Fanfic: um novo amanhã | Tema: Herroni adaptada do livro de Trish wylie

PRÓLOGO
EXISTE ALGO sobre o casamento que faz com que as famílias importunem os membros livres
do seu clã. Quando Jack, o irmão de Maite Perroni, finalmente encontrou uma companheira e
casou-se, toda a família Lewis (ao menos as mulheres) pareceu cair sobre Maite.
– Você precisa voltar a sair.
– Sair para onde? – Ela manteve um sorriso no rosto, apesar de saber exatamente ao que a
irmã estava se referindo.
Tess suspirou.
– Namorar.
– Ah, sim.
A outra irmã concordou com um gesto de cabeça enquanto sorvia um gole do champanhe.
– Querida, já faz muito tempo. Você não pode simplesmente ficar trancada dentro de casa
esperando a menopausa chegar.
Ela não podia? Então por que estava pagando a hipoteca se não poderia ter o seu próprio
espaço para fazer o que bem entendesse? Maite piscou lentamente e depois estreitou os olhos
enquanto pensava.
Tess assentiu com a cabeça, concordando com Rachel.
– Só porque as coisas não deram certo da primeira vez, não quer dizer que não exista alguém
que seja perfeito para você.
– Você faz parecer como se eu fosse algum tipo de eremita.
– E não é verdade? – Rachel ergueu uma sobrancelha. – Quando foi a última vez que você saiu
e se divertiu?
– Eu levei Jess para a praia no mês passado.
– Isso é um passeio de mãe e filha. Eu estava me referindo a... – A irmã piscou um dos olhos
para ela. – Diversão.
– Ela quer dizer sexo. – Sua irmã Lauren declarou o óbvio com um leve aceno de cabeça.
Dana inspirou profundamente e recostou-se no espaldar da cadeira.
– Por que eu não posso simplesmente viver sozinha e ser feliz?
Tess bufou.
– Porque você não é feliz.
– Quem disse isso? – Maite exigiu.
– Está claro que você não é feliz.
– Como “diabos” isso pode estar claro?
– Viu? Se você fosse feliz, não precisaria ser defensiva.
Dana meneou a cabeça.
– Às vezes eu realmente queria que você não tivesse levado tão a sério o papel de mãe de
todas nós. Eu estou bem.
Tess, que assumira o papel de mãe quando a verdadeira mãe delas as abandonara,simplesmente deu de ombros.
– Você pode afirmar isso para si mesma quantas vezes quiser, mas está perdendo algo em sua
vida, e todas nós sabemos disso. No fundo, você também sabe. E eu apenas estou dizendo que
viver todos os dias sem aceitar sequer uma oportunidade contribui para uma vida vazia.
– Minha vida não é vazia. Eu tenho uma filha. – Ela percorreu o olhar ao redor da sala até seus
olhos protos se fixarem na figura de sua filha de dez anos de idade, que estava vestida como uma
dama de honra. Seu bebê. A razão pela qual ela despertava todas as manhãs e trabalhava até
tarde da noite.
– Eu não preciso de mais um casamento fracassado. Nós estamos bem sozinhas.
Rachel alcançou-lhe uma das mãos por sobre a superfície da mesa.
– Querida, ninguém está dizendo que você deveria procurar por outro marido. – Ela sorriu. –
Mas seria bom encontrar alguém com quem despender um tempo de vez em quando.
Maite piscou ao ouvir essas palavras. Não era como se ela ainda não acreditasse em amor,
romance ou paixão. Ela apenas acreditava que isso era para as outras pessoas.
– Estão sugerindo que eu deveria sair e dormir com alguém?
Houve um murmúrio de respostas conflitantes ao redor da pequena mesa.
– Um caso iria lhe fazer bem – Tess finalmente declarou. – Você precisa sentir algo
novamente. Você se desligou do mundo e isso nos deixou preocupadas. É uma perda de tempo.
Rachel concordou com um gesto de cabeça.
– É, sim. Maite, você é uma mulher linda, inteligente, determinada, divertida... Mas, no
momento, não está se permitindo ser nenhuma dessas coisas. Você não deveria se confinar.
Tente desfrutar de um pouco de diversão para você. Tenha um caso, se é isso o que você quer,
mas sinta novamente. Sinta o que é ser uma mulher.
Maite não achava que havia se confinado. Certo, talvez no começo, depois do divórcio, quando
a dor da separação ainda estava recente. Quando ela tivera que se sentar e admitir que talvez
tivesse se casado por todos os motivos errados. Na época, Maite reavaliara sua vida e decidira
que o melhor era permanecer só por um tempo.
Mas, sim, talvez tivesse sido um longo tempo.
– Vocês não vão me apresentar uma fila de supostos homens elegíveis para eu testar, vão?
– Não. – Lauren sorriu ao ouvir o comentário. – Nós apenas achamos que você deveria estar
mais aberta à ideia. Quando houver uma oportunidade para escapar um pouco, você deveria
aproveitar.
– Não estamos dizendo para você entrar em bares à procura de homens – observou Tess.
– Não, não estamos dizendo isso. – Rachel deu risada com a ideia. – Como se você fosse fazer
uma coisa dessas. Apenas se abra para as possibilidades novamente.
– Permita que alguém entre em sua vida.
Maite ergueu os olhos para o teto enfeitado com fitas e balões. Quando voltou a encará-las, as
três irmãs exibiram sorrisos encorajadores para ela. Maite suspirou enquanto meneava a cabeça.
– Vou tentar ser mais aberta à ideia de jantar com alguém se a oportunidade se apresentar,
mas não posso dizer que eu esteja pronta para ter um caso. Um passo de cada vez está ótimo.
– Podemos viver com isso.
– Nós apenas nos preocupamos, você sabe.Maite sabia disso. As três estavam casadas e felizes agora. Mesmo o irmão, Jack, havia se
entregado a uma mulher que acabara revelando ser a companheira perfeita. Uma chama de
esperança se acendeu em seu interior. Talvez um final feliz pudesse existir de verdade. Apenas
não havia acontecido para ela. Mas ela estava fazendo mudanças em sua carreira, e trabalhando
para conseguir um lar melhor para si mesma e para a filha. Maite tinha esperanças e sonhos para
a vida da filha. Ela não conseguira ter sucesso com o casamento, mas poderia ser o tipo de mãe
que a própria mãe não conseguira ser. Sim. Maite achava que estava indo bem. Apenas bem,
mas isso era o bastante para ela. Não importava o que as irmãs pudessem pensar.
Contudo, ela não poderia negar que seria bom se sentir mulher novamente por um tempo.
Aquela fera sedutora que se esconde dentro de cada mulher.
Hmmm. Maite umedeceu os lábios com a ponta da língua e, inconscientemente, fixou o olhar
no homem alto que estava do outro lado da sala, ao lado do seu irmão. Alfonso, o padrinho.
Ele era exatamente o tipo de homem por quem ela teria se interessado há algum tempo.
Alto, bonito e extremamente charmoso. Mas ela havia se casado com um desses, e isso a
levara a um lugar nada bom.
Maite suspirou. Quando se tratava de paixões, ela se encontrava no meio de um vasto deserto...
E era um longo, longo caminho até alcançar o próximo copo d’água.
Não, casos ardentes não aconteciam todo dia. Mas, e se acontecesse um? Maite sorriu. Talvez
apenas um não pudesse ser tão terrível. Afinal, que mal poderia haver em se sentir mulher
novamente?