Fanfics Brasil - "Isso é com o seu pai""Isso é com a sua mãe" Fala Sério,Amor!(Terminada)

Fanfic: Fala Sério,Amor!(Terminada)


Capítulo: "Isso é com o seu pai""Isso é com a sua mãe"

374 visualizações Denunciar


"Isso é com o seu pai"
"Isso é com sua mãe"


Quando estou namorando a pior coisa é conseguir sair á noite com o dito namorado. De dia,tudo bem, sempre pude ir para qualquer lugar, mas a noite... Meus pais devem ter feito o curso "Como infernizar a filha em poucos minutos", quando eu comecei a beijar na boca, com uns 12 anos.
Sair de casa nunca foi problema. Os dois se preocupavam, mas nada de mais. Depois de umas perguntas, liberavam e eu ia pra rua lépida e fagueira. Mas pensa que era assim quando a saída em questão era com um namorado? Nananina!Meus pais mantiveram uma espécie de ritual que se repetiu por muito tempo na minha vida. Mesmo quando eu já tinha 18 anos. Dezoito anos!!! Era o chatérrimo ritual do "deixamos-ou-não-deixamos?".


Mãe, tenho uma festa pra ir hoje com o Diogo, vou voltar tarde.
Beleza?
disse um dia, do alto dos meus 18 anos, idade que jurei que, quando completasse, decidiria minha vida e seria dona do meu nariz para sempre.


Tolinha.
Com o tal do Diogo?
É, mãe, com o tal do Diogo
respondia, desanimada, já antevendo o que estava por vir.
Liga para o Ucker e pergunta pra ele, festa com namorado é
com o Ucker.(Ele tava em outro lugar aí)
Quando eu perguntava a opinião paterna sobre a possibilidade de ir à.festa, a resposta era invariavelmente:
Isso é com a Dulce, fala com ela.
O diálogo que se seguia era o mesmo, sempre:
Eu já falei com a mamãe e ela disse para eu falar com você.
Mas isso de festa com namorado é com ela.
E lá ia eu falar de novo com a minha mãe.
O papai disse que isso é com você.


Minutos de silêncio e reflexão diante da afirmativa que ela ouvia
desde que eu tinha uns 12 anos, A seguir, o que escutei durante anos da minha vida foi:
Quem vai a essa festa além desse Diogo?
Era sempre isso que perguntava, mesmo sabendo que não conheceria metade dos nomes que eu citaria. Eu, claro, evitava dizer os apelidos mais esquisitos, ela podia achar que eu estava andando com uma quadrilha: Fumaça, Descalço, Tálouco, Sapo, Espirro... Todos eram gente boa, mas a minha mãe não ia achar isso não...
Depois de me ouvir com cara de séria, coçando o queixo, vinha a
decisão final:
Tá bom, Jennifer Maria. Mas juízo, hein?
Eu disse decisão final? Enlouqueci.
Quando contava ao meu pai que ela tinha deixado, começava outra novela:
A Dulce deixou? Como assim? Preciso conversar com ela.
E não era por telefone, não! Ele ia lá para casa e os dois se trancavam por horas para discutir se eu poderia ou não sair com o meu namorado. Como é dura a vida de uma menina de 18 anos!
Saíam do quarto e, em vez de darem o veredicto, faziam mais perguntas utilíssimas:
Muito bem, muito bem... Você vai com o Diogo. Nós conhecemos bem esse Diogo, Dulce?
Mais ou menos, ele estuda com Maria de Lourdes desde a sétima série e agora tá de namorico com ela.
Não é namorico, é namoro
corrigi.
Por que eu não fui apresentado a ele?
Porque a gente tá no começo.
Então não é namoro. É namorico, mesmo. Eu não aprovei ainda.


Até parece que você precisa aprovar meus namorados, pai!
Você chama o garoto de amor?
Chamo, pai.
Então é namoro, Dulce, não tem jeito. Qual é o carro dele?
Um Gol.


Que cor?
Preto.
Que ano?
Sei lá, pai!
Como "sei lá"? Meu Deus do céu, você está ou não está namorando esse garoto, Jennifer Maria? Não sabe nada dele!
exasperava-se minha mãe.
Eu ignorava. E o silêncio era a deixa para meu pai perguntar:
Ele tem carteira de motorista?
Claro.
Calibra os pneus com freqüência? Pneu é muito importante.
Acho que sim.
Ele bebe?
Não quando dirige, mãe.
Então quando não dirige bebe.
Bebe, pai.
Muito ou pouco?
Pouco.
Cerveja, uísque ou vinho?


Só cerveja.
Vai ficar barrigudo já, já. Cerveja incha que é um horror

comentava mamãe.
Você tão bonitinha com namorado barrigudo. Que desgosto.
Dirige rápido ou devagar?
Não.
Não o quê? Acorda. Jennifer Maria! Rápido ou devagar?

aumentava papai o tom da voz.
Devagar.
Os pais,dele sabem que você vai com ele?
Sei lá mãe, devem saber.


Eles se entreolhavam e vinha a parte que me matava por dentro:


Me dá o telefone desse Diogo, Jennifer Maria. Quero falar com a mãe dele.
E então minha mãe telefonava para a mãe do namorado em questão e ficava séculos falando não sei o quê.
Que mico!
Uma hora depois...
Conversei com ela, Ucker. É menino direito, responsável,
cabeça no lugar. Acho que tudo bem.
Tudo bem? dizia, empolgada.
Posso ir?
Não. Ainda quero saber uma coisa. Vai mais alguém no carro
com vocês?
A Angel, a Demi e o Eddy, pai.
Isso não é um carro, é uma lotação, não é, Jennifer Maria?

irritava-se minha mãe.
Melhor assim, Dulce. Não vão fazer nada no carro com tanta
gente em volta. Se é que você me entende...
Isso é. Bem pensado, Ucker.
Já rolou sexo, filha?
Pai!!!
Claro que não, Ucker! Não, né, filha?
Mãe!!!
Bom, se rolar não vai fazer burrada, usa camisinha! Tenho uma
aqui, toma...
Paiêêê!
Deixa de ser burra, menina, pega! Finge que eu nem tô vendo!
Pai! Pára com isso!
berrava eu, roxa de vergonha.
A que horas você pretende voltar?
Tarde.
Tarde que horas?
Não sei, mãe! Tarde, tarde.
Tarde o quê? Uma, duas horas da manhã?
Claro que não, pai! Uma hora a gente deve estar chegando à festa.
Sem cogitação
dizia minha mãe.
Por que tão tarde?
inquiria meu pai.
Porque tudo é tarde hoje em dia.
Que tipo de festa é essa?
questionava minha mãe.
É a festa de um amigo do Diogo.
Que amigo?
insistia meu pai.
Um amigo de infância dele.
Onde?
Na Barra, pai.
Na Barra? Do outro lado do mundo, meu Deus!
exclamava
minha mãe.
Você não vai rachar a gasolina com ele, não, né?
Não, mãe. Os pais dele pagam a gasolina...
Melhor assim.
E então. Posso ir?
Pergunta pra Dulce.
Pra mim, não, pergunta para o Ucker!
E sempre, num momento dessa interminável discussão, tocava o
telefone. Dessa vez, claro, era o Diogo.
Oi, Jenn, tá pronta? Tô passando aí daqui a uma meia horinha, tá?


Não passa, não.
Por que não?
Porque ainda não sei se vou. Meus pais não decidiram se vão me deixar ir.
Fala sério, amor!
Tô falando. Eles estão há três horas e meia pensando.
Quer que eu fale com eles?
Tá doido?
Eu não vou à festa sem você...
Ô, lindo...
Eu te amo.
Eu também...
"Eu também" o quê?
quis saber a enxerida da minha mãe, ligada na conversa.
Ele deve ter dito que ama a Jenni, Dulce.
Ou que estava contando com ela para uma noite pervertida num
motel, até as cinco da manhã. Nossa filhinha num motel, num daqueles quartos cheios de bactérias e cuspe, ai, que nojo! Não vai entrar em piscina, hein, Jennifer Maria!
E usa a camisinha, finge que você que comprou, não precisa dizer que eu te dei!
Caraca! Estava difícil conversar.
Diogo, eu tenho que desligar. Eles estão aqui do lado viajando na nossa conversa.
Eles estão mais propensos a deixar ou a não deixar?
Não tenho a menor idéia.
Jura?
Juro.
O que será que ela jurou? ficou curioso meu pai. Espero que não tenha jurado que vai fugir com ele. Vocês não têm dinheiro. Lembre-se disso. Ninguém vive de amor sem dinheiro, não, minha filha! Amor embaixo da ponte não existe!


Ucker! E se ela tiver jurado que vai fazer tudo o que ele quiser da próxima vez que se encontrarem? E se ele quiser fazer "aquilo" sem proteção? Já pensou,Jennifer  Maria aparecendo grávida aqui em casa? Não estou preparada pra ser avó, não!


Jenni, seja qual for a decisão deles, eu apóio. São seus pais, eles querem o melhor pra você. A gente tem que ouvir os nossos pais.
Eles deviam confiar mais em mim.
Ih, não tô gostando desse Diogo
murmurou minha mãe.
Nem eu concordou meu pai.
Deve estar metendo minhoca na cabeça dela.
Não acreditei no comentário surtado.
Não se esquece que te amo, tá?
Ô, mô, eu também.
Eu também amo minha filha! Amo muito a minha filha! MUITO! Diz isso pra esse Diogo, Jennifer Maria!
Ele ouviu, mãe. Eu não preciso repetir, você tá berrando.
Daqui a pouco eu te ligo, Diogo.
Você que vai ligar? Fala sério, Jennifer Maria! Vai gastar o
meu dinheiro com esse garoto? Telefone custa dinheiro, sabia?
Eu estava quase perdendo as esperanças de sair com o meu Diogo. Exausta de tanto interrogatório, precisava dar um ultimato neles:
E aí, gente? Eu tenho que me arrumar. Posso ou não posso ir?
Minha mãe pensou, pensou, pensou...
Ele já disse que te ama?
Várias vezes. Só nesse telefonema disse duas vezes.
Só?
chocou-se minha mãe.
Você merece mais, filha.
Arrã.
Silêncio. Mais silêncio. Silêncio, silêncio, silêncio.


E aí?
E aí o quê?
Como assim "e aí o quê", pai? Posso ou não posso ir?
Os dois se entreolharam. Meu pai coçou a barba malfeita. Minha
mãe estalou os dedos e fez uma sugestão.
Você não prefere jogar baralho? A gente chama seus irmãos e
faz uma jogatina das boas.
Nossa, suuuuuper tentadora essa proposta, mas eu continuo preferindo ir à festa
debochei.
Mais silêncio. Até que minha mãe disse de supetão:
Pode ir.
Pode?
indignou-se meu pai.
Deixa a menina ir, Ucker! Não vai acontecer nada de ruim
com ela. Vou rezar pra Santa Teresinha pedindo proteção...
Tá maluca? Qual o time dele?
Fluminense.
É uma pessoa bacana, então! 
exclamou meu pai e fez uma
longa pausa.
Faz o tipo briguento?
Não.
Isso é bom...
Novo silêncio.
Quer café, Ucker?
Ótima idéia, Dul. Se tem uma coisa que gosto em você é seu café.
É uma delícia, mesmo. Açúcar ou adoçante?
E aí, gente? Dá pra decidir?
Não sei se você deve ir a essa festa... Muito longe...
insistiu meu pai.
Chato!


Ucker, isso é crueldade, o menino está vindo buscar a Jennifer Maria, decide logo!
Por que eu?
Porque isso é com você!
Comigo, não! Com você!
Meu pai quedava-se mudo. Minha mãe quedava-se muda.
Mas era ela quem sempre tomava uma atitude.
Vai se arrumar, Jennifer Maria.
Oba!
Ah,é? Bom, se acontecer alguma coisa com a nossa filha a culpa vai ser sua, você sabe.
Ucker!
É isso, sim!A responsabilidade é toda sua...
Mas...
Nesse dia narrado fui à festa com o Diogo. Na maioria das vezes, eu saía e eles continuavam brigando em torno da decisão por horas a fio.
Algumas vezes eu chegava em casa e os dois estavam no sofá da sala, xícara de café na mesa, esperando por mim e balbuciando palavras, de olhos fechados, quase dormindo:
Não devíamos ter deixado...
Não, mas isso é com você.
Comigo, não. Com você.



Comentemmmmmmmm Plixxxxxxxxxxxx




Bjs Miranda ^^



Compartilhe este capítulo:

Autor(a): mrbdlove175

Este autor(a) escreve mais 9 Fanfics, você gostaria de conhecê-las?

+ Fanfics do autor(a)
- Links Patrocinados -
Prévia do próximo capítulo

  19 ANOS.Terminar é difícil 2Como contei na história anterior, terminar nunca foi meu forte. Quando queria encerrar uma relação, era sempre um martírio. Às vezes eu esfriava o namoro aos poucos, até o cara se tocar e me dar um pé na bunda. Mas com o Vlad, um fofito que conheci quando tinha 12 anos (e ele 1 ...


  |  

Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 5



Para comentar, você deve estar logado no site.

  • rufleskari Postado em 19/11/2009 - 13:45:58

    Adorei
    Posta mais

  • mione Postado em 19/11/2009 - 02:16:38

    muito boa a sua web

  • writer Postado em 19/11/2009 - 01:26:47

    Pô, muito boa! Depois passa na minha webnovela, me cadastrei ontem.
    Minha webnovela é 'Um garoto com o seu olhar'. Não tem nada a ver com RBD, é criação minha mesmo. ^^
    Parebéns, continue postando! Tá ficando legal!

  • ponchitoydulcita Postado em 19/11/2009 - 01:06:45

    adorei tudinho posta mais

  • ponchitoydulcita Postado em 19/11/2009 - 00:31:56

    adorei posta mais


ATENÇÃO

O ERRO DE NÃO ENVIAR EMAIL NA CONFIRMAÇÃO DO CADASTRO FOI SOLUCIONADO. QUEM NÃO RECEBEU O EMAIL, BASTA SOLICITAR NOVA SENHA NA ÁREA DE LOGIN.


- Links Patrocinados -

Nossas redes sociais