Fanfic: um novo amanhã | Tema: Herroni adaptada do livro de Trish wylie

TALVEZ ELE realmente fosse algum tipo de pervertido, afinal de contas.
Alfonso uniu as sobrancelhas enquanto dirigia à casa de Maite.
Mas, de modo prático, que outra razão poderia existir para essa súbita atração feroz que ele
estava sentindo por uma mulher grávida?
Porém, a verdade era que não era apenas uma mulher grávida. Era Maite Perroni. Maite
Perroni de muitas faces... Faces que ele estava descobrindo a cada dia. Era muita coisa para
compreender.
Sob circunstâncias normais, ele teria procurado Jack e conversado sobre toda a situação. Uma
conversa de homem para homem para tentar entender as mulheres. Isso era o que eles sempre
fizeram antes. Mas, desta vez, Alfonso estava por conta própria... Sozinho em um ponto da sua vida
em que poderia ter recebido um conselho sensato.
Ao ter o pensamento, um meio-sorriso irônico curvou seus lábios. Ele iria procurar um
conselho sensato de Jack?
Jack, o melhor amigo, que tinha desistido da vida de solteiro em favor do aconchego do lar?
Oh, sim, ele poderia imaginar o quanto o conselho do amigo teria lhe ajudado. Não era como se
Alfonso fosse algum tipo de rebelde, recusando-se a obedecer às regras da sociedade ao evitar
relacionamentos ou compromissos com outro ser humano. Não. Ele tinha tudo em seu devido
lugar, não tinha? Alfonso construíra uma carreira e comprara uma casa. Era um homem maduro
e experiente. Ele apenas não tinha desejo de sair de casa e se estabelecer com uma mulher por
enquanto. Isso não era algo normal?
Bem, não para a maioria dos homens que ele conhecia com a mesma idade que a sua. “Você
apenas não conheceu a mulher certa ainda. ” Isso era o que ele normalmente costumava ouvir
das pessoas. Uma forma de os outros explicarem o porquê de ele ainda estar solteiro, ele supôs.
E talvez isso fosse verdade. Alfonso nunca se sentira tão atraído por uma mulher a ponto de não
conseguir imaginar sua vida sem ela.
Mas agora ele tinha desenvolvido essa forte atração por Maite. Além do bebê que eles fizeram
juntos, havia algo mais... Algo novo que ele não conseguia explicar ou entender. E isso o estava
deixando louco. E, quanto a Maite... Droga, ela mudava de humor como quem muda de roupa!
Além disso, ainda havia o fato de ser quinta-feira e ele ainda nem havia conversado com a
família. Alfonso meneou a cabeça em reprovação. Ele realmente estava encrencado.
– VOCÊ ESTÁ o quê?
Maite fez uma careta ao ouvir o tom áspero de Jim.
Na noite anterior, ela tinha se sentado e levantado o assunto com Jess. Como todas as garotas
de dez anos de idade, ela tinha sido curiosa e severa em sua resposta a toda a situação.
Apesar do nervosismo de Maite, Jess fora aberta à ideia de um irmãozinho ou uma irmãzinha,
e até mesmo ficara entusiasmada com a possibilidade de Alfonso visitá-las com mais frequência.– Eu gosto dele – Jess comentara.
Maite erguera uma sobrancelha.
– É mesmo?
Do outro lado do sofá, Jess assentira com a cabeça.
– Sim. Ele é divertido, e gentil por ter consertado as coisas em casa. – Ela dera de ombros. –
Isso é mais do que o papai costumava fazer. E ele não conversa comigo como se eu fosse uma
criança tola.
Elas continuaram assistindo à TV por um tempo antes de Maite perguntar:
– Você não se sente nem um pouco incomodada com a ideia de haver um bebê por perto?
Jess dera de ombros novamente.
– Não. Algumas amigas minhas têm bebês em suas casas e elas gostam. – Jess fitara a mãe
com preocupação. – Mas você sabe que eles choram muito, não sabe?
Maite sorriu.
– Eu me lembro.
Os minutos se passaram enquanto elas apreciavam pipoca e assistiam ao filme, e então:
– Mamãe?
– Sim?
– Alfonso vai se mudar para cá?
Maite a fitara com espanto. Se ele iria o quê?
– Acho que não. Mas podemos enfrentar a situação, não podemos?
– Já fizemos isso antes. Mas, na época, não tínhamos um bebê.
– Isso é verdade. – Maite suspirara. – Mas nós formamos um ótimo time, e tenho certeza de
que a família irá nos ajudar. Jess apreciara a pipoca por mais um tempo.
– Eu não ficaria aborrecida se você tivesse um namorado. Papai tem uma namorada e eu não
me importo, então não será um problema se você tiver um namorado.
Algumas vezes, a maturidade da filha a pegava de surpresa.
Criança da era do divórcio, ela supôs, o que a deixara entristecida.
Ela mesma havia sido igualmente madura nessa idade, não havia?
Maite suspirara.
– Obrigada, querida.
– Sem problema.
Jim, por outro lado, estava sendo menos maduro quanto ao assunto.
– Como você pôde ser tão estúpida?
Não que ela não tivesse feito a mesma pergunta inicialmente...
– Não, é sério... Não me parabenize, Jim.
– O que há para ser parabenizado? – Ele franziu o cenho para ela. – Você vai se casar com
ele?
– Não.
– Bem, então, por que está tendo um bebê com ele?
– Não é algo que nós planejamos exatamente. – Maite apertou os lábios. – Mas agora não há
mais volta.
– Você não precisa ter esse bebê. – Ele cruzou os braços frente ao peito.Maite sentiu uma onda de fúria invadi-la.
– Eu vou ter esse bebê, quer você queira ou não.
Jim deu risada; um som cruel que Maite se lembrava muito bem de ouvir no fim do casamento
deles. A memória fez com que ela sentisse um frio percorrer-lhe a espinha.
– Por que estou preocupado? A julgar pelo seu passado, você provavelmente não conseguirá
levar a gravidez até o fim. Então, por que está me contando?
Maite empalideceu ao ouvir as palavras dele e agarrou o espaldar da cadeira à sua frente até
os nós de seus dedos ficarem brancos.
– Apenas estou lhe contando por questão de bom-senso. Achei que era melhor você ouvir de
mim do que de Jess.
– Você contou a Jess? – A voz dele se tornou rouca. – Como pôde fazer isso?
– Porque ela precisa saber!
– Não se você perder o bebê!
Maite inspirou profundamente e tentou manter a calma. Estresse não era uma coisa boa. Ela
precisava se lembrar disso.
– Eu contei a Jess porque converso com ela sobre tudo o que pode causar um impacto na vida
dela... Porque é isso o que uma mãe deve fazer quando sua filha é crescida o suficiente para
entender o que está acontecendo à volta dela! Não quero que ela se sinta preocupada ou insegura
por causa dos meus atos. Simples assim. – Maite meneou a cabeça. – Não que você fosse
entender isso.
Jim inclinou a cabeça para um lado e a estudou.
– Quer dizer que você é mais responsável do que eu? É isso o que você está dizendo?
Dana suspirou e levou uma das mãos à testa.
– Não estou tentando começar outra discussão com você, não importa o que você possa
pensar. Apenas estou sendo honesta... O que eu sempre tentei ser. Estou grávida. Isso não é algo
grande ou complicado. E eu vou ter esse bebê.
– Talvez.
A zombaria dele deixou-a com os nervos à flor da pele.
– Vá embora, Jim. Eu já lhe contei o que precisava. Isso não era para ser uma discussão.
– Bem, eu acho que isso precisa ser discutido! – As faces dele se tornaram vermelhas de
raiva.
– Vá embora. – Maite puxou a cadeira e se sentou em frente à desgastada mesa em carvalho;
seus olhos desprovidos de emoção enquanto ela erguia o rosto para encará-lo. – Você desistiu de
qualquer direito a qualquer discussão da minha vida quando tomou a decisão de ir embora.
– Eu não desisti do direito de discutir as coisas que afetam a vida da minha filha.
– Então nós deveríamos ter discutido sobre você e Melanie, não acha? – Ela exibiu um sorriso
sarcástico. – Ou talvez a meia dúzia de mulheres antes disso? Você é tão hipócrita.
Jim meneou a cabeça.
– Eu nem mesmo sei por que me importo em conversar com você. Nós sempre acabamos
discutindo.
– Sim, é verdade. – Foi dessa forma que eles acabaram descobrindo, no fim, que não davam
certo como um casal. – E é por isso que a separação foi a melhor coisa que nos aconteceu. Eufico fora da sua vida com Melanie, apesar de todas as suas tentativas em exibi-la para mim.