Fanfic: O dia em que a Terra parou | Tema: História Original
– Hannah?! Olá?! – Eu gritava com o aparelho, pois o barulho que ali havia era mais do que ensurdecedor.
Os tiros desta vez vieram acompanhados de gritos apressados que eu identifiquei ser de Jake comandando os outros dois garotos. A ventania agora se transformara em uma terrível tempestade de areia, não conseguia ver mais do que alguns palmos à minha frente.
– A-A..... Ana?! – O rádio chiou em resposta. Logo me recompus.
– Dez, Hannah! Dez homens! – Eu perdi a paciência.
– D-De..... Dez? A-Ah sim! – Além do sinal ruim, eu mal conseguia ouvir o rádio. – E-Esp.... Espera! Vo-Você os encon.... trou?
– Sim, bem, eles encontraram a gente! – Os barulhos de tiro faziam eu me retesar quando ecoados em pleno ar.
– Baru-ru..... lhos de ti-tiro... – Ela exclamou – SA-SAIA D-Da....Daí! E-Ele est-está v-vin.... – A voz de Hannah sumiu e o chiado tomou conta da transmissão. Merda! O que ela queria dizer?
Levando meu polegar ao botão ‘desliga’ minha ação é interrompida por uma voz ecoando pelo rádio perfeitamente bem.
– Olá... – Soou uma voz masculina e profunda no outro lado da linha. – Olá querida, Ana, não é mesmo?
Congelei. Poderia ele trabalhar com Hannah? Inúmeras dúvidas emergiram sobre minha mente me impedindo de raciocinar direito, e então apenas afirmei em um fraco ‘sim’.
Uma risada de escárnio foi ouvida com desgosto por mim.
– Ótimo, era com você mesmo que eu queria fal... – suas palavras foram interrompidas por um grito gutural cheio de dor e angústia que identifiquei ser de Leo. Eu não pude evitar e acabei gritando junto com ele em plenos pulmões. O som de tiros sendo disparados não parava em instante algum, e logo o homem com quem eu falava parecia que a qualquer momento vomitaria de tanto rir.
Meus joelhos cederam e eu fui ao chão, ralando-os.
Será que Leo está morto?
Será que os outros também não foram atingidos?
Será, será, será...
Minha cabeça parecia pegar fogo assim como meus olhos de tanto chorar um choro seco, agonizante, sem lágrimas, apenas com a dor e medo, rodeada pelo vazio.
A voz parecia recuperar-se de sua crise histérica de riso. – Ai, ai querida... – ele pigarreou tentando fazer sua voz voltar ao normal – Muito bem... – ele ainda soltava risinhos mesmo ouvindo aos meus soluços desenfreados.
Não conseguia pensar direito. Apenas levantei-me ignorando a dor e corri desesperadamente em direção aos garotos apesar da distância entre nós não ser tão grande.
Minhas pernas falhavam, mas eu teimava eu continuar mesmo que mancando.
A areia, assim como meu cabelo, me chicoteava o rosto. Ignorei-os e continuei.
– Vejo que alguém vai mesmo ir salvar os amiguinhos. – Ele zombou – Ei, querida...
Até então eu o ignorava por completo, focando somente nas três sombras que surgiam a minha frente. Eles estavam em pé, eles estavam vivos!
– Que tal acabar com tudo isso? – Falou calmamente, desta vez conseguindo um pouco de minha atenção. Ele riu, provavelmente imaginando a confusão que estava minha mente naquele instante.
– Vo-Você... Só pode estar brincando né? – Eu ri amarguradamente sentindo minhas bochechas doerem com a ação.
O rádio por alguns minutos ficara em silêncio, muito diferente do ambiente em que eu estava. O barulho dos ventos que ali rodeavam não me deixava ouvir muito além da voz deste homem que parecia zombar de mim. Por Deus, quem era ele?
– Eu brincando? Nunca, lhe juro. Estou pensando seriamente em uma proposta.
Finalmente eu chegava perto dos três e até então eu não havia percebido que o som dos tiros havia parado completamente. Somente os sons que eu fazia juntamente com a absurda ventania que ali pairava eram escutados por meus ouvidos.
Areia voava por todos os cantos. Com os olhos semiabertos eu tentava achar meus companheiros, mas nada em minha frente era visível.
– Humm... Deixe-me te dar uma ajudinha. – Ele falou de repente me dando um susto.
– Ajuda? Mas... O QUÊ? – Do nada a areia abaixava assim como o maldito som.
Uma figura grande, cinzenta e com hélices desce majestosamente pelos céus fazendo com que agora eu enxergue o que me rodeava.
– Um helicóptero? UM MALDITO HELICÓPTERO? – Eu gritei para o rádio esperando que ele ainda consiga me ouvir.
Sua risada soou, mas o que realmente me assustou foi ouvi-la além do rádio, o helicóptero, agora em terra firme, teve suas portas abertas, e dentro dela saiu uma figura imponente com um minúsculo rádio em mãos.
Autor(a): U5H10
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– Olá novamente, querida. – Ele, elegantemente, jogou o pequeno rádio em um lugar qualquer e voltou sua atenção para mim e olhou para a nossa esquerda. – Eu deveria cumprimenta-los também?– Ele perguntou com um sorriso de bochecha a bochecha enquanto apontava para três figuras, uma delas ca& ...
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