Fanfic: um novo amanhã | Tema: Herroni adaptada do livro de Trish wylie

Ele passou um braço ao redor dos ombros femininos e, abraçando-a com força, continuou a
flertar com Louise.
– Ela é tão dedicada, não acha? Mas eu acho que conseguirei convencê-la a comparecer a
esse encontro, não é mesmo?
– Oh, tenho certeza de que, se alguém consegue convencê-la, esse alguém é você. Estou certa
de que você é muito persuasivo. – Cruzes! A mera ideia. Maite esforçou-se para não estremecer.
– Não esse ano. Talvez da próxima vez. – Ela deu um passo para o lado a fim de se livrar do
abraço de Alfonso e apontou para o projeto na frente do senhor Lamont. – Você notou que
mantivemos a escadaria aberta para permitir que a luz flua através da sala de jantar?
O senhor Lamont assentiu com a cabeça e estudou o projeto novamente.
Alfonso não se distraía facilmente.
– Quando você disse que será esse encontro, Louise?
– Oh, nesse fim de semana. Não é tão tarde para Maite ir. Ela era tão popular na faculdade.
Acho que é por isso que Lucy disse que Jim se interessou tanto... – Louise se interrompeu. – Oh,
Maite, eu espero que essa não seja a razão de você não querer ir. Será que Jim também irá
comparecer? Oh, meu Deus, isso seria estranho, não seria?
Alfonso ergueu as sobrancelhas.
– Quem é Jim?
Maite desviou a atenção do senhor Lamont e forçou um sorriso.
– Jim Taylor. Meu ex-marido. – Seus olhos pretos ganharam um brilho frio. – E, não, essa não é
a razão de eu não querer comparecer ao encontro, Louise – ela mentiu, sem perder o sorriso. –
Estou realmente ocupada. Afinal, não queremos atrasar o seu projeto, certo?
Louise pareceu ficar apavorada com a mera ideia.
– Oh, não! Eu planejo ter fotógrafos aqui para o Natal... Não é, Paul?
Paul Lamont lançou um breve olhar para a esposa.
– Se você desejar, querida, tenho certeza de que sim.
– Bem, então é melhor concluirmos o projeto, certo? – Maite indagou e lançou um olhar
fulminante para Alfonso enquanto se virava. Ela podia ver claramente o quanto ele queria
continuar apreciando seu desconforto.
Alfonso captou a dica e esqueceu o assunto.
Até vinte segundos depois que os Lamonts partiram...
– Você não vai a esse encontro porque o seu ex-marido pode estar lá? – ele indagou, com um
sorriso sarcástico. – Muito adulto da sua parte.
Maite dobrou cuidadosamente os papéis do projeto dos Lamonts e os colocou de volta na pasta.
– Isso não é da sua conta, é?
– Possivelmente não, mas...
– Eu acho que você vai descobrir que a conversa termina com “possivelmente não”. – Ela se
virou e franziu as sobrancelhas para ele. – Fique fora de assuntos que não lhe interessam, Alfonso.
Dessa forma, você vai viver mais.
– Com o que você está tão preocupada? Está com medo de que ele possa descobrir que você
ainda o ama ou algo do tipo? – E, fitando-a diretamente nos olhos, quis saber: – É isso? Ou talvez você não queira que ele saiba que você continuou solteira durante todo esse tempo...?
Maite o fulminou com o olhar.
– Eu não o amo mais! E, desde o divórcio, eu tive alguns encontros. Não que isso seja da sua
conta também!
Alfonso deu um passo para trás. A senhorita “Perfeita” perdia a calma?
– Você não tem um acompanhante, tem?
Ela repousou uma das mãos na cintura e, erguendo o queixo, indagou:
– O quê?
– Para esse encontro. Você não tem um acompanhante. – Ele cruzou os braços sobre o peito
largo e respirou fundo. – E você não quer vê-lo com alguma jovem doce nos braços enquanto
estiver sozinha na mesma festa.
Maite realmente, realmente o odiou naquele momento.
– Pense o que quiser – ela declarou e, dando meia volta, caminhou até o fichário e abriu uma
das gavetas com mais força do que o necessário. Droga. Ela havia perdido a calma.
Houve um silêncio por alguns momentos enquanto Alfonso pensava e Maite começava a contar
até dez mentalmente a fim de se acalmar.
Alfonso suspirou.
– Estou certo, não estou?
– Oh, Deus. – Ela virou-se para encará-lo. – Você não está sempre certo?
Alfonso reconheceu o sarcasmo.
– Sim.
– Ótimo. Agora será que podemos esquecer o assunto?
Sem chance. Alfonso sorriu interiormente. Ela já deveria conhecê-lo melhor a esta altura.
– Então, por que você não pode escolher um acompanhante?
– Diga-me você... Afinal, não é você quem tem todas as respostas?
– Você já pensou em... Droga, eu não sei... – Ele deu de ombros e recostou-se contra a mesa
de trabalho. – Convidar alguém?
– Não. – Ela cruzou os braços frente ao peito e o fitou diretamente nos olhos. – Quem eu
deveria convidar exatamente?
– Você deve conhecer alguém.
– Com a minha agenda?
– Bem, você deve ter amigas que conhecem alguém.
Um fraco sorriso curvou os lábios femininos.
– Ninguém que seria apropriado para o papel... – Ela suspirou. – Ninguém capaz de causar o
efeito de um “tapa no rosto” de Jim.
Ele estreitou os olhos.
– Você precisa de alguém para irritá-lo? – A personalidade dela não era o bastante? – O quê...
Alguém para deixá-lo com ciúme ou algo do tipo?
– Não da forma que você imagina.
Alfonso continuou encarando-a.
– Então, de que forma?
Maite inspirou profundamente e meneou a cabeça.– Você não iria entender, então de que adiantaria?
– Não custa tentar.
Se ela tomasse esse rumo, significaria que teria que contar a ele algo particular, algo
vagamente embaraçoso. E também poderia abrir uma pequena janela para a sua vida. Para os
segredos e a dor que ela carregava consigo e que estavam bem enterrados no passado. Seria
muito arriscado.
Alfonso assistiu ao debate se desvelar nos olhos pretos de Dana enquanto ela continuava
encarando-o.
– E se eu prometer não usar isso contra você em um próximo encontro?
Ela ficou surpresa pela oferta dele. Era quase sincera.
Alfonso Herrera tentando ser gentil? Não. Não poderia ser.
– Por que você precisa saber?
Ele deu de ombros.
– Talvez eu seja capaz de ajudá-la.
Um pequeno sorriso curvou os cantos dos lábios dela.
– Oh, é mesmo? E de que forma exatamente você acha que isso irá funcionar? E, mais
importante, quanto iria me custar?
– Você tem uma mente muito duvidosa.
– Com relação a você? Sim, realmente eu tenho.
– Eu apenas lhe ofereci ajuda.
– Sim, você ofereceu, e é por isso que estou duvidosa.
– Será que você iria morrer se confiasse em mim apenas uma vez na vida? – Alfonso franziu as
sobrancelhas para ela. – Não é como se você tivesse tentado antes, é?
Ele tinha razão. Confiar nele era algo que ela nunca fizera ou considerara desde que o
conhecera.
– Mais uma vez: por que você precisa saber?
– Talvez, se você realmente confiar informações a mim, eu possa fazer o mesmo.
– E isso me interessaria por quê...?
Alfonso comprimiu os lábios e conseguiu engolir uma resposta sarcástica.
– Primeiramente, eu posso melhorar o clima nesse escritório. Se realmente tentarmos
conhecer um ao outro, em vez de termos essas discussões constantes.
Droga. Situações desesperadas exigem medidas desesperadas.
Maite surpreendeu a ambos ao responder em um impulso:
– Está bem.
Alfonso ergueu levemente as sobrancelhas.
– Então, o que há entre você e esse outro homem?
Dando um profundo respiro, ela confessou:
– Não estou preparada para permitir que ele me vença.
– Em que sentido?
Maite suspirou.
– Ele tem uma nova namorada. – Alfonso aguardou pacientemente.
– E, a julgar pelo passado dele, eu sou levada a acreditar que ela seja estonteante e altamente
bem-sucedida em tudo o que faz. – Maite cerrou os dentes e forçou-se a prosseguir: – Não posso deixá-lo ter esse prazer...
Alfonso descruzou os braços.
– Você quer que ele leve um “tapa no rosto”?
– Exatamente.
– Então, é olho por olho? – Ele assentiu com a cabeça. – Eu ainda continuo achando que isso
seja imaturidade.
Maite contornou a mesa para apanhar o casaco que estava repousado sobre o espaldar da
cadeira.
– Eu sabia que você não iria entender.
– Porque há mais nessa história, e eu sei disso. – Alfonso bloqueou-lhe a passagem quando ela
ergueu a bolsa e tentou sair da sala. – Conte-me.
Maite ergueu os olhos para encará-lo.
– Desde que Jim abandonou Jess e eu, ele se tornou o senhor “Sucesso”... Tudo o que ele não
era quando estava conosco. E, nesse meio-tempo, eu apenas consegui sobreviver.
A julgar pela emoção que Alfonso viu nos olhos dela, ele soube que ela estava sendo honesta, e
isso o afetou. Sua voz suavizou ao declarar:
– Você se saiu muito bem.
– Sim, claro... Apenas bem. Nada especial, nada incrível, nada demais em minha vida pessoal.
E eu ficarei furiosa se tiver que comparecer ao encontro e ouvir as pessoas dizerem o quanto eu
estou miserável sem o velho Jim.
Alfonso absorveu as palavras dela com cuidado. De alguma forma, ele sabia que havia mais
nessa história. E queria saber o que era. Maite não gostava muito dele. Alfonso sabia disso, mas não
se importava, porque o sentimento era mútuo. Contudo, ele poderia ser gentil se tentasse. E,
talvez, se tentasse ser gentil desta vez, ela pudesse ser menos irritante no trabalho. Na verdade,
Maite iria ficar lhe devendo isso. Alfonso gostou da ideia.
– Está bem. Eu serei seu acompanhante.