Fanfic: Noiva do desejo - Adaptada - TERMINADA

Ele deu de ombros.
— Pelo menos você não é falsa, não esconde nada. Respeito sua honestidade. E o que sentimos quando estamos na cama, ágape mou, não tem nada a ver com dinheiro...
Ele respeitava a honestidade.
Dulce fechou os olhos, apavorada com a idéia de Christopher descobrir a verdade.
Mas será que ele precisava mesmo saber a verdade? perguntava uma voz dentro dela. Ela não era a única mulher no mundo que não podia ter filhos. Talvez ele não descobrisse o que ela sempre soubera...
 

A semana seguinte foi a mais feliz da vida de Dulce.
Eles faziam amor durante a maior parte das noites e boa parte do dia, e depois de dormir, exaustos, conversavam e comiam no terraço que se debruçava sobre a areia. E, para sua surpresa, Dulce descobriu que amava a Grécia. Nem a visão constante do mar estragava seu prazer de acordar com o brilhante sol da manhã. Gostava de explorar a ilha, colher laranjas no pé e sentir o sol na sua pele.
Descobriu também que adorava conversar com Christopher.
Sua conversa era muito agradável e, pela primeira vez na vida, ela se sentia bem por estar ao lado de outra pessoa.
Um dia, passaram o tempo todo fazendo amor, dormindo e conversando, enrascados um no outro.
Christopher era espirituoso, inteligente, bem-humorado e antenado com tudo que acontecia no mundo. Era também tão charmoso e bonito que Dulce não se cansava de ficar olhando para ele, sem acreditar que aquele homem lindo estava na cama com ela.
Sozinhos na ilha, tiveram tempo de usufruir de seu ninho de amor, sem a interferência do mundo exterior.
Estavam protegidos dos problemas da realidade.
Embalada nesta atmosfera de felicidade, Dulce vi¬via cada dia em total êxtase, sem querer se lembrar que o que estavam vivendo não era real — que aquela vida de sonho não duraria para sempre.
Uma manhã, ela estava fazendo hora na cama quando Christopher entrou no quarto, cheio de energia, como sempre.
Dulce tentou acordar de vez, invejando a vitalidade dele.
— Desculpe — disse ela, se espreguiçando e esfregando os olhos — não consegui acordar cedo hoje.
— Foi por causa de ontem à noite — provocou ele, com um olhar sensual.
Dulce sentiu um nó no estômago só de fitá-lo. Será que ela nunca deixaria de sentir aquele desejo por ele? Bastava ele entrar no quarto e ela ficava excitada. Ainda mais agora que ele vestia só uma sunga...

Ele era disciplinado com os exercícios e os resultados eram evidentes: ombros largos e fortes, abdômen torneado e pernas musculosas. Impossível resistir. Não importava que ele não a amasse, nem que a achasse interesseira. Ela estava apaixonada por ele.
Dulce não tinha jeito, era um caso perdido.
— Vou levantar — declarou, torcendo para ele dizer que passariam de novo o dia na cama.
Christopher pareceu divertido.
— Estou me sentindo culpado por termos passado tanto tempo no quarto que nem deu para você nadar — provocou ele, pegando-a no colo e carregando-a para o terraço. — Não deixei você sair da cama e isto não é justo.
Olhando embevecida para aquele rosto lindo, Dulce levou alguns instantes para perceber o que ele pretendia fazer.
E quando percebeu, era tarde demais.
Ela sentiu o coração parar quando Christopher a jogou na piscina e a escuridão a engoliu.

Preocupado e sentindo-se muito culpado, Christopher andava de um lado para outro no chão de mármore enquanto esperava o médico que ele mandara bus¬car para examinar Dulce.
Acalmou-se quando ela recobrou a consciência e começou a tremer sem parar. Nenhum cobertor parecia aquecê-la. Era como se o frio viesse de dentro dela.
— Ela está em estado de choque — diagnosticou o médico, fechando a maleta. — Fisicamente, ela está bem. Engoliu um pouco d`água quando caiu e isto pode deixá-la enjoada, mas sem mais conseqüências. Emocionalmente, é outra história. Diria que ela tem fobia de água. Acho que não foi boa idéia jogá-la na piscina.
Christopher cerrou os dentes ao ouvir a reprimenda velada do médico.
Nunca sentira tanto remorso, e estava disposto a aceitar qualquer crítica.
Só estava preocupado com a palidez de Dulce e com o pavor em seus olhos. E queria realmente que ela parasse de tremer.
Relutante em deixá-la sozinha mesmo por um instante, ele levou o médico até o helicóptero.
— Tem certeza que não é melhor voltar com ela para Atenas hoje à noite?

— Tem certeza que não é melhor voltar com ela para Atenas hoje à noite?
— Ela precisa de descanso. Passe esta noite aqui, dê-lhe tempo para se recuperar do susto. Amanhã ela estará melhor, e vocês poderão voltar — aconselhou o médico.
Parando na entrada da sala, Christopher notou que ela estava pálida e decidiu que se empenharia em sua recuperação.
Foi até uma bandeja cheia de garrafas e pegou uma delas.
Depois passou o braço sob os ombros de Dulce e a levantou, pensando que recomendaria ao cozinheiro em Atenas que ela tivesse sua alimentação reforçada. Ela era muito frágil.
Ele levou o copo até seus lábios ressecados.
— Beba.
Ela tomou um gole, se engasgou e fez uma careta.
— É horrível.
— Ao contrário. É um conhaque caríssimo — in¬formou Christopher, a voz preocupada. — Você está em estado de choque. Beba.
Ela tomou mais alguns goles e deitou-se de novo, completamente sem forças.
— Desculpe...
Oprimido pela culpa de ela estar se desculpando não ele, Christopher passou as mãos pelos cabelos dela ainda molhados.
— Sou eu quem deve pedir desculpas — disse, desconfortável com a situação. — Mas por que você não me contou que não sabia nadar...
Ela fechou os olhos.
— Eu nem cheguei perto da água...
Ele apertou os dentes. Certo, ele devia ter notado...
— Não me ocorreu que você tivesse medo...
— Não tem importância agora.
Para ele, tinha. Christopher a abraçou.
— Queria que você parasse de tremer — sussurrou, mas os tremores continuaram.
— Desculpe...
— Não se desculpe mais. Sou eu quem deve se desculpar. Mas você devia ter me dito. Naquele dia que chegamos, você parecia tão assustada. Achei que fosse por causa do vôo, mas não era, não é? Era o mar...

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bjix da Naty