Fanfic: Misteriosa e Sedutora {O Baile de Máscaras} • Vondy

“A Minha Noiva Perdida,

Tomei uma decisão. Uma decisão tola EU sei, mas não pude resistir.

Mais um baile se aproxima e EU decidi participar dele pela última vez. Pedi que um amigo me emprestasse seu nome de forma que Beatrice não possa me impedir de receber um convite.

Não sei. Talvez seja uma última tentativa para ver vc. Mesmo que seja apenas para dizer-te adeus. Ou então, EU ainda tenha alguma esperança inconfessável de te-la novamente. Parte de mim espera encontra-la lá. Não é estranho, após todos esses anos?

Acho que preciso ter certeza. Até que isso aconteça, não conseguirei tentar encontrar uma nova vida para mim. Já disse a mim mesmo inúmeras vzs, mesmo que a encontre, não será como antes.

Mas EU preciso saber, preciso ter certeza de que a vida sem vc é o que me resta. Se vc estiver no baile, teremos essa resposta. Teremos uma nova oportunidade de descobrir como deverá ser nossa vida no futuro.

E se vc não estiver lá? Meu eterno amor.

Se vc não estiver lá, acho que terei a resposta que busco.

Espere por mim minha esposa. Estou indo.”

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Grávida. A imagem de Dulce esperando um filho dele foi tão forte que Ucker engoliu em seco.

-         Por que não esperamos para ver?

-         Não. Quero uma resposta agora Ucker. Se EU não estiver grávida, o que acontecerá com nosso casamento?

Outra mulher teria dado tempo ao tempo. Não Dulce Maria.

-         Não se preocupe Maria. Nada lhe faltará.

-         Mas não precisará mais de mim, não é isso?

Agora Dul o havia colocado em um beco sem saída.

-         Vc está querendo uma resposta que não tenho para dar Dulce. – Ucker encarou-a pou um instante, mas não conseguiu sustentar seu olhar. – É claro que ficará aqui, se estiver grávida.

-         Ou seja, se EU não estiver, o casamento acaba.

Os lábios de Dulce estavam trêmulos. Ele queria beija-los, mas estava certo de que isso seria um erro.

Ucker queria encerrar aquela conversa, mas não sabia como. Fechou os olhos.

-         Estou tão cansado que não consigo raciocinar. Faz duas noites que não durmo. E o dia de hoje foi dos mais atribulados, vc há de concordar comigo.

Dul não concordava, era óbvio, mas rolou na cama de forma a ficar de costas para ele.

-         Então tente dormir. É o que pretendo fazer.

-         Boa idéia. – Ucker começou a se despir no mesmo instante. Quando se deitou, tentou abraça-la.

-         Isso não é preciso – Dulce resmungou. – Aliás, acho que dormiremos melhor se não nos tocarmos.

Ela estava certa. E tão exausta quanto ele, além de magoada. Os últimos dias não haviam sido fáceis para nenhum dos dois.

-         Está bem.

-         Boa Noite.

Mas não estava bem. Ele permaneceu imóvel na cama, ouvindo os soluços abafados dela. Só depois que a respiração de Dulce tornou-se tranqüila e ritmada e a tensão abandonou seus músculos, ele conseguiu relaxar.

Puxou-a então, para junto de seu peito e como se dormissem juntos sempre, ela deitou a cabeça em seu ombro e enroscou-se em suas pernas. O joelho dela tocou-o na virilha com o movimento. Depois disso, Ucker precisou dizer a si mesmo uma porção de vzs que não seria um cavalheiro se tirasse vantagem da situação.

Mas seu bom comportamento foi premiado. Em emio ao sono, Dul beijou-o no queixo e murmurou palavras que ele não deveria ter ouvido. Com um sorriso de satisfação, Ucker fechou os olhos e finalmente conseguiu dormir.

Dulce acordou com a sensação de que algo não estava certo. Nunca se sentia tão bem pela manhã. Estava aquecida e confortável. Além disso, havia tido um sonho maravilhoso de que o que mais queria no mundo tornara-se realidade. O som estridente de um sino ecoou pelo quarto e a fez abrir os olhos de uma vez. Ucker estava ao pé da cama, vestido, com um chapéu de cowboy.

-         Bom dia doce Dulce – ele cumprimentou.

Os olhos castanhos pareciam querer penetrar em sua pele. Ele a fitava como se não tivesse mais nada para fazer no mundo. Vontade de falar com Ucker não havia. Não depois da conversa que tiveram na noite anterior. Mas ela se obrigou a ser educada.

-         Bom dia. Foi impressão minha ou EU ouvi um sino tocar?

-         Não foi impressão. Mojo sempre toca o sino quando quer avisar que a comida está pronta. – Ucker hesitou como se tivesse algo mais em sua mente,m as não conseguisse traduzir o pensamento em pelavras. – Desculpe sobre ontem a à noite. Não foi a noite de núpcias que planejei para nós. Tentarei melhorar.

Dul não respondeu. Devia estar horrível, com os cabelos desalinhados, os olhos inchados de dormir e chorar e os lábios entreabertos sem que ela conseguisse emitir um som. E como se tivesse interpretado seu silêncio como uma concordância, Ucker sorriu e deixou-a .

Melhorar? Em que implicava a melhora de Christopher?

Durante cinco minutos, Dul tentou adivinhar o sentido daquela promessa. Só depois percebeu que estava no meio da cama e que a marca deixada pelo corpo de Ucker sugeria que haviam dormido bem juntos um do outro. Dulce moredeu o lábio. O que negara a ele quando acordada, entregara durante o sono.

Melhorar! A palavra a perseguiu no banho. Não lhe deu trégua quando voltou ao quarto para procurar sua roupa e se vestir. Enquanto ela ainda dormia, sua bagagem havia sido trazida para o quarto. Não era mto, mas a fez deduzir que Ucker estava realmente tentando fazer com que desse certo.

A manhã, de repente, pareceu mais luminosa. Podia ser pouco, mas era o suficiente para abrir um portal para o futuro.

Ucker estava tomando uma xícara de café quando ela entrou na sala de jantar. Havia uma outra xícara ao lado dele, esperando-a . Ela se sentou e se serviu em silêncio.

-         Quais são seus planos para hj? – Ucker perguntou um minuto depois.

-         Pensei que minha tarefa fosse transformar esta casa em um lar.

-         Alguma idéia?

Ela tomou um gole.

-         Nenhuma.

-         Não tenha pressa. Quando menos esperar, uma idéia lhe virá a mente. Aliás, pq não aproveita seu primeiro dia para se familiarizar com o lugar? Para fazer apenas o que lhe der vontade? Poderia talvez, dar uma olhada nos quartos e escolher um, que lhe parecer nais adequado, para Sarita?

Dul gostou da sugestão.

Jumbo apareceu à porta com dois pratos fumegantes nas mãos.

-         Bom dia – cumprimentou-os com uma formalidade que fez Dul sorrir. No dia anterior, eles não haviam se entendido mto bem. Dul resolveu amenizar o clima.

-         Jumbo, estou com tanta fome que poderia comer um boi! – o comentário funcionou.

-         Seu caso, minha senhora, será resolvido de imediato.

-         Se quizer repetir, é só dizer – acrescentou Ucker.

-         Obrigada – Dulce agradeceu e se arrependeu de seu entusiasmo. Havia comida ali suficiente para um batalhão. – Acho que não será preciso.

-         Espero que tenha falado com sua esposa sobre Mojo – disse Jumbo após alguns instantes.

-         Peça para ele vir aqui assim que puder – Ucker respondeu. - Minha esposa e EU estaremos aqui.

Dulce estava achando a situação divertida. Após provar a montanha de comida que Jumbo lhe trouxera, esforçou-se por fingir seriedade.

-         Tenho um pedido para lhe fazer Christopher.

-         Sim? O que é?

-         Quero um cachorro. Um cachorro bem grande e feroz. Aliás, um lobo seria melhor.

Ucker percebeu a intenção e fez o jogo dela.

-         E onde quer que EU o deixe?

-         Embaixo de minha cadeira seria um bom lugar.

-         Verei o que posso fazer.

Vinte minutos depois, em um clima quase alegre, Dul empurrou o prato.

-         Não consigo dar nem mais uma garfada.

-         Mas vc só comeu a metade. Mojo não...

-         Ora, esso está se tornando ridículo! – Dulce exclamou ao mesmo tempo que atirava o guardanapo em cima da mesa, se levantava e se encaminhava para a cozinha. Iria ver quem era esse tal Mojo que tanto falam que é brabo.

Ucker seguiu-a .

-         Querida, não acho que seja uma boa idéia.

-         Pois EU acho uma excelente idéia.

Ao abrir a porta da cozinha, Dul viu Jumbo sentado e o irmão brutamontes, de costas junto à pia. Ele eta tão alto e corpulento que Jumbo desaparecia junto dele.

-         Olá – cumprimentou-o, amigável.

Ela o viu enrijecer. Ao que parecia, embora só tivesse dito uma palavra, a palavra fora errada.

-         Esta é a patroa? – ele perguntou ao irmão, sem nem olhar para ninguém.

-         Sim Mojo, é ela.

-         O que ela quer?

-         Não sei. – Jumbo olhou-a – Está precisando de alguma coisa senhora?

-         EU estou aqui para conhecer seu tão falado irmão.

-         Mojo não gosta de conhecer ninguém.

Dulce cruzou os braços.

-         Pois terá de abrir uma exceção desta vez.

Com cuidado, como se estivesse lavando um copo de cristal, Mojo largou a frigideira, enxugou as mãos no avental e se virou, ficando de frente para Dul.

CONTINUA...