Fanfic:  Show De Vizinha | Tema: vondy / Adaptada

Caminhei pelos corredores da escola, meio torto. Minhas costas ainda estavam um pouco dolorida. Sem contar que para entrar no meu quarto eu me arranhei todo, subindo na bendita arvore.


Mais também eu era uma desgraça quando se tratava de toda essa merda que os moleques deviam saber. Sabe subir em arvore, empinar pipa, minha mãe me criava dentro de uma bolha.


Não me deixando quase trancado em casa. Dizia que o mundo era muito perigoso. Bem pelo visto ela já era louca desde aquela época.


Balancei a cabeça em desalento, se ela era daquele jeito naquela época, e agora estava assim, tinha medo de como seria daqui a alguns anos.




E o pior, como ela reagiria ao saber sobre mim e Dulce. Ela iria pirar, dizer que Dulce fazia parte de alguma gangue corruptora de menores.


Eu e Dulce podíamos fugir, a idéia do México ainda estava viva em minha mente, só que agora levaria Dulce comigo, deixaria o bigode crescer e mudaria o nome pra Ramirez, Dulce teria que mudar o dela também, será que ela gostaria de se chamar Raimunda...?


– Ai. – reclamei quando trombei em alguém e segurei o corpo que chocou contra o meu. Abaixei o rosto e vi uma Belinda extremamente vermelha.


– Desculpe. – murmurei a soltando rapidamente.


– Tudo bem. – fiquei a olhando, e ela sorriu para mim.


– Eu não vi você. – falei coçando a nuca e o sorriso dela murchou.


– Oh, tudo bem, eu estava distraída também.


– Ok. – já ia me afastar, mais senti sua pequena mão segurando minha camisa.


– Christopher? – virei para ela.


– O que? – olhei para onde ela segurava e ela me soltou rapidamente, e corou absurdamente e abaixou o rosto.


– Bem, eu... er... estava pensando, se você não quer ir ao baile comigo?


– Baile? – mordi o lábio. – Vai ter algum baile? – cocei a nuca e ela riu baixinho.


– Sim. O baile onde as garotas convidam.


– Oh. Bem, eu não vou poder ir.


– Por causa da mulher do clube? – perguntou baixinho e corei ao lembrar do que Dulce disse para Belinda aquele dia.


– Bem, sim. Ela é minha namorada.


– Oh. Eu achei que fosse só uma coisa... – falou um pouco chateada.


– Mais não é. Ela é minha namorada.


– Mais ela é tão mais velha que você. – murmurou e bufei.


– Eu não acho. Agora preciso ir.


Me afastei rapidamente de perto dela, antes que dissesse alguma grosseira. Já me aproxima da minha sala quando vi Poncho e Christian, em frente a sala e dei meia volta. Já imaginava as perguntas inconvenientes dos dois. E já me imaginava atingindo altos níveis de vermelhidão, com os comentários de Poncho.


Antes que eu conseguisse sumir pelo corredor senti a mão grande de Poncho em meu obro.


– Não adianta fugir. – bufei e dei meia volta voltando para a sala, e vi Christian sorrindo, rolei os olhos.


– Agora temos aula. – resmunguei entrando e Christian acenou pra mim e sussurrou um “boa sorte”, agradeci, pois com certeza eu iria precisar.


Sentei em minha cadeira e Poncho ao meu lado me encarando com cara de idiota.


– O que?


– Estou esperando.


– Está de quantos meses. – falei baixo e ele bufou e meu deu um tapa na nuca. – Ai. – esfreguei a nuca e ele continuava me olhando.


– Está bem. Mais podemos falar disso no intervalo? – ele me olhou desconfiado e acabou assentindo.


O resto das aulas passaram rapidamente. Como a antes do intervalo, não tinha com nenhum deles, já me preparava pra fugir, mal o sinal bateu eu corri para fora da sala, na esperança de fugir das perguntas inconvenientes de Poncho.


Só não contava com a parede em forma de gente que me esperava em frente a porta, trombei com tudo contra Poncho caindo no chão, e vendo algumas meninas virem afobadas me ajudar.


– Eu to bem. – resmunguei sendo ajudado por algumas das lideres de torcida.


– Tem certeza Ed? – me olharam com os grandes olhos e me assustei.


Talvez Dulce tivesse razão, e eu fosse bonito. Rum quem diria!


– Obrigada. – agradeci e sai rapidamente da sala, sendo seguido de perto por um Poncho risonho, e logo Christian se juntou a nos. Bufei me afastando deles e indo para uma mesa qualquer.


– O que há com ele? – perguntou Christian sentando ao meu lado, pelo jeito eles não me deixariam em paz.


– Ele caiu quando saia da sala.


– Riram de você? – Christian colocou a mão no meu ombro, em sinal de solidariedade.


– Que nada. As meninas pareciam moscas em volta dele. – os dois riram e suspirei.


– Podemos mudar de assunto.


– Claro. Então quando ia nos contar da sua vizinha gostosa?


– Nunca. – falei me acomodando melhor na cadeira.


– Por quê?

– Por quê? Vocês viram ela. Nem pensar que ia mostrar a minha vizinha gostosa. Para ou vocês me roubarem ela, ou pior me zuarem até a morte. – ele riram e bufei.

– Poxa Christopher, você acha que nos faríamos isso com você?


– Acho. Principalmente você. – falei olhando diretamente para Poncho que riu.


– Mais nos temos namoradas. – se defendeu Christian e arquei uma sobrancelha.


– Isso não impede Poncho de se mostrar. – Poncho assentiu e Christian rolou os olhos.


– Ok. Nos entendemos, e vamos respeitar sua vizinha gostosa.


– Tudo bem. E pra informação geral, ela é minha namorada. – falei sorrindo e os dois me olharam chocados.


– Achei que era só curtição.


– Eu gosto dela. – admiti e ambos sorriram.


– Oh, olha Christian, o nosso Christopher está apaixonado.


– Que bonitinho.


– Calem a boca. – falei rindo e me levantando para ir pra próxima aula.


Eles me seguiram e fomos conversando o resto do caminho. Pelo menos pararam com as perguntas inconvenientes, lógico que Poncho não perdia a piada sempre que podia. Mas esse era Poncho.


[...]


O resto da semana passou rapidamente. Eu não consegui ver Dulce de novo. O Que foi um saco, estava com saudades dela, não conseguia parar de pensar nela, em ficar com ela, não era apenas sexo, eu só queria olhar para seu lindo sorriso ou seu rosto quando ela tinha um pensamento malicioso.


Isso parecia meio gay, mais eu não me importava talvez os rapazes tivessem razão, e eu estaria apaixonado por Dulce. Sorri com o pensamento. Minha mãe iria morrer quando soubesse.


Mais dona Alexandra teria que se acostumar, pois eu nunca me afastaria de Dulce.


Estava deitado em minha cama de olhos fechados pensando nela quando ouvi uma batida na porta e vi minha mãe parada me olhando.


– Oi mãe, pode entrar.


– Tudo bem querido?


– Sim.


– Como vão as coisas. – dei de ombros e me sentando.


– Tudo bem. E com a senhora?


– Tudo ótimo.


– Que bom.


– E como andam as coisas com sua namoradinha?


– Tudo bem. – falei já meio cauteloso com a conversa dela.


– Hummm. Mamãe queria te pedir uma coisinha.


– O que? – para meu completo espanto ela tirou um potinho de trás das costas e sorriu enormemente.


– Pra você. – encarei o potinho e a olhei com a sobrancelha arqueada.


– O que...?


– Me devolva a amanhã de manhã.


– Mãe? – ela rolou os olhos como se fosse obvio.


– Amor, você faz xixi no potinho e depois devolve para a mamãe.


– Pra que?


– Pra fazer teste de drogas.


– PAI! – gritei e logo ele apareceu olhando para minha mãe já esperando a próxima loucura.


– O que foi agora? – levantei o potinho para ele ver, o que o fez encarar o potinho por alguns segundos e quando entendeu o que era começou a gargalhar.


– Você ta louca Alexandra.


– Mais Vic. Assim teremos certeza. – rolei os olhos.


– E ainda pergunta por que não trago a minha namorada aqui.


– Não é problema, eu arrumei um potinho pra ela também. – falou mostrando outro potinho e olhei perplexo para meu pai que ria ainda mais.


– PQP!


Sai do quarto deixando a minha mãe doida me chamando e meu pai rachando de rir. Não sem antes pegar a chave da casa de Dulce e sair correndo para fora de casa.


Era muita loucura pra uma pessoa só.

Caminhei com as mãos nos bolsos e nem me preocupei em disfarçar, estava muito chocado com as loucuras da minha mãe. Entrei rapidamente na casa dela trancando a porta e subi para seu quarto.


Estava vazio e meio bagunçado, sorri vendo biquínis jogados na cama, mais meu sorriso sumiu assim que vi os tamanho e imaginei que ela dançasse só com aquelas roupas.


Odiava o lugar onde ela trabalhava, não queria minha Dulce se exibindo por ai. Continuei olhando suas coisas, os livros, fotos e vi jogado sobre a cômoda a minha identidade falsa.


Um pensamento passou pela minha mente.


Não Dulce iria me matar.


Christopher você é um homem ou um rato?


Mordi o lábio ainda encarando a identidade.


Ah que se dane.


A peguei e sai apressadamente da casa dela. Não sem antes ligar para um taxi.


Assim que ele chegou entrei rapidamente, e o homem de bigode e sotaque estranho sorriu para mim.


– Para onde rapaz?


– Boate Sensuale. – ele sorriu largamente.


– Vai se divertir garotão. – eu ri e relaxei no banco e dei uma breve olhada no crachá de identificação dele que ficava no painel do taxi. Estranhamente ele se chamava Ramirez.