Fanfic: Fala Sério,Amor!(Terminada)
Viva a empada!
— Diz pra sua mãe que ela não precisa se preocupar. O meu pai
busca a gente e te leva em casa depois.
— Sério? Ele não se importa de acordar no meio da noite só para pegar a gente?
— Que nada, ele adora.
O diálogo acima aconteceu com o Gustavo. Namorado com quem
eu estava saindo havia pouco mais de um mês.
A minha mãe urrou de felicidade quando contei que agora eu tinha um namorado cujo pai adorava, com ênfase na palavra adorava, buscar os filhos nas baladas. Os filhos e as namoradas dos filhos.
— Deus abençoe esse doido! Agora vou conseguir fazer o que eu
sempre quis à noite: dormir — disse minha mãe.
Até parece. Ela nunca conseguiu dormir antes que eu chegasse
em casa.
A gente ia para uma rave em Vargem Grande, longe à beça da Tijuca. A minha mãe levou a gente e reclamou da lonjura, das roupas das pessoas, da cara das pessoas, do som bate-estaca ensurdecedor que dava pra ouvir a alguns quilômetros do local da festa, do preço do convite...
— Veja você se isso lá é hora de chegar em festa. Meia-noite e
meia! Meia-noite e meia! Isso é hora de criança dormir.
— Mãe, onde é que tem criança aqui?
— Agora é assim, tia, tudo começa tarde.
— Olha lá onde você está se metendo, hein,Jennifer Maria ? Isso aí tá parecendo um antro de perdição.
— Um o quê?
— Relaxa, tia. Eu tomo conta dela — disse o fofo do Gus.
— Isso é que me preocupa — respondeu ela, irritada. — Não beba
nada que te oferecerem, não fume nada, não cheire nada, não coma nenhuma balinha bonitinha... enfim, acho que você já é grandinha o suficiente para saber o que as drogas podem fazer com uma pessoa.
— Caraca, mãe! Acho droga caído! Já te disse mil vezes! Minha
única droga é mate, cê sabe! Não precisa se preocupar, tá?
— Ah, tá, agora que você pediu pode deixar que eu não me preocupo — debochou. — Juízo, hein?
Entramos na rave. Música boa, gente bonita, bebida gelada. Dançamos, encontramos vários amigos, conversamos, beijamos muuuuito, nos divertimos horrores.
Às quatro horas da manhã fomos esperar o pai do Gus na porta do
sítio onde estava rolando a festa.
— Olha a empada do Manel! Empada quentinha! Empada fresquinha! Empada gostosinha! Empada do Manel, a preferida das bonitinhas e dos bonitinhos! — berrava a voz impostada que saía do altofalante de um carro amarelo estampado com empadinhas e com uma empada gigante presa ao capô.
— O povo não perde a chance de faturar um extra, né?? — comentei com Gus. — Brasileiro é um povo interessante. É só ver festa, público, que logo arruma um jeito de vender alguma coisa.
— Ele não veio vender empada, não. Tá só avisando pra gente que
chegou.
— Você conhece o empadeiro?
— O Manel das empadas? Claro!
— Desde quando você conhece esse cara? Por que você conhece
esse cara?
— Conheço o Manel desde que nasci. Ele é meu pai.
— Fala sério, Gus! — disse eu, ainda não acreditando que meu sogro tinha (e usava!!!) um carro-empada.
— Não te contei que meu pai é o Manel das empadas?
— Não! Contou só que ele era comerciante.
— Empadas fresquinhas! Empadas quentinhas! — continuava a berrar a voz que saía do alto-falante daquele carro amarelo-ovo, que andava a dois quilômetros por hora.
Eu estava roxa de vergonha. Uma empada-gigante tinha ido me pegar na porta de uma rave movimentadíssima! Na frente de todos os meus amigos. Que mico!
— Nunca imaginei que o negócio do seu pai fosse empada. Achei que ele tinha uma loja.
— Nada. Ele é engenheiro e foi demitido sem muita explicação da empresa onde trabalhou por mais de 15 anos. Sem grana, resolveu começar um negócio novo pra poder sustentar a mim e aos meus irmãos.
— Nossa... Que história... E que humildade, que força de vontade! É preciso ter muita coragem pra começar do zero... Ainda mais fazendo empada pra vender na rua...
— Pois é. Muitos amigos dele, orgulhosos, continuam batendo nas portas das empresas em busca de um emprego. O meu pai, não. Ele sempre foi um cozinheiro de mão cheia e, junto com a minha mãe, resolveu preparar empadas e vendê-las na porta de escolas, faculdades, cursinhos... Tem dado muito certo.
— Caramba... E... Você não fica envergonhado de andar nesse carro? — perguntei, meio sem graça.
— No começo eu morria de vergonha. Quase me joguei embaixo de um ônibus quando ele foi me pegar na escola com esse carro pela primeira vez. Todo mundo me zoou.
— Tadinho de você, Gus...
— É, mas hoje tenho o maior orgulho do meu pai — logo apressou-se em dizer. — Foram as empadas que fizeram com que ele voltasse a sorrir e a ganhar dinheiro. Depois delas meu pai se sentiu mais pai, sabe?
Fiquei emocionada.
Ele continuou:
— E o melhor é que ele não tem chefe. Ele mesmo é seu patrão, não tem que puxar o saco de ninguém, ele é que decide os horários em que vai trabalhar, com quem vai trabalhar, como vai trabalhar, que sabores vai preparar... Meu pai é outra pessoa desde que começou o negócio das empadas. Desculpa não ter te avisado, Malu. Não achei que você ia ficar com vergonha...
Fiquei com vergonha.
De mim.
— Relaxa. Foi só o susto. Já virei fã do seu pai — admiti, sincera.
— Vai uma empada aí? — perguntou Manel das empadas, quero
dizer, tio Manel, sorrisão no rosto, ao estacionar perto da gente, às quatro da manhã.
— Fala, paizinho! — disse Gus, deixando-me totalmente derretida
por seu carinho com o pai.
— Qualé, moleque? E aí? Dançaram muito?
Não conseguimos responder. Dois caras meio bêbados se aproximaram da janela. Achei que iam falar alguma besteira, zoar da nossa cara, mas em vez disso:
— Tem de palmito?
— Claro — respondeu, feliz, tio Manel das empadas.
— Vê duas, por favor?
— Só se for agora! — respondeu ele. Já saindo do carro para pegar
as empadas na mala.
Depois chegou mais um casal, depois mais um grupo, e mais outro e, quando vi estava, às 4h30 da manhã, vendendo empadas em Vargem Grande para "bonitinhos" e "bonitinhas" esfomeados. Eu, o Gus e o tio Manel. E ainda comi muitas empadas de comissão.
Ao contrário do que eu podia pensar, não fiquei com nenhuma
vergonha. Essa coisa de mico é ridícula. Às vezes a gente acha mico uma coisa que de mico não tem nada. Tio Manel era um vencedor, como tantos brasileiros criativos que têm por aí. E eu fiquei muito orgulhosa de poder ajudá-lo junto com o meu gatinho naquela noite. Como diz minha mãe, vergonha é roubar. E a gente, além de vender e ganhar dinheiro honestamente, se divertiu à beça. Ô, noite bacana!
Comentemmmmmmmmm Plixxxxxxxxxxxxxx
Bjs Miranda ^^
Autor(a): mrbdlove175
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O primeiro a gente nunca esqueceEu estava, havia oito meses com o Gus, totalmente amorzinho, totalmente grudadinhos, passávamos os dias juntos, depois da faculdade ou eu ia para a casa dele ou ele para a minha, uma paixão infinita. E ficávamos juntos a tarde inteira falando bobagem. Namorando, vendo filmes, namorando, comendo pipoca, namorando, comendo e ...
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 5
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rufleskari Postado em 19/11/2009 - 13:45:58
Adorei
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mione Postado em 19/11/2009 - 02:16:38
muito boa a sua web
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writer Postado em 19/11/2009 - 01:26:47
Pô, muito boa! Depois passa na minha webnovela, me cadastrei ontem.
Minha webnovela é 'Um garoto com o seu olhar'. Não tem nada a ver com RBD, é criação minha mesmo. ^^
Parebéns, continue postando! Tá ficando legal! -
ponchitoydulcita Postado em 19/11/2009 - 01:06:45
adorei tudinho posta mais
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ponchitoydulcita Postado em 19/11/2009 - 00:31:56
adorei posta mais