Fanfics Brasil - Capítulo Cinco - Parte II O Príncipe dos Canalhas - Adaptada

Fanfic: O Príncipe dos Canalhas - Adaptada | Tema: Christopher & Dulce


Capítulo: Capítulo Cinco - Parte II

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Dulce Saviñon era uma jovem que encarava os fatos, e, enquanto subia, encharcada, as escadas até o appartement do seu irmão, ela os encarou. Primeiro, ela aproveitara o menor pretexto para encontrar lorde Ucker. Em segundo lugar, sucumbira a uma depressão profunda, sucedida quase instantaneamente por um ciúme furioso, ao ver duas mulheres sentadas no colo dele. O terceiro fato foi que ela quase começara a chorar quando ele fez chacota de seus atributos físicos e chamou-a de “garotinha de meia-tigela”. Em quarto, ela o incitara a atacá-la. No quinto acontecimento, ela quase o matara estrangulado, desejando que o ataque continuasse. E, por último, foi preciso um trovão para afastá-la dele. Quando chegou à porta do appartement, ela se viu tentada a bater a cabeça contra ela.


— Idiota, idiota, idiota. – Resmungou, golpeando o portal com força. Withers abriu-a. Ficou boquiaberto.


— Withers – disse ela. – Falhei com você. – Ela entrou no apartamento. – Onde está Flora?


— Ah, meu Deus. – Withers pareceu perdido.


— Ah, então ela ainda não voltou. Não que isso me surpreenda. – Dulce foi até o quarto da avó. – Na verdade, se minha pobre criada convencesse o cocheiro a levá-la a Calais para atravessar o canal da Mancha num barco a remo, eu não a culparia. – Ela bateu insistentemente na porta de Genevieve. A avó abriu a porta, observou-a por um longo instante e dirigiu-se a Withers:


 – A Srta. Saviñon precisa de um banho quente – disse ela. – Mande alguém cuidar disso... Rápido, por favor. – Em seguida ela tomou o braço de Dulce, puxou-a para dentro, fez com que se sentasse e tirou suas botas ensopadas.


— Eu vou àquela festa – disse Dulce, atrapalhada com as fivelas do casaco. – Ucker pode me chamar de idiota se quiser, mas não vai arruinar a minha noite. Não me importo que toda a Paris tenha visto. Ele é quem devia estar constrangido, correndo seminu pelas ruas. E, quando eu lhe avisei que estava seminu, o que você acha que ele fez?


— Minha querida, eu não faço ideia. – Genevieve rapidamente tirou as meias de seda da neta. Ela contou-lhe o momento em que ele desabotoou as calças sem qualquer preocupação ou pudor. Genevieve explodiu em gargalhadas. Dulce a observou com uma expressão séria.


— Foi muito difícil manter a compostura. Mas essa não foi a pior parte. – Ela soltou um suspiro.


— Ah, Genevieve. Ele foi tão adorável. Eu queria beijá-lo. Bem naquele narigão. E em todos os outros lugares. Foi tão frustrante. Eu tinha decidido que não perderia a cabeça, mas perdi. Então eu bati nele, bati até que ele me beijasse. E continuei batendo até que ele me beijasse direito. Preciso admitir, por mais duro que seja, que, se não tivéssemos sido atingidos por um relâmpago, ou quase, eu acabaria sendo arruinada. Contra um poste de luz. Em plena Rue de Provence. E o mais horrível nisso tudo – ela gemeu – é que eu queria que tivesse acontecido.


— Eu sei – disse Genevieve com um tom apaziguador. – Pode acreditar querida, eu sei. – Ela terminou de despir a neta, já que ela não conseguia fazer mais do que balbuciar e fitar a mobília, envolveu-a em um roupão de banho, colocou-a na poltrona em frente à lareira e pediu que lhes trouxessem conhaque.


Cerca de meia hora depois de Dulce ter saído correndo, lorde Ucker, encharcado até os ossos e com uma touca amassada nas mãos, passou pela porta que um trêmulo Herbert lhe abriu. Ignorou o lacaio, avançou pelo corredor, subiu a escadaria e seguiu por outro corredor até seu quarto. Jogou a touca em uma cadeira, livrou-se das vestes molhadas, secou-se com uma toalha, vestiu roupas limpas e voltou para junto de seus convidados. Ninguém, nem mesmo as prostitutas, teve a audácia ou estava bêbado o suficiente para perguntar por onde ele tinha andado. Ucker raramente dava explicações. Não devia satisfações a ninguém. Declarou apenas que estava com fome e queria sair para jantar, mas todos poderiam ficar à vontade na casa. Todos, exceto Christian, incapaz de executar qualquer ação além de respirar – e o fazia de maneira bastante ruidosa –, acompanharam Ucker até um restaurante no Palais Royal. De lá, foram ao Vingt-Huit e descobriram que o lugar fechara as portas exatamente naquele dia. Como nenhum outro estabelecimento oferecia a variedade do Vingt-Huit, o grupo se subdividiu, cada um escolhendo uma diversão diferente. Ucker foi até um antro de jogatina com suas duas... Vacas, além de Vawtry e a vaca dele. Às três da manhã, Ucker foi embora, sozinho, e perambulou pelas ruas. Suas caminhadas o levaram até a casa de madame Vraisses, exatamente quando os convidados começavam a sair. Ele ficou embaixo de uma árvore, bem distante do brilho fraco emitido por um poste, e observou. Ficou à espreita por quase vinte minutos quando viu Esmond sair de braço dado com Dulce Saviñon. Os dois conversavam e riam. Ela não usava aquela touca ridícula, mas seu cabelo estava armado de uma forma pior ainda. Nós e espirais brilhantes brotavam do alto da cabeça dela, e pérolas e plumas pendiam dos nós e das espirais. O penteado, na opinião de Ucker, era horrível. Era por isso que ele queria arrancar pérolas, plumas e grampos... e observar o véu negro e sedoso caindo-lhe por sobre os ombros... brancos, brilhando sob a luz do poste. Aliás, havia muitas partes brancas, notou ele, com uma irritação crescente. As mangas bufantes e exageradas do vestido azul e prateado que ela usava nem mesmo tinham ombreiras. Começavam a meio caminho dos cotovelos, cobrindo tudo dali para baixo, mas deixavam exposto aos olhos dos cafajestes o que devia ser coberto. Todos os homens na festa haviam examinado, à vontade e de perto, as curvas daquela brancura. Enquanto isso, Ucker, que todos acreditavam ser o Príncipe das Trevas, estava do lado de fora, espreitando nas sombras. Ele não se sentia muito satânico naquele momento. Sentia-se humilhado, como o menino pobre e faminto que pressiona o nariz contra a vidraça de uma confeitaria. Ucker observou Dulce subir na carruagem. A porta se fechou e o veículo se pôs em movimento. Embora ninguém pudesse vê-lo ou ouvi-lo, Ucker deu uma risada discreta. Já rira bastante esta noite, mas não foi capaz de virar a página. Ele sabia que ela lhe traria problemas – claro, como acontecia com qualquer mulher respeitável. “Esposa ou amante, são todas iguais”, ele costumava dizer aos amigos. “Quando uma dama – virtuosa ou não – se prende a você, você se torna o dono de uma propriedade problemática, onde os arrendatários estão sempre em pé de guerra e pela qual você precisa despender muito trabalho e dinheiro. Tudo pelo privilégio ocasional – que depende dos desejos dela – de conseguir o que você poderia ter com qualquer meretriz em troca de alguns xelins.” Ucker a queria, com toda a certeza, mas não era a primeira vez que esse tipo inaceitável de mulher havia mexido com seus desejos. Ele sentia uma forte atração sexual, mas tinha consciência da cilada que tais mulheres pregavam – porque nasceram e foram criadas com esse propósito – para fisgá-lo. E a horrível verdade era que ele havia caído direitinho na armadilha, ao mesmo tempo que se iludia pensando que não fora enganado – ora, se tivesse sido, não havia nada a temer, pois a partir de então não haveria mais um fosso ou um pântano que pudesse prendê-lo. Então o que o prende? , perguntou a si mesmo. Que força poderosa e diabólica o arrastou até aqui para observá-la, embasbacado, sair da festa acompanhada? E que correntes são essas que o prendem aqui, à espera de um vislumbre dela?


Um toque.


Um beijo.


 Isso é revoltante, disse ele a si mesmo. E era mesmo, mas era a verdade, e ele odiava a situação e odiava Dulce por ter tornado aquilo verdade.



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Autor(a): Demolidora| Fulaninha Qualquer

Esta é a unica Fanfic escrita por este autor(a).

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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 257



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  • stellabarcelos Postado em 23/05/2016 - 15:12:52

    Volta a postar linda! Tô louca pra saber o final disso tudo

  • Anny Lemos Postado em 05/01/2016 - 09:54:32

    COLOQUE SEU BEBE PRA SER VONDY TBM -q

  • Anny Lemos Postado em 05/01/2016 - 09:50:29

    ISSO AÍ É VACILO! Abandonou? Poxa vida 11/2015 Mia?! :c

  • stellabarcelos Postado em 13/11/2015 - 12:40:03

    Oh continua! Uma pena você ficar tanto tempo sem postar mas eu vou estar aqui esperando!

  • stellabarcelos Postado em 05/11/2015 - 02:49:54

    Postaaaaaa

  • DaízaVon Postado em 28/10/2015 - 01:41:12

    Meu coração pulou quando vi que tinha um novo capítulo. Céus, eu me tornei tão dependente desta fanfic que alguns espinhos furaram minha alma todas as vezes que eu recarreguei a página kkkk não demore desta vez flor, estou anciosa para a vingança da Dul <3

  • vondyfforever Postado em 23/10/2015 - 15:12:19

    Você voltooooou uhuuuuul! Nao acredito que ele fes isso com a Dul! Postaaa maaaais *-*-**-*-*-*-*-

  • stellabarcelos Postado em 22/10/2015 - 22:34:38

    Demorou mas voltou . Por essa reação dele eu não esperava! Continuaaa

  • stellabarcelos Postado em 10/10/2015 - 10:04:43

    Voltaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa

  • stellabarcelos Postado em 12/09/2015 - 10:33:44

    Você precisa voltar a postar! Por favor! Já faz um mês! Estou muito curiosa pro resto da história!


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