Fanfic: Never Love A Higlander (FINALIZADA) | Tema: Herroni

Quando Maite acordou na manhã seguinte, era cedo ainda e a única luz no quarto vinha da lareira e de uma vela solitária sobre a mesa de madeira que continha os pergaminhos de Alfonso. Ele estava sentado, em silêncio, a pena na mão, enquanto rabiscava sobre um deles. Maite observava, fascinada, sua imagem. Seu rosto estava tenso e concentrado e, de vez em quando, ele mergulhava a pena no tinteiro e voltava a escrever. 



Era a primeira vez que ela o via envolvido com os pergaminhos, mas agora se perguntava se o marido fazia isso toda a manhã, antes dela acordar. Muitas vezes Maite havia despertado com Alfonso profundamente enterrado em seu corpo, mas talvez ele tratasse seus assuntos pessoais em primeiro lugar. Ficou imóvel, esperando ele perceber sua presença, e aproveitou a oportunidade para observá-lo. Era um homem tão bonito. Ele tinha um corpo forte, que instigava todos seus instintos femininos. Grande. Cheio de cicatrizes. Talvez isso não agradasse outras mulheres, mas Maite pensava de outra forma. O corpo do seu guerreiro ostentava cada marca como um distintivo de honra. Havia um leve desvio em seu nariz que sugeria que tinha sido quebrado, no passado. Mas seu rosto era belo, as maçãs do rosto fortes e a mandíbula firme. Seus olhos de um límpido tom de verde a hipnotizavam. Eram da mesma cor que os de seus irmãos e imaginou seu próprio filho com os olhos daquela cor. Uma menina com cabelos escuros e os olhos bonitos de seu pai... Maite precisaria de toda as suas habilidades para manter os guerreiros longe de sua filha. Ela prendeu a respiração quando Alfonso largou sua pena e cuidadosamente enrolou o pergaminho. Ele levantou-se e andou calmamente até a cama. Maite sentiu o corpo inteiro formigar, antecipando sua posse. Mas em vez de agarrar seus quadris e puxá-la até a beira da cama, Alfonso inclinou-se e roçou os lábios em sua testa, ternamente, e afastou-se silenciosamente,saindo do quarto. Maite ficou olhando para o marido, perplexa e decepcionada .... Seu corpo inteiro estava ardendo. Um latejar corria por seu sexo e agora o marido tinha ido embora e ela estava lá, deitada, olhando para o teto. Soltou um suspiro e virou-se,olhando fixamente para o fogo. Seus olhos pousaram na mesa e nos pergaminhos, depositados cuidadosamente no tampo. O que Alfonso escrevia, quando estava sozinho com seus pensamentos?

O laird estava reunido com seu clã com Maite ao seu lado. Estavam numa das muradas que se projetavam sobre o pátio. Homens, mulheres e crianças se reuniram para ouvi-lo, e quando ele declarou que Maite estava esperando um filho, a notícia foi recebida com aplausos por alguns e silêncio por parte de outros. Simon e Arlen avançaram, erguendo suas espadas em saudação, mas mesmo o gesto de  aprovação não influenciou outros guerreiros. Hugh ficou ao lado de Simon e Arlen e observou seus parentes, antes de voltar os olhos  para cima, onde estavam Alfonso e Maite. 

— Será que a criança será um Perroni ou um Herrera? Alfonso franziu o cenho. 

— Um Herrera, é claro. Expressões sombrias espalharam-se pelos rostos das pessoas reunidas e resmungos chegaram até eles. Muitos viraram as costas e foram embora. Maite deslizou a mão nas de Alfonso. Ele pôde senti-la estremecer. Apertou sua mão para tranquilizá-la. — Eu não vou tolerar desrespeito para com minha esposa— , disse ele firmemente. 

— Não é Maite a quem estamos desrespeitando— , gritou um homem, também se afastando. A fúria queimava dentro de Alfonso ao ver o desespero no rosto da esposa. Já tinha aguentado demais de seu novo clã e sua hostilidade.Era como se quisessem ser conquistados e destruídos. Ele nunca tinha sentido tão forte a tentação de pegar Maite, voltar para as terras Herrera e deixar que aquela gente apodrecesse.



Era hora de agir de forma mais dura. Alfonso tinha tolerado sua teimosia por muito tempo. Agora, ou aceitavam sua autoridade ou partiam. Um pouco da alegria desapareceu dos olhos de Maite quando viu seu clã virar as costas para ela. Ela olhou-os, por um longo momento, antes de Alfonso, gentilmente, guiá-la para dentro da fortaleza. Assim que entraram, ela afastou a mão de Alfonso e jogou os braços para cima, irritada. 

— Como eles podem ser tão tolos? Se Levy nos atacasse amanhã, não teríamos nenhuma chance. Nossa única esperança é nos unirmos a um grande clã, mais forte, e permitir que lutem por nós. É vergonhoso. Nunca tive vergonha de carregar o nome dos Perroni, mas hoje eu lamento essa desgraça.  

Alfonso tocou seu ombro, em um esforço para oferecer conforto. Ela não devia ficar tão angustiada. Certamente, não era bom para o bebê. Era difícil ficar lá e oferecer apoio, quando estava tão furioso que mal conseguia enxergar direito. Maite torcia as mãos e caminhava sem parar, no patamar acima das escadas. 

— Talvez, devesse conversar com eles. Sei que você é contra, mas quem sabe eu conseguisse fazê-los voltar a razão. Alfonso ergueu a mão e esperou que Maite se acalmasse. 

— Não é você que vai comandar esses homens, Maite. Eu sou o seu laird e não vamos ser um clã, enquanto não me aceitarem. Eu não posso obrigá-los a cumprir com seus deveres, enquanto não entenderem isso.  

— Eu não o culparia, se partisse deste lugar e voltasse para sua família— ela sussurrou. — Certamente, os Herrera poderiam ter feito uma aliança mais vantajosa do que a que fizeram com  meu clã. Ele puxou-a para seus braços e descansou o queixo sobre sua cabeça. — Nós temos tempo. Crhistopher não partirá para a guerra, enquanto o inverno estiver tão rigoroso. Eu não vou abandonar o meu dever. Essa não é apenas uma questão de seu clã e o meu, agora. Trata-se do futuro do meu filho ou filha e não vou desistir. 

— O que vai fazer então?  

— Eu quero que você permaneça dentro de casa. Está muito frio hoje e uma tempestade está se aproximando. 

— E você?—  Ela insistiu. 

— Eu tenho coisas para tratar com os homens. 



Por hoje é só, espero que tenham gostado :)