Fanfic: um novo amanhã | Tema: Herroni adaptada do livro de Trish wylie

Alfonso continuou fitando a porta da sala. Ele a estivera aguardando por quinze minutos.
Pensativo, ele ergueu-se da cadeira e começou a andar de um lado para o outro. Alfonso odiou
o fato de se importar com ela, mas não poderia negar que estivesse preocupado. Mesmo alguém
tão irritante como Maite era capaz de deixar alguém inquieto. Ele apenas tinha se acostumado
com o fato de tê-la sempre por perto.
Talvez, se ambos fizessem um esforço, eles pudessem ser amigos ou algo do tipo. Afinal, ele
era amigo de Jack há anos. Talvez pudesse ter a irmã de Jack como amiga também. Bem, ao
menos poderia tentar. Se ele se esforçasse o bastante e ela também...
Mas, e se durante a amizade ela reaparecesse? A outra Maite... A Maite dos sonhos. O que
aconteceria? Alfonso parou de andar abruptamente. Isso não seria uma boa coisa.
Aliás, não seria seguro.
Nesse instante, Maite apareceu na sala de espera, fulminou-o com o olhar e marchou na
direção do elevador.
Alfonfo a alcançou rapidamente.
– E, então? O que ela disse?
– Vou sobreviver.
Ele a viu pressionar o botão do elevador com força suficiente para deslocar o polegar.
– Ela confirmou sua gripe?
Maite soltou uma risada histérica.
– Ah, sim, gripe. Sim, é exatamente disso que se trata.
As portas do elevador foram abertas e Maite entrou no cubículo, virou-se e recostou-se contra
a parede do fundo. Ela evitou olhar para Alfonso enquanto ele a seguia e, ao invés disso, cruzou os
braços frente ao peito e fixou os olhos nas portas do elevador.
Alfonso pressionou o botão que levava à garagem do edifício e recostou-se contra uma das
paredes laterais. Ele dirigiu o olhar para o papel que ela segurava em uma das mãos.
– A médica lhe deu uma prescrição? Vou buscar os remédios para você.
Maite alargou o olhar.
– Ah, não, você não vai.
– É apenas uma prescrição, Maite. Vou buscar os remédios no caminho de volta para que você
possa começar o tratamento.
Dana descruzou os braços, fulminou o pedaço de papel em sua mão e depois voltou a encará-
lo.
– Não. Eu vou buscar.
Alfonso avançou um passo na direção dela.
– Depois você irá dizer que estava muito ocupada para comprar os remédios e acabará
ficando doente por semanas.
Oh, se ao menos ele soubesse.– Será que você pode parar de tentar ser gentil comigo? Não gosto disso.
Ele franziu o cenho conforme ela transferiu o pedaço de papel para a outra mão.
– Não estou tentando ser gentil. Estou apenas tentando ser sensato. Nós dois sabemos que você
não sabe se cuidar quando fica doente. Da última vez que contraiu uma gripe, você demorou um
mês para se recuperar porque não quis perder tempo em engolir um tablete de vitamina C.
– Eu apenas preferi dar tempo para que o meu organismo se recuperasse sozinho. – Ela
suspirou. – Eu vou buscar os remédios depois.
– Vamos comprar no caminho de volta para o escritório. – Alfonso franziu o cenho e arrancou o
papel que ela mantinha na mão. Depois, exibiu um sorriso triunfante. – Quanto mais cedo você
começar o tratamento – ele abanou o papel em frente ao rosto dela –, mais cedo você irá
melhorar.
Maite o fitou horrorizada conforme ele baixou o olhar e começou a examinar a prescrição.
Alfonso franziu o cenho levemente.
– Ácido fólico?
Ela engoliu em seco.
Alfonso continuou franzindo o cenho e examinou o papel novamente.
– Ácido fólico, ferro e suplementos vitamínicos?
Maite assentiu com a cabeça; suas faces estavam completamente pálidas.
– Para a gripe? – ele indagou, e ela sentiu o coração se acelerar.
Alfonso fitou-a diretamente nos olhos.
– Isso não é para a gripe, é?
Maite meneou a cabeça.
Ele baixou o olhar para o abdome feminino antes de voltar a encará-la.
– Nós fomos cuidadosos.
– Parece que não fomos cuidadosos o suficiente – ela declarou, e sua voz sou fraca.
– Mas nós usamos...
– Eu sei. Eu estava lá. – Maite franziu as sobrancelhas para ele. – Mas aparentemente essas
coisas não são cem por cento confiáveis. Ao menos foi o que a minha médica acabou de me
informar.
Alfonso respirou fundo.
– Então isso deveria estar escrito em algum lugar, você não acha? – Não que ele tivesse lido a
embalagem antes.
Maite exibiu um fraco sorriso.
– Foi o que eu disse à doutora.
Alfonso estudou as faces dela, notando a derrota nos olhos pretos e as sombras que denunciavam
seu cansaço. Maite estava grávida. Eles estavam grávidos.
– Você pretendia me contar?
Maite deu de ombros, mas continuou encarando-o.
– Honestamente, eu não sei. Acho que eu precisava de um tempo para pensar.
Alfonso assentiu com um gesto de cabeça, fitou os próprios pés e depois voltou a encará-la.
– Você vai ter o bebê?
As portas do elevador foram abertas e Maite lançou um olhar fulminante para ele.