Fanfic: Never Love A Higlander (FINALIZADA) | Tema: Herroni
Maite estava na janela da torre, olhando para a paisagem coberta de neve. Fazia três dias que o grupo de caça partiu e não havia ainda nenhum sinal de seu retorno. Na primeira noite, um dos guerreiros mais jovens haviam retornado com um veado. Alfonso deu instruções para servirem imediatamente, uma porção generosa da carne para as mulheres e crianças. O resto do grupo continuava na caça, até conseguirem o suficiente para encher a despensa.
Maite observava os homens no pátio, treinando como Alfonso ordenou. Durante três dias, ela lutou contra a tentação de juntar-se a eles nos exercícios. Em vez disso, permaneceu dentro do castelo, ouvindo instruções intermináveis sobre a preservação da carne, a maneira correta de estocar em uma despensa, limpeza, horários, para não falar das cansativas conversas sobre como uma dama deveria tratar convidados importantes. Como se alguma vez houvessem hospedado convidados importantes no castelo Perroni. Era evidente que seu marido não voltaria naquele dia, e havia várias horas de luz do dia ainda. Maite batalhava contra a vontade de descer ao pátio, onde poderia desabafar sua frustração com uma boa luta de espadas.
O problema era que Sarah não teria dúvidas em contar ao seu marido. O que significava que ela teria que mover-se furtivamente até o pátio, depois de mentir a Sarah que iria recolher-se a seu quarto. Maite voltou-se, enrolando o xale ainda mais em torno dela, enquanto descia da torre. Quando chegou ao final das escadas, encontrou-se com uma das mulheres encarregadas de vigiá-la.
—Eu vou para o meu quarto— disse Maite, em voz baixa.
—Não está se sentindo bem, minha senhora? Maite sorriu para a mulher, que não era muito mais velha do que ela.
—Estou bem, Beatrice. Só estou um pouco cansada. Beatrice sorriu, condescendente.
—A senhora não está dormindo bem desde a partida do Laird. Ele vai voltar logo, minha senhora, e com bastante carne, para nos manter durante todo o inverno.
Maite sorriu levemente e subiu as escadas, até o quarto que dividia com Alfonso. Embora os homens ainda não tivessem aceitado Alfonso como seu laird, as mulheres não hesitaram. Ele tinha inspirado confiança nas mulheres de seu clã. Elas acreditavam que ele iria suprir suas necessidades, encher suas despensas e restaurar o seu poder. Maite pensou que, se de fato Alfonso conseguisse fazer tudo isso, deveria ficar satisfeita com seu casamento. Quando Maite entrou no quarto onde dormia sozinha há três noites, ficou maravilhada com as marcas que seu marido já havia deixado no quarto. Não que tivesse muitos pertences. Na verdade, Alfonso havia trazido muito pouco de sua antiga casa. Mas o quarto, que antes parecia frio e sem vida, agora parecia muito masculino, como se estivesse impregnado da própria essência de seu laird. As mantas que ele tinha trazido estavam sobre a cama, grossas peles sob as quais Maite dormia, noite após noite. Mesmo as cortinas que cobriam as janelas haviam sido substituídas.
Havia uma pequena mesa e uma cadeira perto da lareira, onde ficavam os pergaminhos, pena e tinta. Eles despertaram sua curiosidade. Maite adoraria saber o que estava escrito nos pergaminhos, mas não sabia ler. O fato de que seu marido fosse tão culto a intrigou. Alfonso tinha muitos segredos, que ela mal havia começado a desvendar. Havia se fechado para quase todos, permitindo que poucas pessoas o vissem como realmente era. Era muito frustrante para Maite, porque ela queria desesperadamente saber tudo sobre o homem com quem tinha se casado. Foi até a caixa onde estavam colocados os vestidos que as mulheres tinham ajustado para ela. Estendeu a mão por trás dela, no pequeno espaço entre a parede, e puxou a túnica e a calça que tinha escondido ali. O material deslizou sobre seus dedos. Desgastado, mas confortável. Familiar. Uma sensação de liberdade tomou conta de Maite, quando tirou o vestido e começou a vestir a túnica. Quando estava pronta, pegou as botas, que estavam esquecidas em um canto, desde que havia chegado ao castelo Perroni. Primeiro, Maite calçou as meias de lã e, em seguida, as botas.
As meias eram feitas de um material um pouco áspero, mas não eram desconfortáveis. E o mais importante: seus pés estavam aquecidos. Maite praticamente dançou até a parede, onde Alfonso tinha colocado sua espada. Estava grata por ele não tê-la derretido. Seria um pecado destruir uma arma tão bela. Deslizou os dedos sobre o cabo e cuidadosamente, retirou-a de seu suporte. Sentiu-se gloriosa com ela em suas mãos. O peso, adaptado para que fosse leve para que ela pudesse empunhar, mas letal o suficiente para infligir uma ferida mortal. Maite testou o fio da lâmina, satisfeita quando o cabelo que soltou dividiu-se perfeitamente em dois. Agora, era descer as escadas e esperar que não encontrasse com Sarah.
Alguns momentos depois, saiu para o pátio e correu através da linha de homens, tentando posicionar-se bem distante da entrada do castelo. Se Sarah viesse à sua procura, queria estar bem longe da vista. A saudação dos homens deixou-a perplexa. Alguns pareciam genuinamente felizes em vê-la. Outros pareciam mais reservados e trocaram olhares inquietos. Não, eles pareciam preocupados. E protetores. Hugh Perroni franziu o cenho e depois engoliu em seco, desconfortável.
—Maite, talvez seja melhor se você permanecer dentro de casa. Está frio hoje. Você não deveria estar no meio do treinamento dos homens.
Maite ficou de boca aberta, enquanto olhava para o forte guerreiro. Hugh foi diretamente responsável pela maior parte de sua habilidade. Sim, ele ensinou-lhe quase tudo o que sabia. Ele bateu em sua bunda mais vezes do que ela poderia contar e sempre a provocava, fazendo-a levantar-se e tentar de novo.
—Ele virou você contra mim, não foi?— Ela exigiu —Alfonso não está aqui nem há uma semana e já conseguiu virar você contra mim! Hugh ergueu as mãos, tentando acalmá-la.
—Não, Maite. Não foi isso que aconteceu. O laird nos fez ver que você não deve lutar. Não é decente para uma mulher. Maite fez uma careta para ele e brandiu sua espada.
—Seria decente para uma mulher colocá-la na sua bunda? Hugh ergueu a mão para os outros.
—O homem que treinar com ela vai responder a mim. Maite sentiu um aperto no peito.
—Você proibirá os homens de treinarem comigo? Hugh olhou-a, engolindo em seco.
—Eu sinto muito, moça. O laird tiraria meu couro se você se machucasse e eu mesmo não me perdoaria se isso acontecesse. Além do mais, pode estar grávida... Ela fechou os olhos e virou-se. A desolação a varreu, deixando-a vazia e amarga. Lágrimas saltaram por suas pálpebras e encolheu os ombros, derrotada.
—Dê-me sua espada, moça,— Hugh disse, suavemente. —Eu a colocarei no lugar.
Maite voltou-se para ver o resto dos homens de pé atrás de Hugh, seus rostos demonstrando aprovação. Ninguém treinaria com ela agora. Afastando as lágrimas, Maite lentamente estendeu a espada para Hugh. Ele a pegou e, em seguida, entregou-a a um dos homens. Maite não esperou para ver o que fariam. Virou-se e correu para a parte de trás do pátio, sem olhar para trás. Seu peito estava a ponto de estourar. O vento soprava frio sobre o rosto úmido. Lágrimas que ela não conseguia conter congelavam sobre seu rosto. Seu sentimento de perda era imenso. Como um corte profundo e infeccionado. Sentia-se terrivelmente traída. Sua vida nunca mais seria a mesma. As pessoas que amava, que a amavam, tinha sido influenciadas pelas crenças de seu marido sobre o lugar de uma mulher. Como desejava voltar aos dias em que corria livre e sua única preocupação era evitar o pai. Nunca esqueceria a sensação de vitória quando superou um dos homens de seu pai com uma espada. Naqueles treinamentos, com sua espada, seus defeitos sumiam. Ela não se sentia inadequada. Era apenas uma outra espada em um mar de guerreiros. Forte e capaz. Não uma frágil mulher precisando de proteção. Ela não sabia as artimanhas de uma dama. Não tinha o traquejo social necessário para não envergonhar a si mesma ou seus parentes. Por isso, seu pai nunca a tinha apresentado a ninguém importante.
Maite caminhou, desanimada, através do morro em direção ao riacho borbulhante que ligava os dois lagos as terras Perroni. Era uma bela paisagem, com o gelo incrustado nas margens. A neve emoldurava a água gelada em ambos os lados, cobrindo a terra de branco. Ela parou na margem e cruzou os braços sobre o peito. Fechou os olhos e respirou fundo o ar gelado. O leve cheiro de fumaça que vinha da torre chegava a suas narinas e pela primeira vez em muito tempo, sentiu o cheiro de carne assada.
Autor(a): taynaraleal
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 135
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suenosurreal Postado em 22/08/2015 - 19:46:46
Ainda não to conseguindo lidar com 'Afonso Perroni' O QUANTO ISSO PODE SER REAL???? Foi tudo perfeito, adoro suas adaptações <333
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flavianaperroni Postado em 16/08/2015 - 18:59:37
AAAAAAAAAAAAaaaaaaaaaahh não creio que acabou :/ fic Perfeitaaa demais
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Juh Santos Postado em 16/08/2015 - 16:49:56
Sei que não fui muito presente nos comentários dessa fanfic, mas você sabe, Tay, sabe que arrasa e que eu quase nunca tive tempo esses dias. Mas olha, queria dizer que terminei agora de ler e vou se sentir muita falta dessa fanfic, porque... FOI MARAVILHOSA KRL, EU RI, CHOREI, QUASE ME JOGUEI NO CHÃO. Maite ninfomaníaca sempre, Alfonso o Laird mais lindo de todos, não adianta. SÃO PERFEITOS! Eu simplesmente fiquei apaixonada por essa trilogia (sério) assim como In Bed With A Higlander, essa e agora Seduzida. Você sempre escolhe os melhores livros para adaptar e assim como suas fanfics são maravilhosos! Eu já te disse que você é minha inspiração e eu te quero muito! Obrigada por trazer mais uma vez, mais uma história linda para o nosso querido trauma! Parabéns, muitos beijos, tqmm <3
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luana herroni souza Postado em 16/08/2015 - 15:30:16
Acabou :(
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Postado em 16/08/2015 - 12:26:36
Cooontinuua ameeei o finaaaal
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taynaraleal Postado em 16/08/2015 - 11:19:23
Gente, fico feliz que estejam gostando, de verdade, aconteceu alguns problemas com quem postava sedizida pelo Higlander, e ela não vai poder postar, então irei postar essa como outras que a Nara_Herroni me pediu, então vou finalizar hoje :)
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flavianaperroni Postado em 16/08/2015 - 02:31:14
caraaaacaaaaa mano que tenso..Finalmente a desgraça morreu..Poncho a May vivos ebaa..continua
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chaverronis2forever Postado em 15/08/2015 - 15:57:46
Coooontinuuua amandooo achei lindooo o último capítulo no finall
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mepherroni Postado em 13/08/2015 - 15:54:50
CONTINUAAAA
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mepherroni Postado em 13/08/2015 - 15:46:28
Sério que está perto?