Fanfic: Misteriosa e Sedutora {O Baile de Máscaras} • Vondy

-         Vc me lembra alguém que conheci. – Que conheci e considerei meu príncipe encantado... – Talvez meu amigo tenha feito a ligação quando o viu e decidido fazer algo a respeito.

Um sorriso malicioso curvou os lábios de Ucker.

-         Estava tentando se livrar dele? Foi por isso que me descrevu?

-         EU não estava mentindo,se é isso que está querendo saber – Dull respondeu com firmeza.

-         Por que me escolheu? – Ucker insistiu – Não acredito que o motivo tenha sido realmente minha semelhança com outro homem.

Dull obrigou-se a não perder o controle.

-         Pensei que poderíamos ser compatíveis.

-         O que a faz pensar isso?

Tudo.Os momentos intensos partilhados no passado. O fato de não ter conseguido esquece-lo após todos aqueles anos. – quis dizer Dulce,mas se conteve.

-         Impressão apenas.

A hostilidade que viu naquele olhar provocou-lhe um arrepio.

-         Não confio em impressões.

A declaração alarmou-a mais do que tudo que Ucker dissera antes.

-         Em quem vc confia?

-         Em quase nada.Sou daqueles que precisa ver pra crer.Mesmo assim,às vzs continuo em dúvida.

Lágrimas invisíveis queimaram os olhos de Dull.Teria ela e seu irmão feito todo aquele mal a Ucker? Seriam eles os responsáveis por auela amargura toda?

-         O que está fazendo aqui?

-         Procuro uma mulher.

Por uma fração de segundos,Dull se deixou levar pela esperança.

-         Que mulher?

-         Qualquer uma,desde que possamos entrar em acordo.

A sensação que ela teve foi a de levar uma punhalada no peito.

-         Que tipo de acordo?

-         Estamos no meio de uma pista de dança.Acha que é um local adequado para negociarmos um contrato de casamento?

-         Nós poderíamos... Nós poderíamos sair e tomar um café juntos.Tudo bem?

-         Claro?

Dull seguiu-o sem respirar.De repente,a idéia de que estava com seu ex-marido e de que ele estava prestes a lhe dizer o que esperava de sua nova esposa quase a levou ao histerismo.

O destino poderia pregar peças como aquela nas pessoas?

Procurou Auguste com os olhos.Viu-o conversando e voltou-se imediatamente para Ucker.

-         Estou sendo incoveniente? Gostaria de voltar para sua parceira?

Ucker colocou a mão em suas costas para guia-la.Dull sentiu o coração bater mais forte.

-         Não.

Enquanto caminhavam,os guizos tilintaram em suava melodia.

Ucker segurou um dos fios dourados que o prendiam

-         Além de bonita,sua máscara é útil.EU não a perderia na multidão enauqnto a tivesse usando.

Dull não pôde evitar uma sensação ruim ao ouvir aquelas palavras.

-         É fácil se esconder em uma multidão.

-         EU a encontraria.

Mas Ucker não a havia encontrado por mais que ela o tivesse esperado.

-         Desde que realmente quisesse me encontrar.

Ele sorriu,mas seu olhar não poderia ser mais sério.

-         Ah,EU iria querer sim.

Quando deixaram o salão,Dull notou que Cláudio e Beatrice já não se encontravam junto à porta.O que diriam se a vissem com Ucker? Ou a idéia era aquela? Teria sido seu irmão o responsável pelo envio dos convites a eles? Teria sido Cláudio que forjara o encontro?

Passaram direto pela mesa do bufê e se sentaram a uma das mesas mais isoladas.

-         Vou buscar o café – Ucker se prontificou. – Como prefere o seu?

-         Puro,por favor.

-         Uma mulher de gostos simples! – Ucker observou. – Pensei que fosse mais sofisticada.

-         Por quê? – Dull caçoou. – Pareço do tipo que só toma capuccino?

Ele sorriu.

-         Café com leite ou com creme,EU diria.

-         Oh não.Puro e bem forte.Expresso são meus favoritos.

-         Os meus tbm – disse Ucker. – Quanto mais cremosos melhor.

-         Nesse caso,deveria experimentar... – Dull quase recomendou o café costarriquenho,mas conteve-se a tempo.

-         Experimentar...

-         EU quis dizer que talvez devesse pedir que o  encarreagado do bar lhe servisse algo desse tipo para vc experimentar – Dull tentou dar a primeira explicação que lhe veio a mente.

Para alívio,Ucker não deu sinal de ter estranhado a observação.Ainda bem! Não queria que ele soubesse quem ela era. Não até que pudesse passar algum tempo com ele e descobrir se ainda existia alguma chance de reconciliação.

Era um sonho praticamente impossível,mas não conseguia abandona-lo.A atração que sentira por Ucker naquela noite,nove anos antes,continuava firme e poderosa.

-         O café – disse Ucker ao memso tempo que colocava as xícaras na mesa e estendia a mão em seguida. – Acho não nos apresentamos. – Meu nome é Christopher e EU moro em Lullabye no Colorado.

-         EU me chamo Maria. – Não estava mentindo.Chamava-se Dulce Maria,embora todos a chamassem apenas de Dulce ou Dull.

-         Um lindo nome.Por que está aqui?

-         Pela mesma razão que os outros,presumo.Gostaria de encontrar um marido.E vc? – Dull perguntou com um fio de voz.

-         Estou procurando uma esposa.

-         Por que resolveu encontra-la aqui?

Ele deu de ombros.

-         Alguém me mandou um convite.

Cláudio!

-         Resolveu vir só porque ganhou um convite?

-         Não.A razão foi outra. – Ucker tomou um gole do café. – Comprei um rancho recentemente.

Então Chris Uckermann havia desistido da vida de andarilho por fim.

- E é preciso casar pra viver em um rancho?

-         Sim.

A resposta foi seca em uma atitude franca de que perguntas não eram bem-vindas.Mas ela teria de insistir.Precisava saber.Ucker seria capaz de unir sua vida a uma mulher qualquer?

-         Por que quer uma esposa?

Ele tornou a levar a xícara aos lábios.

-         Preciso de alguém que ajude no rancho.

-         Com as obras? – Dull perguntou surpresa.

-         Não. Com seu toque feminino.

Dulce pestanejou.

-         Está me dizendo que vai casar só pra ter uma mulher que cuisa da decoração de sua casa?

Ele a olhou com impaciência.

-         Não. Preciso de alguém que seja capaz de transformar o rancho em um...

-         Lar? – Dull adivinhou.

-         Sim.

Não era a intenção de Ucker falar tanto sobre si mesmo.

Sentiu que o sangue lhe subia ao rosto queimado de sol,com pequenas rugas ao redor dos olhos.Não tanto por causa da idade,pois ele tinha apenas trinta e quatro anos,mas em conseqüência do sofrimento e da desilusão.

-         O que pretende dar a ela em troca? – insistiu Dull.

Ele respondeu com outra pergunta.

-         O que vc quer?

-         Não foi isso que EU perguntei.Corrija-me se estiver errada,mas sua oferta é de casa e comida?

-         Não sou um homem rico – ele se limitou a dizer.

-         Ainda bem que não estou atrás de riquezas,não?

Ucker ergueu uma sobrancelha.

-         Seja direta Maria.O que vc está querendo?

Fez-se um longo silencio.O spensamentos ricocheteavam pela mente de Dulce.Ucker queria uma esposa que lhe desse um lar.Em troca ele e protegeria e sustentaria.Mas o que aconteceria com eles no aspecto sentimental?

-         Vc pretende dividir sua cama com ela?

-         Sim.

-         A partir desta noite?

Ele respondeu sem hesitar.

-         Sim.

-         Espera que alguma mulher aceite ir para sua cama sem conhece-lo?

-         Nós estaremos casados.

-         Ou seja,vc lhe oferece seus bens materiais,e ela lhe oferece seu corpo e sua dedicação? É essa sua idéia de casamento?

-         Se procura algo mais,está falando com a pessoa errada.

-         Sem amor? Sem afeição?

-         EU a tratarei bem,se é isso que teme.Não a magoaria.Não de propósito,ao menos.

Ucker estava mentindo,Dulce pensou.Todos seus instintos lhe diziam isso.Ele era um homem necessitado de amor por mais que tentasse negar.

E ela? Seria capaz de lhe dar um amor incondicional? Não estaria correndo um risco ainda maior agora do que correra nove anos antes?

Naquela época,Ucker era um homem livre e aberto,disposto a entregar seu coração e todo seu ser a uma mulher.Agora,ela não podia ter certeza de que aquele homem ainda existia dentro dele.De que seria capaz de voltar a confiar nela quando descobrisse sua verdadeira identidade.

- Está interessada?

O modo como ele fez a pergunta não indicava preocupação com a resposta,mas ela notou a força com que passara a segurar a xícara.

Esse simples detalhe,mais do que qualquer outra coisa,lhe deu esperanças.Embora Ucker afirmasse que não queria amor em sua vida,viera ao baile em busca de uma noiva que estivesse disposta a lhe dar um lar.

-         Sim.EU ma caso com vc.

-         Não me lembro de ter feito o pedido.

-         O que está pretendendo afinal? – Dulce indagou antes que Ucker tivesse tempo de dizer outra palavra.

-         Está bem.EU quero me casar com vc – Ucker admitiu.

-         Mas antes tenho um pedido a lhe fazer.

-         Qual?

-         Tire a máscara.Quero ver seu rosto.

{...}