Fanfic: Romance no escritório (AyA) - Terminada

Dez minutos mais tarde, Alfonso, com toda a cautela, abriu a porta da sala dela e espiou.

— Vamos ter uma reunião à uma hora, Anahí. Não vai demorar muito. Por favor, prepare um resumo de suas atividades até o dia de hoje.

Ainda trêmula, Anahí apenas assentiu.

Alfonso entrou e fechou a porta.

— A menos que você ache melhor esperar mais um dia ou dois. — Ele se calou e passou a mão pelos cabelos, demonstrando descontentamento. — Acho que agora você me odeia. Está certo...

Odiá-lo?! Como ele podia pensar uma coisa dessas? Alfonso é que tinha o direito de querer vê-la pelas costas. Surpresa, Anahí apenas fitou-o. Usando todo o seu charme, Alfonso sorriu, sedutor.

— Não quis dizer que está certo você me odiar, mas que é compreensível. — Tornou a ficar sério. — Vou me desculpar mais uma vez, Anahí. Foi uma grande estupidez beijá-la. Não devia ter feito isso. Lamento.

Anahí continuou com o olhar fixo na porta, mesmo depois de ele ter saído. Duas coisas eram muito claras. Primeiro, Alfonso era muito generoso, mesmo. E segundo, embora ele não estivesse contente consigo mesmo por tê-la beijado, continuava a se interessar pelo bem-estar dela.

Que ironia! Em um único dia, obtinha mais atenção da parte dele do que em todos aqueles anos.

Mesmo não sendo o tipo de atenção que almejava, já era um progresso.

Talvez aqueles três dias não tivessem sido à toa, afinal.

Depois das cinco horas, quando a maioria dos funcionários já tinha partido e Anahí começava a arrumar sua escrivaninha, Alfonso entrou em seu escritório outra vez.

— Está se sentindo bem, Anahí?          

— Claro. — Sorriu. — Mas começo a ficar preocupada. Por que está tão interessado nisso?

— Interesso-me porque, de certa forma, fui o responsável por seu acidente — Alfonso afirmou, sem hesitação. — Você nem queria ir ao Mahoney`s, naquela noite. Fui eu que a convenci. Também fui eu quem a levou para a pista de dança. Se não fosse por mim, você não teria se ferido.

Cada palavra que ele dizia enfraquecia a esperança de Anahí. Não era por nenhuma emoção, e sim por responsabilidade que Alfonso se preocupava com ela e a tratava de modo diferente.

Apesar de ser melhor descobrir aquilo agora do que mais tarde, machucava. O que Alfonso dizia, embora lógico, apunhalava seu peito e a obrigava a encarar a realidade.

— Foi por isso, então, que me levou para sua mansão, porque se sente responsável. Foi por isso que se preocupou comigo o dia inteiro...

Anahí enterrou as unhas na palma da mão com força para impedir que as lágrimas enchessem seus olhos. Contanto que ninguém soubesse que ela ainda amava Alfonso Herrera, não pareceria uma mulher rejeitada, nem uma tola. Já seria um consolo. Agora, sabia como teria de agir dali em diante.

— Alfonso, vamos dizer que tudo isso foi uma triste experiência e pôr uma pedra em cima. — Então, Anahí se levantou, pegou a bolsa e caminhou para a saída. — Vejo você amanhã de manhã.

Tinha achado que a existência ficaria mais fácil quando todos acreditassem que Alfonso não passava de um chefe para ela. Mas isso não acontecera.

De fato, tudo estava pior. Antes, Anahí ainda acreditava em milagres.

Agora, não mais.

Seu sonho de amor estava realmente acabado.