Fanfic: Misteriosa e Sedutora {O Baile de Máscaras} • Vondy

“A Minha Noiva Perdida,

Fui ao baile de Natal. E não é preciso dizer que não a encontrei lá. Não sei mais o que escrever. Nem o que sentir. Acho que não tenho mais essa capacidade. Nunca fui de desistir daquilo que quero, mas acho que não me resta alternativa.

Conheci alguém Dulce. Não a amo. Não consigo mais amar, mesmo que queira. Anahí e EU nos entendemos e ela parece estar feliz comigo, embora EU não tenha mto para lhe dar. Ao menos ela preenche um pouco o vazio de minha vida que cada ano parece aumentar.

Trata-se de uma necessidade Dulce. Não quero que pense em traição. No fundo, porém, sinto-me mal, como se realmente a estivesse traindo. Mas não suporto mais e resolvi que este será um Adeus.

Portanto, Adeus, minha noiva perdida. Se algum dia cheguei perto de encontrar o amor eterno, esse dia foi com vc.”

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A realidade atingiu Ucker quando ele estava no alto da escada, consertando o telhado.

Ele poderia ter realmente perdido Dulce anos antes quando ela sofrera o aicdente em uma estrada na Costa Rica. E jamais saberia de seu terrível destino.

Apesar de estar frio, Ucker sentiu as mãos úmidas de suor. No mesmo instante, resolveu descer do telhado e procura-la.

Ela pareceu surpresa.

-         está precisando de alguma coisa?

-         Estou – ele respondeu baixinho.

Dul ficou ainda mais surpresa quando Ucker se dirigiu a Jumbo e pediu que os deixasse a sós. Em seguida, ele tirou as luvas de trabalho e a fez recuar até uma das paredes. Segurou-lhe o rosto, então, com ambas as mãos e ficou apenas olhando para ela. Por um longo tempo.

A pele era alva e macia. As faces estavam coradas. Enquanto era observada, Dul piscou algumas vzs e umedeceu os lábios com a ponta da língua.

Ele sentiu o corpo inteiro estremecer de desejo. Os olhos de Dulce pareciam feitos de veludo. Eles estavam sempre presentes em seus sonhos. E o assombraram até mesmo no alto de uma escada.

-         Ucker?

-         EU precisava disso.

-         Disso o quê?

Em vez de responder com palavras, Ucker demonstrou o que queria. Uma das mãos deslizou até a nuca e a trouxe até seus lábios. E ele a beijou. Não uma, mas dezenas de vzs.

Dulce poderia ter morrido.

Mas ela estava viva, e bem viva. Seus lábios eram uma prova disso. E afastaram o medo, embora fizessem o desejo aumentar.

Ele estava desejando-a tanto que não conseguia raciocinar. Os quadris arredondados se moldavam contra o corpo dele e os seios pressionados contra seu peitoral lhe tiravam o fôlego. Se não houvesse gente por perto, ele a teria deitado naquele chão mesmo para fazer amor, lhe fazer sua.

Dulce sempre correspondia às carícias que lhe fazia. Havia uma química poderosa entre eles. Sempre houvera. Mas quanto tempo aquela paixão poderia durar? Quanto tempo conseguiriam viver juntos antes que sua incapacidade de amar destruísse aquela relação? Quantas noites poderiam ter, até que seus corpos se sentissem saciados?

Ucker tornou a beija-la com maior intensidade ainda, como se assim pudesse afastar o medo do futuro e se concentrar nos prazeres do momento. Mesmo que ela vivesse cem anos, nunca conseguiria entender Ucker.

-         Vc é surpreendente – Dul murmurou entre os lábios dele, quando Ucker finalmente se afastou. – Pensei que precisava de mim para decorar sua fazenda.

-         Sim – Ucker confirmou. – Decorar engloba alguns consertos, pintura, compra de móveis e de objetos. – Ele fez uma pausa como se estivesse refletindo. – Tapetes e almofadas. Muito, mas não isso!

Dul seguiu a direção apontada por ele.

-         Está se referindo aos encanamentos? – Ela sorriu. – EU estou transformando o quarto em uma suíte. O tempo passa rápido e sua filha se sentirá mais confortável quando chegar à adolescência, tendo seu próprio banheiro ligado ao quarto.

-         E aquilo? – Ucker apontou para uma espécie de prateleira de pedra que estava para ser colocada no banheiro.

-         É para os frascos de xampu, cremes e condicionadores. As garotas precisam de vários cosméticos.

Ucker empurrou o chapéu para trás com a ponta do dedo.

-         Ok. Mas duas pias?

Dul tentou encontrar uma desculpa rápida.

-         Vc nunca esteve em uma casa cheia de mulheres não?

-         Uma menina não é uma casa cheia de mulheres! – Ucker protestou.

-         Espere até ela convidar as amigas para o fim de semana. Isso para não falar sobre as ocasiões especiais, como aniversários e reuniões de amigos da escola.

Ucker engoliu em seco, mas Dulce insistiu que o convívio com os amigos era essencial. Não tivera essa oportunidade. Sua tia nunca lhe permitira sair de casa. Muito menos receber amigos.

Ucker balançou a cabeça.

-         Dulce, ela só tem três anos!

-         Crianças crescem rápido – Dulce insistiu.

-         Não a minha filha.

-         Cláudio dizia algo parecido a meu respeito. E quando chegou o momento de EU ter meu primeiro encontro com um garoto, ele ficou indignado.

-         Encontro?

Dul deu um tapinha no ombro de Ucker.

-         Mais tarde falaremos sobre isso, está bem? No momento, preciso cuidar desta obra. Quero que instalem várias tomadas tbm. Garotas gostam de se cercarem de aparelhos eletro-eletronicos, como som, Tv, Dvd, telefone sem fio, computador. – Dulce olhou ao redor. – Oh onde deixei minha prancheta? Preciso acrescentar uma antena à cabo na lista.

~//~ ~//~  Mais Tarde  ~//~ ~//~

-         O que aconteceu com meu chão? – Ucker arregalou os olhos.

Jumbo fez um gesto de desalento com as mãos.

-         Não me olhe desse jeito chefe. Foi idéia de sua esposa.

Ele já deveria imaginar.

-         E onde ela está neste momento?

-         Em seu escritório.

Ucker respirou fundo. A informação o preocupou ainda mais. O escritório de um homem era seu refúgio.

-         Não quero mais saber de buracos em meu chão, ouviu Jumbo?

-         Sinto chefe. Não estou sob seu comando nos últimos dias, esqueceu? Tive ordens para fazer tudo que sua esposa mandasse. E isso inclui mais meia dúzia de furos.

Ucker resmungou alto.

-         Ou vc me ebedece ou EU o farei saber de uma vez por todas quem é que manda nesta casa!

Jumbo assobiou.

-         O casamento realmente teve um efeito incrível sobre o senhor patrão. Alguns dias atrás, não me teria dado esse tipo de resposta. Seu vocabulário era bem diferente. Maia forte e colorido, digamos.

O fato de seu empregado estar certo, agravou ainda mais o humor de Ucker.

-         É mesmo? Pois continue caçoando de mim, e seus dias coloridos ficarão negros, ouviu bem! Aliás, no momento em que minha filha colocar os pés nesta propriedade, não quero ouvir nem sequer uma palavra que não seja própria aos ouvidos de uma criança. E isso vale para seu irmãos tbm.

Jumbo deu um sorriso.

-         Pretende dizer isso a ele em pessoa ou está pensando em escrever um bilhete, amarra-lo a uma pedra e atira-la no meio da cozinha?

Uma expressão de riso passou pelos olhos de Ucker.

-         Acho que incubirei minha esposa dessa tarefa.

-         E ele acatará a ordem como um cordeiro. Se quer saber o que penso, ele até concordará com ela sobre a importância do ambiente na educação da menina. – Jumbo balançou a cabeça. – Nunca imaginei que chegaria o dia que meu irmão se deixaria influenciar por uma mulher.

-         Vc ainda não viu nada – Ucker respondeu. – Espere até minha filha chegar, ela o fará de gato e sapato desde o primeiro dia. Sei que Mojo vai adora-la.

Desde que Sarita quisesse ficar, é claro, Ucker pensou. A perspectiva de ter a filha vivendo com ele tbm o fez pensar em Dulce. Ter Dulce para sempre a seu lado seria como ganhar o paraíso.

Ucker afastou os pensamentos. Não tinha tempo para se entregar a meros pensamentos incertos. Havia muito trabalho a ser feito.

Abriu a porta de seu escritório, e o que viu alí quase o fez ter um infarto.

CONTINUA...