Fanfics Brasil - Beijo de língua Fala Sério,Mãe!(Terminada)

Fanfic: Fala Sério,Mãe!(Terminada)


Capítulo: Beijo de língua

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Beijo de língua

Estava sentada no meu computador lendo uns e-mail quando, por conta de umas fotos de bebês que um amigo me mandou, lembrei de como parece que foi ontem que meus filhos eram pequenas bolotas cheias de dobrinhas. É engraçado perceber que muitas vezes Jennifer Maria, a menos parecida fisicamente comigo, faz gestos e olhares que eu faria, toma atitudes que eu tomaria... é muito bacana pensar que criei meus filhos para o mundo, mas deixei neles a minha marca.
A minha Jennifer Maria anda numa fase engraçada. Esta se achando gente, mais mulher, comprando roupas menos infantis, querendo livros com temas mais adultos. No fundo, claro, continua uma criança. Criança enorme, já, já está mais alta do que eu. Às vezes queria voltar no tempo só para poder carregá-la como um bebê de novo. Por alguns segundos gostaria de ter aquela sensação gostosa de volta. Mas a verdade é que ela ainda é a minha neném.
- Ooooi! – disse ela, ao chegar em casa fazendo a bagunça de sempre, deixando a mochila num canto, agenda noutro.
- Oi, amor de mãe! Estava pensando em você pequenininha e deu uma saudade... vem cá me dar um beijo?
Ela veio, encheu-me de beijos e, sentada no meu colo, perguntou:
- Lembra que eu fui ao cinema no sábado?
- Lembro, claro.
- Sabe o que rolou lá?
- O filme, ué.
- Não, mãe! Além do filme...
- Pipoca? Refrigerante? Jujuba?
- Que mane jujuba, mãe? Pensa mais um pouco.
- Chiclete?
- Caraça, não acredito que você não deu uma dentro! Rolou um beijo, mãe. Beijo!
- O quê? Suas amigas já estão beijando? Não me diga, Jennifer Maria. Aposto que foi essa tal de Angel, sempre achei essa menina muito saidinha.
- Fui eu, mãe. Eu que beijei.
Hãããããããã!? Muita calma nessa hora! Tentei agir naturalmente.
- Você? Olha só, filha... você beijou... que bom...- reagi, sem um pingo de animação com o assunto, admito.


- Só isso? Não quer saber como foi? Com quem foi? Achei que você ia morrer de curiosidade.
- Nossa, estou louca, LOUCA para saber esses detalhes, minha filha, você não faz idéia – menti descaradamente.- só espera um minuto que mamãe vai pegar um copo d’água. Quer também?
Eu precisava mastigar a novidade.
- Não, obrigada! – respondeu ela.
Deixei Jennifer Maria na sala e corri para a cozinha. Eu pensando que ela ainda era um bebê e já tem marmanjo de olho na minha pequena? Que mundo mais apressadinho! Jennifer Maria ainda é uma criança, seu, seu... como é o nome do rapaz?
Será que rolou um cheirinho no cangote? Uma lambidinha na orelha? Ai, não! Jamais posso perguntar isso para ela. Mas quero saber tantas coisas... não! Não quero saber nada! Nada! Não está muito cedo para uma criança começar a beijar? Uma criança, meu Deus!
Precisava recompor minhas energias e fazer cara de mãe melhor amiga, entediada tambem como “nossa, que novidade bacana você está me contando, filha!”. Respirei fundo e fui para a sala. O Ucker talvez leve isso com mais naturalidade, mas eu sou meio antiquada para esses assuntos de beijo, de sexo, de relacionamento... na minha adolescência nós nunca conversamos sobre isso lá em casa.
- Então, filha, agora sou toda ouvidos. Quem é ele?
- É o Joe, primo da Angel.
- Não acredito que é parente dessa Angel...
- Mãe! – bronqueou ela.
- Desculpa, desculpa, não está mais aqui quem falou.
- Ele mora em Friburgo, veio passar o feriadão aqui no Rio.
- Interessante. E... foi... foi assim... – baixei os olhos e a voz, como se fosse falar uma enorme indecência. – foi beijo de língua?
- Dââââ!
- Que é isso, Jennifer Maria, olha o respeito! Foi ou não foi de língua? – questionei, com a testa franzida.
- Claaaaaro que foi, mãe! Você acha que eu ia dar um selinho num menino de 15 anos?
- 15!? Menina, mas ele é um homem! Deve ser um galalau, se bobear tem barba e tudo! Jennifer Maria, você conhece os pais desse rapaz? Ele é de boa família? De boa índole?


- Ai, mãe, que coisa mais antiga! Que "rapaz"? Quem é que fala "rapaz" hoje em dia? E por que é que eu tenho de conhecer os pais de um menino só porque dei um beijo nele? Que coisa mais sem nexo.
- O quê? Foi você que deu o beijo nele?
- Ah, tipo assim... eu tomei a iniciativa, mas ele já estava me azarando desde a lanchonete.
- Você tomou a iniciativa? Isso é coisa de menina fácil, Jennifer Maria!
- Mas meninos são lentos, às vezes precisam de um empurrão básico. Além do mais, eu não aguentava mais ser BV, né?
- BV? O que é BV, Jennifer Maria?
- Boca Virgem, mãe! Que desatualizada!
- Mas que bobagem! Sabia que no meu tempo a gente só beijava...
- Alou! Não estamos no seu tempo! Vai começar esse papo chato de "no seu tempo" de novo?
- Está bom, desculpa.
- Não vai perguntar sse foi bom?
Ela estava realmente decidida a ir fundo no tema. E eu sem a menor vontade de saber como foi. Precisava de tempo para digerir as informações anteriores. Mas Jennifer Maria estava numa ansiedade frenética, queria porque queria contar tudo. Logo. E eu, que sempre quis bancar a mãe moderna, a mãe bem resolvida, a mãe antenada... tive de aguentar, com pinta de superinteressada. Mantive a pose:
- Sim, querida, claro. É... como foi?
- Foi molhado. Mas aí, mãe, muito, muuuuito molhado.
Ui! E eu tendo de reagir naturalmente.
- Molhado? Veja você, não me diga...
- Digo. Foi bem gostoso, mas também foi, assim, meio nojentinho, sabe? Muito estranho ter a língua de outra pessoa no meio da boca.
- Menos detalhes, Jennifer Maria! Não precisa contar cada segundo desse beijo, ande logo, encurte essa história!
- O primeiro foi uma baba só - continuou, para meu total desespero.
Não queria ouvir aquilo. Era horrível visualizar uma língua cheia de cuspe dentro da boca da minha filhinha.
- Shhh! Olha o vocabulário chulo, Jennifer Maria! Espera aí! Como assim primeiro? Teve mais de um? - assustei-me.


- Óbvio. Mais um, mais dois, mais três... e a cada beijo ia ficando mais gostoso e menos nojentinho. Tão bom, mãe! Tão bom! Não vi nada do filme.
- Foi, filha? Nossa, que interessante... Mas vocês não ficaram de saliência no escurinho do cinema, não, né?
- Fala sério, mãe! Não acredito que você disse essa palavra! Saliência? Nem a vovó Alexandra  diria isso. Mas, para a sua informação, não, não fiquei de "saliência" no cinema. Eu me comportei muito direitinho.
- Está bem, desculpa. Fico feliz em saber que foi bom, filha. E agora? Vocês... vocês estão namorando?
- Dâââ! Claro que não! Ele mora longe. E eu não estou nem um pouco a fim de namorar!
Ai, que alívio! Uma queima de fogos tomou conta do meu peito nessa hora, era muita felicidade. Apoiei veementemente sua decisão.
- Isso mesmo, fihota! Vai aproveitar o restinho da sua infância, brincar, pular amarelinha, correr, jogar, é isso que você tem que fazer.
- Mãe, o que eu ia dizer é que eu quero ficar com os meninos, não namorar com eles. no máximo um namorix .
- Namorix? Que diabo é isso?
- É um namorado que nao é namorado sério, é só um namorix. É mais sério que ficar e menos sério do que namorar sério.
- Sério?
- Sério. Sacou?
- Saquei... - respondi, meio zonza com tanta informação nova.
- Além do mais, se eu posso ter vários por que vou me prender a um só? Quando isso acontecer, eu vou estar apaixonada, pensando e querendo estar com o menino vinte e quatro horas por dia. Antes disso, quero beijar muitas bocas e ser feliz pra caramba!
Ela me deu uma bitoca estalada na bochecha antes de voar para o chuveiro. Nem percebeu que eu ainda estava de queixo caído. E me deixou a pensar. A pensar que essa menininha que eu tanto amava e queria carregar novamente no colo havia poucos minutos tinha ido embora mesmo. Um pouco mais cedo do que eu gostaria, mas fazer o quê?


Hoje, ela escolhe roupas, livros e CDs sozinha e já beija de língua no escuro do cinema. É a menina cedendo lugar não à mulher, mas a uma linda mocinha. A minha mocinha. Que tem vontade e pensamentos próprios, opiniões formadas, certezas, desejos e verdades que borbulham na sua cabecinha adolescente. Cabeça que se orgulha de ter idéia e ideais, que me ensina muito, diariamente, e que se expressa com clareza e coerência através de gestos, atitudes e, principalmente, palavras.
É, palavras. A partir de agora, tenho certeza, ela já pode falar por si própria.



Comentemmmmmmmmm PLixxxxxxxxxxxxx



Bjs Miranda ^^



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Autor(a): mrbdlove175

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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 9



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  • ametrine Postado em 23/11/2009 - 19:45:31

    LINDA,MARAVILHOSA WEB,QUASE CHOREI TAMBEM NO FINAL,TAVA OUVINDO UMA MUSICA TRISTE...!!!!!!!!!!!!!!!!!! PARABENS!!!!!!!!!!!!!!1

  • ametrine Postado em 22/11/2009 - 08:09:00

    eeee mae chata,posta ++++++++++++++++++++++++++++++

  • ametrine Postado em 21/11/2009 - 13:53:09

    adorei!!!!!!!!!!

  • ametrine Postado em 21/11/2009 - 08:12:07

    POSTA +++++++++++++++++++++++++++

  • ametrine Postado em 20/11/2009 - 14:54:29

    posta +++++++++++ que menina atirada!!!!!!!

  • ametrine Postado em 20/11/2009 - 06:59:42

    ai! que isso! eu tenho 12 anos,e minha mãe nunca precisou fazer isso comigo,eu to amando,posta +++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++

  • ametrine Postado em 19/11/2009 - 18:08:13

    se fosse eu,botava essa menina no carro,mandava pra casa com o pai,assistia 300 filmes no shopping e ela ficava sem shopping por 1 ano,que menina abusada!
    POSTA ++++++++++++++++++++++

  • rufleskari Postado em 19/11/2009 - 13:49:48

    Adorei!!!
    Posta mais!!!!!

  • mione Postado em 19/11/2009 - 02:17:56

    adorei


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