Fanfic: Noiva do desejo - Adaptada - TERMINADA

— Mas você telefonou todos os dias e me deu o maior presente que eu poderia ganhar: a chance de voltar a andar. Agora, só precisamos esperar para ver se os médicos fizeram tudo certo. Até aparecer esta infecção, eles estavam otimistas.
— Eles ainda estão, mãe — disse, com lágrimas nos olhos.
— Não chore. Sei que é forte. Sempre foi. Desde criança, sempre foi muito determinada.
Ela sorriu. Não sentia-se forte, nem determinada. Estava exausta depois de tudo o que acontecera nas últimas semanas, mas não podia desabafar com a mãe.
— Estou bem. Só um pouco cansada.
E passando mal. E tão enjoada.
— Quantos dias de folga você conseguiu?
— Ela terá quantos precisar.
Uma voz grave veio da porta do quarto e Dulce deu um salto da cadeira, o coração acelerado quando escutou Christopher falar.
Ele ficou parado na porta, lindo como sempre, o rosto contraído de raiva. Só de olhá-lo, percebeu que estava furioso.
Ele olhou para a mãe dela sobre a cama.
— Theos mou... eu não sabia. Está viva. Sobreviveu à explosão.
Dulce ficou apavorada. Não tinha se preparado para esta situação.
— Pensei que você estivesse em Paris...
— Andou bisbilhotando minha vida, Dulce? Mas já estou de volta...
Antes que ela pudesse encontrar uma resposta, sua mãe gemeu e cobriu a boca com a mão.
Dulce voltou a atenção para ela, pois parecia muito agitada.
— Mãe, o que houve? Está sentindo alguma coisa? Vou chamar a enfermeira.

— Não precisa — respondeu a mãe, com os olhos fixos em Christopher. — Durante anos, pensei em você. Nos meus sonhos, nos piores momentos. Jamais consegui esquecer.
Dulce olhou a mãe, penalizada. Não esperava que reconhecesse Christopher, mas ela o reconheceu, e era evidente que o detestava também. A última coisa que ela precisava agora era desse tipo de choque, e ela era a culpada.
Devia ter previsto que Christopher iria atrás dela.
Ela não deveria ter vindo.
Virou-se para Christopher, desesperada para contornar a situação desastrosa que se formara.
— Você a está aborrecendo. Acho melhor ir embora. Mais tarde, conversamos... — pediu, segurando uma das mãos da mãe.
— Se essa for a vontade de sua mãe, respeitarei — respondeu Christopher, entrando no quarto, determina¬do como sempre. — Mas é claro que existem coisas a serem ditas. Não tinha idéia de que estava viva — continuou ele, dirigindo-se à mãe de Dulce.
Dulce fechou os olhos. Elas nunca conversavam sobre o acidente. Era penoso demais.
— Por favor, vá embora...
— Não quero que ele vá.
A mãe de Dulce estendeu a mão em direção a Christopher, os olhos castanhos como os da filha marejados de lágrimas.
— Não antes de agradecê-lo. Se você soubesse como sempre desejei fazer isso. Mas não tinha como descobrir quem você era e como localizá-lo. Não sabia seu nome...
Dulce ficou surpresa com a inusitada declaração, e, para seu espanto, Christopher se aproximou e pegou a mão que lhe era oferecida.
— Não há razão para agradecimentos. Nem agora, nem antes... eu não tinha idéia de quem você era até bem recentemente.
— Havia tanta gente no iate naquele dia...
Dulce olhou para os dois sem entender nada.
— Mãe?
— Como foi que você entrou em contato com ele? — A mãe começou a chorar. — Você sabia o quanto eu queria entrar em contato com o homem que me sal¬vou. Sem saber o nome, como foi que conseguiu encontrá-lo, minha filha?
O homem que a salvou.

Sem palavras, ficou imóvel, sem falar nada. Quando finalmente conseguiu articular algo, a voz saiu rouca.
— Este foi o homem que salvou a senhora quando o barco explodiu?
Não podia ser verdade. Não podia ter sido Christopher.
— Foi ele também quem salvou você — contou a mãe, sorrindo. — Ele arriscou a vida tantas vezes mergulhando para achá-la. Eu a vi na passarela segundos antes da explosão. Sabia que você estava na água, provavelmente ferida demais para sobreviver. Comecei a gritar para alguém salvar meu bebê.
— Sua mãe ficou presa nos escombros do barco — esclareceu Christopher — E se recusou a ser resgatada até que eu encontrasse a filha.
Dulce estava em choque. A visão em sua cabeça. O homem que ela lembrava.
— Era você? Aquele que me resgatou... o homem que eu me lembro... era você!
— Nem eu mesmo sabia até a noite em que você me contou a história — confessou Christopher. — Percebi então que deveria ser sua mãe que eu tinha salvado, mas não sabia que ainda estava viva. Saviñon disse a todos que ela morrera junto com o Costas.
— Era isso que ele queria que todos acreditassem. Ele me queria fora de sua vida. Você voltou para o barco para salvar os outros e a ambulância nos levou para o hospital. Perguntei para todos para saber quem era você, mas ninguém o conhecia. Aí, José nos mandou para a Inglaterra e fui proibida de voltar à Grécia. Mantivemos nossa identidade em segredo, seguindo as suas instruções.
Christopher franziu a testa, mostrando-se alerta de repente.
— Como ele podia fazer uma ameaça dessas? Por que as proibiu que voltassem? E por quê?
— Ele me odiou desde o primeiro momento, quando Fernando levou-me para casa, em Corfu. Depois que Fernando morreu, não havia ninguém para me defender. José ameaçou tomar Dulce de mim e criá-la na Grécia, como se fosse sua filha. Na verdade, não a queria por perto, era só para me punir.

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bjix da Naty