Fanfics Brasil - Capítulo 16 - Desconfiança Um garoto com o seu olhar

Fanfic: Um garoto com o seu olhar


Capítulo: Capítulo 16 - Desconfiança

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Capítulo 16 - Desconfiança


                Amanda e Felipe ficaram em silêncio por um bom tempo. Felipe não sabia o que se passava na cabeça da garota. Estaria ela esperando algo para começar um bombardeio de perguntas? Ele, olhando-a pelo canto da vista, disse-lhe:


Felipe: Você está magnífica com este vestido.


                Ela permaneceu em silêncio. Continuou a olhar o chão, quando, em seguida, mirou fundo os olhos dele, perguntando:


Amanda: Quem é Vânia?


Felipe: Que Vânia? – perguntou Felipe, com uma sobrancelha em pé e retornando-lhe o olhar.


Amanda: Ontem à noite, quando eu cheguei à sua casa, você pensou que eu fosse Vânia. Quem é essa tal de Vânia?


                Vânia, meu amor, você ainda está aí? Pensei que tivesse aproveitado a carona dos meus avós. (...) Olá, eu sou a filha do vizinho... Vim dar as boas-vindas à sua família.’ Mas é claro! Felipe lembrava.


Felipe: A Vânia é uma amiga minha muito querida...


Amanda: Eu percebi, meu amor. Primeiro essa tal de Vânia. Depois a loira lá da escola. Você é algum maníaco? Veio com aquele papinho de ‘não achei ninguém especial ainda’, conseguindo que eu caísse como uma patinha. E ainda quer que pense pobrezinho, não tem pai. Ah, poupe-me de mentiras e enganos! Eu odeio falsidade – disse com uma voz seca e áspera. E virou a cara, com ar de poucos amigos.


                Felipe, após uma longa pausa, conseguiu falar, direcionando o seu triste olhar para ela.


Felipe: Vânia é uma das poucas pessoas que me escutam, me dão conselhos, abraços.


                Nessa hora Amanda fechou a mão com força. Parecia irritadíssima. ‘Diga logo que você tem um caso com ela’, pensava consigo mesma.


Felipe: Sabe, Vânia cozinha muito bem. Inclusive, os salgados que eu trouxe foram feitos por ela. Ela é uma cozinheira de mão cheia, 40 anos, dona de um bufê bem conhecido aqui na cidade, o Deliciosa. Além disso, cuida da minha casa desde que nós chegamos aqui.


                Amanda ficou chocada. ‘Vânia é a empregada doméstica?’. Sentiu-se aliviada. Angustiada. Por que se irritava com a idéia de Felipe possuir uma namorada, ficante ou o que quer que fosse? Tudo bem, ele fora o primeiro beijo. Mas, primeiro beijo não significa nenhum conto de fadas que leva ao felizes para sempre. Pensava em como tinha sido estúpida, prepotente e arrogante. Felipe levantou-se e olhava para os próprios pés, mordiscando a boca, sem saber o que falar. Finalmente, com as mãos nos bolsos da bermuda e um olhar vazio disse:


Felipe: Hoje não estamos conseguindo nos entender. Mas, acho que foi bom conhecer melhor os vizinhos.


Após uma pequena espera, ele virou seu olhar para a porta da casa dela e, dizendo ‘Eu pressuponho que devo ir embora. Espero que tenha uma boa noite’, ele saiu. Amanda estava estática. Havia ferido Felipe que, hoje mesmo, disse só ter olhos para ela. ‘Talvez seja você’, lembrando-se do que ele lhe sussurrara ao ouvido. Recordava também o intervalo no colégio, o perfume da camisa dele, o primeiro encontro. Sentiu que agora ela era a mão e ele a flor.


                Felipe foi embora com o coração despedaçado e um nó na garganta. Como doía a desconfiança de Amanda! Não sabia em que pensar, se nas duras palavras da garota ou se nos bons momentos em que estiveram juntos. Subiu até a casa de árvore e começou a tocar um violão que deixara lá pela tarde. Lembrava-se dos seus pais com tristeza e a música que cantava falava exatamente das relações entre pais e filhos. Começou a chorar. ‘Por que eles tiveram que morrer?’. Aprendeu cedo que Deus pode ser algo muito bom, como também pode muito bem ser algo terrível, depende do ângulo em que você encara a realidade. ‘Por que ele não puxou o gatilho para mim também, se foi tão fácil matar meus pais na minha frente?’. Pensava no homem de terno, cujo rosto não conseguia identificar, pois estava escuro. O homem que estava sempre presente nos pesadelos de Felipe. Lembrava de Amanda. Que ódio sentia dela, quando, na verdade, não conseguia sentir nem mesmo um pouco de raiva! Continuava dedilhando o violão, não mais cantando. Chorava baixinho, como em todas as noites desde a morte de seus pais. Exceto ontem.


                Escutou Amanda chamando por ele ao pé da árvore.  Por ele não responder, ela fez questão de subir. Ela escutou o violão sendo dedilhado, sabia que ele estava lá. Ao subir, ele nem ao menos olhou para ela. Não estava mais chorando e também não dava para ver seus olhos, pois seu rosto não estava sendo iluminado pela lua. Amanda criou coragem e falou, quase sussurrando:


Amanda: Lipe, por favor, me desculpe. Eu fui uma tola, nós nem nos conhecemos direito e eu exijo explicações, ofendo, desconfio, e...


                Amanda, nessa hora, olhava para o chão e remexia as mãos. Estava nervosa com o ocorrido. Felipe havia parado de tocar o violão e olhava para o chão.


Amanda: Por favor, não faz isso comigo. Fala alguma coisa...


                Amanda olhava para ele, suplicando uma resposta. Então, retirou o violão do colo dele e o abraçou com força. Ela começou a chorar e ele fez força para não começar a chorar também.


Amanda: Eu sinto muito. É que ando tão triste, meus pais estão brigando por qualquer besteira. Minha mãe sempre coloca a culpa em mim, diz que eu fiz o casamento dela acabar, que meu pai a odeia por eu ter nascido... Acabei explodindo com você, que tem sido um doce comigo.


Amanda soluçava e Felipe abraçava-a com força. Ficaram assim por um longo tempo.



***



 



 



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