Fanfic: Romance no escritório (AyA) - Terminada

— Isto está confuso! — Dulce colocou um memorando na mesa redonda para que todos vissem.

Mas ninguém precisou checar nada. Assim que viram a assinatura, adivinharam o que o documento continha: um convite para a festa em honra da promoção de Maite a secretária executiva de Rex Barrington III, um homem que nunca pisara na empresa e muito menos trabalhara ali.

— "Confuso" não é bem o termo. — Maite sentou-se na única cadeira disponível e jogou os cabelos negros para trás. — Imagine como eu me senti quando Rex Barrington II me chamou e me disse que eu estava sendo promovida a secretária executiva de seu filho, que nunca vi na vida. E ainda me falou que comemoraríamos o fato. Diz que quer seguir o modelo de Alfonso Herrera.

Embora todos estivessem concentrados em Maite, no momento em que ela citou o nome de Alfonso, eles se voltaram para Anahí.

— Ei, não olhem para mim! — Anahí se pôs na defensiva. — Tudo o que sei é que Alfonso mencionou para Rex II que nosso departamento gosta de comemorar os sucessos em conjunto, e por isso somos tão produtivos. Como Alfonso ia adivinhar que o patrão ia adotar o mesmo sistema?

— Eu não me importo com a festa — Maite admitiu. — Mas sinto-me estranha, incomodada por receber essa promoção...

— Por quê? — Angelique perguntou, admirada. — Imaginei que estivesse no céu. Todo mundo sabia que você queria esse cargo.

— Por isso mesmo, Angelique. Todo mundo sabia. Mais de vinte pessoas pediram esse emprego, e ninguém foi chamado nem para uma entrevista. Nem eu! E, no entanto, a colocação é minha. Como fui escolhida e por quê? Chamaram-me porque eu queria demais esse lugar?

— Não, querida. Foi decerto por sua performance. — Estefania sorriu. — Eu não tive nada a ver com essa decisão, mas entreguei as pastas individuais do pessoal ao Sr. Barrington. Até onde sei, você tinha as melhores credenciais.

— Você acha, Estefania?

— Com certeza, Maite.

As outras murmuraram, assentindo, e como já estava no fim do intervalo, começaram a voltar para suas salas. A caminho da saída, Angelique aproximou-se de Anahí.

— Se precisar de uma carona para a comemoração de hoje à noite, pode vir comigo.

— Obrigada, Angelique, mas não será preciso. Alfonso virá me pegar.

As outras amigas de Alfonso já estavam longe para ouvir sua resposta, mas Dulce e Maite escutaram e pararam onde estavam.

— Anahí, o que anda acontecendo? — Dulce quis saber.

Anahí deu de ombros.

— Nada. Apenas irei com Alfonso. Gosto da companhia dele.

Dulce franziu as sobrancelhas.

— Anahí, vocês dois viajam sempre juntos. No final de semana, fazem compras juntos. Almoçam juntos quase todos os dias. Há alguma coisa que está escondendo de nós?

— Não, de jeito nenhum. Somos excelentes amigos. É tudo.

Dulce suspirou como se quisesse falar mais, mas calou-se.

Angelique, no entanto, não se conformou.

— Tem certeza disso, Anahí, ou Alfonso está tirando vantagem de você?

— Como assim?

— Não sei... mas não faz sentido. Vocês nunca tinham tido nenhuma conversa particular, até você passar aqueles três dias na casa dele. E agora estão inseparáveis!

— Nós não somos inseparáveis, Angelique.

— Não?! Então, por que não aceita minha carona e vai comigo à festa?

— Mas isso é ridículo! Alfonso e eu somos amigos. Não vou ofendê-lo rejeitando-o no último minuto.

— Está bem. — Angelique viu que não adiantava insistir. — Mas cuide-se. Você está tornando tudo muito fácil para Alfonso. Parece-me que ele sempre tem uma companhia disponível e uma garota para ajudá-lo em mil problemas, tudo sem conseqüências e sem custos.

Anahí a encarou, sem entender.

— Anahí, o que estou tentando dizer é que você está sempre por perto, é tão prestativa... Alfonso nunca se sente solitário, porque está sempre lá, querida. Ele não tem de pedir-lhe ajuda para terminar de decorar a casa, porque você mesma o leva às compras. Também não precisa convidá-la para sair, porque sabe que, quando precisar de companhia, você estará lá. Segundo meu ponto de vista, Alfonso tem sombra e água fresca. E atrapalha seu namoro com outro homem.

— Isso é absurdo! — Anahí deu-lhe as costas e foi para seu escritório.

Porém, as palavras de Angelique perseguiram-na a tarde toda. Era verdade. Ela e Alfonso estavam sempre juntos, mas isso era porque trabalhavam lado a lado enquanto construíam a carreira dela.

Também era certo que Alfonso confiava nela. Dizia-lhe coisas que não poderia dizer a ninguém mais, mas Anahí considerava aquilo bastante normal e positivo. Apreciava demais o fato de Alfonso sentir-se à vontade ao se abrir, não se detinha a pensar nisso.

Contudo, se não fosse por aqueles rápidos beijos de boa-noite, Anahí não teria dado maior importância aos conselhos de Angelique. Mas aqueles beijos eram estranhos.

Alfonso não os explicava. Ficavam um pouco acima de amigáveis e abaixo de apaixonados. Podiam significar qualquer coisa. E a constante presença dele a seu lado afastava os outros possíveis pretendentes...