Fanfic: O Tempo passa | Tema: tempo

Três dias sem ve-lo.  Coisa estranha essa. Como se eu me importasse, porque nunca me importei com ninguém mesmo. Nem com com ele porque me importaria? Finalmente estaria em paz para ler meu livro.Mas será que esta bem? Oh! Não. Garota Insensibilidade acorda!

Estava na aula de matemática, eu amava aquela aula tantas chatices para me incomodar, estou sendo irônica. Odiava ela mais que aquele grupinho, eu acho. Foi quando uma bola de papel me atingiu, obviamente a joguei fora. Mais uma bola, me virei e disse:

-Quem é o palhaço que ta me jogando isso? Ta afim de morrer é?

Olhar fulminante do professor, para mim, claro. 

Me calei, e jurei para mim mesma que eu iria aprontar uma para eles, um dia, quem sabe depois de ler o próximo volume de meu livro com previsão de lançamento para as minhas férias.As férias definitivas.

Quando estava na saida da escola fui atingida por uma loucamente furiosa Carla, aquela idiota me puxou os cabelos! No que me dei ao o trabalho de responder:

-O que pensa que esta fazendo mula-cérebro de ratazana?!

-Eu que digo! O que pensa que esta fazendo? Acha que vai rouba-lo de mim sua vadia!

Era oficial ela estava fazendo um escandalo descomunal na rua , parte do grupinho estava preocupado e parte dele a segurava, porque ela era bonita devo confessar, mas sua personalidade era tão intragavel que sua beleza se esvaia igual shampoo no ralo.

-Do que você esta falando?- Do que exatamente ela estava falando?

Foi quando eu disse novamente:

-Não faço ideia do que essa maluca esta se referindo mas posso garatir que não tenho interesse algum em qualquer coisa que pertença a qualquer um de vocês. Passar bem.- me virei e fui para casa, felizmente sem ser seguida. 

Como de costume alguns dias se passaram e Johny parecia mal. Tanto na sala de aula quanto fora dela. Digo isso porque não ouvi muitas gargalhadas lá da biblioteca, ao contrário, ouvi algumas brigas.

Havia acabado de ler  meu fabuloso livro e estava em depressão, sim, aquele sentimento de vazio que dá quando o seu mais novo mundo acaba.  E quanto a continuação vai demorar meses. Estava saindo da escola , quando fui puxada contra a parede pelos cabelos por um ar ofegante com cheiro de bala de menta. Meu cabelo ficou furioso. Quando olhei era Johny completamente fora de si, então respondi:

-Qual o seu problema? Achou dicionarios melhores para ler?- disse incomodada com aquele cheiro de menta, apesar de não saber que tipo de incomodo era esse.

-Eu sei que você sabe porque estou fazendo isso- Então se atreveu a tocar no meu cabelo, o que ele tinha contra ele?

- Drogas, talvez? - Seus olhos eram tão verdes! Até que eram bonitos.

-Você é impossivel!- Ele disse se afastando outra vez e eu conseguia ver que ele estava abalado, mas não entendia  o porque. Se afastou de um jeito que parecia que ia derrubar um prédio, um caminhão, rolar no chão com uma arma e acabar com o mundo inteiro. Tinha uma veia feroz pulsando em seu pescoço quando foi embora. E eu fiquei ali sem entender nada, e sem nem me dar o trabalho de entender.

Hora do intervalo; mais algumas discussoes depois no grupinho do top dez , e Johny entrava furioso na biblioteca, o porque eu não sabia já que ele odiava ler. Olhei por trás do livro e ele vinha em minha direção, quando fui abrir a boca para enxota-lo, fui repentinamente tragada por um beijo. Ali, na biblioteca e na frente de todos aqueles top dez! Um silencio morbido invadiu eles e um sentimento de indignação e confusão me invadiu, rapidamente o afastei e disse:

- Com que direito você faz isso? Garoto insolente! Não vê que amo ser só?Que detesto gente como você e eles-apontei para o grupo sem noção.

-Faço isso com o direito de que já não me importo com eles.- disse olhando firmemente para mim.

Um silencio tomou a biblioteca , do jeito que que era e costumava ser, já que a bibliotecária nunca estava lá, preferia comer bolos no refeitório.

-Você não....- eu já não sabia o que dizer e estava definitivamente passando mal,  meu coração parecia com sintomas de uma parada cardiaca.

-Você  não entende o que eu quero dizer, então foi melhor explicar...assim. Porque você joga fora meus bilhetes.

-Seus bilhetes?Quer dizer as bolas de papel?

-É.

Coloquei a mão na testa tentando explicar:

-Não sou romântica, nem sensivel, nem sei direito o que você quer, sou a pessoa mais solitária de toda essa escola e você nem faz idéia do que esta fazendo.Muito menos eu sei, como você se atreve a afirmar.- disse sem compreender mais nada.

Meu coração iria saltar pela boca mais pela primeira vez em anos eu sai da biblioteca. E foi quando começou a obsessão maior dele. Todos os dias ao chegar á minha mesa da sala de aula havia sempre algo ali. Sem bolas de papel. Cartinhas bem ridiculas, que eu jogava fora inumeras vezes, sem lê-las, eu tinha que por um fim nisso, já era o final do meu ultimo ano de escola. Mas sem bolar nenhum plano maléfico extraodinário como meus personagens favoritos de Anime. Uma pena.

Sem me dar conta, mais uma vez lá estava eu prensada contra a parede com o hálito ofegante e cheiro de menta sobre mim, sentia sua pulsação e ela ia ás alturas, quando me beijou novamente com todo aquele fervor que eu desconhecia até então. E eu o afastei novamente.

-Não Johny- eu disse com uma confusão de sentimentos no olhar e uma voz rispida.

-Preciso de você.

-Mas eu não possuo nenhum atrativo..e eu ja disse que odeio pessoas como você! Por que não me deixa em paz?

-Você tem atrativos mas desconhece todos eles, não é como todas as garotas que conheço- ele fez uma pausa- você não se importa com nada.

-Certo..

-Porque diz que me odeia? O que eu fiz a você?- ele disse desesperadamente e cheio de fervor nos olhos.

-Você não pode ser bom, porque simplesmente ninguém é! Quando eu me virar estará falando como sou uma pessima pessoa como todos fazem!- cerrei  o pulso.

-Nem todas as pessoas vão maltrata-la! Algumas se apaixonam por você!

- Que?! Não pode estar falando sério! Pois claramente isso tudo me pareceu parte de um jogo! É claro que esta tentando, sem sucesso, me usar como instrumento para provocar ciumes em alguma garota!- eu era tão esperta!Como uma porta.

-Como pode dizer isso? - estava magoado. Normalmente as pessoas ficavam assim depois que eu falava e iam embora-  Vou ama-la quer você goste disso ou não!-Então tocou meu rosto com seu dedão , olhou fixamente nos meus olhos e me beijou profundamente, sentia que seu coração estava pulsando novamente e continuou a pulsar com mais intensidade, até que percebeu, e eu também que havia cedido.E ele me puxava cada vez mais para si como se o mundo fosse acabar e eu fosse sumir. Nem ele nem eu faziamos ideia do que estava por vir alguns anos mais tarde, enquanto nos beijavamos calorasamente, o mundo parecia conspirar contra nós.

Eu havia cedido naquele beijo e ele era o unico capaz de me fazer ceder em qualquer coisa. E aqui estou eu anos depois deste acontecimento , quase nos 30 anos , sem vontade alguma de continuar respirando, a não ser por ele, mesmo que as brigas fossem constantes.