Fanfic: Fala Sério,Amor!(Terminada)
19 ANOS.
Terminar é difícil 2
Como contei na história anterior, terminar nunca foi meu forte.
Quando queria encerrar uma relação, era sempre um martírio. Às vezes eu esfriava o namoro aos poucos, até o cara se tocar e me dar um pé na bunda. Mas com o Vlad, um fofito que conheci quando tinha 12 anos (e ele 19), era diferente, eu não podia ficar enrolando o menino. Meus pais eram amigos de longa data dos pais dele, ele me conheceu pirralhésima e, claro, não me dava a mínima. Quando eu era pequena, achava o cara tudo na vida: musculoso, boca grossa, furinho no queixo, sorriso sempre no rosto, olhos amendoados... Um petáculo!
Quando ele reparou em mim como mulher, nem acreditei.
Achei que para ele eu seria eternamente uma criança.
Nossa história começou linda. Primeiro ele me chamou para jantar num restaurante japonês, que eu amo. Jantamos, tomamos saquê, rimos muito, relembramos nossas histórias... Na hora de me deixar em Coisa, ele não me beijou. "Que fofooo! Faz o tipo romântico!", vibrei por dentro.
No segundo encontro, fomos a um restaurante super aconchegante e romântico, bebemos vinho, comemos massa, olhamos nos olhos, rimos, falamos e tal e coisa. Na despedida, nada de beijo. De novo. No terceiro dia que nos vimos, o ritual se seguiu: restaurante com tudo do bom e do melhor, mas nada de beijo.
Ele sequer demonstrou para mim que queria me beijar, não aumentou o ar-condicionado do carro para eu morrer de frio e ele dar a desculpa de que queria me esquentar, não inclinou o corpo pra frente, não puxou nenhum assunto mais apimentado. Nada.
Saí do carro com mil interrogações na cabeça: "O que é que eu
estou fazendo de errado? Será que tenho que aumentar o decote? Será que vou ter que tomar a iniciativa? Será que estou com mau hálito? Será que ele é gay?"
Poxa, logo agora, em pleno século XXI, quando homens e mulheres não se sentem culpados ou julgados por poder beijar tudo e todos, ele estava fazendo jogo duro? Justo comigo, que gosto tanto de beijar, sou tão beijoqueira! Que mundo injusto e cruel!
Na quarta vez, eu não agüentei e puxei o assunto no restaurante:
— Vlad, eu acho melhor a gente conversar sobre a gente... — disse
essa frase horrível e cafona, mas precisava entender o que passava
pela cabeça do cara! — Você é superfofo, romântico, rola um clima bacana, mas nada acontece. O que você quer comigo? Ser meu amigo é que não é, amigo não gasta tanto em restaurantes caros com outra amiga se não tiver segundas intenções... — fiz graça.
— Caramba! Não esperava por isso.
Ô-ou... Peguei pesado demais!, eu me recriminei.
— Mas é que...
— Não precisa explicar nada, você está certíssima. É que... Bom...
Eu estou muito balançado por você, Jenni. Cada dia mais. E pra falar a verdade, tô achando tudo muito estranho, muito novo... Até outro dia você era uma menininha de olhos grandes e brilhantes e agora você é um mulherão que me deixa tonto, confuso, abobado...
Caraca! O Vlad me acha um mulherão?! Tô boba!, pensei. E o "muito balançado"? Que frase de novela! Nunca achei que alguém dissesse isso na vida real. Nunca achei que ouviria isso. Mas foi tããão lindo!
— Ó, Vlad... Confuso com o quê?
— Com meus sentimentos... Quero ter certeza deles, e dos seus,
para ninguém sair machucado. Afinal de contas, antes de tudo eu sou seu amigo, nossos pais são amigos, e quero continuar com essa amizade se a gente não der certo.
Dling-Dlong!, tocou a campainha da paixão na minha cabeça. Que menino maduro, centrado, com frases perfeitas e coerentes... Nunca tinha saído com alguém que se expressasse tão bem com palavras.
— Eu gosto muito, muito de você, Jenni. Muito mais do que achei
que pudesse gostar.
Meu Deus!!! Eu estava prestes a berrar: `Tá bom, já entendi! Agora cala a boca e me beija!" Mas não berrei. Nem precisei.
Meus olhinhos encantados devem ter dado a entender que tudo o que eu queria era um beijo dele.
Beijamos. E foi um beijo tão gostoso!
Mas eu sou tão chata... Gostava de achá-lo impossível, inalcançável, de tê-lo como minha paixão platônica... Quando Vlad se tornou realidade, o calor que ele me dava virou uma banheira de água fria.
— Ó, garota chata! — exasperou-se minha mãe. — Eu não sei o que você quer da vida, sabe. Jennifer Maria? Quando está solteira, reclama que está sozinha. Quando arruma um namorado perfeito, reclama do namorado. Ele é o par ideal, Jennifer Maria. Todo mundo queria estar com ele. Vladimir José sabe pregar botão, minha filha! Sabe lá o que é isso?
— Vlad, mãe, Vlad, por favor. É por isso que o menino tem apelido.
— Apelido medonho. Vladimir José é tão imponen...
— Mais um Vladimir José e eu termino AGORA com ele!
Minha mãe calou-se. Meu pai veio em casa intervir.
— Por que deu tanto mole pro cara se ia dispensá-lo um mês
depois? Mulher é tudo igual, viu? — irritou-se meu pai.
— Você dizia quando era pequena que queria casar com o cara, agora que ele está derretido por você, você vira uma bruxa e quer terminar sem motivo aparente, só porque ele agora gosta de você? Francamente, Jenni!
— Caraca, pai!
— O Ucker está certo. A gente tem que gostar de quem gosta da
gente, depois vai ficar uma velha encalhada e rabugenta.
— Menos, Dulce. Menos. A menina tem só 19 anos, falta muito
para ser uma velha encalhada.
Não teve jeito. Nada reacendeu a chama da paixão dos primeiros dias. Eu achei que fosse durar mais, sempre acho que vai ser pra sempre, mas não foi. E eu não ia ficar com ele só porque meus pais queriam.
Chamei-o para sair, criei coragem e disse num só fôlego:
— Vlad, eu te adoro, mas não posso mais continuar com você.
— Por quê?
— Acho que sou muito criança pra você, você precisa de uma
mulher mais madura, que não pense tanto em shows e festas e não faça os testes das revistas femininas.
— Mas...
— Você está noutra fase da vida... Trabalhando, não mora mais
com os pais, paga suas próprias contas. Eu sou um bebê perto de você... Quem sabe a gente não dá certo mais pra frente, hein?
— Tá bom. Você tá certa — respondeu, com a cabeça baixa e um fiapo de voz. — Concordo com tudo o que você disse. Estamos em fases diferentes... — completou, meio choroso.
— Ô, Vlad... Não fica assim...
— Ô, Jenni... Desculpa... É que eu gosto tanto de você. tanto, tanto... — declarou-se enquanto beijava minha mão. — Vou demorar a me recuperar desse baque, mas prometo que vou continuar seu amigo. você vai ver... Da sua amizade eu não abro mão.
Óóóh! Essa última frase partiu meu coração.
Antes de ir embora, ele me abraçou apertado e eu comemorei
internamente o melhor término de toda a minha vida. Como são civilizados os homens acima dos 21!
Civilizado, mas tristinho. Vlad saiu bem borocoxô lá de casa e me bateu a maior dor na consciência. Tadinho. podia ter ficado com ele mais um pouco. Ele era tão fofo comigo, tão romântico... Dormi pensando em ligar pra ele no dia seguinte e. quem sabe, reatar aquele namoro perfeito. Lindo. Especial. Minha mãe devia estar certa. Eu sou uma chata mesmo, nunca estou satisfeita com nada.
No dia seguinte, saí com as minhas amigas para debater o término. Fomos ao cinema, compramos o ingresso e fomos tagarelar na lanchonete enquanto esperávamos o começo da sessão.
— Vocês acham que eu ligo? Ele ficou tão arrasado...
— Chorou?
— Chorou! Eu vi gotinhas caírem dos olhos dele.
— Óóóó! Que lindooo! — berrou Angel. — Nunca nenhum garoto chorou por mim. É meu sonho!
— Eu amo menino que chora! — acrescentou Demi.
— Eu também. Isso é sinal de que ele te ama de verdade — disse
Zora.
— Eu sei, eu sei. Ele me ama, me ama muito. Tadinho, e eu fui uma vaca terminando com ele sem nenhum motivo... Deixei o Vlad tão triste, tão cabisbaixo... Vai demorar para ele se recuperar.
— É tão bom ter alguém que goste da gente, Jenni.
— E o Vlad te ama. Acho que você era a mulher da vida dele.
— Será? — empolguei-me com a idéia de ser a mulher da vida de
alguém. Que coisa mais adulta!
— Vou sair daqui e ligar pra ele. Vou dar mais uma chance pro menino, né?
— Jenni... talvez você não precise ligar...
— Você acha melhor falar essas coisas ao vivo, olhando no olho, né, Angel?
— Hum... Não exatamente... É que você pode falar com ele aqui,
mesmo... Discretamente... dá uma olhada para aquele casal se amassando em frente à vitrine da loja de jóias. Não é o Vlad?
Era. Era o Vlad, o insensível, desumano, idiota e nada apaixonado
Vlad. Aos beijos com uma loura de cabelo de palha com uma saia que mais parecia um cinto de tão curta.
— Piranha. Piranhuda! — exclamei.
— Ele tá entrando com ela na loja de jóias! — alertou-me Zora.
— Vai dar pra ela a aliança que queria ter dado pra você — irritou-me Demi.
Num ímpeto imbecil, levantei-me e fui lá falar com ele.
— Aí, Vlad.
— Jenni! Que surpresa!
— Surpresa estou eu! Você não disse que ia demorar para se recuperar do nosso término, que gostava muito de mim e blablablá? Cadê?
— Cadê quem?
— Aquele cara que saiu da minha casa ontem triste e com lágrimas nos olhos?
— Ué, não foi você que disse que estávamos em fases diferentes?
Concordei com você e segui seu conselho: procurei uma mulher mais madura. Essa aqui é a Cibele. Tem 29 anos.
— Vinte e oito, amor — corrigiu a vaca loura.
— Pois é, é mais velha que eu, não mora mais com os pais, paga as próprias contas...
Deixei o estúpido falando sozinho. Homens... argh!
Comentennnnnnnnn Plixxxxxxxxxxx
Bjs Miranda ^^
Autor(a): mrbdlove175
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É cada um que me aparece... 5Estou na praça de alimentação devorando sem culpa um sanduíche engordativo enquanto espero minha mãe e Miranda voltarem do banheiro. Sujeito bonitinho se aproxima.— Sozinha?— Tô esperando minha mãe e minha irmã que foram ao banheiro.— Opa, vou conhecer a sogrinha, ent ...
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 5
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rufleskari Postado em 19/11/2009 - 13:45:58
Adorei
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mione Postado em 19/11/2009 - 02:16:38
muito boa a sua web
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writer Postado em 19/11/2009 - 01:26:47
Pô, muito boa! Depois passa na minha webnovela, me cadastrei ontem.
Minha webnovela é 'Um garoto com o seu olhar'. Não tem nada a ver com RBD, é criação minha mesmo. ^^
Parebéns, continue postando! Tá ficando legal! -
ponchitoydulcita Postado em 19/11/2009 - 01:06:45
adorei tudinho posta mais
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ponchitoydulcita Postado em 19/11/2009 - 00:31:56
adorei posta mais