Fanfic: O Príncipe dos Canalhas - Adaptada | Tema: Christopher & Dulce
Uau, mais de um mê sem aparecer. Coisas cutes, me perdoem. Mas houve alguns grandes problemas e eu precisei me ausentar. Mas tô de volta! :)
Ele ergueu friamente o corpete de Dulce e puxou-lhe a barra da saia de volta para baixo. Não havia nada de protetor ou galante no gesto. Ele a fez sentir como se decidisse, após examinar e provar uma amostra do que Dulce tinha a oferecer, que não valia a pena tomá-la para si. Como se ela fosse um brinquedo velho no balcão de Champtois, que não merecia nem mesmo uma segunda olhada. Ao perceber a expressão indiferente no rosto dele, Dulce entendeu que era assim que ele queria que as pessoas pensassem. Ele a jogaria aos lobos. E essa seria sua vingança contra ela.
— Você sabe que nós dois somos culpados – disse ela, mantendo a voz baixa de modo que os bisbilhoteiros não pudessem ouvir. – Você ajudou a me colocar nessa situação, Ucker. E é óbvio que você vai me ajudar a sair dela, droga.
— Ah, sim – respondeu ele no mesmo tom. – Tenho que anunciar que estamos comprometidos, não é? Mas, Srta. Saviñon, por que eu deveria pagar o preço de um anel de casamento pelo que posso ter de graça? – Dulce ouviu suspiros exasperados atrás dele e uma risadinha.
— Estou arruinada – disse ela, apertando os dentes. – Isso é indigno de você. E é imperdoável. – Ele riu.
— Então me mate. – E, com um olhar zombeteiro para as figuras que observavam das sombras, ele deu meia-volta e foi embora. Com a mente borbulhando pela humilhação e pela fúria, Ucker andou às cegas pelo jardim, pisando duro, arrancou o portão trancado das dobradiças e marchou pelo beco estreito até chegar à rua. Percorreu-a até o fim, depois as duas ruas seguintes. Apenas quando se aproximou do Palais Royal sua respiração começou a voltar ao normal e a fúria negra deu lugar a pensamentos tempestuosos. Ela era como todas as outras – como Susannah mas pior; melhor como atriz e mais talentosa para armar a mesma armadilha. E ele, com anos de experiência nas costas, entrou nela de cabeça. De novo. Para ser envolvido em circunstâncias piores. Com Susannah, ele apenas roubara um beijo no rosto diante da família gananciosa. Desta vez, vários membros da elite mais sofisticada de Paris o viram fazer papel de palhaço, ouviram-no gemer, ofegar e balbuciar desejo e devoção como um adolescente febril. Mesmo aos 13 anos, ele não se comportava como um cachorrinho bobo. Mesmo naquela época, ele nunca lamentou sua solidão.
Ah, Dul.
Ucker sentiu a garganta se apertar. Parou e engoliu aquela dor abrasadora, recompôs-se e continuou a caminhar. No Palais Royal, reuniu um trio de prostitutas rechonchudas e um grupo de homens e mergulhou de cabeça na depravação. Meretrizes, casas de jogatina e champanhe: aquele era o seu mundo. O lugar ao qual ele pertencia e onde se sentia feliz, garantiu a si mesmo. E assim ele jogou, bebeu e contou piadas sujas. Engolindo o asco que sentiu ao cheiro familiar de perfume, pó e maquiagem, encheu o colo com prostitutas e enterrou o coração ferido, como sempre fazia, sob gargalhadas. Mesmo antes que a risada de Ucker se apagasse e ele desaparecesse pelas sombras do jardim, Dulce tentava se arrastar para fora do poço negro da humilhação e do desespero no qual ele a tinha abandonado. Não havia alternativa a não ser levantar-se e enfrentar a situação. Dulce encarou os espectadores, desafiando-os a proferir um único insulto. Um por um, eles lhe deram as costas e se recolheram. Somente uma pessoa veio na direção dela. Vawtry tirava o seu casaco enquanto Dulce saltava do alto do sarcófago, segurando o corpete para se cobrir. Ele lhe estendeu o sobretudo.
— Eu tentei – disse ele, entristecido, evitando olhar diretamente para ela. – Contei a eles que Ucker havia saído sozinho e que você tinha ido procurar sua avó, mas um dos criados viu quando vocês entraram no solário. – Ele fez uma pausa. – Eu lamento.
— Talvez eu devesse sair discretamente – disse ela, mantendo a voz solene. – Poderia fazer a gentileza de encontrar Lady Pembury?
— Odeio ter que deixá-la sozinha.
— Não vou morrer – respondeu ela. – Não sou dada a ataques histéricos. Vou ficar bem. – Vawtry lhe lançou um olhar preocupado e afastou-se rapidamente. Assim que ele se foi, Dulce tirou o casaco de Vawtry e arrumou seu vestido da melhor maneira que conseguiu sem a ajuda da criada. Não alcançou todas as presilhas, cuja maioria ficava nas costas, mas prendeu algumas de modo que não tivesse que segurar o corpete o tempo inteiro. Enquanto lutava com os laços e os ganchos, ela analisou a situação de forma bem objetiva. Sabia que ninguém se importava com o fato de que Ucker não a havia desonrado. O que importava era que ela fora flagrada nos braços de Ucker. Isso já era o suficiente para transformá-la em algo indesejável aos olhos do mundo. Em menos de um dia, aquela história chegaria a todos os cantos de Paris. Em uma semana, a Londres. Ela sabia muito bem o que o futuro lhe reservava. Nenhum cavalheiro de respeito mancharia o nome da sua família casando-se com as sobras de Ucker. E não haveria como atrair à sua loja as pessoas ricas e respeitáveis das quais seu sucesso – e sua própria respeitabilidade – dependiam. Damas ergueriam as saias para que o tecido não tocasse em Dulce quando passassem por ela ou atravessariam a rua para evitar a contaminação. Cavalheiros deixariam de ser cavalheiros e a submeteriam às mesmas indignidades que ofereciam às prostitutas. Em resumo, Ucker havia destruído sua vida. De propósito. A única coisa que ele precisava ter feito era lançar um daqueles olhares mortíferos e dizer àquelas pessoas que não havia nada a ser visto, e todos decidiriam que era melhor concordar com ele. O mundo inteiro o temia, até mesmo aqueles que se declaravam seus amigos. Ucker podia forçá-los a dizer e acreditar no que ele quisesse. Mas ele só tinha olhos para a vingança – por qualquer coisa que sua mente malévola acreditava que ela lhe fizera. Ele a havia levado até aquele jardim sem outro propósito. Dulce achava até mesmo que ele poderia ter revelado a alguém o que iria fazer, certificando-se de que a descoberta aconteceria no momento mais humilhante: com o corpete desatado e caindo-lhe sobre a cintura, a língua enfiada no fundo da garganta dela e aquela mão imunda por baixo das suas saias. Embora ficasse excitada com aquela lembrança, Dulce se recusou a se sentir constrangida. Seu comportamento podia ser considerado indecente pelas regras da sociedade e errôneo por suas próprias convicções, mas não se ressentia por isso. Ela era uma mulher jovem e saudável que acabara cedendo a sentimentos aos quais inúmeras outras mulheres cediam – e que podiam agir impunemente se fossem casadas, viúvas ou discretas. Ainda que não fosse casada ou viúva, e pelas regras vigentes devesse ser considerada intocável, Dulce não poderia culpar Ucker por se aproveitar do que lhe fora oferecido com tanta boa vontade. Mas ela poderia e iria culpá-lo por se recusar a defendê-la. Ele não tinha nada a perder e sabia muito bem que ela ficaria arruinada. Poderia tê-la ajudado. Não custaria nada a ele; mal lhe demandaria algum esforço. Em vez disso, ele a insultara e abandonara. Aí estava o mal. Aí estava o ato cruel e imperdoável. E por isso, decidiu ela, ele iria pagar. Às quatro e meia da manhã, Ucker estava com seu séquito no Antoine’s, um restaurante no Palais Royal. Seu círculo de amigos incluía um punhado dos convidados de Lady Wallingdon: Sellowby, Goodridge, Vawtry e Esmond. Dulce Saviñon foi um assunto evitado. Em vez disso, a briga na sala de jogos – que Ucker perdera a oportunidade de testemunhar – entre um oficial prussiano embriagado e um republicano francês – e a confusão que veio a reboque foram as principais pautas da noite. Até as prostitutas expressaram suas opiniões: a que estava sentada sobre a perna direita de Ucker assumia o lado republicano enquanto a da perna esquerda defendia o prussiano. As duas discutiam com um nível de ignorância, tanto político quanto gramatical, que fariam Christian Saviñon parecer um prodígio intelectual. Ucker desejou não ter se lembrado do palerma. No instante em que a imagem do homem surgiu na mente de Ucker, a irmã dele veio junto: Dulce fitando-o por baixo de uma touca ridiculamente ornamentada... observando seu rosto enquanto ele lhe desabotoava a luva... agredindo-o com a touca e os punhos... beijando-o com ardor enquanto os relâmpagos faiscavam e os trovões ressoavam... girando pelo salão de baile com ele, as saias lhe roçando as pernas, o rosto iluminado pelo entusiasmo. E, mais tarde, nos braços dele... uma tempestade ardente de imagens, sensações e um momento doce e angustiado... quando ela beijou seu nariz grande e asqueroso... e partiu seu coração e o remendou, fazendo-o acreditar que não era um monstro. Ela o fizera crer que era bonito. Mentiras, disse ele a si mesmo. Não passavam de mentiras e trapaças criadas para envolvê-lo. Ele havia arruinado o irmão de Dulce. Ela não tinha mais nada. Assim como Susannah, cujo irmão perdera no jogo a fortuna da família, Dulce Saviñon estava desesperada o suficiente para armar a arapuca mais velha da história a fim de agarrar um marido rico e nobre. Mas agora Ucker considerava o círculo de homens à sua volta. Todos ali eram bonitos, bem-comportados e bons pretendentes. Seu olhar fixou-se em Esmond, ao seu lado, o homem mais bonito e possivelmente – embora ninguém tivesse certeza – mais rico do que o marquês de Ucker. Por que não Esmond? Se precisava de um marido rico, por que uma mulher inteligente como Dulce Saviñon tinha escolhido Belzebu em vez do Anjo Gabriel? Por que preferira o inferno ao paraíso? Os olhos azuis de Esmond cruzaram com os seus.
— Amore è cieco – murmurou ele com um perfeito sotaque florentino.
O amor é cego.
Autor(a): Demolidora| Fulaninha Qualquer
Esta é a unica Fanfic escrita por este autor(a).
Prévia do próximo capítulo
Meu Deus! Eu nem acredito que estou esse tempo todo sem vir aqui. Bom, muuuuuuuita coisa aconteceu e meu tempo acabou de vez. Agora eu só posso voltar mesmo é em dezembro. Que é quando eu finalmente vou ter um pouco de paz. E bom, eu gostaria de dizer um dos motivos pelo qual eu estarei fora por um tempo: A fanfic vai ganhar um mascotinho em forma de beb ...
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 257
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stellabarcelos Postado em 23/05/2016 - 15:12:52
Volta a postar linda! Tô louca pra saber o final disso tudo
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Anny Lemos Postado em 05/01/2016 - 09:54:32
COLOQUE SEU BEBE PRA SER VONDY TBM -q
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Anny Lemos Postado em 05/01/2016 - 09:50:29
ISSO AÍ É VACILO! Abandonou? Poxa vida 11/2015 Mia?! :c
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stellabarcelos Postado em 13/11/2015 - 12:40:03
Oh continua! Uma pena você ficar tanto tempo sem postar mas eu vou estar aqui esperando!
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stellabarcelos Postado em 05/11/2015 - 02:49:54
Postaaaaaa
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DaízaVon Postado em 28/10/2015 - 01:41:12
Meu coração pulou quando vi que tinha um novo capítulo. Céus, eu me tornei tão dependente desta fanfic que alguns espinhos furaram minha alma todas as vezes que eu recarreguei a página kkkk não demore desta vez flor, estou anciosa para a vingança da Dul <3
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vondyfforever Postado em 23/10/2015 - 15:12:19
Você voltooooou uhuuuuul! Nao acredito que ele fes isso com a Dul! Postaaa maaaais *-*-**-*-*-*-*-
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stellabarcelos Postado em 22/10/2015 - 22:34:38
Demorou mas voltou . Por essa reação dele eu não esperava! Continuaaa
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stellabarcelos Postado em 10/10/2015 - 10:04:43
Voltaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa
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stellabarcelos Postado em 12/09/2015 - 10:33:44
Você precisa voltar a postar! Por favor! Já faz um mês! Estou muito curiosa pro resto da história!