Fanfics Brasil - Capítulo Cinco - Parte III O Príncipe dos Canalhas - Adaptada

Fanfic: O Príncipe dos Canalhas - Adaptada | Tema: Christopher & Dulce


Capítulo: Capítulo Cinco - Parte III

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Devia tê-la arrancado da carruagem, pensou, e tirado aquelas frivolidades dos cabelos. Então pegaria o que queria e iria embora rindo, como o monstro inescrupuloso que era. Quem o impediria? Antes da Revolução, inúmeros aristocratas corruptos o fizeram. Mesmo agora, quem poderia culpá-lo? Todos sabiam o que ele era. Culpariam a própria Dulce por ousar se colocar no caminho dele. A lei não vingaria a honra dela. Isso caberia a Christian Saviñon... Empunhando uma arma a vinte passos de distância. Com um sorriso taciturno, Ucker saiu do esconderijo e voltou a caminhar pela rua. Estava preso, mas já estivera nessa situação antes, fez questão de lembrar. Já ficara de fora, acompanhado da dor e da solidão, porque os outros não o incluíam. Mas, no fim, Ucker sempre vencia. Seus algozes na escola passaram a respeitá-lo e invejá-lo. Retribuiu a humilhação e a dor que o pai tinha lhe causado. Transformou-se no pior pesadelo que o velho canalha poderia ter nesta vida e esperava que fosse seu mais amargo carrasco na próxima. Até Susannah, que o pegara pelo nariz durante seis malditos meses, passou cada minuto desde então sentindo o próprio nariz ser esfregado como consequência. De fato, Ucker não enxergava as coisas dessa maneira na época; era um homem incapaz de ver adequadamente o que estava diante de si, enquanto uma mulher lhe enfiava as garras e o destruía. Agora ele conseguia ver claramente a situação: um dia de verão em 1820 e outro funeral, quase um ano após o do pai. Desta vez era Wardell que estava dentro do caixão reluzente coberto de flores. Bêbado, durante uma briga por causa de uma prostituta no estábulo de uma estalagem, ele caiu sobre o piso de pedra e partiu o crânio. Após o funeral, Susannah, a mais velha das cinco irmãs mais novas de Wardell, chamou o marquês de Ucker para uma conversa em particular e lhe agradeceu por ter saído de Paris para acompanhar o enterro. Seu pobre irmão – ela bravamente secara uma lágrima – acreditava que o mundo fosse dele. Ela pousou a mão sobre a de Ucker. Então, corando, a retirou.


— Ah, sim, meu botão de rosa envergonhado – murmurou ele, cínico. – Foi muito bem-feito.


E tinha sido mesmo, pois com aquele toque, Susannah o atraiu para seu mundo, a sociedade refinada que ele havia aprendido a execrar. Ele apenas lançava um olhar a uma jovem dama para que as feições dela se empalidecessem e suas damas de companhia ficassem histéricas. As únicas garotas que dançavam com ele eram as irmãs dos amigos, e, ainda assim, era uma tarefa desagradável da qual elas rapidamente queriam se livrar. Mas não Susannah. Ela não podia dançar porque estava de luto, mas conversou com Ucker e olhou para ele como se fosse um cavaleiro de armadura. Sir Galahad em pessoa. Quatro meses depois ela permitiu que ele segurasse em sua mão enluvada por vinte segundos. Levou mais dois meses para reunir a coragem necessária para beijá-la. No jardim das roseiras do tio de Susannah, o honrado cavaleiro deixou um beijo casto na face da sua dama. Quase no mesmo instante, como se tivesse sido ensaiado, um grupo de mulheres escandalosas – mãe, tia, irmãs – surgiram de repente por entre as plantas. Quando percebeu, estava trancado no escritório com o tio de Susannah, que lhe perguntava em tom ríspido sobre suas intenções. Ingênuo, como o cachorrinho encantado que era na época, Ucker declarou que eram totalmente honrosas. No momento seguinte ele tinha uma pena na mão e uma imensa pilha de documentos para assinar. Mesmo agora, Ucker não sabia de onde tinha tirado a presença de espírito para lê-los antes. Talvez por ter ouvido duas ordens em sequência e por não estar acostumado a receber ordens de qualquer tipo. Fosse qual fosse a razão, ele pousou a pena na mesa e leu. Descobriu que, em troca do privilégio de se casar com seu casto botão de rosa, ele receberia permissão para pagar todas as dívidas do falecido irmão, assim como as do tio, da tia, da mãe e da própria futura esposa, agora e sempre, até que a morte os separasse, amém. Ucker decidiu que era um investimento imprudente e não assinou. O tio de Susannah fez questão de lembrá-lo de que ele colocara em risco a honra de uma garota inocente de boa família.


— Atire em mim, então – Retrucou ele. E foi embora. Ninguém se atreveu a atirar nele. Algumas semanas depois, de volta a Paris, soube que Susannah havia se casado com lorde Linglay. Linglay era um libertino de 65 anos que parecia ter 90 e usava ruge. Colecionava caixas de rapé com desenhos e entalhes obscenos e gostava de bolinar e beliscar qualquer criada que ficasse ao alcance de suas mãos trêmulas. Não esperavam que conseguisse sobreviver à noite de núpcias. Não somente sobreviveu, como também engravidou a jovem noiva, e continuou a fazê-lo num ritmo alucinante. Ela mal dava conta parir um bebê antes que o próximo estivesse a caminho. Lorde Ucker imaginava com riqueza de detalhes seu antigo amor nos braços do marido maquiado, trêmulo, suarento e babão e saboreava-os quando os sinos de Notre Dame dobraram ao longe. Ucker percebeu que eles estavam mais distantes do que deviam, se ele estivesse na Rue de Rivoli, onde morava e onde deveria estar agora. Foi então que notou que se encontrava na rua errada. Até mesmo no bairro errado. Pousou o olhar desconcertado num poste de luz familiar. Seu estado de espírito, brevemente elevado pelas imagens do purgatório terreno de Susannah, caiu outra vez e o arrastou – sua mente, seu corpo, sua alma – para aquele lodo.


Toque-me. Abrace-me. Beije-me.


Ele virou a esquina e entrou na rua estreita e escura, onde as paredes lisas e sem janelas nada viam ou ouviam. Pressionou a testa contra a pedra fria e sofreu, pois não tinha escolha. Não conseguia impedir o que se retorcia e doía dentro dele.


Preciso de você.


Os lábios dela apertados contra os seus... suas mãos segurando-o com força. Ela era tão suave e quente e tinha gosto de chuva, e tinha sido maravilhoso, insuportavelmente maravilhoso, acreditar por um momento que ela queria estar nos braços dele. Ucker acreditou e ainda queria acreditar, e odiou a si mesmo por desejar aquilo, odiou-a por forçá-lo a desejar aquilo. E assim, empertigando o queixo, lorde Ucker se endireitou e seguiu seu caminho, sofrendo, ao mesmo tempo que dizia a si mesmo que ela iria pagar caro. Na hora certa.


Todos pagavam. Na hora certa.



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Autor(a): Demolidora| Fulaninha Qualquer

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juhcunha: Até que enfim *-* kkk. Continuando amore! WannaPlay_Vondy: Hahah, calma amore já postei viu? Não fique com problemas do coração. Perder leitor é perder um pedaço da vida <3!  vondyfforever: Own ele precisa MUITO dela *-*. Só que ele é um bundão (literalmente hshahshaa) ...


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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 257



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  • stellabarcelos Postado em 23/05/2016 - 15:12:52

    Volta a postar linda! Tô louca pra saber o final disso tudo

  • Anny Lemos Postado em 05/01/2016 - 09:54:32

    COLOQUE SEU BEBE PRA SER VONDY TBM -q

  • Anny Lemos Postado em 05/01/2016 - 09:50:29

    ISSO AÍ É VACILO! Abandonou? Poxa vida 11/2015 Mia?! :c

  • stellabarcelos Postado em 13/11/2015 - 12:40:03

    Oh continua! Uma pena você ficar tanto tempo sem postar mas eu vou estar aqui esperando!

  • stellabarcelos Postado em 05/11/2015 - 02:49:54

    Postaaaaaa

  • DaízaVon Postado em 28/10/2015 - 01:41:12

    Meu coração pulou quando vi que tinha um novo capítulo. Céus, eu me tornei tão dependente desta fanfic que alguns espinhos furaram minha alma todas as vezes que eu recarreguei a página kkkk não demore desta vez flor, estou anciosa para a vingança da Dul <3

  • vondyfforever Postado em 23/10/2015 - 15:12:19

    Você voltooooou uhuuuuul! Nao acredito que ele fes isso com a Dul! Postaaa maaaais *-*-**-*-*-*-*-

  • stellabarcelos Postado em 22/10/2015 - 22:34:38

    Demorou mas voltou . Por essa reação dele eu não esperava! Continuaaa

  • stellabarcelos Postado em 10/10/2015 - 10:04:43

    Voltaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa

  • stellabarcelos Postado em 12/09/2015 - 10:33:44

    Você precisa voltar a postar! Por favor! Já faz um mês! Estou muito curiosa pro resto da história!


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