Capítulo 009
Maite resolveu me levar pra dormir na casa dela e Dulce resolvera sair pra jantar com Christopher, não sem antes me deixar louca ajudando-a a escolher um vestido e brincos que combinassem. Então vesti um jeans, uma sapatilha amarela, coloquei uma regata simples e um cardigan azul, fiz um coque no cabelo e desci pegando o carro. Nada glamouroso. Assim que cheguei, o porteiro do condomínio da Mai liberou minha entrada. Estacionei o carro e peguei o elevador. Maite já me esperava e a casa dela parecia uma zona. Amostras de tecido, revistas de casamento desde “como escolher a cor perfeita para o seu vestido” até “como superar a crise dos 7 anos de casamento”.
Anahí: Você devia dar um jeito nisso tudo – murmurei me sentando numa poltrona da sala. Ela suspirou com as mãos na cintura.
Maite: Eu sei, mas te chamei aqui hoje por outro motivo – sentou ao meu lado mordendo o lábio aflita. Sempre que Maite agia assim me deixava preocupada.
Anahí: O que foi agora? – a olhei séria e ela suspirou novamente.
Maite: Estou insegura – franzi o cenho.
Anahí: Como assim insegura? – ela fitou as mãos brincando com os anéis.
Maite: Insegura em relação a esse lance de casamento, não sei se estou preparada – virou-se pra mim em busca de uma resposta.
Anahí: Você está pensando em desistir de se casar com Chris? – tentei entender e ela rapidamente maneou a cabeça em negativa.
Maite: Não é nada disso, só acho que – mordeu o lábio – Não sei se esse é o momento pra isso.
Anahí: Mai, Christián é louco por você – segurei suas mãos – Não há porque ter dúvidas.
Maite: E se isso não bastar? Você e Poncho eram loucos um pelo outro e bem – ela silenciou ao ver que tinha falado besteira – Desculpe, foi sem querer! – pediu abaixando o olhar.
Anahí: Entenda que eu Poncho fomos algo muito diferente. Entre você e Christián há compreensão, respeito e principalmente um apoia o outro em tudo, a relação de vocês é acima de tudo sólida – ela concordou com a cabeça – Poncho e eu tínhamos o que? 17 anos, uma ideia equivocada sobre o amor, objetivos diferentes, egoísmo. Nunca daria certo – suspirei com certa mágoa.
Maite: Você ainda o ama? – olhou-me séria
Anahí: Talvez – nos calamos.
Maite: Quer falar sobre isso? – nos calamos novamente.
Anahí: Sabe, ver o Poncho novamente foi algo estranho. Apesar de ele ter sido um grosso e ter me ofendido, sinto que temos um elo de ligação, algo que nunca vai poder ser quebrado – pausei – Acho que revê-lo me fez reviver coisas que estavam até então escondidas dentro de mim, e ver o quanto ele se tornou um homem rancoroso me fez perceber que talvez eu tenha sido sim egoísta. Poncho me deu amor como nunca ninguém antes havia me dado, e sinceramente, até hoje ninguém mais me deu.
Maite: Poncho nunca mais foi o mesmo – silenciamos – Parece que o rancor o cegou desde que descobriu da sua gravidez e que – eu a interrompi.
Anahí: Mai, não vamos falar sobre isso, por favor – ela concordou.
Maite: Só não entendo até hoje, porque você mentiu? – suspirei olhando pra fora da janela.
Anahí: Certas coisas não foram feitas pra ser entendidas amiga, apenas vivenciadas – ela se calou e eu sugeri que mudássemos logo de assunto. Falar do passado era algo que mexia demais com a minha mente e o meu coração.