Fanfics Brasil - Mala Fala Sério,Amor!(Terminada)

Fanfic: Fala Sério,Amor!(Terminada)


Capítulo: Mala

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Mala

O meu pai é jornalista esportivo desde que me entendo por gente e esse é o emprego perfeito pra ele. Nunca vi uma pessoa tão viciada em esportes! Assiste a tudo pela tevê, vibrando muito, sempre: futebol (partidas da primeira, da segunda e da terceira divisões), vôlei, tênis, campeonatos de xadrez, corrida de cachorro... Com a mesma empolgação. Mas seu vício, mesmo, é futebol. Tricolor roxo, ele nunca se conformou com minha opção pelo Botafogo e fez chantagem enquanto pôde.
Se você virar Fluminense, o papai não conta pra mamãe que você comeu um pacote de biscoitos antes do almoço dizia ele quando eu tinha uns cinco anos.
O tricolor é tão melhor, filha, e você é tão inteligente... Se você virar casaca, papai te dá uma bicicleta
tentou quando eu tinha uns sete anos e meu maior sonho era andar sobre duas rodas.
É, às vezes ele jogava baixo.
Nunca deu certo. Sempre fui perdidamente apaixonada pela estrela solitária do alvinegro, pelo preto e branco da bandeira, pelo amor da torcida pelo time... Mas pára por aí a minha paixão futebolística. Não sei os nomes dos jogadores, nunca entendi o que é impedimento e não aprendi a diferença entre atacante e volante. Pô, pra mim volante é aquele treco que tem no carro, e só. Pra falar a verdade, gosto mesmo é de jogo da seleção brasileira. Com pipoca e conversa. Acho 90 minutos muuuuita coisa pra um jogo tão monótono e sem gente bonita em campo. Ah, se o Beckham jogasse aqui...
De repórter esportivo meu pai foi promovido a editor-chefe da revista em que trabalhava havia anos. E se deu uma tarefa: cobrir a final do campeonato argentino em Buenos Aires, com direito a perfil dos principais jogadores do Boca Juniors e do River Plate.
Na verdade, queria sair do Brasil para espairecer um pouco e se deu três dias de trabalho na capital argentina. O melhor da história: ele me chamou!
Vamos fazer o tango tour, que dura umas cinco horas, conhecer a história do tango, dançar tango à noite e pagar muito mico hablando portunhol em Buenos Aires, pedindo Cueca-Cuela e água-de-cueco, tudo com sotaque carregado! Rá rá rá! Vai ser divertidíssimo! E vamos assistir a todos os jogos de futebol! A torcida de lá é super empolgada, parece final de Copa do Mundo, você vai amar! U-huu!
U-uuuiii!
Tango? E eu lá queria dançar tango? Odeio tango! E portunhol? E Cueca-Cuela? Que mico! Queria mesmo conhecer a noite argentina, os gatinhos (ou seria "gatitos"?) argentinos, a carne argentina. E achei que estaria livre do futebol argentino, já que não sou muito chegada nem no brasileiro...
Mas achei bacana ele me convidar e matei um dia de aula para pegar bons ares em Buenos Aires. (Ai, que péssima essa frase! Mas 11:10 resisti, foi mais forte que eu.)
Antes de ir, tive de avisar ao meu gatinho carioca do momento, o Leandro, que iria passar uns dias com meu pai fora do Brasil.
Que irado, Jenni! Vai ser tudo de bom viajar com seu pai! Posso te fazer um pedido?
Pode fazer vááários
respondi, apaixonada e burra.
Vários?
ele perguntou, feliz, feliz.
Vá-ri-os
Fui burra de novo.
Você pode trazer umas coisas pra mim?


Claro, meu amor. O que você quiser cometi uma sandice, como adorava dizer minha mãe.
Sério?
empolgou-se como nunca.
S-sério... disse, temerosa.


Beleza! Posso pedir, então?


Manda!
Eu amo alfajor. Sou louco por aquele doce. Será que dá pra trazer uns seis pra mim? Eu te dou o dinheiro.
Ufa!, respirei aliviada. Achei que ele ia pedir um elefante de porcelana super pesado e super frágil ou algo que o valha. Alfajor, imagina! Nem ia fazer peso na minha mala.
Claro, meu amor!
Também gosto de doce de leite.
Ah, eu também amo!
Então. Tem uma marca argentina que é simplesmente perfeita.
E tem no free shop de lá, tranqüilo de achar.
Tá...
Pode trazer 12 vidros?


Doze? engasguei.
É que não estraga... eu te dou o dinheiro...
Não é por isso... é que esses vidros costumam ser pesados...


Ele me ignorou completamente.
Se der pra trazer também um dicionário de espanhol/português eu vou amar. Estou aprendendo, cê sabe, né? Mas Ó, não quero aqueles pequenos não, esses têm aqui. Quero um grande, completo, cheio de exemplos. Tenho o endereço de uma livraria com preços ótimos. Fica a uns 50 minutos de Buenos Aires, é pertinho de táxi...
Arrã...
respondi, meio atônita com a idéia de trazer um dicionário, sinônimo de trambolho, na minha malinha de três dias.
Beleza, Jenni! PÔ, aê, brigadaço. Esse dicionário aqui é carão e lá vai ser menos da metade do preço.
Desligou.
Nossa, eu não poderia levar quase nada depois de tantos pedidos.
Para tudo isso caber na mala, duas roupas para os três dias e olhe lá!
Um minuto depois, toca o telefone. Ele de novo.


Jenni, dá pra trazer também um livro de mesa com fotos em preto e branco da Argentina no século XIX? Tem numa livraria na Recoletta, minha mãe que pediu.
Livro de mesa? Aquela coisa pesadíssima, de capa duríssima, enorme e lotaaaada de páginas? Como é que eu ia dizer não pra sogra? Não disse.
Claro...
respondi, amedrontada.
Maravilha. Meu pai também quer uma coisa. Pediu um vinho que só dá pra encontrar lá. Depois te passo o nome por e-mail. Vinho. Vinho! Além dos 12 vidros de doce de leite, 6 alfajores, um livro gigante e um dicionário-trambolho, mais uma coisa. E uma coisa quebrável com líquido vermelho dentro! Vermelho! E vinho mancha! A minha mala, a essa altura, teria apenas uma roupa para os três dias. Como é que eu ia dizer não para o pai do Leandro?
Devia, porque quando ele foi para a França trouxe pra mim um lenço muito do vagaba com os dizeres "J`aime Paris", que eu, obviamente, nunca usei, e uma camiseta de camelô que ficou pequena em mim e depois de lavar ainda encolheu.
Trago, claro.


Show! Ele falou que quatro garrafas tá beleza, mas se der pra trazer mais vou te agradecer pro resto da vida. Meu pai é louco por esse vinho.
Não sei se quatro eu consigo traz...
Traz três, então, três não tem o menor problema, Jennizinha.
Aliás, uma podia ser presente, né? O cara te adora.
Presente? Que cara-de-pau!
Estava em pânico. A minha mala seria a mais pesada do avião.
Não ia conseguir fazer nada em Buenos Aires, a não ser comprar as encomendas do sem noção do Leandro.
Ah! Falei com a minha avó e ela pediu um negócio chamado chimichurri. É um molho meio apimentado que só tem lá. Você pode trazer dois vidros? Um verde e outro vermelho. O vermelho é com pimenta vermelha. Tem em qualquer supermercado.
Supermercado? Eu teria que entrar num supermercado, que eu odeio, para comprar dois potes de nome esquisito para a avó do Leandro? Fala sério!
Pelo menos só pediu dois.
P-POSSO...
U-hu! Ela já avisou que faz um almoço especial pra você na sua volta, com o tal do molho. Uma delícia a minha avó, né?
Nossa, delícia... respondi, achando a avó dele tudo, menos delícia.
Ela só quer isso e um cortador elétrico de salame. Disse que é ótimo. Você encontra numa delicatessen num shopping no centro da cidade, e lá é tudo pertinho, dizem.
Cortador de salame? Deve ser enorme isso!
Caramba, Jenni! É pra minha avó, a única alegria que ela tem na vida é comer e cozinhar...
Eu sei, mas...
Nunca achei que você fosse se recusar a atender ao pedido de uma velhinha de quase 80 anos.
Sua avó é super inteira! Mais inteira que eu, cheia de plástica! E tem 72 anos!
Então, daqui a oito ela faz 80! Já, já! Que surpresa, Jenni. Não imaginei que você era tão imprestável!


Imprestável? Você me pediu Buenos Aires inteira e eu não reclamei de nada! Aliás, é muita cara-de-pau sair pedindo um monte de coisas sabendo que vou ficar tão poucos dias e que meu pai vai a trabalho!
Caraca, é assim que a gente conhece as pessoas, sabe?
Fiquei irritadíssima com o comentário. Ele era sem noção, folgado e grosso, mas tinha os cílios tão grandes e o nariz tão perfeito... Sem contar que a Betina, a garota mais insuportável do colégio, era a fim dele. E eu amava matar de inveja a Betina, que eu chamava entre as minhas amigas de Betina Metidina.
Tá bom, desculpa... eu compro o cortador de salame...
Te amo, Jenni!
Quase derreti.
A minha irmã pediu uns cremes que só têm no free shop aqui do Brasil, não vão pesar na mala, você compra na volta. Três tá bom. Aqui custa cem reais, no free shop vinte, um absurdo, né? Dá pra rolar?
Melhor dizer sim do que ouvir outro ataque mal-humorado.
aceitei, seríssima.
No dia seguinte ele foi lá em casa se despedir de mim.
Chegou carregado com duas sacolas. Achei que eram presentes pra mim, já que traria coisas para toda a sua família.
Não eram presentes. Eram enormes embalagens de... fraldas.
É fralda de cachorro. Não tem isso na Argentina, acredita? Um amigo de infância do meu pai soube que você tava indo e pediu pra você levar quatro pacotes pro cachorrinho dele. E olha que eu nem sabia que cachorro precisava de fralda. Você pode dividir com o seu pai. Dois pacotes na dele, dois na sua, porque são meio pesados. E não precisa levar na casa dele, não! Ele pega no hotel!
Nossa, que fofo! debochei. Era só o que faltava eu ter que levar fralda de cachorro na casa de um cara que eu nem conheço.


Com certeza, Jenni! Seria muita folga, né? disse ele, enquanto tirava os enormes pacotes das sacolas. Cada um deve ter umas 80 fraldas.
Oitenta? Fala sério, Leandro! Pode ir embora, pra mim está tudo acabado.
Dias depois, conversando com um amigo que tínhamos em comum, Leandro lhe confidenciou:
Não entendi até agora por que a Jenni terminou comigo... Menina maluca! Acho que ela tava a fim de me dispensar pra pegar um argentino...



Bjs Miranda ^^



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Autor(a): mrbdlove175

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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 5



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  • rufleskari Postado em 19/11/2009 - 13:45:58

    Adorei
    Posta mais

  • mione Postado em 19/11/2009 - 02:16:38

    muito boa a sua web

  • writer Postado em 19/11/2009 - 01:26:47

    Pô, muito boa! Depois passa na minha webnovela, me cadastrei ontem.
    Minha webnovela é 'Um garoto com o seu olhar'. Não tem nada a ver com RBD, é criação minha mesmo. ^^
    Parebéns, continue postando! Tá ficando legal!

  • ponchitoydulcita Postado em 19/11/2009 - 01:06:45

    adorei tudinho posta mais

  • ponchitoydulcita Postado em 19/11/2009 - 00:31:56

    adorei posta mais


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