Fanfics Brasil - Todas as Fases Fases da Lua

Fanfic: Fases da Lua | Tema: luan santana,luan,santana,fazenda,escreve ai


Capítulo: Todas as Fases

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Luan entrava no escritório depois de chegar de uma longa turnê. O empresário coçava a cabeça e olhava pela janela ao ouvir a novidade. Luan esta sentado em uma cadeira na frente da mesa de Koba.


– Isso mesmo, férias.


– Mas isso não estava bem nos nossos planos. Astros feito você não costumam tirar férias como pessoas normais. Tem certeza que vale a pena?


– Já esta tudo combinado. Aluguei uma fazenda no interior de uma cidadezinha sulista. Perto de uma montanha. O lugar é incrível, é névoa o dia todo essa época do ano.


– Como conseguiu ir lá?


– Não fui. Um amigo meu que morava la por perto, arranjou tudo pra mim. E esse aqui é o mapa pra chegar lá. Consegui imprimir em um hotel.


– Certo Luan. Então acho que consigo 3 semanas de férias para você.


– Quatro semanas e não se fala mais nisso... – sorri de  lado.


– Tá bom Luan... mas vou ter um trabalho gigantesco pra amontoar todos esses shows para outras datas. Mas, a estrela aqui é você, e você decide. Boa sorte nas suas férias garotão.


– Eu não sou um garoto mais.


– Para Luan... por dessa produção de imagem toda, eu sei que tem um moleque por trás dessa barba.


– Não sou garoto, nem moleque. Apenas não sou tão velho feito você.


– Não quis te ofender meu amigo. – diz dando tapinhas nas costas de Luan e rindo.


– Não me ofendeu Koba. Mas agora preciso ir. Como irei no meu novo carro, mais precisamente uma camionete dessas que não chamam muito atenção, então, de certa forma passarei batido no interior. Mas ate que eu saia da cidade, despistes os paparazzi e curiosos por favor. E principalmente as minhas fãs. Não quero que essas malucas que eu tanto amo se metam em confusão.


– Acabei de pensar nisso. Vou soltar um boato na internet que você vai estar no Shopping Plaza. Elas e a imprensa cairão direitinho. Pode ir tranquilo meu amigo. Vai ter ninguém te seguindo.


– Obrigado cara... vou indo então.


– Luan... é, toma cuidado nessa “fazenda” ai. E aproveita pra escrever umas músicas!


– Pode deixar!


Eles apertam as mãos, e Luan segue para pegar o carro nos fundos do escritório. Ele dirige pra fora da cidade, em 5 horas finalmente chegou até o provável destino final. Luan apesar de se sentir meio perdido não sabia exatamente onde era essa fazenda. Afinal, ele só tinha um mapa.


– Caramba, onde será que é essa fazenda. Me sinto andando em círculos...


Depois de alguns minutos, ele encontra uma fazenda com ar bem misterioso. Ele não sabe se realmente é o local certo, mas decide entrar. Ele desce do carro, pula a porteira. Faz uma coisa que não é bem do seu costume, coloca um chapéu que ganhou de seu amigo Fernando, e um óculos escuro. Desliga o celular, apesar do coração apertado de deixar todos sem notícia a partir daquele momento.


Ele anda com uma sensação de liberdade, o sorriso no rosto não dá pra disfarçar.  Tem felicidade ali. Ele sente que em muitos anos, não se sentiu tão bem. As cobranças, as fofocas, as obrigações, não existiam ali.


Mas ao seu encontro, veio um velho, que apesar de parecer frágil, não tinha cara de muitos amigos.


– Em que posso ajudar? – disse o velho com uma enxada na mão.


– Ah... – olha para a enxada com receio – ... eu aluguei uma fazenda por aqui e eu acredito que é essa.


– Quem é você?


– Luan... – estende a mão, mas o velho não retribui.


– Fique aqui. Vou anunciar sua chegada ao dono. Ele é um senhor muito velho, muito doente. Se ele dizer que realmente foi alugada, volto aqui pra mandar você entrar. Se ele negar, solto os cachorros que estão presos lá no fundo, e terá apenas 1 minuto pra vazar daqui vivo.


– Nossa, é...


Luan mal consegue falar. Esta surpreso com a agressividade gratuita do velho que mais parece o capineiro do local.


 


O velho, que se chama Jeremias, bate a porta do dono da fazenda, senhor Carlos.


– Posso entrar senhor?


– Entre miserável...


– Desculpe incomodar...


– Você sabe como eu odeio ser incomodado esse horário. Espero que seja muito bom o motivo pra você estar me enchendo o saco.


– Um rapaz apareceu dizendo que alugou uma fazenda por essas bandas. Ele quer saber se é essa.


– O cara aluga uma fazenda, mas não sabe qual é? –diz o velho na cadeira de rodas.


– Deve ter sido pela internet ou algo do tipo. Sabe como o mundo anda hoje em dia né.


– Não aluguei a fazenda pra ninguém. Mas... você sabe que a lua cheia esta chegando. E você sabe o que acontece em minha  fazenda quando a lua cheia chega...


– Sim senhor. Como sempre muito complicado. Sempre a lua... enfim, o senhor sabe.


– Sei. E eu não aguento mais passar por aquilo. Diga ao rapaz que realmente é essa a fazenda alugada por ele, e pergunte por quanto tempo. Depois disso,  avise meu filho que eu estou saindo da cidade para passar um tempo no nordeste. Não fale pra ele do rapaz. Chame meu motorista urgente.


– E a namorada de seu filho?


– Pietra? Deixa ela na fazenda. Que sofra junto com esse idiota. Ninguém mandou ela vir pra fazenda.


– Mas ela veio para cuidar do senhor.


– Vigiar. Vigiar é diferente de cuidar. Não nota que ela é igual as outras? Apenas esta esperando eu morrer! É mais uma urubu esperando minha fortuna.


– Sinceramente, senhor? Não acredito que ela seja dessas. Ela sempre esta preocupada com o senhor. O senhor que afasta ela toda vez que ela se aproxima.


– Cala a boca! Não te pago pra dar sua opinião.


– Desculpe senhor.


– Vai logo falar com o rapaz. Não esqueça de chamar meu motorista, traste.


– Com licença senhor.


 


Jeremias volta novamente  onde estava Luan. O velho agora esta sem a enxada.


– Pelo visto não tem cachorros famintos vindo em minha direção... parece ser um bom sinal.


– Hum, que engraçado. Realmente é essa a fazenda que você alugou. Mas o dono por ser muito velho, pediu que confirmasse por quanto tempo.


– Ah, sim. Um mês. Aluguei por  1 mês.


– Que bom. Pode trazer seu carro pra dentro da fazenda. Vou abrir a porteira pra você.


– Obrigado.


 


Luan guarda o carro dentro da fazenda e em seguida entra para dentro da casa. Ele fica encantado com cada móvel, com a possibilidade de ouvir o som dos pássaros mesmo estando dentro de casa. Ele tenta observar cada detalhe, cada objeto, ate que chega a cozinha onde acaba assustando Pietra.


– Ah! Que susto! Quem é você?! – diz ela com palpitação de tanto susto.


– Desculpa! Eu... estava conhecendo a casa.


– Quem te deu esse direito?


– O dono da fazenda, me alugou.


– O dono? Eu não acredito que ele alugou a fazenda comigo dentro. Esse velho é mesmo birrento. Deixa o filho dele chegar, vai falar o diabo pra ele! Mentira... meu namorado é um merda. Vai abaixa a cabeça feito um cãozinho. Morre de medo de matar o velho com as verdades.


– Oi? Eu to aqui...


– Quem é você afinal?


– Luan. Me chamo Luan. E você?


– Pietra. Já que você alugou isso, vai querer que eu vá embora? Já te digo que não tenho onde ficar.


– Não, não precisa! A fazenda é enorme, você não vai me incomodar jamais. A não ser que você toque flauta toda noite.


– Eu tenho cara de tocar alguma coisa?


– E eu tenho?


– Não... parece só um garoto por trás dessa barba.


– Porque todo mundo diz isso?


– Eu não quis te ofender rapaz...


– Que bom que não, moça.


– Não me chama assim. Odeio que me chamem assim. Eu não tenho 13 anos. Sou de maior faz tempo óh.


– Viu como é chato ser tratado assim.


– Certo. Provavelmente nos somos bem mais maduros e experientes do que aparentamos. Não vamos mais nos julgar.


– Sim, esta ótimo assim! Tem algo pra comer?


– Tem bolo, que a cozinheira deixou feito, no forno. E pra beber... tem agua.


– Nossa, tem nem um leitinho?


– Claro que tem Luan. Toma... – entrega uma xícara vazia.


– Tá vazia.


– Eu sei... vai pegar o leite.


– Tá na geladeira?


– Não... esta na vaca. Tiram leite direto delas. Você pode fazer o mesmo. É só seguir aquela trilha, que vai dar na cocheira.


– Vou lá nada. Ta começando a garoar.


– Tá com medo de vaca?


– Não. Só não tenho experiência com isso. Pelo visto nem você.


– Não bebo leite.


– Mas tem medo de vaca?


– Eu não...


– Tem sim, da pra perceber. Tá fugindo do assunto.


– Não tenho medo disso! Que coisa!


– Então prova... vamos lá comigo. Tem que ser agora, tá ficando escuro.


– Quer saber? Vamos lá então. Quero ver.


– É assim que se fala moça!


 


Pietra olha com raiva para Luan, mas não responde. Logo chegam onde estão as vacas. Ela fica de braços cruzados e aponta para o banquinho.


– Pega isso ai, senta e tira o leite agora. Vou dar apoio moral.


– E se ela me dar um coice?


– Dai você vai ter que fazer uma plástica. – diz rindo.


– Credo, esse banco tá derrapando.


– Coloca isso direito!                 


Pietra vai até Luan para tentar amarrar o banco ao redor dele, mas um acidente acontece e os dois acabam caindo no chão com banco e tudo. Ela cai por cima dele. O primeiro contato entre os dois. Embolados, tentando se levantar diante da lama, acabam se abraçando para tentar se levantar. Pietra sente o coração de Luan batendo forte, e ele não consegue não notar como dela esta disparado. Eles se olham de uma maneira diferente. E notam que estão sendo iluminados por uma luz branca que vem de fora. É a luz da lua.


– Nossa, esta tarde. Escureceu. – diz ela sem graça.


– Verdade... – diz ele sem tirar os olhos dos dela.


– A lua... ela esta refletindo dentro dos seus olhos. Como isso é possível?


– Eu não faço ideia. Mas... temos que nos levantar. Deixa o leite pra depois. Não me importo em beber agua.


– No três fazemos força pra levantar dessa lama. Um, dois, três!


 


Nesse momento, Luan tasca um beijo na boca de Pietra. Os lábios se colam feito duas partes de uma mesma laranja. Ela sente perder as forças pra evitar o beijo. E ele sem forças pra parar. Mas lembrando de sua situação, de namorada do dono da fazenda, ela empurra Luan pra longe. Com dificuldades ela se arrasta ate a parede e consegue se levantar com segurança.


– Isso não poderia ter acontecido... eu sou comprometida.


– Eu não sei o que aconteceu comigo. – diz ele levando a mão ate a cabeça.


– Cuidado, sua mão tá suja. Seu cabelo... tava tão lindo, agora ta cheio de lama.


– Pouco importa isso... eu acabei de fazer papel de cafajeste! Me perdoe. Eu acho que fiquei fora de mim. Não era eu. Eu vou na frente.


– Não... não podemos virar inimigos.


– Eu não odeio você. Eu te perdoo. Alias, nem foi pecado. Mas eu esqueço. Mas vamos juntos. Ao menos amigos devemos ser. Essa fazenda é perigosa pra mim ficar aqui sozinha sem aliados.


– Do que esta falando?


– Nada em especial. O pai do meu namorado, o velho de cadeira de rodas que te alugou a fazenda, nunca foi com a minha cara. Os funcionários dele também não. Mas ao menos com ele aqui eu poderia saber o que ele planejava. Agora eu não sei pra onde ele foi, nem o que vai fazer pra me prejudicar. Ele me odeia. Ele ate alugou a fazenda comigo dentro. Espero que você não seja parte de um plano dele, pra me afastar daqui. Espero que não seja aliado daquele velho.


– Eu nem conheço ele. Nem quero depois de ouvir isso. Não sou aliado dele. E nem consigo entender porque ele iria querer se livrar de você. Você parece ser tão perfeita.


– Assim eu fico ate sem graça.


– Você ficou corada. – diz rindo.


– Faz muitos anos que eu não ouço isso. Sabe como é, depois de um tempo de namoro, isso de elogiar fica raro. Ainda mais eu que mal vejo ele.


– Imagino... – diz Luan incomodado com o assunto.


– Vamos então, antes que volte a chover...


– Sim, me da a mão... por segurança. Não quero que escorregue no caminho. Sua sapatilha parece não ser feita pra escorregar.


– Mão? Claro... por segurança. – diz estendendo a mão.


 


O coração dela aperta ao sentir a mão macia de Luan segurando sua mão. Ela esta começando a tocar o coração dela, sem nem imaginar isso. Imagine a confusão que seria se apaixonar por um cara que ela mal sabe de onde veio nem pra onde vai. Apesar que ela tem uma leve sensação de já ter visto ele em algum lugar.


Ao chegar na casa, Pietra sobe para seu quarto rapidamente. Luan vai pra cozinha para ver o que pode ser feito pra janta e acaba encontrando com a velha cozinheira com uma trouxa de coisas.


– A senhora não vai cozinhar?


– Não meu filho. O dono da fazenda me deu um mês de férias. Vou agarrar essa oportunidade de colocar os pés de molho!


– Mas e agora?


– Desculpe meu rapaz, não posso lhe ajudar.


– Tudo bem. Eu me viro por aqui...


– Adeus meu rapaz. – diz indo embora.


 


Luan senta em um banco ao redor de um tipo de balcão de madeira que tem na cozinha. Logo Pietra desce e se surpreende.


– Cadê a cozinheira?


–Disse que o dono deu férias de exatos um mês pra ela.


– Ai meu deus... aquele velho infeliz! Ele sabe que eu mal sei cozinhar. E o pior, nessa casa só tem carne seca e sopa de ervilha. Eu mantinha uma dispensa com alimentos pra fazer umas comidas mais fáceis, mas por um acaso na ultima chuva forte que teve, antes de ontem, teve uma filtração lá, só sei que perdi tudo que eu tinha. Notei que o velho levou motorista, desse jeito nem tenho como ir na cidade vizinha pra comprar nada. Pra piorar não tenho tanto dinheiro.


– Não podemos passar fome.


– Você tem um carro né? Podemos ir ao mercado. Fica a uns 30 km daqui.


– Mercado? – diz Luan assustado.


– Obvio, qual o problema? Temos que comprar comida.


– Não posso... tem muita gente lá.


– Oi? Porque? Esta com medo de que?


– Eu não posso ser reconhecido.


– Que? Você é algum fugitivo???


– Olha bem pra mim... tenho cara de fugitivo da policia?


– Não... mas meu tio também não tinha e ele matou um cara.


– Você não acha que me conhece de algum lugar?


– De onde eu te conheceria?


– E agora? – diz ele tirando o chapéu.


– Eu... não sei. – ela desconfia de quem seja, mas não tem coragem de dizer.


– ... ainda vou te esquecer, escreve ai....  – cantarola Luan.


– Para, para! Eu não consigo acreditar que você esta aqui...


– Não vai dizer que é minha fã?


– Não... se fosse teria um quarto cheio de fotos sua, todos seus cds e não sairia dos seus shows. Mas eu conheço suas musicas, na verdade eu sei de você desde que aquelas suas musicas de péssima qualidade sonora virou febre no interior.


– Eu quebrei aquilo não se preocupe... –diz  rindo.


– Deixa eu ver se me lembro... “Fada nuvem de amor pura magia quero você meu sol minha lua minha alegria... ” alguma coisa do tipo.


– Não era bem assim a letra... Mas o jogo do amor é mais difícil que pensei .Você é tudo o que eu sempre sonhei, olha para mim .Linda, deusa, fada, nuvem de amor, pura magia. Quero você, meu sol, minha luz, a minha alegria. Com você sinto de volta a minha paz. Ninguém me faz tão feliz como você me faz... – diz pousando a mão sobre a mão de Pietra.


– Ah, é isso mesmo! Troquei uma palavra apenas. – diz ajeitando o cabelo com a mão a qual Luan havia tocado.


– Mas você nunca foi me ver em shows?


– Nunca... eu teria condições. Apesar de você estar me vendo aqui nessa fazenda enorme, cheia de gado. Móveis caros... eu não tenho grana nenhuma. Muito menos na época.


– Acho que temos quase a mesma idade. Nascemos no mesmo estado?


– Sim, nasci a uma cidade a uns 200 km da sua. Nossa diferença de idade é dois anos. Eu pesquisei isso faz um tempo. Apesar de não ser fanática, suas musicas sempre fizeram parte assim, da minha vida. Amorosa principalmente. – diz corada.


– Eu tocava e você namorava é isso? – diz fazendo piada.


– Quase isso... – diz rindo.


– É complicado... – diz olhando para o chão.


– O que?


– Não sei se devo ir no mercado. Se me reconhecerem, estou perdido. Vão invadir aqui em dois tempos.


– Não podemos passar fome Luan. Acho que você pode se disfarçar.


– Sei não... se fosse um disfarce tipo profissional, talvez desse certo. Mas se disfarçar assim, só com acessórios e roupas, não costuma dar certo.


– É isso, ou definharmos até morrer... – diz grudando no colarinho dele.


– Ei... tá bom, não precisa me agredir. – diz rindo.


– Desculpe, é que eu estou com fome...


– Eu também estou! Mas já são umas 18:30, já deve ter fechado todos os mercados. E mesmo se ainda estiver aberto, só chegaríamos lá em quase uma hora.


– Ai meu deus... vou ter que ficar sem comer então? – diz ela irritada.


– É só até amanhã. Enquanto isso, acho que tenho algumas coisas no carro que você deve gostar de comer.


– Tipo o que?


– Biscoitos, refrigerante, salgadinhos, cereal... obvio, se você não se importar com o fato da maioria estar aberta. Minha viagem foi bem longa.


– Tudo bem. Eu aceito... se eu ficar sem comer vou acabar desmaiando.


– Vou lá buscar pra você... – se levando saindo.


– Luan!


– Sim? – diz ele olhando para trás.


– Obrigada...


– Você  nem sabe se vai gostar do que tenho no carro ainda. – disse sorrindo.


 


Luan some na escuridão ate que volta com algumas sacolas de coisas. Pietra come tudo que pode. Ele acompanha, mas sempre deixando o melhor para ela. Depois de lamber os dedos, Pietra olha no relógio e vê que muito tempo já passou. Apesar dela dormir bem tarde, não se sente muito a vontade em ficar até tarde com um homem que não é seu namorado.


– Eu acho que tenho que subir pro meu quarto... esta ficando tarde.


– Tarde? Hora dessas meu show ainda nem começou...


– Eu também não acho que esta tão tarde, mas acho melhor eu subir.


– É por causa do seu compromisso né... não quer ficar com outro cara ate tarde, não é mesmo?


– Não... não se ofenda. Eu sei que você não é nenhum tarado. – diz ficando em pé.


– Mas tem medo de mim. – diz olhando pra ela.


– Não...


– Então olha pra mim.


– Estou olhando, Luan. – diz olhando pra ele.


– Porque sente medo de mim?


– Não é medo de você. É... precaução.


– Precaução de que? – diz se levantando.


– De... deixa pra lá.


 


Pietra sai correndo e sobe as escadas, como quem foge de um perigo. Luan fica parado sem reação. Ele fica meio anestesiado e se deita no sofá, que tem uma visão direta da lua. Ele dorme.


Cerca de 2 horas depois, Luan se revira no sofá, abre a metade dos botões da camisa branca que usava, ele esta suando muito. De repente ele se senta assustado como quem consegue sair de um pesadelo.


– Meu Deus... o que esta acontecendo comigo? – diz após um respirar fundo.


Ele sente o corpo pegando fogo, e na mente passa e repassa o mesmo filme: Pietra. Ele se sente extremamente afetado por um desejo louco de ter aquela garota em seus braços. Seu corpo esta reagindo a cada pensamento de forma extrema. Ele sente vontade de subir e encontrar ela, mas naquela situação em que esta, ele a assustaria. Seu cabelo esta encharcado de suor.


Ele não pensa duas vezes, vai até o carro, pega sua mala de roupa, caça um banheiro, acha e toma um banho gelado. No banheiro é possível ver a lua gigante iluminando tudo. Ele sente que o desejo que arde, que corre em suas veias não passou nem com água gelada.


Sua vontade de invadir o quarto de Pietra é definitiva. É como um extinto animal, incontrolável. Ele tenta se segurar como um possuído que luta contra o demônio.


Luan se tremulo, sem controle. Ele reluta contra sua vontade, mas acaba indo até o quarto onde esta Pietra. Ele foi exatamente no quarto onde ela estava, como se tivesse farejado seu cheiro.


Ele bate a porta. Pietra que ainda estava acordada entra em um silencioso pânico, ele chama ela pelo nome, mas ela não consegue falar absolutamente nada. Esta em choque.


– Pietra... abre a porta. – diz ele ofegante.


– Meu Deus, o que ele quer? – sussurra Pietra.


– Abre a porta Pietra. Por favor...


– O que quer Luan? Esta com algum problema? – diz ela.


– Acho que sim. Se você não abrir essa porta acho que morro.


– Ahn? – diz ela abrindo a porta imediatamente.


 


Quando ela abre a porta, Luan agarra Pietra num abraço apertado, aconchegantemente apertado. Ela não consegue se desencaixar do corpo dele nem querendo.


– Luan, que isso? – diz ela sentindo a respiração dele no seu pescoço.


– Seu cheiro é tão bom... eu precisava disso. – diz cheirando o pescoço, o rosto, os cabelos de Pietra.


– O que esta acontecendo, isso esta estranho! Me solta!  – diz juntando forças para afasta–lo. E consegue.


– Não me empurre... eu só quero sentir você.


– Não pode! Eu não posso! Eu namoro. Meu Deus que isso... você esta suado feito, parece arder em febre!


– Febre por você... eu preciso de você.


– Não se aproxima de mim garoto! – diz ameaçando ele com um pincel de maquiagem.


– Não nota que eu não tenho mais controle de mim? Isso é forte demais! Eu... preciso de você. Agora.


– Você esta estranho. Parece um lobo faminto!


– Eu estou faminto! Por você... seu gosto. Eu preciso sentir você!


– Se controla Luan! Eu vou buscar ajuda. Você não esta normal.


Em um lapso de consciência Luan começa a dizer coisas que começam a fazer sentido.


– Você esta certa! Corre! Mas corre de verdade, corre rápido! Pega meu carro, toma a chave! Foge! 


 


Pietra sai correndo, ate encontrar o carro, a ultima vez que ela pegou um carro pra dirigir faz uns 3 anos. Ela não tem habilitação, mas consegue tirar o carro do lugar com um pouco de dificuldade. Ela sabe exatamente quem procurar, a cozinheira. Ela dirige ate achar a cabana de madeira que a velha mora, e chega fazendo gritaria.


– Raimunda!!! Raimunda!!! – diz dando socos na porta.


– Mas que diabos é isso menina? – diz a velha abrindo a porta.


– Pelo amor de Deus, porque isso tá acontecendo???


– Do que esta falando menina?


– Para de fazer de boba! Porque ele esta daquele jeito???


– Não sei do que esta falando!


– Velha bruxa! Eu sei bem que você sabe! O Luan, o cara que alugou a fazenda, tá tremendo, suando e querendo me agarrar! Ele esta sem controle!


– Ele foi o escolhido...


– Escolhido? Por quem?


– Pela Lua... a cada 21 anos isso acontece. Um dos homens das terras de seu futuro sogro, é escolhido pela Lua.


– Escolhido? Escolhido pra que???


– Pra fazer todos os sacrifícios necessários para purificar essa terra. Isso só acontece nas terras do pai do seu namorado.


– A lua escolheu o Luan para...


– Virar servo da Lua. Para garantir as próximas plantações. Luan se transformará em um lobo. Em um lobisomem.


– O que??? E o que acontece no final?


– Será morto pelos caçadores. Como todos foram. Essa é a única forma de parar esse ser, essa lenda, depois de transformado definitivamente em lobo.


– Não! Ele não tem culpa das loucuras dessa fazenda maldita. Ele não vai virar lobo! Tem que ter um jeito de impedir isso!


– Fique calma, pois tem um jeito. Um único jeito.


– Qual? Diz velha! Fala logo! – diz choaqualhando a pobre velha.


– Tire esse moço da cidade, e vai ter que obriga–lo a usar um amuleto no pescoço, pra sempre.


– Isso não parece tão difícil.


– Mas o amuleto terá que ser produzido ainda. Preciso de  cabelo virgem e sangue de uma mulher que ainda não tenha sido mãe. A fabricação demora cerca de uma hora. Mas preciso dos ingredientes.


– Cabelo? De gente? Sangue? Isso é o que? Vudu?


– Olha menina, se não quer salvar seu amigo, deixa pra lá!


– Eu não só quero como tenho obrigação. Ele não pode pagar por isso.


– Então consiga os ingredientes. Isso vai virar um diamante vermelho. Vai garantir a proteção do rapaz onde ele estiver.


– Pode usar o meu cabelo... corte tudo que precisar, só peço que não corte mais que na altura do ombro. E sangue... pode tirar de mim. – diz chorando.


– Nossa, você realmente gosta desse homem. Deixe seu namorado saber disso.


– Namorado? Aquele idiota mal manda noticias. Pouco me importo agora. Provavelmente ele saiu da cidade com medo que fosse escolhido, igual o velho fez. Agora tudo faz sentido.


– De onde quer que eu tire o sangue?


– Pode ser do meu braço. Pra que essa faca?


– Pra isso! – diz passando a faca sem dó no braço de Pietra e aparando o sangue com uma vasilha pequena.


– Ahhhhhhh!!! Não pensei que fosse assim!!! Que dor!!! – diz a garota caindo ao chão de dor. Nisso a velha já se aproveita para cortar o cabelo de uma vez só.


A velha some para dentro de uma  das peças da casa. Pietra chora muito. Uma hora depois, a velha aparece com uma pedra vermelha, um tipo de diamante mal polido.


– Tome o amuleto. E cuide desse braço. Agora vá. Salve seu amado. – diz a velha.


Pietra sai em silencio. Logo chega novamente a fazenda, onde esta Luan. Procura ele, ate que o acha caído na cozinha. Ela tenta acorda–lo, até que consegue. Ela nota que a pupila dos olhos dele, já não é mais a mesma. Tremula ela tenta conversar com ele.


– Luan... você tem que sair da cidade. Eu dirijo se for preciso, mas vamos cair fora daqui. Agora. E coloca isso... deixa que eu coloco em você. – diz colocando ao redor do pescoço dele o amuleto.


– O seu cabelo... o que aconteceu? – diz ele com a voz fraca.


– Eu tive que fazer algumas coisas pra te salvar... depois eu explico.


– Seu braço... machucou?


– Não se preocupe. Vamos embora. Levanta.


– Estou cansado... cansado de me controlar.


– Para de insistir nisso, não vou me aproveitar dessa situação.


– Se aproveita de mim então.


– Ei, colabora né. Levanta.


– Estou esgotado.


– O que você fez afinal pra ficar acabado assim?


– Nem queira saber. – diz ele sorrindo.


 


Ela arqueia a sobrancelha ao imaginar do que se trata, mas decide ajuda–lo a se levantar. Ela leva ele até o carro com dificuldades, e dirige sem parar. Quanto mais distante, mais Luan se recupera. Ele dorme. Ela não dorme, vira a noite, e logo começa amanhecer. Eles chegam na cidade que é a capital do estado. No raiar do sol, Luan acorda e parece estar normal.


– O que estamos fazendo aqui?


– Você esta bem?


– O que houve com seu cabelo? Seu braço? Eu te machuquei?


– Não! Nunca. Eu tenho que te contar algumas coisas. Naquela fazenda, tem uma maldição, e a cada 21 anos, um homem é escolhido pela lua pra se transformar em um tipo de lobisomem. Você havia sido escolhido. Eu fugi de você, e fui pra casa da cozinheira. Lá ela me contou tudo isso e mais. Disse que eu tinha te tirar da cidade e em suma, dar meu sangue e meus cabelos pra produzir um amuleto pra você. Esse que esta no seu pescoço.


– Estou me sentindo culpado. Por causa de mim... olha o que fizeram com você.


– Fiz tudo isso pra te salvar. Fique feliz oras!


Um silencio de ambos os lados se estabelece dentro do carro. Pietra fica apreensiva.


– Porque não quis se aproveitar da situação? – diz ele sério.


– Que? Você lembra? – diz surpresa.


– Não lembro. Não se lembra do que não se esqueceu.


– O que quer dizer?


– Que eu continuo te querendo. Quero você. – diz olhando fixamente pro nada.


– Deve ser efeito da maldição ainda...


– Se apaixonar por você enlouquecidamente estava no pacote de maldição?


– Não que eu saiba.


– Então não é maldição. É desejo, eu te quero.


– Você mal me conhece...


– Mas já te amo. – diz ele olhando pra ela.


– Impossível, você mal me conhece!


– Se não acredita em amor a primeira vista, então me diz como você conseguiu forças pra se sacrificar por mim?


– Eu não sei. – diz olhando pra baixo.


– Olha aqui... – diz erguendo o queixo dela com o dedo– eu não vou embora e te deixar aqui, sem eu nem poder voltar naquela fazenda.


– Mas não tem jeito Luan, você não pode voltar lá! Por favor vá embora.


– Só se você for junto comigo. Sem querer ser clichê, você é exatamente tudo que eu sonhei. Eu já namorei anos sem nunca sentir isso, se eu estou sentindo isso em um dia, você quer mesmo que eu acredite que é por causa de uma maldição? Eu quero você comigo, pra sempre.


– Eu ainda tenho um namorado.


– Pega esse celular e liga pra ele, termina. Acaba com isso logo. Ta estampado na sua cara que você nem gosta desse cara.


 


Pietra pega o celular, digita alguns números. Liga.


– Caixa posta, como sempre. – diz ela indignada.


– Deixa recado. – diz Luan.


– Já que você não atende, só liguei pra dizer que, não vai me encontrar mais na fazenda. Estou a mais de quinze dias sem noticias suas. Como sempre os negócios estão na minha frente. E eu sem poder fazer nada. Só estou dizendo que, não temos mais nada a partir de agora. E nem me ligue, porque eu vou jogar o chip fora. – diz ela desligando.


– Eu não acredito que você fez isso mesmo. Caramba... – diz segurando no rosto de Pietra.


– Você pediu, eu fiz.


– Eu te amo, eu te amo... – diz ele beijando Pietra diversas vezes.


 


De repente aparece um monte de paparazzi’s tirando fotos, e Luan nem se importa continua beijando sua amada. E assim, foram, felizes, para sempre.


 


 


Fim



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Autor(a): Lost Angel

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