Fanfics Brasil - Romance no escritório: capitulo 22 Romance no escritório (AyA) - Terminada

Fanfic: Romance no escritório (AyA) - Terminada


Capítulo: Romance no escritório: capitulo 22

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— Quero que você considere isso um favor pessoal.


Christian fez uma careta. Seus olhos verdes o fitaram, matreiros.


— Vamos ver, Alfonso. Se fizer um favor pessoal a você, me sentirei benevolente. Se usar minha autoridade médica, poderei me divertir a sua custa, dizendo a sua doce "esposa" que vocês já podem dormir juntos. Estamos num impasse...


— Não há impasse algum. Anahí não é minha mulher. Quando ela recuperar a memória e descobrir que dormimos juntos, ficará envergonhadíssima e pensará que sou um mau-caráter. Já se divertiu o suficiente, Chris, e admito que já ri muito de você também. Mas, desta vez, não é só de mim que estará rindo. Anahí é adorável, e uma coisa dessas será muito humilhante para ela.


Christian ficou sério.


— Perdoe-me. Você tem razão. Mas é que já faz tanto tempo que vive sozinho... Cinco longos anos. Sei o que anda fazendo. Quer levar sua vida da forma mais descomplicada possível para não se ferir outra vez. Mas, Alfonso...


— Não banque o terapeuta comigo. Estou muito bem. Não está aqui por mim, meu amigo, e sim para ver Anahí. Enquanto fazíamos compras, ela teve uma tontura. Para falar a verdade, achei que estava prestes a recuperar a memória.


Talvez o encontro com o casal amigo de seus pais tivesse mexido com Anahí. Não sentira enjôo, nem dor, mas ficara bastante confusa.


— O que o faz pensar assim?


— Já aconteceu antes, Chris. Hoje de manhã, eu disse que queria decorar minha sala de estar igual à dela. Anahí começou a pensar nessa possibilidade, e eu notei que seu olhar ficou muito diferente. Fiz de conta que não notei.


— A tontura deve ser resultado da perda de memória.


— Não entendo nada disso...


— Eu também não. Não sou psiquiatra, nem neurologista. Sou apenas um médico do interior.


— Não creio que Anahí precise de psiquiatra ou neurologista, agora. No momento, acho que necessita de alguém que lhe dê apoio e não a confunda mais ainda.


— Alfonso, não sei... Esse tipo de coisa foge tanto de minha área! Sei que faz apenas três dias, mas se Anahí continuar assim até amanhã de tarde, avise-me, e marcarei uma consulta com um colega meu, um especialista.


Alfonso suspirou, resignado.


— Sim, acho que você está certo.


— Claro que estou. — Christian abriu a porta do quarto.


Avistou Anahí sentada na cama de Alfonso, com um pijama de cetim vermelho.


— Viu, Alfonso? Dormi um pouquinho e fiquei ótima. Eu disse que não havia nada com que se preocupar.


Alfonso segurou a mão que Anahí lhe estendia e acomodou-se ao lado dela.


— Alfonso me contou que você já teve uma tontura antes, Anahí.


— Sim, doutor.


— Você não parece estar muito impressionada com isto.


— Porque elas vem e vão bem rápido. Nem preciso me sentar. Apenas concentro-me no que estou fazendo, e a tontura passa.


— O que quer dizer com concentrar-se no que está fazendo?


Anahí fez uma careta, incerta.


— Sei que isso vai parecer estranho, mas às vezes parece que tenho de lembrar a mim mesma quem eu sou, onde estou e o que faço.


Christian olhou para Alfonso.


— Quantas vezes se sentiu assim, Anahí?


— Poucas vezes. Talvez quatro.


— Está bem. Já ouvi bastante. Anahí, fisicamente você está ótima. Todavia, embora eu não seja neurologista, posso adiantar que o fato de, às vezes, ficar em dúvida sobre si... Há mais coisa aí do que se pensa. Assim, segunda-feira de manhã vou marcar uma consulta com um amigo meu.


— Outro médico?


— Um especialista — Alfonso disse, com suavidade, não querendo usar a palavra "psiquiatra". — Afinal, bateu a cabeça.


— Acha que há alguma coisa errada comigo?


Alfonso esteve a ponto de dizer tudo e de esclarecer a situação falsa que estavam vivendo. Entretanto, ainda achava Anahí muito frágil, e decidiu que não seria bom.


— Nada disso, Anahí. Mas, como Chris, eu também acho estranho que se sinta confusa sobre si mesma.


— Anahí, segunda-feira estarei trabalhando. Se precisar... — Christian sorriu, em despedida.


Alfonso beijou-a na testa.


— Vou acompanhar Chris até a porta. Por que não tenta dormir mais um pouco?


Serena, Anahí concordou.


No corredor, Christian voltou a falar:


— Para mim, é óbvio que ela não quer lembrar quem é. Talvez porque não goste da vida que tem ou porque queira ser sua esposa mesmo.


Alfonso passou as mãos pelos cabelos, nervoso. As palavras do médico não o aborreceram pela inconveniência que lhe causavam, e sim pela absurda situação de Anahí. Embora sempre se preocupasse com suas funcionárias, havia uma nova dimensão em sua ansiedade por ela que nem ele entendia.


— Não sei o que pensar, Chris.


— Se quer a minha opinião... Bem, ela mesma admitiu que afasta suas recordações reais. Acho que podemos forçá-la a lembrar.


— Não, de forma alguma! Não quero forçar nada.


— Eu sei. Você já tentou isso antes e não deu certo. Mas como Anahí vai aceitar isso, quando descobrir que você manteve a situação, em vez de tentar ajudá-la a sair dela?


— Não sei. Porém, não quero correr o risco de traumatizá-la. Deve haver um bom motivo para Anahí reprimir suas lembranças reais. Sinto isso.


— É lógico que ela gosta de ser sua mulher. Os pais dela são milionários, Anahí tem um bom emprego, muitos amigos. Você mesmo disse que ela tem um apartamento lindo. Possui tudo o que uma mulher pode desejar.


— Menos um marido, Chris. Mas isso é muito simples e antiquado, para uma moça como Anahí. Sei que quer uma carreira.


— Não seja tão modesto. Você é um ótimo partido, Alfonso. Vou indo. Telefonarei amanhã.


Alfonso esperou que o amigo partisse e depois foi para a cozinha preparar alguma coisa para o jantar. Faria algo gostoso e levaria numa bandeja para Anahí, na suíte.


Porém, quando abriu a geladeira, não encontrou nada, nem mesmo ovos para uma omelete.


— O que está fazendo, Alfonso?


Ele se sobressaltou ao ouvi-la.


— O que está fazendo aqui embaixo?


— Estou com fome.


— Tem certeza de que já pode andar por aí?


— Sinto-me bem. Você e o Dr. Christian é que ficam insistindo que há alguma coisa errada comigo.


— Bem, não temos nada para preparar uma refeição.


Anahí franziu o cenho.


— Sério?


Ele deu mais uma olhada no refrigerador.


— Há muita coisa aqui, mas nada que eu saiba preparar.


— Está com muita fome?


— Sim.


— Pode passar com um sanduíche quente?


Alfonso pensou um pouco. Fazia anos que não comia um sanduíche quente.


— Adoraria um lanche.


— Certo! Então, ponha a mesa e eu prepararei os lanches.


Os dois trabalharam juntos, num silêncio confortável.


Quando se sentaram para comer, Alfonso rompeu a quietude:


— Isto está uma delícia.


— É uma de minhas especialidades. — Riu.


Surpreso, Alfonso a encarou.


— Você fala como se não tivesse importância saber fazer um sanduíche quente.


— Não é isso. Estou rindo porque é o que sei fazer melhor.


— Não, não é. Você sabe fazer muitas outras coisas.


— É mesmo? O quê, por exemplo?


Alfonso ia dizer que Anahí era tão boa no trabalho que ele estava a ponto de nomeá-la sua assistente pessoal. Mas achou melhor deixar aquela conversa para quando ela estivesse de volta ao normal.


— Você é inteligente e organizada. Não tenho dúvida de que é a funcionária mais eficiente de meu departamento.


Anahí franziu a testa.


— O que aconteceu com "Anahí, você é tão linda! É uma delícia tê-la em meus braços"? Alfonso, já percebeu que não me disse nada disso nos últimos dias? E me tratava assim a todo instante.


Alfonso sentiu o sangue subir-lhe às faces. Esquecera os aspectos complexos do dilema que vivia. Lembrou que costumava dizer aquilo tudo a Bárbara. Era estranho como as fantasias de Anahí faziam-no recordar coisas que já havia esquecido.


— Não sei, Anahí. Não tem havido um clima amoroso, acho.


— Eu sei. — Resolveu mudar de assunto: — Para meus pais, saber preparar um bom sanduíche é pouco importante. Ser eficiente e bem-sucedida é melhor. Se você lhes disser que sou excelente funcionária, vão ficar impressionados, pois irão crer que estou progredindo.


Alfonso prestou atenção àquilo. Já tinham tido uma conversa sobre os pais dela no Mahone’s, e ele suspeitara que havia algo errado ali. Talvez tanto que Anahí preferia não lembrar.


— Anahí, às vezes tenho a impressão de que você acha que seus pais não a apreciam.


Ela respirou fundo.


— Uma das bases de uma existência satisfatória é uma família unida e afetiva — falava como quem recita algo que já sabe de cor. — As crianças são educadas para serem nossas amigas, companheiras e seguidoras.


— E já que você não está na mesma trilha de seus pais, então não é uma seguidora. Assim, apesar de seus pais a amarem, eles desejariam que a filha fosse diferente.


— Papai e mamãe nunca me disseram isso. Em nenhum momento me pediram para mudar. Pelo menos, não muito. É duro para eles ensinarem seu público a alçar patamares, enquanto sua única filha não pratica o que eles ensinam. De certa forma, isso depõe contra eles.


— Os pais da minha primeira esposa achavam que os filhos eram o fruto do amor, e sua presença aumentava a harmonia no lar. Quanto mais filhos, mais amor. Tiveram nove. Não os criavam para o sucesso, mas para a família.


Alfonso olhou-o, pensativa. Alfonso sabia que ela estava ponderando sobre o que ele dissera. Deveria estar intrigada pelo fato de ignorar até então que ele tivera uma outra mulher. Esperava que lhe perguntasse alguma coisa a esse respeito, por isso espantou-se quando escutou:


— Por que nunca teve filhos com ela?


— Porque morreu antes que pudéssemos tê-los.


Anahí pousou a mão consoladora sobre o braço dele.


— Que pena! Não me surpreende que tenha se casado com alguém igual a ela. Posso imaginá-lo com uma casa cheia de crianças e acreditando que elas trazem mais amor para seu lar.


— Hum... É uma crença meio ingênua, não é?


— Não. É maravilhosa.


Pela primeira vez desde a morte de Bárbara, Alfonso não se sentia mal por falar sobre aquilo. Compreendeu que, se forçava Anahí a encarar o passado, ele também devia encarar o seu.


— Bárbara tinha muita energia. Fazia-me sentir mais jovem e forte e acreditar que tudo era possível — ele disse, expressando sentimentos que viviam escondidos devido à dor que lhe causavam.


— Bárbara deve ter sido fantástica.


— Era muito inteligente.


Em vez da costumeira revolta que o consumia ao lembrar-se dela, Alfonso sentiu um enorme alívio. Como se voltasse a ser ele mesmo.


Surpreso com a descoberta, levou a conversa de volta para o início.


— Por que não me fala mais sobre seus pais, Anahí?


— Bem, eles são cheios de energia também.


Percebendo a emoção dela, Alfonso descobriu que Anahí os amava e concluiu que a profissão deles é que atrapalhava seu relacionamento.


— Mamãe é muito dinâmica, e meu pai é mais calmo, mas é muito forte.


— Parece que são bem interessantes.


— Sim, são mesmo. Quando eu era criança e eles faziam reuniões de fins de semana lá em casa, os espiava do alto da escada. Às vezes, quando me flagravam, mandavam-me de volta para meu quarto. Então, eu enfileirava todas as minhas bonecas e fazia discursos para elas.


Alfonso achou graça.


— Gostaria de ter visto essa cena. Não discursava para suas amigas também?


— Eu não podia. Morávamos no campo, porque meus pais queriam que suas reuniões tivessem a atmosfera tranqüila de um retiro. As poucas amiguinhas que tinha moravam muito longe. Quando queria passar uma tarde ou o final de semana na casa de uma delas, precisava fazer mil arranjos. E, às vezes, não conseguia arranjar nada.


— Está me parecendo que foi uma infância meio solitária.


— Não tive mesmo muita companhia, é verdade. Mas uma boa parte dela foi bastante excitante. Viajávamos por todas as cidades dos Estados Unidos. Era divertido.


— Mas você devia sentir-se só.


Anahí deu de ombros.


— Agora não importa mais. Contudo, não sou indiferente a meu passado a ponto de não ver que meu desejo de ter uma casa cheia de crianças deve-se ao fato de eu ter sido filha única. Toda criança devia ter com quem brincar. A infância é o período mais importante para o aprendizado. Temos de aprender a seguir em frente e a lutar pelo que desejamos. Porém, não se pode fazer nada disso quando se está sozinha ou... quando só se convive com adultos.


Alfonso recordou que Bárbara também achava importante lutar pelo que se almejava.


— Desde que Franco e Marichello me ensinaram a estabelecer objetivos, me propus a ter muitos filhos. — Anahí suspirou, e sua expressão tornou-se distante, como se estivesse pensando em outros lugares e em outros tempos. — Não era o objetivo deles, mas era o meu. Todavia, até isso falhou.


Alfonso se perguntou se ela não estaria recobrando a memória. Até ouvir o que se seguiu:


— Até encontrar você. Agora, tudo será diferente.


Alfonso começava a compreender. Anahí estabelecera para si que teria muitos filhos e, sabe-se lá por quê, imaginara que os teria com ele.


Poderia ser?


Seria possível que a pressão dos pais dela a tivessem feito acreditar que estava casada com Alfonso e apta a ser mãe? Fazia sentido.


Alfonso ficou contente. Enfim, descobrira a causa das fantasias dela. Entretanto, o contentamento passou logo. Saber por que, para Anahí, eles eram marido e mulher não resolvia o problema. Quando ela se recuperasse, não ficaria apenas embaraçada: voltaria a ser solitária também.


Como ele.


 


 



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Autor(a): narynha

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Não vou nem mesmo perguntar o que foi que o Dr. Christian disse sobre nós dormirmos juntos. Alfonso, que estava arrumando seu travesseiro no sofá, virou-se para Anahí. Ela parara à entrada da sala de estar. Num pijama de cetim vermelho, com os cabelos dourados presos em um coque frouxo no alto da cabeça, mostrava-se linda e sofistic ...


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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 39



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  • annrbd Postado em 04/05/2013 - 14:14:10

    Li sua fanfic só agora (um pouco tarde não? já estamos em 2013) amei cada capítulo, os dialogos, a historia... realmente muito boa!!

  • kikaherrera Postado em 13/12/2009 - 17:04:49

    TAMBÉM AMEI O FINAL DA WEB PARABÉNS COMO JÁ DISSE SUAS WEBS SÃO AS MELHORESSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSS

  • luanna Postado em 13/12/2009 - 13:03:26

    li sua eb, desdo cmeço, nunca comentei porq ñ gosto muy.
    mais foi uma das melhores web's q ja vi, tanto é q eu tou comentando..
    muy ermosa miesmo.

  • rss Postado em 13/12/2009 - 13:01:39

    aaaaaaaaaaaaamei o final da web
    espero a próxima.
    bjsssssssss

  • kikaherrera Postado em 12/12/2009 - 22:10:45

    A ANNIE VAI SER TODA DO PONCHO KKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKK
    ADOREIIIIIIIIIIIIIIIIII
    POSTAAAAAAAAAAAAAA AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA

  • rss Postado em 11/12/2009 - 12:02:15

    posta logo

  • kikaherrera Postado em 11/12/2009 - 01:39:43

    QUERO SÓ VER A REAÇÃO DA ANNIE.
    POSTAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA

  • rss Postado em 09/12/2009 - 23:24:47

    aaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaahhhhhhhh!!!! !!!!!!!!!!!!!!
    desculpa narinha tou tendo um ataque de loucura, pq sua web ta muito boa msm.posta +++++++++++++++++++++++++++++++++++++
    besossssssssss

  • rss Postado em 07/12/2009 - 12:34:38

    tou
    a-m-a-n-d-o
    posta +++++++++++++++++++++
    suas webs são sempre nindas
    bjssssssssssssss

  • rss Postado em 07/12/2009 - 12:34:33

    tou
    a-m-a-n-d-o
    posta +++++++++++++++++++++
    suas webs são sempre nindas
    bjssssssssssssss


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