Fanfic: Romance no escritório (AyA) - Terminada

O golpe não foi muito forte, mas o homem esbarrou em Anahí, fazendo-a cair de costas no chão e bater com a cabeça na quina de uma mesa.

Desesperado, Alfonso tentou ampará-la, mas não conseguiu. Em poucos segundos, todos os clientes do restaurante agruparam-se à volta deles.

— Meu Deus! Anahí! — Alfonso passou os braços em torno dos ombros dela para erguê-la do piso frio. — Anahí!

Com todas as atenções voltadas para Anahí, o estranho que causara o incidente escapou, sorrateiro. Se Alfonso não estivesse tão preocupado com Anahí, teria corrido atrás dele. Porém, naquele instante seu maior dever era cuidar de sua funcionária desacordada.

— Anahí!

Ela gemeu de leve e respondeu, com voz fraca:

— Estou bem.

Alfonso nem suspeitou que Anahí havia perdido a consciência por alguns minutos e, quando a ouviu falar, suspirou, aliviado.

— Anahí, você pode sentar?

— Vou buscar um copo de água — alguém se ofereceu.

Um outro disse:

— Pegarei uma cadeira.

— Obrigado. — Entretanto, Alfonso ergueu Anahí sozinho e carregou-a para o assento mais próximo, abrindo caminho entre os curiosos.

— O que aconteceu, Alfonso?

— Houve uma briga, um sujeito a derrubou e você bateu a cabeça. Mas acho que não se machucou nem desmaiou.

— Acha que não desmaiei?

— Não.

— Aqui está a água. — Um garçom entregou um copo a Alfonso, que levou-o aos lábios de Anahí.

— Tome isto.

Ela bebeu dois pequenos goles e virou o rosto.

— Pronto, estou ótima.

— Tem certeza? — Alfonso parecia receoso.

Como o tombo que ela levara não fora muito sério, imaginou que não sofrerá nada grave, mas, mesmo assim, Anahí tinha uma expressão diferente da habitual.

— Sim, Alfonso. Estou bem.

Alfonso estreitou os olhos e examinou-a melhor.

— Sabe de uma coisa? Pode estar se sentindo bem, mas creio que não deve ir para casa sozinha.

Ela o encarou.

— Sim, é lógico que posso.

Como Anahí soava estranha... Parecia Zoraida!

Por um momento, Alfonso teve medo de que a pancada sofrida tivesse transformado sua excelente e competente funcionária em alguém sem muita responsabilidade.

Depois de pegar a bolsa de Anahí e pagar a despesa, Alfonso conduziu-a para seu carro. Ele a fez entrar e sentar-se, depois correu para verificar se a BMW dela estava trancada, pois teria de ficar no estacionamento a noite toda. Admirou as linhas elegantes do veículo e o interior todo revestido de couro autêntico. Era um pouco estranho que Anahí pudesse ter um automóvel de luxo como aquele, com o salário que recebia. Bem, não era de sua conta.

Alfonso sentou-se à direção.

— Tudo bem com você, Anahí?

— Sim, estou ótima.

Ela se expressava com clareza e suas pupilas não estavam dilatadas. Não parecia nauseada. Verificando tudo isso, Alfonso concluiu que não sofrerá nenhuma contusão séria. Mas, mesmo assim, não conseguia evitar a impressão de que alguma coisa não estava muito certa. Apenas não sabia o quê.

— Ponha o cinto de segurança, Anahí.

Ao chegar a um entroncamento da estrada, Alfonso se lembrou de que não sabia onde Anahí morava. Virou-se para perguntar-lhe e viu-a dormindo.

— Anahí! — chamou, baixinho.

Nada.

— Anahí!

— O quê?

"Ao menos não está desmaiada... De qualquer modo, acho melhor cuidar um pouco dessa garota."

Mais alguns instantes se seguiram, em silêncio, até que ele passou por um portão e entrou em uma alameda.

— Onde estamos, Alfonso?

— Em minha casa. Está muito cansada, mas, mais do que isso, quero ficar de olho em você para ver se está tudo bem, depois do que houve.

Anahí pareceu compreender o raciocínio dele e fez um leve movimento.

— Concordo.

"Ora, foi fácil!" Alfonso conduziu-a pela penumbra da residência até o andar de cima, onde havia quatro suítes, mas o único mobiliado era o seu. Por isso, levou Alfonso para lá. Ele dormiria no sofá.

Assim que entraram, a fez sentar-se na cama.

Alfonso sorriu.

— O banheiro é aquela porta ali. Vejo você de manhã. Durma bem.