Fanfic: Noiva impossível | Tema: Vondy

Continuando....

Dulce fechou os olhos e desejou que seu tornozelo não tivesse quebrado. Ficar incapacitada era uma tortura. Era uma maneira horrivelmente sofrida de conseguir a virtude da humanidade.

Quando abriu os olhos, fez uma careta ao ver sua perna com os pelos crescidos.

Dul: Existe alguma chance de você me deixar usar um aparelho de barbear? – sussurrou para Mary.

Mary: Eu deixaria... – disse a enfermeira. – Mas... – Uma campainha soou e Ucker apertou o botão do intercomunicador.

Xxx: Mary, estaria disponível para fazer um raio X em um menino de 3 anos de idade? – indagou uma voz masculina.

Ucker: Ela está ocupada no momento, Abernathy. – Ao fundo ouviu-se o grito de dor de uma criança.

Mary: Seu paciente das 14h cancelou – informou ela.

Ucker: Tudo bem – Disse ele. – Vá em gente, mas volte assim que puder para ajudar com o gesso. Estamos com falta de pessoal hoje porque uma das nossas enfermeiras adoeceu – Explicou ele a Dulce depois que Mary saiu.

Distraída, ela assentiu. Era difícil, mas precisava perguntar.

Dul: Existe alguma maneira de me conseguir um aparelho de barbear? – Ucker contraiu os lábios.

Ucker: Não está incomoda com esses pelinhos está? – para ela não pareciam pelinhos. Dulce se esforçou para manter a compostura.

Dul: Eu realmente gostaria de um aparelho de barbear.

Ucker: Não temos por hábito de raspar as penas no consultório – retrucou ele, reunindo o material para gesso. – Eu digo ás mulheres para fingirem que são originárias de algum país estrangeiro exótico, durante os três meses.

Dulce sentiu vontade de usar a serra em Ucker. Em vez disso, contou até dez.

Dul: Não poderia fazer uma exceção desta vez? – Ele fez uma pausa e olhou para ela.

Ucker: isso a incomoda tanto assim?

Dul: A ponto de implorar? Sim, mas não consigo dobrar a perna para me ajoelhar.

Ucker fitou-a nos olhos e bateu com a caneta na coxa. Dulce percebeu que apesar  de ele usar um jaleco branco, uma gravata, empregar o jargão médico com facilidade e exalar segurança profissional, não parecia um médico. Tinha os cabelos um pouco bagunçados, os ombros eram largos como os de um atleta e as feições terrivelmente másculas. Era bastante viril, pensou ela. E muito sexy.  

Dulce piscou. Pelo amor de Deus, de onde vinha aquele pensamento?

Ucker deu de ombros

Ucker: Oh, que inferno. Eu tenho um tempo livre. – Virou-se, vasculhou uma gaveta e pegou um aparelho de barbear descartável. Depois de lhe ensaboar a perna, ergueu o aparelho. Dulce ficou tensa e segurou-lhe a mão

Dul: Eu posso fazer isto. – Ele riu.

Ucker: Ah. É engraçado. Você raspa a perna, se corta, pega uma infecção e depois me processa.

Dul: eu não o processaria. – Ele balançou a cabeça em uma negativa.

Ucker: Você tem duas opções, Dulce Maria: ou eu raspo ou ficará sem raspar.

Se pudesse suportar aqueles pelos na perna, ela teria recusado a oferta, mas não podia. Tinha que passar por cima de seus escrúpulos. Afinal, quando Ucker olhasse para a perna dela, provavelmente a veria como um mecânico ver uma máquina. Não pensaria em sexo. Ela respirou fundo.

Dul: Está bem. Você raspa.

Ucker assentiu, em seguida, hesitou, olhando como se estivesse tenteando conter o riso.

Dul: O que foi? – perguntou ela.

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