certeza de que cedo ou tarde ela surgiria para acossá-lo, não esperava que fosse explodir logo em sua sala de visitas. Ainda assim, de certa maneira, estava dentro dos seus planos. O irmão dela estava caindo aos pedaços em uma velocidade gratificante, agora que Ucker havia decidido participar ativamente de sua desintegração. A Srta. Saviñon deveria saber o porquê. E, como era uma mulher inteligente, logo seria obrigada a admitir que cometera um erro grave ao tentar fazer o marquês de palhaço. Ucker decidira que ela seria obrigada a admitir de joelhos sua imprudência. Depois, teria que implorar por piedade. Foi quando as coisas pareceram sair do controle. Tudo o que ela fez foi lançar um olhar entediado para o irmão e outro para os convidados, além de ter observado o próprio Ucker com um toque sutil de satisfação. Em seguida, com uma frieza inesperada, a criatura insuportável deu meia-volta e foi embora. Durante seis dias Ucker passara quase todo o tempo em que estava acordado com o maldito irmão dela, fingindo ser o melhor amigo daquele imbecil perturbado. Durante seis dias Christian ficara latindo nos ouvidos de Ucker, roendo-lhe os calcanhares, exibindo-se, esforçando-se para receber atenção e tropeçando nos próprios pés e em qualquer objeto ou pessoa que cruzasse o seu caminho. Depois de passar quase uma semana tendo seus nervos roídos pelo cachorrinho desmiolado que ela chamava de irmão, tudo o que Ucker conseguira tinha sido se transformar no objeto de diversão da Srta. Saviñon.
— Allez-vous en – ordenou ele, sussurrando. Denise e Marguerite imediatamente saltaram do colo dele e correram para cantos opostos da sala.
— Permita que eu lhe diga uma coisa, Ucker – começou Vawtry, tentando apaziguar a situação. Ucker lançou-lhe um olhar fulminante. Vawtry pegou uma garrafa de vinho e encheu seu copo. O marquês largou a arma, foi em direção à porta, passou por ela e então bateu-a atrás de si. Apertou o passo. Chegou ao alto da escada a tempo de ver a irmã de Christian parar diante da entrada e olhar ao redor.
— Srta. Saviñon – chamou ele. Não ergueu a voz. Não precisava. O barítono enraivecido reverberou pelo corredor como um trovão. Dulce abriu a porta num solavanco e saiu. Ele observou a porta se fechar e disse a si mesmo que devia voltar a disparar contra os narizes dos querubins de gesso no teto, pois, se fosse atrás dela, iria matá-la. O que era inaceitável, já que Ucker nunca, sob quaisquer circunstâncias, se rebaixava a ponto de permitir que qualquer membro do sexo inferior o provocasse. Enquanto refletia sobre aquilo, desceu rapidamente os degraus que restavam e avançou pelo longo corredor que levava até a porta. Ele a escancarou e saiu, irritado, deixando a porta bater atrás de si.
Anny Lemos: Olá *-*!
stellabarcelos: Vou fazer :)
analuvondyenterno: Não tenho celular coisa cute, meu irmão jogou na privada. Nem Facebook. Mas eu tenho qualquer outra rede social que você quiser. Skype, E-mail, etc...
juhcunha: Postado amore.
vondyfforever: Postando :).
Beijo no coração de vocês <3.
P.S. Comentem.
Autor(a): Demolidora| Fulaninha Qualquer
Esta é a unica Fanfic escrita por este autor(a).
Prévia do próximo capítulo
Assim que saiu, Ucker quase a derrubou, pois, por alguma razão descabida, a Srta. Saviñon não estava fugindo, e sim marchando de volta à casa dele. – Que insolente! – gritou ela, dirigindo-se à porta. – Vou quebrar o nariz dele. Primeiro, o porteiro e agora a minha criada. E sem contar a charrete. Isso já passou de ...
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 257
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stellabarcelos Postado em 23/05/2016 - 15:12:52
Volta a postar linda! Tô louca pra saber o final disso tudo
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Anny Lemos Postado em 05/01/2016 - 09:54:32
COLOQUE SEU BEBE PRA SER VONDY TBM -q
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Anny Lemos Postado em 05/01/2016 - 09:50:29
ISSO AÍ É VACILO! Abandonou? Poxa vida 11/2015 Mia?! :c
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stellabarcelos Postado em 13/11/2015 - 12:40:03
Oh continua! Uma pena você ficar tanto tempo sem postar mas eu vou estar aqui esperando!
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stellabarcelos Postado em 05/11/2015 - 02:49:54
Postaaaaaa
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DaízaVon Postado em 28/10/2015 - 01:41:12
Meu coração pulou quando vi que tinha um novo capítulo. Céus, eu me tornei tão dependente desta fanfic que alguns espinhos furaram minha alma todas as vezes que eu recarreguei a página kkkk não demore desta vez flor, estou anciosa para a vingança da Dul <3
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vondyfforever Postado em 23/10/2015 - 15:12:19
Você voltooooou uhuuuuul! Nao acredito que ele fes isso com a Dul! Postaaa maaaais *-*-**-*-*-*-*-
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stellabarcelos Postado em 22/10/2015 - 22:34:38
Demorou mas voltou . Por essa reação dele eu não esperava! Continuaaa
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stellabarcelos Postado em 10/10/2015 - 10:04:43
Voltaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa
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stellabarcelos Postado em 12/09/2015 - 10:33:44
Você precisa voltar a postar! Por favor! Já faz um mês! Estou muito curiosa pro resto da história!