Fanfic: CB. 1718 - | Tema: REBELDE
- Anda Any, vem logo! Desse jeito a gente nunca vai chegar na festa. - Gritou Dulce sentando-se na cama de Anahí.
Tinha chego o dia da festa mais importante do ano. As mulheres da cidade estariam com sua melhores joias, vestidos e sapatos, tudo para causar boa impressão e inveja as demais. Os homens, com o melhor smoking, transparecendo as melhores alfaiatarias e lojas de roupas de todo país.
- Caramba, como é que você quer que eu desça assim? Eu ainda não estou pronta! - Respondeu Any dentro de seu closet.
- E quando é que vai ficar? Daqui a cem anos? - Riu a amiga pegando o celular de dentro de sua clutch vermelha, que estava combinando com seu vestido, da mesma cor.
Anahí saiu do closet e Dulce não escondeu sua surpresa.
- Que vestido lindo amiga.
- Você achou? Meu pai me deu de presente. Achei meio extravagante, brilhoso. - Indagou a loira virando-se para Dulce fechar o zíper em suas costas.
- Não, a cor dele é creme. Suave, combina com você, e os brilhantes não são nada extravagantes.
- O que seria mais extravagante do que esse seu decote também, não é? Vê se não vai ficar bêbada. Na última vez que isso aconteceu, eu tive que tirar você das mãos de um plebeuzinho cantor de sertanejo. - Riu, sentando-se na cama e pegando suas sandálias altas prateadas.
- Deixa de ser preconceituosa. Pelo menos eu não fico por ai beijando esses nojentinhos playboyzinhos, filhinhos de papai que limpam a bunda com dinheiro. - Levantou-se da cama indo em direção a porta. - Já acabou? Vamos logo. A Mai acabou de me passar uma mensagem dizendo que já chegou na festa com os pais.
Anahí acabou de colocar as sandálias e pegou sua bolsa na penteadeira.
- Vamos! - Chamou, passando por Dul.
Enquanto isso, não muito longe dali, Derrick tentava convencer Alfonso a ir em um evento cujo qual, iria mudar suas vidas.
- É o evento do ano Poncho! - Disse Derrick arrumando sua gravata borboleta.
- Seria muito bom. Mas eu tenho umas provas para corrigir e como sabe, estou esperando a resposta sobre emprego de uma grande faculdade. - Concluiu Poncho jogando-se no sofá.
- Corrige amanhã, e eles não vão te mandar uma resposta de emprego em pleno sábado!
- Eu não tenho roupa para ir nesses lugares. - Repousou os pés na mesa central da sala.
- Qual é Cinderella, eu te empresto uma roupa. Tenho outros smokings, isso não pode faltar no armário de um lorde.
Poncho viu que não teria mais desculpas para não ir, então assentiu com a cabeça e foi em direção ao quarto do amigo, que o seguiu.
- Quando a festa acabar, você vai ter que me levar em casa! - Poncho, levantou seu dedo o direcionando para o rosto do amigo que sorriu.
- Claro. Apesar de isto ter sido uma frase muito gay!
Os dois riram e voltaram a atenção para o armário de Derrick, em busca de uma roupa para Poncho.
A festa estava realmente incrível. Tudo impecável, nada fora do comum.
- Amigas! - Chegou Maite saudando Anahí e Dulce que chegavam ao hall do salão. - Até que enfim! Não entendi o motivo de tanta demora. Eu estava morrendo com a Sol pequinês no meu pé, me dizendo o quanto eu era inteligente, bla bla bla, só para saber qual era a marca do meu vestido e copiar para a próxima festa.
- É bem o estilo dela. - Riu Any.
- E ai, tem muitos gatinhos na festa. - Dulce morde seu lábio inferior e procurou com os olhos alguma vítima.
- Tem alguns sim, mas vê se você vai com calma. Da última vez que teve festa, a Any teve que te socorrer dos braços de um sertanejo tocador de violão.
Dulce revirou os olhos hostilizando o comentário da amiga.
- Eu já disse isso pra ela! - Anahí sorriu entre os dentes fazendo pose de boa menina.
- Bom, eu vou procurar pessoas que queiram de divertir, e não sejam chatas como vocês. Porque as duas parecem com minha mãe! - Dulce saiu caminhando em passos fortes, fugindo da visão das amigas.
- Ela vai acabar bêbada, e dessa vez com um cantor de funk. - Any gargalhou.
- Você não vale nada. - Maite balançou a cabeça e saiu andando deixando a amiga sozinha.
- Poxa, as duas me deixaram! - Falou consigo mesma fazendo beicinho.
Decidiu então ir tomar um drink. Avistava algumas de suas colegas de faculdade, umas senhoras que lhe conheciam desde a infância, mas o que mais tinha em visão eram pessoas egoístas, que a assediavam pelos status de sua família. A esses tinha a obrigação de cumprimentar com sorrisinhos amarelos.
Ficou sentada em umas das cadeiras do bar, e pediu uma bebida. Seus pais estavam também na festa, eram praticamente os anfitriões. Todos os anos eles estavam lá, assim como muitos.
Poncho chegou na festa com o amigo e sem mesmo entrar já se sentiu fora de seu mundo.
- Derrick, eu não vou entrar. - Titubeou ao sair do carro.
- Você está maluco? Por que não?
- Eu não tenho nada haver com essa gente! Não posso.
- Caralho Poncho! Você vive numa bolha?
- SIM! - Respondeu prontamente.
- Então fura essa porra! - Derrick fuzilou Poncho com seus olhos. - Vai entrar sim! - O segurou pelo braço.
- ESTÁ BEM! Eu entro. - Soltou-se arrumando sua roupa de gala. - Você tem uma bombinha de ar ai? Acho que a minha bronquite acabou de atacar.
- Poncho, você não tem bronquite!
- Acabei de desenvolver!
Derrick o olhou novamente com aqueles olhos, e Poncho prontificou-se a entrar sem nem responder.
Anahí já estava no terceiro drink.
- Ai meu Deus, vou parar! Não quero acordar ao lado de um sertanejo. - Levantou-se mas sentiu-se tonta. - É melhor eu ficar por aqui mesmo. Se meu pai me pega alegrinha, terei motivos para ficar triste.
Poncho e Derrick já dentro da festa andavam juntos. Derrick acenando para os amigos e os apresentando para Poncho, que ainda não se sentia nada a vontade com aquela situação.
- Derrick, eu vou no bar pegar uma bebida. Já volto! - Poncho saiu de fininho e foi em direção ao bar, na esperança de ficar por lá pelo resto da festa.
Sentou-se ao lado de Any, sem ainda conhecê-la. Ela estava virada de costas para ele.
- Vou querer uma cerveja, por favor. - Pediu.
- Senhor, não temos cerveja. - Respondeu o garçom.
- Ah, não? - Poncho suspirou pensando. - Então me dá uma água. - Levantou-se ficando mais perto da loira que estava de costas para ele.
O garçom entregou o copo à Poncho que prontamente bebeu. Mas antes mesmo de engolir, para não ter que cuspir o liquido para dentro do bar, cuspiu para o lado. Justamente onde Anahí estava.
- AAAAAAAAI! - Gritou a moça.
- Credo! Tem gosto de água suja! - Arregalou os olhos se direcionando para o garçom.
- É água aromatizada. - O garçom virou-se de costas deixando Poncho com seu novo problema.
- Você está louco? Molhou toda minhas costas! - Anahí se sacudia tentando secar-se.
- Mil desculpas, eu não te vi ai. Não queria cuspir na cara do garçom. - Poncho tirou seu terno tentando enxugar a menina.
- Isso foi cuspe? Você me cuspiu? Ai meu Deus! - Aí que a loirinha de sacudia, fazendo cara de choro.
- Calma! Eu escovei os dentes hoje, você não corre risco de pegar nenhuma doença. - Debochou.
- Chega! - Deu um basta Any. - Para de me secar! - Jogou aos mãos de Poncho para o lado. - Esquece, ok? Eu vou ao toalete e acabo de me secar sozinha.
- Espera. - Poncho a segurou por um de seus pulsos. - Me desculpa mesmo, eu não tive a intenção.
Anahí olhou em seus olhos pela primeira vez, e não conseguiu deixar de sorrir docemente.
- Esta tudo bem.
Poncho a soltou. E ela saiu dando algumas olhadinhas para trás, observando que ele mantinha-se no mesmo lugar, a olhando ir embora.
Ao chegar ao toalete Any foi direto ao espelho.
- O que foi aquilo? - Se perguntou baixinho. - Que situação mais louca. - Continuou puxando os papeis descartáveis do suporte.
No jardim, Dulce divertia-se com sua taça de champagne. Sozinha, ela fitava os meninos mais belos passarem.
- E eu que achei que essa festa ia ser um saco. - Deduziu consigo mesma.
- Olha que está aqui... Dulce Maria! - Saudou Ucker indo ao encontro do abraço de Dulce. A ruiva sentiu-se forçada a abraçá-lo e enfeitou o rosto com um sorriso curto ao separar seu corpo do menino.
- Pode chamar SÓ de Dulce, Uckermann! - Contestou.
Uckermann tinha o sorriso dominador de toda galáxia. Não precisava de esforços para arrancar suspiro de quem quer que fosse. Além de tudo, tinha um grande poder aquisitivo, o qual ele adorava evidenciar.
- Está curtindo a festa? - Perguntou.
- É, está dando pra suportar.
- Meus pais contribuíram para grande parte do projeto. - Continuou presunçoso.
- Christopher, você não precisa me dizer coisas que eu já sei! Tanto seu pai, quanto os meus, o da Mai, o do Christian e o da Any todos os anos contribuem fielmente para esse evento. - Dulce cruzou os braços e franziu uma das sobrancelhas.
- Ah, mas você sabe que os meus pais e os da Any contribuem um pouquinho mais.
- É verdade. Vocês são mais ricos, isso faz toda a diferença! Esqueci que pra você riqueza faz toda a diferença. - Agora suas mãos estavam na cintura, prontas para atacarem o ``amigo``.
- E faz toda diferença! Você sabe que faz. - Ucker abriu um sorriso safado e deu as costas para Dulce, que ficou pateticamente parada, incrédula.
No salão de dança, Maite divertia-se dançando.
- Vou tirar esses sapatos, estão me matando! - Falou alto para Josy que acenou com a cabeça também tirando os seus.
- Mai, eu não acho uma boa ideia você tirar os sapatos. - Aconselhou Karla.
- Me deixa, eu vou tirar sim. Hoje é um dia para se divertir!
Bastaram alguns minutos e o pai de Mai apareceu no salão com toda sutileza que poderia ter. Um senhor de aparência, ex militar aposentado, dono de incontáveis regras e censuras.
- Maite, você poderia me acompanhar? - Chamou sutil.
Ao vê-lo, Mai gelou.
- Claro, papai. - Suspirou calçando os sapatos.
Foram ao jardim, no caminho para este. O senhor Perroni fez questão de acenar e parecer receptivo aos que lhe conheciam. Mas seu humor mudou assim que ficou sozinho com a filha.
- O que você pensa que está fazendo? - Perguntou duramente.
- Estava dançando pai.
- Descalça? Isso é jeito de dançar? Para que te compro os melhores sapatos, para você tirá-los dos pés e parecer-se com uma imunda? - Completou olhando para os pés da filha.
Maite não ousou responder.
- Trate de portar-se como uma Perroni, ou eu terei o prazer de quando morrer não te deixar um centavo! Apesar de ser minha única herdeira, eu faço questão de queimar cada cédula se você não manter-se em posição de gente da sua classe. - Terminou deixando Maite com lágrimas nos olhos.
Dulce viu tudo e assim que o pai de Mai saiu, veio falar com a amiga.
- Ele não está falando sério. - Disse Dulce dando um abraço na amiga.
- Está sim. Ele é capaz disso. - Lamentou Mai com acanhadas lágrimas descendo sobre seu rosto.
- Não chora. Hoje é dia de festa, vem. Vamos procurar a Anahí. - Dul limpou as poucas lágrimas da amiga e a puxou em direção do bar.
Anahí acabava de sair do toalete e ficou procurando as amigas com os olhos, erguendo os dedinhos dos pés para ver se as encontrava em meio tanta gente.
- Você está ai!
Any virou-se e viu Poncho levando em sua direção uma taça de champagne.
- Ah, olá. - Seus olhos ficaram novamente voltados para os de Poncho.
- Eu queria me desculpar, é que fiquei meio nervoso com essa festa. Eu nunca...
- Ah, eu entendo não precisa se desculpar. Todos os anos eu fico bem nervosa com essa festa também.
- Imagino. - Sorriu, caindo a ficha que Any fazia parte daquele mundo, o qual ele não costumava encarar. - Então, vai aceitar o champagne?
- Claro! - Any pega a taça e toma um gole. - Eu esqueci que estava bêbada quando você me cuspiu. - Riu.
- Como assim?
- Eu estava ficando bêbada alguns segundos antes de você cuspir em mim. - Gargalhou. - Mas ai, depois de toda confusão eu acabei ficando mais sóbria do que nunca!
Poncho riu alto e voltou seus olhos para os de Any.
- Que bom que está bem agora.
- Você quer ir ao jardim? Eu estou meio molhada ainda, acho que lá está batendo um vento que vai ajudar na secagem completa. - Segurou uma das mãos de Poncho. - Vem!
Passaram por Dul e Mai e Any nem notou.
- Onde será que a louca está? - Indagou Dulce.
Já no jardim, Any e Poncho sentaram-se em um dos assentos acolchoados.
- Parece estar secando. - Disse Poncho apontando para as costas de Anahí.
- É... - Sorriu colocando uma mecha de seu cabelo para trás da orelha. - Eu não tinha te visto ainda por aqui pelo bairro.
- Eu não moro nesse bairro, possivelmente seja isso.
- Deve ser por esse exato motivo então. - Disse, pacifica. - Às vezes eu queria ter nascido longe daqui também, pra fugir um pouco da pressão, entende?
- Imagino, é muita pressão mesmo. - Não era hora de contar que na verdade ele era de classe média e que tudo aquilo o incomodava bastante.
- Escuta, você toca violão? - Perguntou Any receosa.
- Hã? - Poncho não havia entendido.
- Deixa pra lá. - Any riu sozinha.
Teve-se um silêncio por alguns instantes.
- Tem um fio de cabelo na sua boca. - Informou Poncho.
Any tentou tirá-lo sem sucesso.
- Deixa que eu tiro, espera. - Ofereceu-se o menino, chegando um pouco mais perto do rosto da loira. - Pronto.
Tarde demais, seus olhos já estavam hipnotizados um pelo outro. O coração de Any batia mais rápido, parecia saltar do peito, acelerou mais ainda quando sentiu o primeiro toque da ponta do nariz dele encostar no seu, sendo seguido por uma das mãos de Poncho a puxando vagarosamente pela nuca. E enfim, sentiu-se beijada.
Não se ouvia mais nada naquele jardim.
Autor(a): olvdjess
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