Fanfic: Noiva do desejo - Adaptada - TERMINADA

Com os dentes batendo, ela fez que sim com a cabeça.
— Estou sendo uma tola...
— Não está sendo boba. Você está reagindo por causa de algum trauma do passado. Quero saber o que aconteceu.
Ela ficou calada por uns momentos.
— Eu estava no barco...
Christopher ficou tenso, sem saber se ouvira direito.
— Que barco?
— O barco de seu pai. No dia que explodiu. Estava lá. Quase me afoguei.
Christopher não sabia o que dizer.
— Não é verdade. Nenhuma criança foi convidada para sair no barco naquele dia...
— Não fui convidada.
Ainda tremendo, Dulce se aconchegou nos cobertores, os olhos sem expressão.
— Entrei no barco minutos antes da explosão. Deveria ter ficado no hotel em Atenas com a babá, mas queria muito mostrar uma boneca nova que alguém me dera para minha mãe.
As lembranças voltaram à mente dele. Uma criança gravemente ferida...
— Você estava no barco quando ele explodiu?
Sua voz mal saía da garganta e ela assentiu. Estava tão pálida que ele quase mandou o piloto trazer o médico de volta.
— Mal tinha posto os pés no barco e meus pais não sabiam que eu estava lá — continuou ela. Respirou fundo. — Não me lembro de muita coisa para dizer a verdade. Só me lembro que estava na passarela para entrar no barco e, de repente, fui jogada na água. Eu me debatia, tentava respirar, mas não conseguia. Senti uma dor terrível e desmaiei.
Christopher empalideceu.
— Alguém te salvou. Você sabe quem foi?
— Não. Era só um marinheiro.
— Você era a única criança no barco?
Ela estranhou a pergunta.
— Acho que sim.
— Theos mou... Eu não sabia...
A voz dele era rouca e a mão parecia tremer quando passou pela cabeça dela.
— Não sabia do quê? Que diferença faz?
— Você se feriu. E perdeu seus pais?

— Estou bem agora — disse ela, desviando o olhar dele.
Christopher estranhou sua atitude, certo de que ela não estava dizendo a verdade. Mas por que mentiria?
— Christopher?
— O que foi?
— Podemos ir para a cama?
Satisfeito com a sugestão, Christopher imediatamente a pegou no colo.
— Acho que posso andar — sussurrou ela em seu ouvido.
— Penso que não é uma boa idéia -— respondeu ele, colocando-a na cama com todo cuidado e cobrindo-a com o lençol.
— Você não vai ficar comigo?
— Você quer? Mesmo depois de eu tê-la jogado na água...
Ela sorriu cansada.
— Ah, você não sabia...
— Mas agora eu sei. De hoje em diante, nada vai machucá-la, ágape mou — prometeu ele, tirando a roupa e deitando-se na cama.
Ele a enlaçou e fez com que seu corpo ficasse completamente colado ao dele.
— Humm, que gostoso — murmurou ela, se aninhando em seu pescoço.
Sentindo-se protetor, Christopher ficou parado, com medo de se mexer e os tremores dela recomeçarem.
Não era à toa que ela detestava a família dele, pensou, sentindo seu cheiro e tentando ignorá-lo.
E estava claro por que José Saviñon culpava os Uckermann por toda a tragédia. Além de perder o filho único e a nora, a netinha ficara gravemente ferida.
Será que tinha sido por causa disso que ela fora educada na Inglaterra?
Saviñon a afastara da Grécia para sua própria segurança?
Com certeza ele se enganara em julgar o velho tão mal, pensou Christopher, afastando uma mecha de cabelo de Dulce e percebendo que a cor aos poucos voltava a seu rosto. Ao decidir unir as duas famílias, ele estava realmente querendo apagar um passado doloroso para os dois lados.
E, depois que ela ficasse curada da fobia pela água, o casamento deles poderia seguir em frente.
A partir do dia seguinte, eles seriam uma família, Christopher prometeu para si mesmo.

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bjix da Naty