Fanfic: Romance no escritório (AyA) - Terminada

Não vou nem mesmo perguntar o que foi que o Dr. Christian disse sobre nós dormirmos juntos.

Alfonso, que estava arrumando seu travesseiro no sofá, virou-se para Anahí. Ela parara à entrada da sala de estar. Num pijama de cetim vermelho, com os cabelos dourados presos em um coque frouxo no alto da cabeça, mostrava-se linda e sofisticada.

Apesar de sua naturalidade, de certa forma, era requintada. Já vira e fizera coisas com que a maioria das pessoas só podia sonhar. Alta, esbelta, com os traços de um anjo e o poder do dinheiro a sua disposição, parecia ter tudo. Se não fosse pelo fato de Alfonso saber que Anahí se julgava uma decepção para os pais, poderia considerá-la a moça mais feliz do mundo.

— Anahí, você sabe que Chris não quer arriscar nada. Batidas na cabeça são perigosas.

— Eu sei, Alfonso. Mas seria tão bom dormir em seus braços outra vez...

Vendo a expressão dela, Alfonso considerou deitar-se um pouco a seu lado até que adormecesse, mas logo rejeitou a idéia.

Toda aquela charada terminaria na segunda-feira, quando Anahí visse o especialista que Christian recomendara. Enquanto os dois permanecessem nos limites da decência, ela não teria nada para recriminar ou lamentar, mais tarde.

— Anahí...

— Já sei. Você não quer ir contra as instruções médicas.

Alguma coisa na entonação dela fez com que Alfonso compreendesse como Anahí se sentia. Como seria imaginar-se casada com uma pessoa que a rejeitava o tempo todo? Então, ele tomou uma decisão.

— Sabe, Anahí, mesmo que não possamos dormir juntos, fazer carinho não é proibido.

Ela não se mexeu, e Alfonso entendeu que, depois de tanta rejeição, Anahí não tomaria a iniciativa.

Assim, ele estendeu os braços para ela. Seu rosto delicado se iluminou com um radiante sorriso.

No instante seguinte, estavam abraçados no sofá. Com a cabeça dela sob seu queixo e o corpo morno contra o seu, até respirar se tornou difícil para Alfonso.

Ele já esquecera como era doce segurar uma mulher. Não, não qualquer uma. Tinha de ser alguém muito especial, que despertasse num homem instinto de proteção e desejo sexual. Se não sentisse aquilo, então não seria bom de verdade.

Com Anahí, era delicioso.

Anahí suspirou e se aconchegou ainda mais a ele. Alfonso fechou os olhos, quase desistindo de resistir aos apelos de seu corpo e, ao mesmo tempo, lutando para manter-se lúcido e forte.

Repetia para si mesmo que aquela mulher era Anahí e que devia protegê-la, mas seu autocontrole não estava funcionando muito bem. Por isso, manteve as pálpebras cerradas e permaneceu imóvel, com medo que o menor movimento pusesse tudo a perder.

— Durma, Alfonso.

Sonolento, ele puxou uma manta sobre os dois. Em seguida, mergulhou num profundo sono. Do tipo que não tinha fazia mais de cinco anos.